Baixa Imunidade x Saúde Íntima

O nosso corpo é como se fosse um motor e tudo está interligado. Sendo assim, é de se esperar que quando algo não vai bem, outras partes também podem ser afetadas.

Por isso, cuidar da imunidade é essencial para cuidar da saúde íntima também. 
Vou explicar porquê:

A imunidade é a defesa do nosso organismo e, quando ela não vai bem, acaba abrindo as portas para a entrada de doenças e infecções.

No caso da saúde íntima, quando estamos com a imunidade baixa, temos mais chances de desenvolver infecções urinária, vaginais, entre outras.

Por isso, vou citar algumas dicas para a imunidade que você já deve ter ouvido ao longo da sua vida, mas é sempre bom reforçar:

  • Alimentação: optar por alimentos ricos em fibras, verduras, legumes, frutas e proteínas. Além disso, beber muita água é fundamental e, quando der vontade de fazer xixi, não segurar, hein?
  • Higiene íntima: lavar a região íntima com sabão neutro, de preferência de bebê. Lavar as roupas íntimas adequadamente e evitar duchas vaginais. Ir ao ginecologista pelo menos uma vez por ano é fundamental.
  • Probióticos: o uso de probióticos também ajuda demais a manter nossa flora vaginal e intestinal equilibradas.
  • Exames em dia: é essencial estar com o Check Up em dia .
  • Corpo e mente: exercícios físicos e saúde mental devem ser prioridade na nossa vida. Mexa-se e pratique o auto conhecimento.

O que eu posso fazer para evitar corrimento?

Com a chegada do calor é muito comum o aparecimento de corrimento nas mulheres. São muitos os fatores que podem ocasionar infecções nas partes íntimas, mas alguns cuidados podem evitá-las.

Praias e piscinas colaboram para o aumento da umidadecalor e abafamento da região genital propiciando o desenvolvimento dos fungos. Além disso, a má alimentação, excesso de sol e bebidas alcoólicas baixam a imunidade contribuindo para o aparecimento de infecções.

A infecção genital feminina mais comum é causada por um fungo. A famosa Candidíase tem como sintomas um corrimento branco, pastoso que provoca coceira intensa, ardor, desconforto vaginal e vulvar, mas pode ser evitada com algumas medidas simples:

  • Use calcinhas de algodão, elas ajudam na transpiração vaginal;
  • Evite calcinhas com tecidos sintéticos (lycra e rendas), essas provocam abafamento e umedecem ainda mais a vagina;
  • Durma sem calcinha
  • Evite secar as roupas íntimas no banheiro, pois é um ambiente propício para proliferação de fungos e bactérias; 
  • Lave as roupas íntimas com sabão de coco, isso ajuda a evitar alergias; 
  • Passe o fundo das calcinhas para evitar a proliferação de fungos; 
  • Evite sabonetes íntimos
  • Evite o uso de absorvente diário
  • Melhore a alimentação com ingestão de alimentos coloridos e muitas frutas;
  • Evite permanecer com o biquíni molhado por muito tempo, melhor levar uma troca caso passe o dia na praia ou piscina;
  • Cuide da imunidade, busque descansar e dormir bem.

Como é o procedimento de retirada para troca ou retirada total do DIU?

O DIU (Dispositivo Intrauterino) Andalan é um método de longa duração e livre de hormônios optado pelas pacientes e/ou indicado pelo seu médico. A duração varia a depender do modelo, pode ser de 03, 05 ou 10 anos. Com o término do período de eficácia do produto, algumas mulheres optam em trocar o dispositivo por outro ou apenas retirar.

E como funciona esse processo de retirada ou troca?

A retirada costuma ser bem simples e no próprio consultório.

Passamos o espéculo vaginal e retiramos o DIU pelo fio que é deixado para fora da cavidade uterina durante o processo de inserção.

Pode ser que, durante esse processo, seja sentido uma leve dor ou desconforto. Além disso, é possível que haja um pequeno sangramento após a retirada.

É possível que, durante o processo de inserção, o fio tenha sido cortado muito curto e, por isso, não pode ser visto. Nesse caso, há duas formas de retirada: Utilizar uma pinça mais fina e longa que irá buscar o dispositivo dentro da cavidade uterina. Esse procedimento é feito dentro do próprio consultório. Porém, caso seja preciso pode-se realizar o procedimento dentro do centro cirúrgico e com sedação (Via Videohisteroscopia – que permite que o médico visualize internamente o posicionamento do DIU). Neste caso, também pode haver desconforto, porém apenas após o efeito da sedação e também um pequeno sangramento.

Como a Yoga pode diminuir suas cólicas menstruais?

O você faz para ajudar a melhorar as dores das cólicas menstruais?

A cólica menstrual é, sem sombra de dúvidas, uma das maiores torturas na vida da mulher. Enquanto uma parcela privilegiada das mulheres passa pelo ciclo menstrual sem vivenciar esse dor, outras sofrem todos os meses com esse incômodo. Com isso, “aqueles dias” ficam realmente insuportáveis, tornando mais difícil manter uma rotina normal.

O que você faz para amenizar e lidar com essa dor?
Já pensou em praticar yôga?
O Yôga consiste em um conjunto de técnicas milenares de respiração (pranayama), posturas (ásanas) e meditação, que buscam unificar o corpo e a mente, desenvolvendo a capacidade de reconhecer as situações e sentimentos tais quais são e lidar de forma realista e eficaz. Desenvolvendo também um maior gerenciamento e tolerância a dor, o yôga auxilia na redução da ansiedade e a tensão relacionada as dores menstruais.
Por trazer benefícios ao organismo feminino e expandir o autoconhecimento corporal, estas práticas também não poderiam deixar de ser relevantes quando o assunto é cólica menstrual.
Algumas dicas para aliviar as cólicas menstruais

Lembrando que é muito importante reservar um lugar agradável e tranquilo para a sua prática.

