EMAGRECIMENTO – QUESTÃO DE HÁBITO

O objetivo de uma dieta para emagrecimento é perder mais calorias do que se ganha. É a única forma de perder peso. Você ganha calorias com a ingestão de alimentos e perde com as funções habituais que seu corpo exerce, além dos exercícios físicos. A partir daí existem todos os tipos de dieta que você possa imaginar.

Uma nova pesquisa publicada recentemente no JAMA (Jornal da Associação Medica Americana) mostrou que a qualidade da comida era um fator muito importante para ser levado em consideração, em detrimento da quantidade. O estudo mostrou que as pessoas que cortam comidas altamente processadas, alimentos e bebidas que levam açúcar adicionado e grãos refinados, ao mesmo tempo em que consomem mais vegetais e alimentos integrais – sem se preocupar em reduzir o tamanho das porções ou contar calorias – tem significativa redução de peso no final de um ano.

Os integrantes do estudo foram instruídos, por nutricionistas, a comer alimentos ricos em nutrientes e comida integral minimamente processada, se possível feita em casa. Os grupos foram divididos em “baixo teor de gordura” e “baixo teor de carboidrato” e os alimentos foram orientados baseados nesta divisão, mas sempre com alimentos integrais e “reais” e sem restringir quantidades.

Os resultados mostraram redução media de peso ao final de um ano de 5,3 a 6 kg, além da melhora dos casos de pressão alta e diabetes.

No final do estudo os pacientes estavam consumindo menos calorias do que no início, apesar do enfoque não ter sido este e os pacientes se sentiram aliviados por não terem que contar calorias no início da pesquisa.

Existiu também uma melhora significativa na qualidade da alimentação que era o objetivo do estudo e uma mudança nos hábitos, como por exemplo, comer no carro.

Os hábitos alimentares são muito importantes e este estudo mostra a importância da qualidade da alimentação. Não podemos nos esquecer também da prática de atividade física, que melhora a condição cardio-respiratória, ajuda na perda de peso, tonifica músculos e articulações, tendo papel inclusive na prevenção de alguns tipos de câncer.

Crie e mantenha hábitos saudáveis. Cuide-se

Dr. Ricardo Faure

Fonte: “O Estado de São Paulo”

A Febre Amarela

A Febre amarela é uma virose causada por um Flavivírus e transmitida exclusivamente por picada de inseto. A doença é endêmica, ocorre em áreas silvestres e é transmitida para os macacos, por um inseto chamado “Haemagogus”. Se a doença ultrapassa os limites das matas o transmissor passa a ser o “Aedes Aegypti” e estamos diante de um risco de epidemia. O crescimento populacional observado ao redor das matas é um dos fatores de aumento do risco de transmissão, pois o homem “invade” o espaço dos mosquitos e facilita a disseminação da doença.

Em momentos como o que estamos vivendo, a vacinação para a população que tem risco de contrair a doença, é muito importante. É a medida mais eficaz. Num cenário ideal, a orientação e educação continuadas em meios de comunicação, para alertar a população sobre prevenção, seria um fator de alto impacto no controle da doença. Há 10 anos, muitas doses de vacina foram jogadas no lixo, porque a população que ia para locais de risco, nem sempre se vacinava.

A vacina é a melhor maneira de prevenirmos a disseminação da doença, mas deve ser avaliado o risco de uma pessoa entrar em contato com a doença e o risco da vacinação. A vacina é contraindicada de forma relativa ou absoluta em determinados casos:

  • Crianças abaixo de 9 meses e pessoas acima de 60 anos;
  • Grávidas;
  • Mulheres amamentando crianças abaixo de 6 meses, se forem vacinadas, devem interromper a lactação por 10 dias;
  • Pacientes com doenças que comprometem a imunidade como AIDS;
  • Pacientes em tratamento quimioterápico ou radioterápico;
  • Pacientes em uso de corticoide em doses imunossupressoras;
  • Pessoas que tenham alergia ao ovo.

A vacina disponível na campanha é a fracionada, que tem eficácia comprovada, mas tem uma proteção por um tempo menor. Neste momento é uma medida altamente eficaz porque imuniza o número de pessoas necessárias.

Recomendações importantes:

A Febre Amarela é uma doença silvestre e tem um ciclo com os macacos, que jamais devem ser mortos, pois são sentinelas, ou seja, indicam o foco de infecção em determinado local. Se não tiverem os macacos, os mosquitos buscarão os seres humanos para se alimentar. Matar os macacos, além de não prevenir a infecção, esconde um possível foco da doença.

Tomar vacina se você está em áreas de risco ou se existe possibilidade de deslocamento para áreas de risco. Sempre levando em consideração a relação risco/benefício da vacinação. Segundo A OMS (Organização Mundial de Saúde–2016) e o Ministério da Saúde, a vacina da febre amarela, confere imunidade com dose única.

As áreas de risco estão mudando constantemente e é por aí que se prioriza a vacinação.

Procure sempre usar repelentes. Mesmo no caso de você estar imunizado contra febre amarela, existem doenças como a Chikungunya, Dengue e Zika, que também são transmitidos pelo “Aedes Aegypt”.

Se você esteve em área de risco nos últimos dez dias, não é vacinado e está com quadro de febre alta, queda do estado geral, toxemia, pele e/ou olhos amarelados, alteração urinária, procure um serviço de urgência para ser avaliado.

Em caso de dúvida sempre consulte um médico.

 

Dr. Ricardo Faure                                                                            Fonte: Revista Veja

Como o ginecologista pode ajudar vítimas de abuso sexual

Segundo levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, apenas no primeiro semestre deste ano a cidade de São Paulo registrou 1.384 notificações de casos de violência sexual. Diante de um número tão alarmante, a sociedade deve estar preparada, em todos os seus segmentos, para acolhê-las.

Além do trauma gerado pela violência, há também os riscos de se contrair doenças sexualmente transmissíveis ou uma gravidez indesejada. É aí que entra o ginecologista, profissional que terá um papel muito importante a desempenhar diante dessa situação.

“O ginecologista deve acolher a mulher não como médico e, sim, como ser humano. A vítima deve relatar ao profissional o ocorrido. Muitas mulheres têm dificuldades de conversar sobre o que aconteceu e nós devemos respeitar esse momento difícil. Porém, é necessário que se estabeleça uma conversa, pois isso ajudará a evitar algum problema que ela possa vir a ter”, explica a ginecologista Daniela Yela, professora na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).

No primeiro atendimento, o médico prescreve à paciente medicações que previnam as DST’s, sendo que, nesses casos, as doenças mais comuns são as hepatites, HIV e sífilis. Além disso, algumas mulheres podem apresentar outros tipos de problemas como a doença inflamatória pélvica. Para evitar uma gravidez indesejada, a recomendação imediata é usar a pílula do dia seguinte.

“O profissional também poderá recolher o material biológico do agressor, que será armazenado e utilizado como prova caso seja solicitado pela Justiça.

Em seguida, a paciente será submetida aos exames de rotina e a um acompanhamento sorológico, que deve durar por seis meses. Esse acompanhamento pode fazer com que as mulheres se sintam um pouco recuperadas da situação que vivenciaram”, comenta Yela.

A especialista destaca que, para atender as mulheres vítimas de abuso sexual, o ideal é que os serviços ofereçam equipes multidisciplinares. “Nosso papel é oferecer todo tipo de apoio que essas mulheres fragilizadas necessitem, assim como psicólogos e assistentes sociais, que irão encaminhá-las aos serviços de proteção à mulher que dispõem de advogados. Além disso, algumas também podem sofrer de transtornos pós-traumáticos e apresentar quadros graves, que precisem de medicação. Nesses casos, recorre-se aos psiquiatras”, orienta a ginecologista.