1-Praticar respiração (pranayama) abdominal. Ao longo do dia respirar pelo abdómen de forma lenta,relaxada, uniforme e profunda:
* Inspira, expandindo principalmente abdômen e diafragma.
* Expira passivamente, evitando movimentos bruscos, não contraia, apenas relaxe o abdômen aliviando a tensão na região pélvica.

2-Faça também respirações associando um som vibracional, o que criará uma vibração especial no seu baixo ventre permitindo a liberação da dor. Para isso basta ao expirar pela boca, fazer um som audível, profundo e visceral, como uma espécie de rugido “ohhhhhhhh”. Esta vibração atua não somente no diafragma pulmonar, mas também no diafragma da garganta e pélvico, permitindo que eles trabalhem em sintonia.

3-Evite práticas intensas, inversões e flexões para trás com muita intensidade. Deve-se relaxar completamente em cada postura ou técnica respiratória, deixando o abdômen solto e relaxado.

*Importante sempre buscar orientação de um profissional de Yôga treinado e capacitado.

Prevenção da Gravidez na Adolescência: Cuidados e Orientações

 

A gravidez na adolescência é um tema de grande importância, uma vez que pode acarretar em impactos físicos, emocionais e sociais significativos para os jovens envolvidos. Para evitar uma gravidez não planejada nessa fase da vida, é essencial adotar medidas de prevenção adequadas. Aqui estão algumas informações e orientações sobre como cuidar para não engravidar durante a adolescência:

1. Educação Sexual Aberta e Informação: O primeiro passo para prevenir a gravidez na adolescência é ter acesso a informações confiáveis sobre saúde sexual e reprodutiva. É crucial que os adolescentes sejam informados sobre métodos contraceptivos, anatomia, ciclo menstrual e riscos associados à atividade sexual não protegida.

2. Uso Consistente de Métodos Contraceptivos: Existem vários métodos contraceptivos disponíveis, desde preservativos masculinos e femininos até pílulas anticoncepcionais, dispositivos intrauterinos (DIUs), implantes subcutâneos, entre outros. Consultar um profissional de saúde permitirá escolher o método mais adequado com base nas necessidades individuais.

3. Preservativos – Dupla Proteção: O uso de preservativos é fundamental para prevenir tanto a gravidez quanto as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Os preservativos fornecem uma camada adicional de proteção, sendo uma escolha sensata, especialmente para os jovens que ainda não estão em um relacionamento estável.

4. Conversas Abertas com Parceiros: Comunicar-se abertamente com um parceiro sobre o uso de métodos contraceptivos e a prevenção da gravidez é essencial. Garantir que ambos estejam alinhados quanto aos cuidados necessários ajuda a evitar situações não planejadas.

5. Acesso a Serviços de Saúde: Os adolescentes devem ter acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva. Isso inclui consultas regulares com um médico ou profissional de saúde, onde podem discutir suas preocupações, receber orientações e obter prescrições para contraceptivos, se necessário.

6. Autoconhecimento e Autocuidado: Entender o próprio corpo e ciclo menstrual é fundamental. O conhecimento do período fértil auxilia na escolha de quando é mais seguro ter relações sexuais sem proteção, mas essa não é uma abordagem infalível e deve ser combinada com um método contraceptivo.

7. Pressões Sociais e Comunicação Assertiva: Os adolescentes podem enfrentar pressões para se envolverem sexualmente. Aprender a dizer “não” de maneira assertiva e tomar decisões baseadas em seu próprio bem-estar é essencial.

8. Planejamento do Futuro: Ter metas educacionais e de carreira pode ajudar os adolescentes a focarem em seus objetivos, o que por sua vez pode influenciar a tomada de decisões responsáveis em relação à atividade sexual.

Lembrando que cada pessoa é única, é importante que os adolescentes busquem aconselhamento médico e orientação de profissionais de saúde para tomar decisões informadas sobre sua vida sexual e reprodutiva. Prevenir a gravidez na adolescência requer conscientização, educação e a adoção de medidas de proteção adequadas.

Para meninas e adolescentes – visita ao ginecologista

Quando devo ir ao ginecologista pela primeira vez?

O ginecologista e obstetra é um médico que se especializa no cuidado à saúde da mulher.

A primeira visita ao ginecologista deve ser logo após a primeira menstruação, pois a partir deste momento a menina se torna fértil, ou seja, torna-se capaz de engravidar e ter um bebê. Por isso a menina deve aprender sobre o funcionamento de seu corpo, como é a ovulação, como são as cólicas menstruais, como se prevenir de uma gravidez indesejada e como se cuidar para não contrair DST’s (doenças sexualmente transmissíveis), como o HPV ou o HIV.

Devo escolher médica ou médico?

A escolha do profissional é pessoal, a menina deve escolher o médico com o qual tenha mais afinidade e se sinta mais confortável, e caso na primeira consulta ela não fique à vontade com o profissional escolhido ela tem liberdade para trocar de médico.

É normal ficar nervosa antes da primeira visita?

É normal sentir-se nervosa e ansiosa antes de sua primeira visita. Antes da consulta, conversar com seus pais, amigas ou alguém de sua confiança pode ajudá-la. Fale ao seu médico que está nervosa, questione suas dúvidas, pois assim o profissional pode ajudá-la a sentir-se mais confiante, e estabelecer uma boa relação.

O que devo esperar na primeira consulta ginecológica?

A primeira visita pode ser apenas uma conversa entre você e seu médico. Você pode descobrir o que esperar em futuras visitas e obter informações sobre como se manter saudável. Nessa consulta também poderão ser realizados alguns exames, dentre eles o exame clínico e físico e ginecológico.

O seu médico poderá questionar sobre você e sua família, e algumas perguntas poderão parecer pessoais, como questões sobre o seu período menstrual ou atividades sexuais, contudo essa conversa é valiosa para avaliação de sua saúde.

Todas as informações conversadas com o seu ginecologista no consultório são sigilosas. Dessa forma, a confidencialidade é mantida. Porém, o seu médico pode conversar com seu responsável em situações consideradas de risco – gravidez, abuso de drogas, não adesão aos tratamentos recomendados, doenças graves, risco à vida ou a saúde de terceiros, pois nestas situações a participação e o consentimento dos pais ou responsáveis torna-se necessária.

Que exames serão realizados?

Você poderá realizar alguns exames na primeira visita. Na maioria das vezes, são realizados:

• exame físico geral

• exame genital externo

Normalmente você não precisará de um exame pélvico na primeira visita a menos que tenha alguma queixa, como sangramento ou dor anormal.

Vou ter que tirar a roupa?

É necessário para a realização do exame físico que a menina fique sem roupa, mas o ginecologista sempre utiliza um avental descartável para que a menina não fique tão exposta. Não há razão para vergonha, o médico está habituado a esta situação e lembre-se que ele está cuidando da sua saúde.

O que acontece durante um exame físico geral?

Durante o exame geral, a sua altura, peso e pressão arterial serão verificados. Você também será examinada em relação aos problemas de saúde que possa ter.

O que acontece durante um exame genital externo?

Neste exame, o médico olha para a vulva (área mais externa do órgão genital feminino, veja no glossário). Ele ou ela pode dar-lhe um espelho para que você possa olhar para a vulva também. Este exame é uma boa maneira de aprender sobre o seu corpo e os nomes para cada parte.

O que são o exame pélvico e teste de Papanicolau?

O exame pélvico é dividido em tem três partes:

1. Exame da vulva

2. Exame da vagina e colo do útero com o auxílio de um espéculo

3. Toque vaginal, que consiste em avaliar os órgãos internos (útero e ovários) com uma mão enluvada.

No teste de Papanicolau o médico coleta uma amostra de células do seu colo do útero com uma pequena espátula e escova. Esse teste é essencial para a prevenção de câncer de colo de útero.

Para verificar os seus órgãos internos, o médico irá colocar um ou dois dedos enluvados, lubrificadas na vagina e até o colo do útero. O outro lado vai pressionar sobre o abdômen do lado de fora.

Menstruei. E agora?

Você pode ir ao ginecologista menstruada, contudo não realizará o exame pélvico e coleta de Papanicolau. Ficará para a próxima visita!

Que preocupações especiais podem ser discutidas com a minha ginecologista?

Muitas mulheres jovens compartilham as mesmas preocupações com a saúde. A maioria dessas preocupações fazem parte do processo de amadurecimento:

* Cólicas e problemas com períodos menstruais

* Acne

* Peso

* Sexo e sexualidade

* Controle de natalidade

* DSTs

* Álcool, drogas e tabagismo

* Alterações emocionais

Lembre-se todas as suas dúvidas devem ser perguntadas, não se envergonhe, aproveite a visita ao ginecologista para esclarecer todos os seus questionamentos, este é o momento em que você está cuidando de sua saúde e de seu bem-estar.

O que posso fazer para me manter saudável?

Fazer boas escolhas de estilo de vida pode ajudá-la a ser forte e saudável pelos próximos anos:

* Mantenha um peso adequado, com uma dieta bem equilibrada e exercícios frequentemente.

* Evite fumar, beber álcool e usar drogas ilegais.

* Procure ajuda se você tem alterações emocionais ou sentir-se deprimido.

* Use os métodos contraceptivos se você está tem vida sexual ativa e não deseja ter um bebê.

* Proteja-se contra as DSTs usando o preservativo de látex (camisinha). Conheça os seus parceiros e limite seu número.

* Mantenha-se em dia com as visitas ao ginecologista, com exames de rotina, testes e imunizações.

Para as mães!

Mães por favor mantenham-se calmas, conversem com suas filhas, lembre-se que sua menina está se tornando uma mulher e logo terá novos questionamentos sobre seu corpo, desejos e experiências, por isso tenha tranquilidade e a escute. Você pode acompanha-la ao ginecologista, contudo respeite a privacidade de sua filha, caso perceba que ela ficará mais à vontade se estiver sozinha com o médico ou ainda se ela o pedir, você pode participar da consulta e sair antes, para deixá-la confortável.

Glossário

* Colo uterino: A extremidade inferior, estreita do útero, que se projecta na vagina.

* Condom: A bainha fina usada para cobrir o pênis durante a relação sexual para prevenir infecções sexualmente transmissíveis e gravidez. Período menstrual: A descarga de sangue e tecido do útero que ocorre quando um óvulo não for fertilizado (também chamado de menstruação).

* Controle de natalidade: Prevenção da gravidez.

* Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST): Infecções que são transmitidas por contato sexual.

* Espéculo: Um instrumento usado para armazenar abrir as paredes da vagina.

* Exame pélvico: Um exame manual de órgãos reprodutivos da mulher.

* Métodos contraceptivos: são os métodos utilizados para evitar gravidez indesejada (pílulas anticoncepcionais, camisinha, DIU, dentre outros).

* O ginecologista e obstetra: Um médico com habilidades especiais, treinamento e educação em saúde da mulher.

* Teste Papanicolaou: Um teste em que as células são retiradas do colo do útero e vagina e examinado sob um microscópio, utilizado como principal ferramenta na prevenção de câncer de colo uterino.

* Vagina: Uma estrutura de tubo, rodeada pelos músculos que conduzem a partir do útero para o exterior do corpo. Vulva: A área genital feminina externa.

* Vulva: É a parte externa do órgão genital feminino. Externamente pode ser revestida por pelos púbicos. É constituída pelos grandes lábios e um par de pregas mais finas, os pequenos lábios. No interior dos lábios encontram-se o clitóris, a abertura da uretra e a abertura da vagina.

Fontes:

1- Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)

2- The American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG)

A importância do Pré Natal

O pré-natal é uma etapa crucial do cuidado da saúde materna e fetal durante a gravidez. É um processo de monitoramento regular e acompanhamento médico que visa garantir que a mãe e o feto estejam saudáveis e bem-cuidados durante todo o período gestacional. A importância do pré-natal é inquestionável, pois ele ajuda a prevenir e identificar problemas de saúde que possam surgir durante a gravidez, além de fornecer orientação para o parto e pós-parto.