Quando ocorre gravidez, a mulher tem três opções: levar a gestação adiante e ficar com a criança, dar o bebê para adoção ou realizar aborto. Daniela Yela ressalta que, ainda que caiba aos ginecologistas orientar sobre a melhor solução, apenas a paciente poderá tomar a decisão final. “Se ela decidir abortar, é um direito dela como vítima de abuso sexual. Nesses casos, é recomendado que se faça a interrupção da gestação até a 20ª semana, mais ou menos até os cinco meses. Depois disso, é contraindicado pelo risco elevado de morte para a mulher.”

Relacionado a este assunto, no começo de novembro a Comissão Especial da Câmara dos Deputados votou a PEC 181/2015, e o texto que será levado ao plenário para votação defende a criminalização do aborto em todos os casos. Para Daniela Yela, a decisão significa um grave retrocesso.

“Particularmente, eu acho que o aborto deve ser utilizado em situações de risco à saúde da mãe. Sou contra essa determinação, principalmente porque as mulheres irão continuar abortando de forma ilegal, em clínicas clandestinas nas quais os riscos de se contrair infecções são grandes e, dessa forma, elas ficam expostas a graves problemas de saúde podendo, inclusive, irem a óbito. Tem de se levar em consideração que esse tipo de gravidez não foi planejada e que ela não ocorreu porque o casal simplesmente esqueceu de se cuidar. É algo completamente diferente, afinal a mulher foi vítima de um crime, que gera traumas para o resto da vida dela”, finaliza.

Fonte: Diário do Nordeste

Dia Mundial do Diabetes

O Dia Mundial do Diabetes foi criado em 1991, em resposta às preocupações sobre o crescente número de diagnósticos no mundo.

A data tornou-se oficial a partir de 2007, com a aprovação da Resolução das Nações Unidas (61/225). O dia 14 de novembro foi escolhido por marcar o aniversário de Frederick Banting que, junto com Charles Best, concebeu a ideia que levou à descoberta da insulina em 1921.

Os objetivos da campanha mundial são:

  1. Incentivar os governos a implementar políticas para a prevenção e controle do diabetes e suas complicações.
  2. Disseminar ferramentas para apoiar a para a prevenção e controle do diabetes e suas complicações.
  3. Aumentar a conscientização dos sinais de alerta do diabetes e promover ações para o diagnóstico precoce.
  4. Promover ações para reduzir os fatores de risco para o diabetes.
  5. Promover ações para prevenir ou retardar as complicações do diabetes.

Os problemas causados pelo diabetes podem ir desde alterações metabólicas até complicações vasculares importantes. Quem tem diabetes tem mais chance de ter a pele seca, coceira e infecções por fungos e/ou bactérias; está mais sujeito a alterações visuais e renais, podendo em estágios avançados ocorrer perda da capacidade visual e de filtração do rim, além de alterações de sensibilidade da pele por neuropatia (alteração nos nervos – sensibilidade) e, por vasculopatia (alteração nos vasos sanguíneos).

É muito importante que exista prevenção e controle desta doença tão importante, que é diagnosticada com alguns exames de sangue, que podem prevenir complicações importantes se for diagnosticada, acompanhada e tratada de maneira precoce e rigorosa. Isso evita e minimiza ao máximo todas as complicações que podem ocorrer pelo diabetes mal controlado. De acordo com uma pesquisa realizadas nos Estados Unidos, as condições associadas ao diabetes causam mais mortes do que o câncer de mama e a Aids, juntas. Duas em cada três pessoas com diabetes morrem em função de problemas cardiovasculares ou derrame.

Esses números são alarmantes e denotam uma possível falta de comprometimento com o acompanhamento da doença.

Procure sempre seu médico! Ele vai saber direcionar a investigação do risco de diabetes em relação aos antecedentes familiares e pessoais, além dos seus hábitos de vida.

Pratique atividade física e procure se manter no peso adequado. Estas medidas são fundamentais para retardar ou mesmo evitar uma doença crônica como o diabetes.

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes
Dr. Ricardo Faure

 

Cólica menstrual forte pode alertar para endometriose

A endometriose é uma doença com diagnóstico demorado, principalmente porque os primeiros sintomas são encarados como algo natural para muitas mulheres: cólicas menstruais.

A cólica menstrual forte, que exige medicação e também incapacita a mulher para trabalhar e até mesmo para outras atividades no dia a dia, não pode ser aceita como normal. Atenção: menstruar com dor não deve fazer parte do universo feminino.

Na verdade, esta dor pode ser um alerta para a endometriose, doença inflamatória que ocorre quando o tecido que reveste o útero (endométrio) se implante fora dele, chegando a áreas onde não deveria crescer, como os ovários, intestino e bexiga.
Todos os meses, o endométrio, que é o tecido que reveste a parte interna do útero, se espessa para que possa receber um óvulo fecundado. Quando a mulher não engravida, esse tecido descama e é descartado na menstruação, junto com sangue. Mas, em certas situações este tecido não é totalmente eliminado, volta pelas trompas, atinge a cavidade pélvica e aí se implanta. Gera-se então a endometriose.

A falta de desconhecimento leva à demora no diagnóstico da endometriose, que pode durar anos. E o que se leva muito tempo para descobrir, terá um tratamento tardio também. Isso sem contar alterações na fertilidade que ela pode causar, se não tratada corretamente.

A endometriose pode começar na adolescência ou em jovens adultas. Em adolescentes, o diagnóstico é difícil porque muitas jovens não se queixam das dores, não vão ao ginecologista nem relatam o fato às mães.

Portanto, não aceite como normal uma cólica menstrual forte. Converse com o seu ginecologista. É muito importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes para iniciar o tratamento.

Fonte: Febrasgo

Incontinência urinária acomete cerca de 40% das mulheres

Um espirro, uma tosse, uma dança ou uma risada mais animada e um escape de urina na calcinha. Pode ser incontinência urinária. É a perda involuntária de urina pela uretra, sem o controle muscular pélvico para “segurar” o xixi.

Apesar de acometer a população mais idosa, a incontinência urinária atinge homens e mulheres de todas as idades, sendo duas vezes mais comum no sexo feminino.

Existem vários graus e tipos de incontinência urinária feminina que podem ser leves a severos: a incontinência urinária de esforço é a perda de urina quando a você tosse, ri, faz exercício e movimenta-se.

A incontinência urinária de urgência, mais grave do que a de esforço, caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro e a incontinência urinária mista é a mistura dos dois tipos de incontinência citados acima e o sintoma mais grave é aquele relacionado com a urgência miccional perdida.

Independentemente da classificação e do volume de urina evacuada, causa um impacto muito grande na vida das mulheres, que muitas vezes optam em excluir-se de atividades sociais para não passar pelo constrangimento e o medo das pessoas perceberem a situação ou sentirem o mal cheiro.

O importante é que se você já passou por alguma dessas situações, procure o seu médico ginecologista e converse com ele (a), para que seja indicado o tratamento mais adequado para o seu caso.

Entre as inúmeras causas, a incontinência urinária pode ser consequência de uma infecção do trato urinário, trauma do parto e até mesmo estresse emocional. Nos casos mais severos e persistentes, pode ser caudado por problemas físicos ou alterações decorrentes do próprio envelhecimento e a menopausa.