Durante o pré-natal, a mãe recebe uma série de exames e avaliações que ajudam a monitorar sua saúde e a saúde do feto. Entre esses exames estão a verificação da pressão arterial, a medição do peso e altura, o exame de urina, o exame de sangue, a ultrassonografia, entre outros. Esses exames ajudam a identificar qualquer problema de saúde que possa surgir durante a gravidez e permitem que o médico tome medidas preventivas ou inicie um tratamento adequado para garantir a saúde da mãe e do feto.

Além disso, o pré-natal é uma oportunidade para a mãe receber orientação sobre como manter uma dieta saudável, evitar substâncias prejudiciais como o álcool e o tabaco, praticar atividade física adequada e fazer outras escolhas que possam contribuir para uma gravidez saudável. A mãe também pode receber informações sobre o parto, as opções de parto e sobre o cuidado do recém-nascido após o nascimento.

O acompanhamento pré-natal é especialmente importante para mulheres que apresentam riscos adicionais durante a gravidez, como mulheres com idade avançada, mulheres com doenças crônicas, mulheres com histórico de abortos espontâneos ou mulheres que já tiveram partos complicados anteriormente. Nesses casos, o pré-natal pode ajudar a monitorar os riscos e a tomar medidas para garantir que a gravidez prossiga da maneira mais segura possível.

Em resumo, o pré-natal é uma etapa fundamental do cuidado da saúde materna e fetal durante a gravidez. Ele ajuda a identificar e prevenir problemas de saúde, oferece orientação e suporte para a mãe e o feto e contribui para uma gravidez saudável e segura. Por isso, é essencial que todas as mulheres grávidas recebam acompanhamento pré-natal adequado e regular durante toda a gestação.

Cuidados com as DST’s

As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) afetam tanto homens quanto mulheres, mas as mulheres podem ter complicações mais graves se não tratadas adequadamente. Por isso, é importante que as mulheres tenham alguns cuidados para prevenir as DSTs e também saibam reconhecer os sintomas e buscar tratamento rapidamente, se necessário. Alguns desses cuidados incluem:

  1. Usar preservativo em todas as relações sexuais, mesmo no sexo oral, anal e vaginal.
  2. Fazer exames regularmente para detectar DSTs, especialmente se tiver mudado de parceiro sexual.
  3. Não compartilhar objetos pessoais, como escovas de dente, lâminas de barbear e alicates de unha.
  4. Evitar o uso de duchas vaginais, pois elas podem afetar o pH natural da vagina e aumentar o risco de infecções.
  5. Ter relações sexuais somente quando estiver em condições de segurança e conforto.
  6. Manter uma boa higiene íntima, lavando a região genital diariamente com água e sabão neutro.
  7. Evitar o consumo de drogas ilícitas, que podem aumentar o risco de transmissão de DSTs.
  8. Procurar um médico imediatamente se notar qualquer sintoma de DST, como corrimento vaginal, coceira, dor ao urinar, feridas ou bolhas na região genital.
  9. Comunicar ao parceiro sexual se for diagnosticada com uma DST, para que ele também possa buscar tratamento e evitar a reinfecção.

Lembrando que a prevenção é sempre o melhor remédio e que o diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para evitar complicações.

Endometriose

Endometriose é uma afecção inflamatória provocada por células do endométrio que, em vez de serem expelidas, migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal.

O endométrio é uma mucosa que reveste a parede interna do útero, sensível às alterações do ciclo menstrual, e onde o óvulo depois de fertilizado se implanta. Se não houve fecundação, boa parte do endométrio é eliminada durante a menstruação. O que sobra volta a crescer e o processo todo se repete a cada ciclo.

Endometriose é uma afecção (uma modificação no funcionamento normal do organismo) inflamatória provocada por células do endométrio que, em vez de serem expelidas, migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar.

Endometriose profunda é a forma mais grave da doença. As causas ainda não estão bem estabelecidas. Uma das hipóteses é que parte do sangue reflua através das tubas uterinas durante a menstruação e se deposite em outros órgãos. Outra hipótese é que a causa seja genética e esteja relacionada com possíveis deficiências do sistema imunológico.

A endometriose pode ser assintomática. Quando os sintomas aparecem, merecem destaque:

  • Cólica menstrual (dismenorreia) que, com a evolução da doença, aumenta de intensidade e pode incapacitar as mulheres de exercerem suas atividades habituais;
  • Dispareunia: Dor durante as relações sexuais;
  • Dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação;
  • Infertilidade.

Diagnóstico de endometriose

 

Diante da suspeita, o exame ginecológico clínico é o primeiro passo para o diagnóstico, que pode ser confirmado pelos seguintes exames laboratoriais e de imagem: visualização das lesões por laparoscopia, ultrassom endovaginal, ressonância magnética e um exame de sangue chamado marcador tumoral CA-125, que se altera nos casos mais avançados da doença. O diagnóstico de certeza, porém, depende de uma biópsia.

Tratamento da endometriose

 

A endometriose é uma doença crônica que regride espontaneamente com a menopausa, em razão da queda na produção dos hormônios femininos.

Mulheres mais jovens podem valer-se de medicamentos que suspendem a menstruação: a pílula anticoncepcional tomada sem intervalos e os análogos do GnRH. O inconveniente é que estes últimos podem provocar efeitos colaterais adversos.

Lesões maiores de endometriose, em geral, devem ser retiradas cirurgicamente. Quando a mulher já teve os filhos que desejava, a remoção dos ovários e do útero pode ser uma alternativa de tratamento.