A boa notícia é que nem todo tipo de incontinência urinária é definitiva ou necessite de cirurgia, em alguns casos, é possível controlar o escape com a ajuda de medicamentos, uma alimentação balanceada e exercícios físicos especiais para o fortalecimento do assoalho pélvico.

Também existem técnicas comportamentais em que você pode treinar a bexiga para controlar e desacelerar a micção, esvaziando a bexiga completamente, urinando, esperando alguns minutos e tentando novamente ou se programando para ira ao banheiro a cada duas horas, independente da vontade de urinar.

A ginástica íntima também é um excelente exercício de fortalecimento do assoalho pélvico e consistem na contração e relaxamento do músculo.

Fonte: Sogesp

Um Alivio para o Coração

A OMS (Organização Mundial de Saúde) pretende reduzir as mortes por doença cardiovascular em 25% até 2025, na tentativa de minimizar as sequelas causadas principalmente pelo IAM (Infarto Agudo do Miocárdio) e pelo AVC (Acidente Vascular Cerebral), conhecido também como “derrame cerebral”. A Federação Mundial do Coração elaborou um plano contra os fatores de risco que acometem o sistema cardiovascular.

A proposta é combater o tabagismo, o alcoolismo, o colesterol alto, as arritmias e o estresse, que seria uma prevenção primária e como prevenção secundária tentar evitar os “eventos” na população de alto risco (antecedentes familiares, hábitos e estilo de vida).

Uma das ações seria conscientizar a população dos malefícios do cigarro; aproximadamente 10% da população é fumante e o cigarro mata mais de 6 milhões por ano no mundo. Muito importante também seria combater a interferência da indústria do cigarro.

A Hipertensão Arterial (“pressão alta”) é outro ponto de total atenção; ela responde por 45% das mortes por IAM e 51% das mortes por AVC, sendo responsável por 9 milhões de mortes por ano. É uma doença silenciosa e muitas vezes sendo descoberta, já com alguma sequela. Aqui as políticas de saúde pública são importantíssimas para a população poder ter acesso às unidades básicas de saúde no local da sua residência.

O conhecimento em medicina é obtido através de estudos clínicos que tenham rigor científico além da experiência de cada profissional. Apesar da limitação de alguns estudos pela própria dificuldade de elaboração e condução dos mesmos, existem dados robustos mostrando que estes fatores de risco são determinantes no aparecimento da doença cardiovascular. Devemos, portanto, adotar medidas para melhorar a qualidade de vida, os hábitos alimentares e sempre praticar atividade física.

Fonte: Revista Saúde – nº 418 – Ed. Abril

Dr. Ricardo Faure

Doença inflamatória pélvica: diagnóstico ainda difícil

Uma em cada quatro mulheres com doença inflamatória pélvica (DIP) acabam tendo sequelas a longo prazo. A infertilidade é uma delas – podendo afetar 30 a 40% das mulheres.

A inflamação pélvica não é só uma dor. Trata-se de uma infecção do trato genital feminino que pode incluir o endométrio, as trompas uterinas e os ovários. Apesar de estar associada às doenças sexualmente transmitidas (DST’s) do trato genital inferior, a DIP é o resultado de um processo polimicrobiano.  Ou seja, vários micro-organismos podem estar envolvidos e o uso de preservativo representa uma importante barreira contra eles.

O diagnóstico nem sempre é fácil. O sintoma mais comum é a dor abdominal baixa. Mas ela pode se manifestar com dor durante o ato sexual, dor lombar, febre, calafrios, náuseas, além de corrimento, coceira, sangramento e forte odor na vagina. Mas há mulheres que não apresentam nenhum sintoma clássico.

E por que reforçamos tanto a atenção para esta doença? Pacientes com danos leves têm 3% de chance de terem dificuldade para engravidar no futuro. Danos moderados aumentam o índice para 13%. Quando a inflamação pélvica causa danos tubários graves, essas chances chegam a 29%.

Além do histórico de doenças inflamatórias prévias, outros fatores de risco predispõem a paciente a novos episódios, como a existência de múltiplos parceiros sexuais (mais de dois num período de 30 dias) e fazer sexo sem uso de preservativo.

Um alerta sobre as adolescentes: jovens que já manifestaram doença inflamatória pélvica devem passar por consulta periodicamente para serem orientadas de forma correta sobre a prática do sexo seguro.

Mulher madura: calores e suores

As ondas de calor ou simplesmente sensações de calor podem incomodar ao ponto de levar a mulher a tirar o casaco ou agasalho, mesmo no frio. Por isso as americanas, muito práticas, recomendam “dress in layer” — vista-se em camadas, para ir tirando uma peça e outra em situações inesperadas. Calores e suores podem ocorrer a qualquer hora do dia, na fase da perimenopausa, quando começam as irregularidades menstruais.

À medida que se aproxima o fim das menstruações, são mais freqüentes à noite, perturbando a qualidade do sono. A sensação de calor geralmente acorda a mulher, que além de sentir o desconforto às vezes chega a ficar com a roupa de dormir e os lençóis molhados de suor. Daí a denominação de suores noturnos. Os médicos classificam ambos como sintomas vasomotores. A sensação física de aquecimento moderado ou intenso é resultado da dilatação repentina dos vasos sanguíneos. O calor perdido em alguns minutos pelo corpo, nessa onda dilatadora, pode produzir frio ou suor intenso, em seguida.

A frequência dos fogachos, como se dizia antigamente, varia de uma ou duas ocorrências por semana até duas por hora. A duração média de cada episódio, segundo inúmeros estudos, é de quatro minutos. A máxima é de dez minutos. A aceleração dos batimentos cardíacos, ou palpitações costumam acompanhar os sintomas. Algumas mulheres chegam a sentir enjôo, dor de cabeça e tontura depois que eles passam. As sensações de fadiga, irritabilidade e ansiedade são consequências mais comuns da experiência dos fogachos, no cotidiano.

Não se sabe ao certo, até hoje, qual a origem dos sintomas, a não ser que têm a ver com o desequilíbrio na produção dos hormônios femininos e os ciclos anovulatórios (sem ovulação) que encerram o período reprodutivo feminino. Quando não há ovulação os níveis de estrogênios ficam elevados e a produção de progesterona cai por completo. A alteração no equilíbrio desses dois hormônios antes e depois da última menstruação afetaria o funcionamento do hipotálamo, o centro que regula nossa temperatura corporal. Daí o uso da reposição hormonal para acabar com os sintomas vasomotores. Existe uma variedade de medicamentos à base de fitohormônios, extraídos de plantas com propriedades hormonais como a soja, o yam mexicano, o trevo vermelho, mas eles funcionam quando os sintomas não são muito intensos. Os fitohormônios são menos potentes do que os hormônios sintéticos da terapia hormonal.

A intensidade e frequência das ondas estão associadas a fatores que podem ser, até certo ponto, controlados, por exemplo, com dieta, estilo de vida e controle do estresse emocional. Comer muita fibra e produtos derivados da soja e evitar o consumo de álcool, de alimentos condimentados ou à base de cafeína ajuda a conter a manifestação dos sintomas. Fazer atividade física aeróbica diariamente é fundamental para conviver melhor com eles. Evitar situações de estresse emocional frequente, por excitação, medo ou ansiedade, é providencial para reduzir a frequência dos calores.