 

Recomendações para lidar com a endometriose

 

  • Não imagine que a cólica menstrual é um sintoma natural na vida da mulher. Procure o ginecologista e descreva o que sente para ele orientar o tratamento;
  • Faça todos os exames necessários para o diagnóstico da endometriose, uma doença crônica que acomete mulheres na fase reprodutiva e interfere na qualidade de vida;
  • Inicie o tratamento adequado ao seu caso tão logo tenha sido feito o diagnóstico da doença;
  • Saiba que a endometriose está entre as causas possíveis da dificuldade para engravidar, mas a fertilidade pode ser restabelecida com tratamento adequado.

Fonte UOL

Como escolher um bom médico ginecologista?

A saúde da mulher é um assunto que deve ser sempre levado a sério. Afinal, a saúde dela e de todas as suas fases da vida são regidas pelo equilíbrio do bem-estar físico, mental com o dinâmico status hormonal feminino, que permitem a ciclicidade e singularidade do organismo da mulher. O médico ginecologista é o especialista responsável pelos cuidados com o sistema reprodutor da mulher, com o tratamento de suas patologias e com as singularidades do corpo feminino.

Então, nada mais certo e interessante do que ter um profissional especializado no assunto, não é mesmo?

Mas, afinal, como escolher um bom profissional dessa especialidade? E quais são as suas funções de fato? Ao longo do texto, responderemos a essas perguntas para que você entenda exatamente como e por que se cuidar regularmente e de forma adequada. Boa leitura!

O que é um médico ginecologista e por que ele é importante?

Como dissemos, os médicos ginecologistas são profissionais especializados nos cuidados com a saúde da mulher. Eles são responsáveis, portanto, por diagnosticar, tratar e prevenir patologias que podem atingir principalmente o sistema reprodutor feminino, podendo também cuidar de outras áreas do corpo da mulher.

Agora, veremos algumas das atribuições desse profissional, para que você possa entender a importância do seguimento ginecológico. Vamos lá?

Orientar sobre saúde reprodutiva

Uma das principais atribuições do ginecologista é orientar as suas pacientes sobre os cuidados com a saúde íntima e reprodutiva, tirando todas as dúvidas sobre, entre outros aspectos, anticoncepção, planejamento familiar, além de prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis, buscando trazer segurança no dia-a-dia reprodutivo das mulheres.

Identificar e controlar desequilíbrios hormonais

Apesar do médico endocrinologista poder ser algumas vezes uma boa ajuda para questões hormonais diversas, o médico ginecologista deve ser aquele que diagnostica e trata as alterações endócrinas (hormonais) específicas da mulher, ao longo de suas fases da vida. Os distúrbios endócrinos específicos da mulher são diversos e o papel do ginecologista na sua condução e tratamento é fundamental.

Tratar distúrbios menstruais

Os transtornos menstruais, como o aumento do fluxo menstrual ou de sua duração ou mesmo sua irregularidade são queixas bastante comuns no consultório ginecológico. E seu diagnóstico exige uma investigação específica, já que sua etiologia (causa) pode ser bastante diversa. Sendo assim, cabe ao ginecologista identificar e conhecer a fundo as características desse distúrbio e tratar suas causas de forma especializada.

Prevenir câncer de mama e de colo de útero

Talvez, em termos de saúde pública, um dos pontos principais do acompanhamento ginecológico de rotina. Por meio das consultas periódicas e de exames propedêuticos realizados no próprio consultório, como o exame de Papanicolaou, e exames de imagem, como a mamografia e o ultrassom de mamas, faz-se o rastreamento do câncer de colo de útero e de mama, visando a prevenção de tais doenças ou seu diagnóstico e tratamento nas fases iniciais.

Definir o melhor método contraceptivo

A contracepção é um grande passo rumo à emancipação feminina, permitindo que as mulheres possam escolher se e quando querem engravidar. No entanto, a contracepção deve ser feita com cautela e com o método que melhor se encaixe com a sua individualidade, estilo de vida e condição de saúde. Quem pode ajudar nessa melhor escolha? O ginecologista!

Tratar disfunções sexuais

Dor durante as relações sexuais, questões relacionadas ao desejo sexual, orgasmo, lubrificação… todas são questões que merecem, sim, a atenção de um profissional especializado. A vida sexual satisfatória, prazerosa e saudável repercute diretamente no bem-estar da mulher. E diálogos abertos com o ginecologista sobre esse assunto são fundamentais para o diagnóstico e tratamento adequados desse quesito da saúde da mulher.

Quando devo consultar um ginecologista?

Apesar de variar de um ginecologista para outro, em geral, as consultas com o ginecologista começam após a menarca, ou seja, a primeira menstruação da vida da mulher. Depois desse momento, recomenda-se, pelo menos, uma a duas consultas ao ano.

No entanto, não se esqueça: o ginecologista é o médico especialista na saúde da mulher, de tal forma que todo sintoma que envolva a região genital ou o sistema reprodutor feminino já são motivos para se buscar o ginecologista, independentemente da idade ou se já tiver passado em consulta de rotina.

Apresentou algum sintoma? Tem alguma queixa ou dúvida? Então agende uma consulta com o seu profissional de confiança. Não deixe para depois!

Como escolher um bom médico ginecologista?

Para finalizar, é hora de descobrirmos algumas dicas para facilitar a sua vida na hora de escolher um bom profissional. Confira!

Busque recomendações

A primeira dica para que você possa fazer uma boa escolha de médico ginecologista é, sem dúvidas, buscar recomendações e indicações de profissionais que atuam em sua região. Converse com amigos, parentes e conhecidos e anote alguns nomes para continuar as suas pesquisas.

Faça uso da internet

A internet é sim uma ótima ferramenta para nos ajudar a encontrar o que queremos, inclusive informações sobre os profissionais da área da saúde. Entretanto, a internet isoladamente, também pode atrapalhar nossa busca ou nos enganar muitas vezes. Por isso, procure sites que trabalhem com a avaliação dos médicos, permitindo que você tenha uma ideia de como funciona o atendimento daquele profissional. E lembre-se sempre de usar a internet como um adicional na sua busca pelo profissional, sempre complementando com a indicação e com o estudo do currículo do profissional.

Estude o currículo dos médicos

Outra funcionalidade que é uma forma muito interessante e segura da busca por um profissional competente é a chance de pesquisar o currículo dos profissionais antes mesmo de passar por um atendimento com eles. O currículo médico mostra a sua especialização, eventual subespecialização, áreas de atuação, além de graduação acadêmica, trazendo maior segurança na busca por um profissional competente e adequado para te ajudar.

Certifique-se da disponibilidade

Depois, é hora de pesquisar a disponibilidade daquele profissional. Qual o dia de atendimento? A agenda costuma ser muito cheia? O agendamento é ágil? Dê uma ligadinha e veja se há a possibilidade de atendimento dentro de um período que funcione bem para você.

Avalie as instalações da clínica ou do consultório

É sempre bom investigar a infraestrutura da clínica na qual você pretende ser atendida. Uma estrutura moderna, limpa sempre é interessante para um atendimento adequado.

Agora que você já sabe como escolher um bom médico ginecologista e conhece a importância desse profissional para a saúde feminina, não perca tempo e agende uma consulta de rotina o quanto antes!

Como o câncer de mama pode afetar a fertilidade?

câncer de mama costuma ser mais comum em mulheres acima dos 50 anos. Em 10% dos casos, no entanto, a doença surge uma década antes e a preocupação sobre o quanto o tratamento pode impactar na fertilidade passa a ser debatida.

Caso a paciente receba a indicação da quimioterapia, há um risco de que a medicação comprometa a reserva de óvulos e, em algumas situações, antecipe a menopausa. No caso da cirurgia e da radioterapia — outras ferramentas terapêuticas —, o impacto na fertilidade é menor.

De acordo com João Bosco Oliveira, imunologista e diretor médico da Genomika Einstein, se o diagnóstico ocorrer enquanto o tumor tiver menos de um centímetro de tamanho, as chances de cura podem ultrapassar os 90%, e o tratamento tende a ser menos agressivo. “A prioridade nesses casos sempre será o tratamento adequado do câncer”, explica.

Papel da genética na gestação

A genética pode ser uma aliada à paciente que desejar engravidar após o tratamento. Uma das possibilidades oferecidas atualmente é a coleta e congelamento dos óvulos antes da quimioterapia.

Passada a doença, os especialistas fecundam os óvulos e realizam uma Triagem Genética Pré-Implantação, ou PGT-A. Este exame amplia as chances da fertilização in vitro ser bem sucedida, pois avalia geneticamente os embriões. A técnica é realizada pela Genomika Einstein.

“O exame irá avaliar o embrião geneticamente e indicará aqueles que possuem mais chance de resultar em uma gravidez, reduzindo o risco de abortos espontâneos”, explica Oliveira.

Câncer de mama precoce pode ter fatores genéticos

Casos de câncer de mama em mulheres com menos de 40 anos podem estar associados a predisposições genéticas. As mais comuns são as mutações que ocorrem nos genes BRCA1 e BRCA2. O Painel NGS de Risco Hereditário de Câncer, exame também realizado pela Genomika Einstein, analisa 44 genes relacionados ao risco aumentado de desenvolver vários tipos de câncer, incluindo os de mama e ovário.

Mulheres negras ainda buscam igualdade

O mundo está se transformando, sob vários aspectos. Ou, pelo menos, está tentando mudar. O preconceito histórico que envolve diversas questões, como classe social, religião, sexo ou orientação social, está sendo combatido gradativamente. Atualmente, a tolerância para situações ou comportamentos que levam à desigualdade e a constrangimentos é cada vez menor.

Porém, mesmo com esse movimento crescente, ainda estamos longe do cenário ideal. Isso porque, como já dito, são valores equivocados que vêm de séculos. São centenas de anos em que o preconceito predominava. Pior, ele se enraizou de tal forma que significativa parcela da população mundial continua acreditando em absurdos, como criticar ou condenar uma pessoa por sua cor de pele, por exemplo. Esse processo histórico trouxe situações de desigualdade. E não seria diferente com a condição das mulheres negras no mercado de trabalho.

Essa questão envolve dois preconceitos históricos: a desigualdade de gênero e a condição racial. A pesquisa “Potências (in)visíveis: a realidade da mulher negra no mercado de trabalho”, publicada no final de 2020, é um dos maiores levantamentos já realizados no Brasil sobre o tema de inclusão racial e de gênero no mundo corporativo. O trabalho é resultado da parceria entre a consultoria Indique uma Preta e a empresa Box1824.

Organizada no período de seis meses, a pesquisa não somente denuncia as dificuldades para a inserção das mulheres, como também destaca a necessidade de aprimorar ações afirmativas para ambientes de trabalho mais diversos.

Dados do IBGE

Os dados compilados são resultado de entrevistas com mais de mil mulheres negras de todo o país. E são alarmantes. As mulheres negras compõem 28% da população brasileira. Juntos, negros e negras representam 54,9% da força de trabalho do Brasil e 57,7 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE. No entanto, são também os representantes mais comuns entre os profissionais desocupados e subutilizados.
Das trabalhadoras negras entrevistadas para o estudo, 54% não exercem trabalho remunerado e 39% delas dizem estar procurando emprego no atual momento. Mesmo nas empresas que adotam ações afirmativas de inclusão racial, a questão hierárquica ainda é branca e maior parte dos cargos para pessoas negras são para assistentes ou analistas juniores. Apenas 9% ocupam cargos de chefia, como gerentes, supervisoras ou coordenadoras, sócias ou proprietárias. Ou seja, a desigualdade está aí, comprovada em números.