Estudos recentes dão conta de que o desequilíbrio hormonal da menopausa afetaria a produção de endorfinas, substâncias químicas que controlam o humor e a sensação de prazer. E as emoções descontroladas são outro fator de risco para a experiência aumentada dos calores. O uso de substâncias antidepressivas tem se mostrado eficaz, em muitos casos, para neutralizar esse circuito de estímulos cerebrais negativos e atenuar os calores.

Fonte: Sogesp

Fibroma uterino: um tumor benigno

Se você é uma daquelas mulheres que adoram ler o resultado de um exame e se apavora com as palavras médicas, muita calma! A primeira dica é não abrir o resultado para não ficar estressada, afinal, um médico estuda muitos anos para poder investigar uma doença de forma efetiva.

A segunda dica é que, nem tudo o que parece ser tão horroroso, realmente o é. Apesar de assustador, o fibroma é um tumor benigno que pode crescer em qualquer lugar onde haja tecido conjuntivo. Muito comum no útero, onde recebe também a denominação de fibromioma, cresce nas paredes musculares desse órgão, no seu interior ou projetando-se para fora. Ou seja, um fibroma uterino, nada mais é do que um mioma uterino.

A incidência de fibromas é maior em mulheres que nunca tiveram filhos, principalmente entre 35 e 40 anos, mas podem surgir em qualquer momento da vida reprodutiva. Eles também podem surgir acompanhados de sintomas ou serem descobertos apenas num procedimento de rotina, sem apresentar qualquer sinal de dor ou anormalidade no ciclo menstrual. Ele nasce e morre benigno e quase nunca se transforma em um câncer.

As causas de um mioma ainda não são totalmente conhecidas, mas entre os principais desencadeadores estão os fatores hereditários e o aumento do hormônio estrógeno (hiperestrogenismo) e tendem a diminuir ou até mesmo desaparecer com a chegada da menopausa. Estima-se que metade das mulheres no mundo, entre 30 e 50 anos tenham pelo menos um mioma.
Os tratamentos são proporcionais ao tamanho, tipos e sintomas de cada mioma, em que podem ser administrados anti-inflamatórios não hormonais, antifibrinolíticos, anticoncepcionais hormonais combinados e progestagênios. A intervenção cirúrgica também pode ser uma opção, de acordo com a gravidade.

Quebrando todos os mitos com relação ao mioma, que é um tumor benigno, as mulheres com fibromioma, tratadas e acompanhadas por um médico (a) ginecologista tem todas as condições de engravidar.

Fonte: Sogesp

Psico-Oncologia: o acompanhamento do paciente com câncer

A Psico-Oncologia é a interface entre a psicologia e a oncologia (área que trata os tumores), na qual se utiliza todo o conhecimento da psicologia com o objetivo de aprimorar a assistência ao paciente, assim como aos familiares e amigos, e favorecer a atenção aos aspectos biopsicossociais e espirituais.

A Psico-Oncologia pode ajudar a esclarecer dúvidas agindo na prevenção, além de acompanhar o paciente com câncer e familiares e em alguns casos acompanhando uma doença em fase terminal. Sabemos hoje que o câncer está vinculado a uma série de fatores. Embora a hereditariedade e o fator genético tenham peso importante, o estilo de vida (atividade física, alimentação, stress, ansiedade) e os fatores ambientais contribuem de maneira importante para o surgimento da doença.

A vida de uma pessoa que recebe este diagnóstico muitas vezes “desaba”. Quais serão as consequências dessa doença? O que vai mudar na minha vida? O que não vou mais poder fazer a partir de agora? Como será meu tratamento? Quais as consequências ao meu corpo?

O paciente com câncer muitas vezes apresenta dificuldade em reconhecer necessidade de ajuda. Essa necessidade pode ser suprida pela família e amigos, mas muitas vezes os próprios familiares necessitam acompanhamento e acolhimento pela dificuldade em lidar com a doença que ainda é bastante estigmatizada. Não se sabe o final; existe uma luta, mas nem sempre com certeza de sucesso, além da perda do controle da vida vivida pela pessoa.

Com o envelhecimento da população em decorrência do aumento da expectativa de vida teremos mais casos de pacientes diagnosticados com câncer, por isso a Psico-Oncologia é uma área que merece atenção e desenvolvimento para que os pacientes possam se beneficiar deste acolhimento, o que pode determinar mudança no curso da doença.

Fonte: Sociedade Brasileira de Psico-Oncolgia
Dra. Patrícia Pereira Faure / Dr. Ricardo Faure

Frente a Frente com Bernardo – Como identificar o Câncer de Mama, com Drs. Ricardo e Patricia Faure

Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher

No dia 28 de maio comemora-se o “Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher”, que reforça a importância da prevenção e tratamento adequado das doenças mais comuns.É importante o envolvimento de cada serviço de saúde na disseminação de informações para conseguirmos sempre uma medicina de qualidade, tanto no sistema de saúde privado como no sistema público, buscando sempre um acompanhamento de excelência.

Com o aumento da expectativa de vida das brasileiras que são mais da metade da população, é importante que estejamos atentos à prevenção das doenças mais incidentes em cada faixa etária das mulheres.

O exame de Papanicolau tem a finalidade de detectar alterações pré-malignas no colo do útero e vagina. É de fundamental importância, pois as lesões mais iniciais são tratadas com técnicas mais simples e muito menos agressivas. Isto reduz drasticamente a mortalidade e quase sempre preserva a fertilidade da mulher.

Rastreamento do “câncer de mama” – Deve ser realizado através do exame clínico na consulta ginecológica de rotina e com a mamografia e ultra-sonografia, a partir de faixas etárias determinadas, dependendo dos fatores de risco de cada paciente. Exames adicionais podem ser solicitados dependendo dos resultados destes exames iniciais. Existe um aumento de incidência do câncer de mama pelo aumento do diagnóstico, aumento da expectativa de vida da população, piora da qualidade dos hábitos de vida (sedentarismo, má alimentação) e fatores reprodutivos (menor número de filhos, gestações mais tardias).

Densitometria óssea – A avaliação da massa óssea é fundamental numa população que está vivendo mais tempo e muitas vezes sem se prevenir em relação à perda de massa óssea. Hoje, além da alimentação em excesso (metade da população está acima do peso) e do sedentarismo, vivemos em ambientes automatizados o que requer cada vez menos esforço físico. Tudo isso contribui para que a mulher envelheça com um aumento da perda de massa óssea, principalmente após a menopausa. O exame de densitometria ajuda a detectar alterações que podem ser controladas através de medidas comportamentais e medicamentosas.

Exames bioquímicos (sangue e urina) ajudam a rastrear o funcionamento do corpo direcionando exames adicionais dependendo dos resultados.

Outros exames de imagem como radiografias, ultra-sonografias, tomografias e ressonâncias, entre outros, devem ser solicitados, dependendo da avaliação clínica feita no momento da consulta. O exame clínico é fundamental para determinar quais exames subsidiários vão ser solicitados.

Importante lembrar que cada pessoa tem uma história com seus antecedentes e deve ser avaliada individualmente para que possamos minimizar o risco de aparecimento de doenças, proporcionando melhor qualidade de vida.

Dr. Ricardo Faure

Saúde da mulher: Mitos & Verdades

A saúde da mulher está repleta de mitos e verdades, que a medicina pode explicar e até mesmo desmistificar. O conteúdo desta área tem exatamente este objetivo: trazer algumas das dúvidas que normalmente são apontadas por pacientes nos consultórios médicos e reunir, num só lugar, respostas e esclarecimentos.

+O DIU hormonal, de lervonegestrel, produz reações no início do uso? – Verdade

O DIU hormonal, de lervonegestrel, promove redução do fluxo menstrual e das cólicas, mas nos primeiros meses pode trazer pequenos sangramentos. Também pode ocorrer piora discreta da acne e queda de cabelo ou oleosidade. Depois dos seis primeiros meses de uso esses sintomas costumam desaparecer.

+O DIU de cobre provoca aumento de sangramento no primeiro mês de uso? – Verdade

Ele pode causar o aumento do sangramento e piora discreta da cólica menstrual, mas em geral isso passa após o primeiro mês de uso. O DIU de cobre pode ser usado por até 10 anos. Após esse tempo deve ser trocado se a mulher não pretende engravidar.

+É normal ter cólicas durante a menstruação? – Mito

Não é normal ter cólica menstrual muito forte, que obriga a mulher a usar medicação forte em casa ou mesmo ir a um hospital para ser tratada. Quando isso acontece, o melhor a fazer é procurar um médico porque algum tipo de doença pode estar causando essa cólica. A endometriose é, por exemplo, a principal doença por trás das cólicas menstruais muito doloridas.

+A candidíase é uma doença transmitida sexualmente? – Mito

Não existem evidências de que o corrimento vaginal causado pelo fungo da candidíase tem como origem a transmissão sexual. E não existe necessidade de tratar o parceiro, segundo os protocolos e diretrizes médicas.

+As infecções vaginais estão sempre relacionadas com a relação sexual? – Mito

Nem sempre. Algumas infecões vaginais como a tricomoníase, que hoje é mais rara, a gardnerella vaginalis podem se manifestar após o sexo, bem como a primeira infecção pelo herpes. Esta última, por exemplo, aparece depois de uma semana a dez dias de um relacionamento e é muito sintomática, a mulher apresenta dor, lesões no períneo, linfonodos inguinais.

+A reprodução assistida leva sempre à gravidez de gêmeos? – Mito

Com o aperfeiçoamento das técnicas de laboratório, na reprodução assistida, foi possível reduzir o número de embriões a serem inseridos na mulher e a gravidez de gêmeos passou a ser uma escolha e não mais uma consequência inevitável do processo de fertilização in vitro.

+Na menopausa, a mulher necessariamente seca por dentro? – Mito

A menopausa traz algumas mudanças físicas e, dentre elas, pode aparecer um ressecamento da mucosa vaginal que atrapalha nas relações sexuais, mas o transtorno pode ser facilmente corrigido. Procure um ginecologista.

+A primeira relação sexual da vida nunca engravida? – Mito

Todas as relações têm chance de gravidez, sendo apenas variável de acordo com o período do ciclo menstrual e a idade. Sendo assim, deve-se utilizar métodos contraceptivos para evitá-la.

Fonte: SOGESP

Mulher e sexualidade

Há muito tempo, a sexualidade é assunto tratado com ponderação e restrição no universo das mulheres. Se em determinados momentos, a figura sexual feminina foi divinizada — pelo poder de dar à luz –, em outros, vigorou uma visão menos romantizada, segundo a qual o prazer sexual era reservado ao homem. À mulher, restava o sexo como um meio para cumprir seu papel na perpetuação da espécie.

Tal visão machista isolava a mulher de uma função natural do corpo, o prazer, para focá-la tão somente na maternidade. Aquelas que se aventuravam a usufruir desse sentimento ficavam mal faladas. Uma espécie de punição moral.

Por consequência, um dos únicos temas discutidos mais abertamente e abordados com menos preconceito são os métodos de contracepção. Como não servem ao prazer e, sim, à prevenção, preocupar-se com as formas de não engravidar passou a ser tarefa quase que exclusiva das mulheres.

A NOVA GERAÇÃO DE ANTICONCEPCIONAIS

Apesar de as mulheres terem hoje maior representatividade social e assumirem múltiplos papéis como chefes de família, profissionais e mães, ainda carregam praticamente sozinhas o fardo do controle da natalidade. Em maio de 2012, a pílula anticoncepcional completou 50 anos e é possível notar que a evolução das tecnologias contraceptivas caminhou na mesma direção das preferências e dos comportamentos femininos de determinadas épocas.

Segundo pesquisa realizada pelo Ibope, as mulheres da geração Y (nascidas após 1965) tendem a buscar métodos anticoncepcionais que se encaixem melhor em sua rotina movimentada e se casem com suas prioridades atuais mais centradas na vida profissional. Por isso, elas procuram opções que exijam intervenções mais esporádicas, deem pouco trabalho e tenham menos efeitos colaterais.

A Dra. Cristina Guazelli, professora adjunta do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina, explica que as pílulas anticoncepcionais, compostas de estrogênio e progesterona (hormônios que impedem a ovulação), evoluíram e passaram a ter carga hormonal menor que as antigas, mantendo a mesma eficácia.

Foram adicionados, também, hormônios com efeito diurético — que minimizam o inchaço próprio da menstruação — e outros capazes de melhorar a textura do cabelo, suavizar problemas de pele, como a acne, e aliviar a irritabilidade e a cólica, sintomas comuns da TPM (Tensão Pré-Menstrual), amenizando algumas das principais queixas femininas.

Opções envolvendo tecnologias mais avançadas permitem intervalo maior entre uma dose e outra, diminuindo, assim, o risco de esquecimento. Esse é o caso dos anéis anticoncepcionais de silicone, introduzidos no canal vaginal no primeiro dia da menstruação e substituídos a cada sete dias, dos adesivos contraceptivos, que podem ser colados no braço, costas ou virilha também no primeiro dia da menstruação e trocados uma vez por semana e das injeções aplicadas mensalmente.

Para as mulheres que não querem engravidar num futuro próximo, Dra. Carmita Abdo, professora de psiquiatria e coordenadora de estudos em sexualidade da USP, sugere métodos mais estáveis, como o DIU. “Apesar de não ser uma opção nova, ainda dura mais que as versões modernas. Sua remoção é mais trabalhosa e necessita de intervenção médica, mas oferece conforto e evita o esquecimento”, explica.

CONTRADIÇÕES DA EVOLUÇÃO

Quando descobriu que estava grávida pela segunda vez, a cabeleireira Maria Ivone dos Santos decidiu que, após o nascimento da sua caçula, não teria mais filhos. Na época, com apenas 26 anos e sem muito acesso à informação, por sugestão do seu ginecologista, a jovem optou pela laqueadura, um método de esterilização em que são rompidos os ligamentos das tubas uterinas, canal onde o óvulo e espermatozoide se encontram.

O processo é reversível e as tubas podem ser ligadas novamente, mas nesses casos as chances de engravidar caem cerca de 30%. Naquele momento, o procedimento parecia a melhor opção para Maria Ivone. Ela não esperava, porém, que com um novo casamento o desejo de engravidar ressurgisse.

“Queria ter novamente um filho, mas seria um trabalho muito grande passar pela cirurgia de reversão em troca de uma probabilidade bem pequena de engravidar. Assim, acabei desistindo da ideia”, confessa Maria Ivone.

Hoje, com 42 anos, a pernambucana se completa com o papel de avó e acredita que teria tomado uma decisão diferente na época, caso seu ginecologista tivesse mostrado outras opções de contracepção tão eficientes quanto a laqueadura, entretanto com maior chance de reversão.

Para a Dra. Carmita, as pacientes escolhem métodos mais antigos, porque acreditam que os novos não se encaixam no seu perfil, já que muitos médicos nem sequer os sugerem. “Os ginecologistas devem exercer um papel mais ativo na informação sobre métodos contraceptivos, de forma a atender as atuais necessidades das mulheres brasileiras”, afirma.