Exceções

Porém, existem exceções que desafiam a regra e mostram que é possível, sim, que mulheres negras trabalhem em igualdade de condições, desempenhando brilhantemente suas funções. Uma delas é Rachel Maia, 48 anos. Formada em Ciências Contábeis na FMU, galgou degraus em diversas empresas, mesmo tendo enfrentado dificuldades na infância. Após construir brilhante carreira, ocupou o cargo de CEO da Lacoste Brasil.
Um exemplo para identificar o óbvio. Que mulheres negras são capazes. O que precisamos é que os movimentos de combate à desigualdade ganhem mais força e representatividade. E que o mundo corporativo abandone ideias ultrapassadas e passe a considerar no seu processo de seleção o que realmente importa: a capacidade e engajamento profissional de cada um.

Câncer de colo de útero e a luta pela vacinação, rastreamento e tratamento precoce

Em agosto de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou uma resolução defendendo a erradicação do câncer de colo do útero até 2030. De acordo com a OMS, se todos os países conseguirem manter um índice de casos menor do que quatro a cada 100 mil mulheres, o câncer de colo de útero será eliminado do planeta. Desde então, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) aderiu à campanha e vem promovendo ações de amplo engajamento neste sentido.

O tema é de extrema importância no Brasil, que contabiliza o diagnóstico de 16 mil novos casos por ano, e desses, sete mil vão à óbito. Os números são do Instituto Nacional do Câncer (INCA), que confirma que este tipo de câncer é uma das principais causas de morte entre mulheres. “O câncer do colo do útero é ligado ao HPV, um vírus sexualmente transmissível. Porém, ele pode ser erradicado e, para tanto, estamos participando de uma estratégia para todo território nacional, cuja atuação se baseia em três pilares: vacinação, rastreamento e tratamento precoce. Na questão da vacinação contra o HPV, a meta é que 90% das meninas entre 9 e 15 anos sejam vacinadas. Seria importante também que ao menos 70% dos meninos entre 11 e 14 anos sejam vacinados, apesar desse objetivo não constar oficialmente das metas da OMS e da campanha, já que ela é dirigida predominantemente ao público feminino. Duas doses em um intervalo de seis meses são suficientes para a prevenção do HPV maligno, que causa o câncer, e também do HPV benigno, que causa verrugas pelo corpo. A vacina está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS)”, fala a doutora Cecília Maria Roteli Martins, presidente da Comissão Nacional Especializada em Vacinas da Febrasgo, doutora em ginecologia e obstetrícia pela Unicamp e pesquisadora da Faculdade de Medicina do ABC.

“Sobre a questão do rastreamento, o que almejamos é que 70% das mulheres realizem um exame diagnóstico com teste efetivo até os 35 e outro até os 45 anos de idade. Nesse pilar, consta também a intenção da substituição do exame do Papanicolau, o único disponível hoje no SUS, pelo teste efetivo contra o HPV, que faz a leitura do DNA do vírus e é muito mais preciso. Queremos ainda que 90% das mulheres identificadas com lesões precursoras ou câncer invasivo recebam tratamento adequado”, completa Dra. Cecília.

Evitando o pior

Apesar de ser passível de erradicação e tratamento, o câncer do colo do útero apresenta algumas características que o tornam perigoso. A principal delas é de que ele é assintomático, ou seja, os sintomas só aparecem quando a doença já se encontra em estágio avançado. “A aplicação da vacina já seria uma solução definitiva. E a importância do rastreamento e o consequente tratamento precoce evitam que ele chegue nesse ponto. Mulheres que têm o hábito de fazer o Papanicolau certamente não terão a doença ou, se terão, poderão tratá-la como uma lesão precursora, quando uma simples intervenção cirúrgica basta para a cura. Em estágios mais avançados o tratamento é muito agressivo, com a aplicação de quimioterapia, radioterapia e intervenções cirúrgicas muito mais invasivas”, explica a doutora Neila Maria de Góis Speck, presidente da Comissão Nacional Especializada do Trato Genital Inferior da Febrasgo, professora adjunta do departamento de ginecologia da Unifesp e coordenadora científica da Associação Brasileira do Trato Genital Inferior.


Quando o câncer não é tratado no início, a mulher pode apresentar sangramento durante a relação sexual, sangramento espontâneo que não corresponde a menstruação, além de dor, secreções incomuns e forte odor vaginal. “Estamos nessa luta há mais de 20 anos sem conseguir mudar essa triste realidade. E apesar do câncer não escolher idade ou classe social, é verificada uma incidência maior em mulheres não brancas (60%) e mais de 2/3 delas com menos de 8 anos de escolaridade. Ou seja, é um problema social também, que atinge mulheres que moram na periferia, ou ainda em regiões remotas do país”, comenta a Dra. Neila.

Câmara Técnica

Uma ferramenta que pode ser utilizada, especialmente para mulheres que vivem longe dos grandes centros, é a autocoleta. Um kit contendo uma escova para raspagem intravaginal e frasco com líquido apropriado pode ser obtido no SUS. O material proveniente da raspagem é encaminhado ao laboratório, podendo inclusive ser enviado pelo correio. Sua análise poderá constatar se existe o DNA do HPV, o que levaria, em caso afirmativo, a outros exames mais específicos.

Além da campanha de erradicação estar voltando ao protagonismo que merece, já que a pandemia da Covid-19 também interferiu nesse processo, outra boa notícia é a iniciativa do Ministério da Saúde em criar uma Câmara Técnica voltada exclusivamente para essa questão. O objetivo é que profissionais da saúde especializados no tema, entre eles a doutora Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo, membro da Comissão Nacional Especializada do Trato Genital Inferior da Febrasgo, possam dar à pasta o devido apoio técnico na atualização das ações de prevenção, detecção e tratamento precoce do câncer de colo de útero com foco na garantia de acesso e atenção integral às mulheres.

A doutora Cecília Maria Roteli Martins completa dizendo que “o desafio é enorme. Em 2014, quando a vacinação contra o HPV foi introduzida na rede pública de ensino, sua adesão foi fantástica. Porém, quando passou para o SUS, o resultado não foi o mesmo. Dados recentes mostram que 73,3% de meninas entre 9 e 15 anos tomaram a primeira dose, mas apenas 46,6% têm a segunda dose. Entre os meninos de 11 a 14 anos, as taxas são piores – 36,6% tomaram a primeira dose e apenas 19,2% a segunda – isso é muito pouco”.