Confirmando essa hipótese, dados do Ibope mostram que, apesar de terem mais acesso a informações, as mulheres mais jovens acabam optando por contraceptivos mais antigos. Uma vez que não têm conhecimento dos métodos mais novos, 68% dos pacientes continuam escolhendo as pílulas hormonais, enquanto apenas 28% escolhem a injeção.

Além da falta de conhecimento, há ainda a desconfiança em alguns novos medicamentos: 24% das entrevistadas não confiam na eficácia dos adesivos e 12% na do anel vaginal. Dra. Cristina explica que esse é um grande equívoco, já que os métodos mais novos são tão ou mais eficientes que os tradicionais. “O anel, por exemplo, evita a gravidez mesmo com taxas hormonais menores que as da pílula, pois o canal vaginal tem capacidade de absorção muito maior que a via oral” .

HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO

Engana-se quem acredita que os métodos contraceptivos são criações recentes. Apesar de ser um assunto controverso para algumas culturas e religiões, os procedimentos de controle da natalidade já eram estudados desde a época da Grécia e Egito antigos.

Os primeiros métodos foram descobertos e registrados pelo pai da medicina, Hipócrates de Quíos, entre os anos de 460 a.C. e 377 a.C., na Grécia. O filósofo descobriu que a semente de cenoura selvagem tinha eficácia contraceptiva.

A utilização de técnicas anticoncepcionais passou a ser tão frequente no cotidiano daquela época que o historiador Políbio registrou queda na natalidade na região do Mediterrâneo no século II a.C.

Fonte: www.drauziovarella.com.br

Benefícios da atividade física na saúde feminina

A prática regular de atividade física sempre esteve ligada à imagem de pessoas com o corpo em forma. Mas, hoje, já se sabe que outros benefícios do fitness se manifestam em todos os aspectos do organismo, desde a parte psicológica até o fortalecimento dos ossos e das articulações, especialmente para a mulher.

Quando uma pessoa inclui em sua rotina um programa de exercícios físicos bem planejados e estruturados, ela observa perda de peso e da porcentagem de gordura corporal, redução da pressão arterial em repouso, melhora do diabetes, diminuição do colesterol total e aumento do HDL-colesterol (o “colesterol bom”). Todos esses benefícios auxiliam na prevenção e no controle de doenças, sendo importantes para a redução da mortalidade associada a elas. Na vida da mulher moderna esta prática é essencial, uma vez que a demanda da vida diária torna imperativo que se alcance e se mantenha um nível satisfatório de potência aeróbica, força e flexibilidade.

Uma boa caminhada, por exemplo, pode oferecer efeitos significativos na saúde feminina, pois se trata de um exercício físico extremamente importante para a melhora de diversos aspectos no corpo da mulher, quando praticado pelo menos três vezes por semana e por mais de 30 minutos contínuos.

Os benefícios envolvem a melhora cardiovascular, não só por aprimorar o condicionamento físico, mas também por manter um bom controle da glicemia (açúcar no sangue) e diminuir o colesterol ruim. Há melhora da massa óssea, com contribuições para a prevenção da osteoporose, mais facilidade para emagrecer e diminuição nas chances de ocorrência de pressão alta.

Além isso, a produção de endorfinas, que advém do exercício aeróbico, proporciona sensação de bem estar, além de regularizar o ciclo hormonal na mulher. Com isso, as mulheres tendem a ter ciclos menstruais mais regulares, menos cólicas menstruais, menos efeitos relacionados à TPM, como dores nas mamas antes da menstruação e alterações de humor, e maior facilidade de engravidar, além do aumento da libido.

Exercício contra endometriose
Sabemos que mulheres submetidas a níveis elevados de estresse, especialmente as milhares que estão inseridas no mercado de trabalho e precisam cuidar da família, têm mais chance de ter endometriose, porque o estresse leva a uma diminuição da imunidade do organismo. Dessa forma, a atividade física pode contribuir até para a prevenção da endometriose, pois ajuda a controlar o estresse e o risco de desenvolvimento dessa doença. Além disso, a endorfina produzida atua diretamente no ovário diminuindo a produção do estrógeno que alimenta a endometriose.

Por isso, a regularidade na prática dos exercícios aumenta a longevidade, melhora o nível de energia, a disposição e a saúde de um modo geral, além de afetar de maneira positiva o desempenho intelectual, o raciocínio, a velocidade de reação, o convívio social. Traduzindo: há uma melhora significativa da qualidade de vida!

Fonte: Minha Vida

A importância do aleitamento materno

O leite materno é o alimento ideal para o seu bebê. Ele supre todas as necessidades nutricionais até os 6 meses de idade e protege a criança da desnutrição. Não existe leite materno “fraco” ou “aguado”.

O bebê deve mamar logo após o nascimento. O leite dos primeiros dias após o parto é chamado de colostro e oferece grande proteção contra infecções. Dizemos que o colostro é a “primeira vacina” do bebê.

A composição do leite materno fornece a água necessária para manter o seu filho hidratado, mesmo em temperaturas ambientais elevadas, está sempre fresco, encontra-se na temperatura certa e pronto para beber. Sua composição nutricional balanceada contribui para o crescimento e desenvolvimento adequado do seu filho.

Veja algumas vantagens de amamentar:

  • A criança amamentada ao seio estará protegida contra alergia e infecções, fortalecendo-se com os anticorpos da mãe e evitando problemas como diarreias, pneumonias, otites e meningites.
  • A amamentação é mais prática, mais econômica, e evita o risco de contaminação no preparo de outros leites.
  • A amamentação favorece o desenvolvimento dos ossos e fortalece os músculos da face, facilitando o desenvolvimento da fala, regulando a respiração e prevenindo problemas na dentição.
  • O aleitamento materno cria um vínculo entre a mãe e o bebê, proporcionando maior união entre eles. As crianças amamentadas são mais tranquilas, inteligentes e mais felizes.
  • A mãe que amamenta volta mais rapidamente ao seu peso normal. Reduzem-se os riscos de ter diabetes e infarto cardíaco.
    • A amamentação ajuda a reduzir a hemorragia após o parto e previne o câncer de mama e de ovário.
  • A mãe, ao oferecer o peito ao seu filho, transmite segurança, prazer e conforto. Ocorre liberação de hormônios – as endorfinas que aumentam a sensação de prazer e felicidade para a mãe que amamenta. Além disso, melhora sua auto-estima, ela sabe que o seu bebê está saudável porque está recebendo o alimento ideal: o seu leite!

O ato de amamentar é muito mais que oferecer nutrientes, é oferecer amor.

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria

Brasileiras deixam saúde do coração de lado, diz pesquisa

As brasileiras cuidam da saúde ginecológica, mas deixam de lado a atenção com a saúde em geral, especialmente a cardiovascular. A análise é do presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM), o professor doutor Antonio Carlos Lopes, ao avaliar os resultados da pesquisa Mulher Coração, divulgada neste mês.

Segundo o médico, as doenças cardiovasculares na mulher já ultrapassam as estatísticas dos tumores de mama e de útero. Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que elas correspondem a um terço das mortes no planeta, com 8,5 milhões de óbitos por ano – ou seja, mais de 23 mil por dia. Entre as brasileiras, principalmente as acima dos 40 anos, as cardiopatias chegam a representar 30% das causas de morte, a maior taxa da América Latina.

“É uma questão cultural. No passado, realmente as doenças cardiovasculares não afetavam tanto as mulheres. E é compreensível porque isso mudou: elas têm uma carga de trabalho pesada, vivem sob pressão para cuidar da família… Aliás, o sistema econômico familiar, hoje, depende delas. E há até aquelas que são responsáveis, sozinhas, por suas famílias”, lista Lopes, que continua: “Os problemas dos filhos são diferentes dos que as crianças tinham no passado. Tudo isso aliado à alimentação inadequada – com mais fast-food –, sedentarismo, tabagismo, obesidade e consumo excessivo de bebida alcoólica contribui para essa estatística”.

Detalhe: a pesquisa revela que 78,61% das entrevistadas têm histórico de hipertensão na família. E 69,65% delas contam com histórico familiar de doença cardiovascular, aumentando ainda mais as chances de ficarem doentes. “A genética não dá para modificar, claro, mas a mudança de hábitos é primordial para prevenir essas doenças”, reforça Lopes. Diabetes e alteração nas taxas de colesterol são outros fatores de risco importantes, assim como a chegada da menopausa e as terapias de reposição hormonal.

O pacote de bons hábitos inclui fazer uma atividade física regular, alimentar-se de maneira equilibrada (consumindo frutas, verduras e menos alimentos gordurosos), não fumar e evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, que têm impacto sobre a pressão arterial, além de manter o peso em dia. “O número de fumantes até caiu nos últimos anos no Brasil (na pesquisa, 14,14% informaram ser ou ter sido fumantes), mas, em compensação, as mulheres fumam mais agora do que no passado. E o alcoolismo entre elas aumentou (42,77% disseram beber)”.

Pelo fato de a mulher se consultar regularmente com o ginecologista (69,91% vão fazer check up uma vez por ano), Antonio Carlos Lopes recomenda que ela peça uma avaliação ao médico. “Ele não vai tratar dela, mas pode identificar os fatores de risco e encaminhar para um clínico ou cardiologista… Essa campanha Mulher Coração, que começou no ano passado, nasceu justamente da necessidade de informarmos a população feminina sobre a prevenção de doenças cardiovasculares. No Brasil, aproximadamente 30% dos acidentes cardiovasculares acontecem com mulheres. Assim, é de nossa responsabilidade divulgar as formas de identificar e evitar esses casos”, ressalta.

Fonte: A Tribuna.com.br

Endometriose: doença benigna de origem multifatorial

A doença benigna afeta de 10 a 15% das mulheres durante a idade reprodutiva e pode levar à infertilidade. Os locais mais comuns do crescimento anormal do endométrio, (originalmente, o tecido que reveste internamente o útero) são os ligamentos que sustentam o útero, os ovários, o intestino grosso e a bexiga. Como são tecidos originados do útero, os retalhos ou nódulos característicos da endometriose estão sujeitos tanto quanto o endométrio à influência do ciclo hormonal e ao sangramento caraterístico da menstruação. Começam aí os principais sintomas da doença, pois o sangue produzido fora do útero não tem por onde sair e o resultado é a degradação do próprio sangue e dos retalhos de tecido endometrial dentro do organismo, o que leva a inflamação, dor, formação de cistos e a infertilidade.

O QUE CAUSA

Ainda não se conhece exatamente a causa da endometriose. Mas se sabe que o fenômeno da menstruação retrógrada, em que parte do sangue menstrual, ao invés de sair pela vagina, reflui pelas tubas uterinas para dentro do abdome, tem participação importante no desenvolvimento da doença. O retorno de uma porção de tecido menstrual é comum em quase todas as mulheres, mas o sistema imunológico normalmente elimina o corpo estranho. As condições imunológicas que permitem ao tecido menstrual “criar raízes” e crescer como endometriose, em algumas mulheres, são objeto da maioria dos estudos atuais.

Outra explicação para a origem da doença é a teoria embólica, segundo a qual, o tecido endometrial migraria do útero para outras partes do organismo feminino através dos vasos linfáticos ou vasculares. Não está descartada a influência dos genes na doença. A predisposição genética favorece o desenvolvimento da endometriose. De acordo com estudos científicos recentes, compostos químicos organoclorados, usados na agricultura, poderiam ser  outros fatores do desenvolvimento da endometriose e, também, de outras doenças femininas dependentes de estrogênios, como os miomas e alguns tipos de câncer que afetam os órgãos reprodutivos.

OS PRINCIPAIS SINTOMAS

Dor antes e durante o período menstrual, muito mais forte do que a cólica menstrual normal, além de dor durante a relação sexual é um sintoma conhecido da endometriose. Outros sintomas comuns são fadiga e menstruações acompanhada de cólicas intestinais, dor nas costas, diarréias ou constipação intestinal seguida de mal estar. Quando a bexiga é afetada, pode ocorrer dor durante a micção. Algumas mulheres podem não sentir nenhum desses sintomas e a dor não tem, necessariamente, relação com o tamanho ou extensão dos tecidos em crescimento. Pequenos retalhos de tecidos podem produzir prostaglandinas em quantidade suficiente para causar dor intensa. A endometriose é uma causa comum de infertilidade. Cerca de 40 a 50% das mulheres com a doença apresentam também dificuldade para engravidar.

DIAGNÓSTICO

A maneira definitiva de confirmar a doença é o exame de laparoscopia, que usa um tubo com luz na extremidade para ver dentro da cavidade pélvica. É um tipo de intervenção cirúrgica, que requer anestesia e exige pequenos cortes para introdução dos instrumentos de exame. Mas, com a evolução recente dos exames de imagem, as diretrizes sobre a doença indicam a laparoscopia como um método de exceção para o diagnóstico, uma vez que exames especializados conseguem detectar os focos de endometriose com 99% de acurácia. Estes exames são a ressonância magnética de pelve e a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal. Ambos utilizam metodologia específica para o diagnóstico da endometriose, porém, são poucos os laboratórios especializados que oferecem essa abordagem.  O exame pélvico (realizado através do toque vaginal pelo ginecologista) também é fundamental quando há suspeita da doença, pois as lesões de endometriose podem ser facilmente sentidas como nódulos endurecidos e dolorosos ao exame ginecológico comum.

TRATAMENTOS

A endometriose pode ser controlada com medicamentos. Para mulheres que não querem engravidar é recomendado o uso dos anticoncepcionais, que podem ser orais, injetáveis ou até o DIU de hormônio. Esta terapia interrompe a menstruação, levando o endométrio a uma atrofia por longo período, o que mantém também os focos da doença sob controle. Para as que continuam apresentando sintomas dolorosos apesar do uso de contraceptivos, é indicada a associação de analgésicos e anti-inflamatórios. A terapia com medicamentos por 6 meses é suficiente para a melhora dos sintomas da doença em cerca de 65% das mulheres. Para aquelas que não melhoram com o tratamento hormonal, ou apresentam algumas situações específicas (cistos ovarianos de endometriose maiores que 4 cm, lesões na bexiga ou ureteres, lesões intestinais graves etc.) é indicada a cirurgia para retirada de todos os focos da doença. É fundamental que a cirurgia seja realizada por um bom especialista, uma vez que a endometriose causa muitas aderências pélvicas e frequentemente invade outros órgãos (como intestinos e bexiga), tornando o procedimento cirúrgico tecnicamente difícil.

Para mulheres com endometriose que querem engravidar, a cirurgia e as técnicas de reprodução assistida (fertilização in vitro) apresentam resultados comparáveis. Nesses casos, é essencial uma minuciosa avaliação individual, pois a escolha por cirurgia ou FIV depende de diversos fatores como idade da mulher, tempo de infertilidade, sintomas, localização das lesões, tratamentos já realizados, entre outros.

Paralelamente aos tratamentos medicamentosos é fundamental manter hábitos saudáveis como uma dieta balanceada para corrigir deficiências de certos nutrientes e atenuar os sintomas da endometriose. As vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais obtidos por meio de uma alimentação adequada e de suplementos, quando for o caso, podem ajudar na recuperação da fertilidade e no alívio do processo inflamatório além de reduzir muito o sofrimento de quem convive com dor crônica, pois tais nutrientes melhoram a resistência à dor.

SINAIS DE ALERTA

Existem vários graus ou estágios de desenvolvimento da endometriose, desde mais leves, que não produzem quase sintomas, aos mais dolorosos, com processo inflamatório, formação de cistos e cicatrizes. A relação abaixo pode ajudá-la a observar eventual suspeita da doença. Se tiver a experiência de mais de um desses sintomas durante o período menstrual ou de forma crônica procure seu médico para fazer os exames necessários.

  •     Cólica menstrual intensa ou incapacitante
  •     Dor pélvica persistente, fora da menstruação
  •     Dor durante a relação sexual
  •     Infertilidade
  •     Problemas urinários durante o período menstrual
  •     Dor para defecar (principalmente se relacionada à menstruação)
  •     Fadiga
  •     Dor na região lombar

Fonte: Dr. Igor Padovesi, ginecologista do setor de endometriose do Hospital da Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Cuidados com a gravidez da pré-concepção ao pré-natal

Os cuidados na gravidez devem ir além das consultas periódicas ao ginecologista. O estilo de vida que a mulher adota entre essas visitas fazem toda a diferença. Estar alerta ao corpo e se manter saudável são medidas que contribuem – e muito – para uma gravidez tranqüila, um parto seguro e uma recuperação mais rápida. Para quem está planejando engravidar, algumas medidas são indicadas ainda na fase anterior à concepção para garantir uma gestação bem-sucedida e um bebê saudável.

Ao planejar uma gravidez, uma das primeiras providências é a consulta com o médico eleito para acompanhá-la nessa etapa. Cerca de três meses antes de engravidar a candidata à gestante deve iniciar um tratamento com ácido fólico, suplemento que oferece um suporte importante na prevenção de malformações congênitas durante o desenvolvimento fetal, além de ajudar a prevenir a anemia na gestação.

É nessa consulta que o médico irá orientar a futura mãe sobre a série de exames chamados pré-concepcionais que terá de realizar. São exames clínicos feitos por meio da coleta de sangue e exames de imagem, para a detecção de patologias que podem interferir na gestação ou mesmo representar risco para a gestante e o bebê no processo de desenvolvimento fetal. A maioria destes é realizada em laboratório comum. São relativamente simples de agendar e com poucos pré-requisitos, quando o plano é engravidar de forma natural. Em casos especiais ou de fertilização assistida, o médico poderá pedir exames específicos, realizados por unidades especiais. Geralmente, estes exigem agendamento com certa antecedência e são feitos de acordo com o ciclo menstrual.

Na primeira consulta, o médico também irá avaliar a agenda de vacinas da mulher. Entra nessa lista a imunização contra rubéola, se a paciente não teve a doença, hepatites A, B e C, ainda que a C não represente riscos para o bebê e HPV. A única doença para a qual não há vacina é a do HIV.

Mulheres grávidas, que não foram vacinadas antes do início da gestação, não devem receber certas vacinas, como a tríplice viral. A imunização para rubéola, incluída na tríplice, contém o vírus atenuado, ou seja, ainda vivo quando é injetado, podendo causar algum tipo de malformação ao feto. Vacinas de vírus atenuados, incluindo as vacinas contra varicela e febre amarela, são contra-indicadas.

A mulher grávida poderá receber um reforço da vacina dupla para difteria e tétano, principalmente se passaram cinco anos ou mais desde a última dose, para evitar o tétano no recém-nascido. São necessárias três doses: duas durante a gravidez (sendo que a segunda deve ser aplicada ao menos 30 dias antes do parto) e, a última, após o nascimento do bebê. Durante o primeiro trimestre de gravidez, porém, a recomendação da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) é evitar a aplicação de toda e qualquer vacina.

Primeira consulta pré-natal

Em torno da oitava semana, no máximo até a 12ª semana, deve ocorrer a primeira consulta do período pré-natal. Se ainda não foi abordado o histórico clínico da paciente, o médico fará uma avaliação detalhada de questões relacionadas à sua saúde , ao ciclo menstrual, estilo de vida e ao histórico médico-familiar. Esta costuma ser a consulta mais demorada e você deve sentir-se à vontade para fazer as perguntas que desejar, esclarecer dúvidas sobre alimentação, relação sexual, alterações de humor, exercícios físicos e as limitações que a gravidez implica. Nos três primeiros meses de gravidez, a alta concetração de hormônios que participam do processo reprodutivo pode causar uma série de efeitos indesejados. Por isso o suporte de uma alimentação adequada, atividade física e até mesmo o diálogo terapêutico podem ajudar a amenizar os sintomas.

  • Principais exames solicitados na pré-concepção ou na primeira consulta pré-natal
  • Exame pélvico (genitália externa, colo e corpo uterino, anexos e pelvimetria interna clínica)
  • Tipo sangüíneo (se não tiver no prontuário)
  • Hemograma
  • Glicemia de jejum
  • Exame analítico da urina (EAS)
  • ExamesVDRL (sorologia não treponêmica)
  • Sorologia para rubéola: IgG e IgM (se não tiver exame anterior evidenciando imunidade)
  • Sorologia para Citomegalovírus : IgG e IgM (se não tiver exame anterior evidenciando imunidade)
  • Sorologia para Toxoplasmose: IgG e IgM (se não tiver exame anterior evidenciando imunidade)
  • Sorologia anti-HIV (com o consentimento prévio da paciente)
  • Ecografia transvaginal (se idade gestacional < 12 semanas) ou ecografia gestacional, quando ultrapassada essa idade
  • Colpocitologia oncótica (com o consentimento prévio da paciente)

Acompanhamento Pré-natal

A gestante deverá visitar o seu médico uma vez por mês até a 34ª semana de gestação. Depois disso, a frequência da consulta pré-natal passa para duas vezes ao mês, até a 38ª semana. A partir daí, o ideal é que a gestamte visite seu médico uma vez por semana até o parto. Nessas consultas, os médicos seguem uma rotina básica, que inclui: pesagem, questionário sobre sinais e sintomas, exame físico para avaliar a coloração  cutâneo-mucosa, o pulso e a pressão arterial, além de realizar a ausculta cardíaca, mensuração da altura do fundo uterino, avaliação da estática fetal e verificação da presença de edema em membros inferiores.

Caso a paciente tenha queixas específicas, o médico poderá solicitar exames complementares. Ultra-sonografias são importantes desde o início da gestação. Na primeira consulta pré-natal, por exemplo, o exame confirma a idade gestacional. Na 20ª semana, funciona como avaliação morfológica; e entre a 34ª e a 37ª semanas serve para verificar o crescimento fetal. O acompanhamento, os cuidados do pré-natal e o diálogo com o ginecologista facilitam o trabalho de parto, pois a gestante, bem informada pelo acompanhamento pré-natal, poderá colaborar com a equipe médica no nascimento do bebê.

Fonte: SOGESP