Sobre a ampliação de informações acerca da prevenção do câncer de colo de útero a doutora Neila Maria de Góis Speck, afirma que “existe também a preocupação de disseminar conhecimento para todas as mulheres no Brasil, para que entendam o problema como um todo e pratiquem a prevenção. Até mesmo a classe médica necessita de capacitação; muitos profissionais nem ao menos seguem o protocolo sugerido pela OMS, tampouco a diretriz de rastreamento do câncer de colo uterino do INCA, com relação ao exame do Papanicolau. Acabar com tabus e preconceitos e incentivar o apoio familiar a quem tem o câncer do colo de útero são outras questões importantes que necessitam ser postas em prática o mais rápido possível”, conclui.

TROMBOEMBOLISMO VENOSO E CONTRACEPÇÃO

O tromboembolismo venoso (TEV) é caracterizado pela formação de coágulos de sangue no interior das veias, bloqueando de forma parcial ou total a passagem do sangue. Além disso, o termo é empregado para designar a combinação de duas doenças: a trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar (EP). A trombose venosa profunda é causada pela formação de coágulos no interior das veias profundas, geralmente ocorrendo nos membros inferiores do corpo, enquanto a embolia pulmonar é a obstrução das artérias do pulmão causada pela formação de coágulos (trombo).

É uma doença decorrente de condições diversas, adquiridas ou congênitas, e dentre os principais fatores de risco para o desenvolvimento do TEV estão aumento da idade, obesidade, cirurgia e trauma, câncer, gravidez e pós-parto, tabagismo, viagem de avião, varizes e uso de alguns hormônios. Entretanto, é uma doença rara em jovens.

O público feminino é mais comumente atingido pela doença devido à maior frequência de problemas genéticos que desencadeiam a trombose. Além disso, certos hormônios femininos, tanto os próprios da mulher quanto os ingeridos, tendem a provocar o aumento do processo de coagulação sanguínea em pessoas que já têm histórico familiar de trombose.
Para saber mais acesse a sessão de doenças femininas do gineco.com.br

Tromboembolismo Venoso e Contracepção

Fonte:

Cannegieter SC , Rosendaal FR. Pregnancy and travel-related thromboembolism. Thromb Res. 2013;131(1):S55-58.
Lensing AWA, Prandoni P, Prins MH, Büller HR. Deep-vein thrombosis. Lancet 1999; 353: 479–85.

Contracepção e tromboembolismo

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A maioria das mulheres não possui grande chance de desenvolver tromboembolismo, visto que é uma doença rara em jovens. sendo assim por esse motivo não possuem nenhuma contra indicação para o uso de quaisquer métodos contraceptivos.

No entanto, existem algumas mulheres que têm aumento de chance de desenvolver trombose ou que já tiveram e assim possuem restrições a certos contraceptivos, isso porque todos os contraceptivos combinados (pílulas, adesivo, anel vaginal, injeção mensal), ou seja, que contêm 2 tipos de hormônios femininos, o estrogênio e progesterona, aumentam o risco de desenvolver a doença.

A gestação nessas mulheres deve ser bem planejada, pois a gravidez e o pós-parto aumentam ainda mais o risco de desenvolver tromboembolismo.

Para essas mulheres, opções seguras são as opções sem hormônios ou contendo somente progesterona. Sendo que a eficácia é muito importante, os métodos mais indicados são os métodos de longa ação (LARCs da silga em inglês). são eles: DIU hormonal também conhecido como DIU Hormonal, DIU de cobre e implante.

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Vale ressaltar que algumas mulheres com alto risco de desenvolver tromboembolismo às vezes utilizam anticoagulantes que podem aumentar o fluxo menstrual. assim a opção do DIU Hormonal torna-se interessante já que também é indicado para reduzir o fluxo menstrual.

Caso você deseje saber se tem um aumento do risco para tromboembolismo ou deseja discutir mais sobre as características de cada método, procure o seu ginecologista; ele é a pessoa mais indicada para fazer essa avaliação.

CANDIDÍASE: INFECÇÃO COMUM, MAS QUE MERECE ATENÇÃO

Infecção provocada por fungos do gênero Cândida, a candidíase pode ocorrer em qualquer estação do ano, pois é considerada oportunista, isto é, ela se aproveita de um momento de maior fragilidade do organismo e da proliferação de microorganismos no ambiente, como conta a Dra. Flávia Fairbanks, professora e ginecologista da Clínica FemCare.

A médica explica que, no verão, a candidíase é comum devido à alta frequência a praias e piscinas, além do uso contínuo de biquínis molhados, contatos com areia e cloro, podendo estas situações mudar o pH ou alterar a flora vaginal, permitindo a instalação da infecção.

Já no inverno, a situação é outra: roupas justas e abafadas em excesso prejudicam a oxigenação vulvovaginal e também podem propiciar as infecções. Além disso, o abuso de álcool (vinhos, espumantes) e carboidratos devido ao frio (até os chocolates) também auxilia na acidificação vaginal e favorece as infecções fúngicas. “Por fim, a maior incidência de infecções nessa época, como gripes e resfriados, principalmente se tiverem sido acompanhados da necessidade de uso de antibióticos, também pode contribuir para a ocorrência da candidíase”, destaca.

Candidíase

Vale saber que este fungo, em níveis e condições normais, vive em nosso organismo sem causar maiores danos, mas ao encontrar ambiente propício para sua reprodução e um sistema imunológico deficiente, se multiplica, causando os sintomas de candidíase.

Grandes estudiosos da ginecologia afirmam que 75% das mulheres teriam, pelo menos, um episódio de candidíase na vida e 5% delas teriam o quadro de candidíase recorrente (mais de quatro episódios por ano). Apesar de não ser considerada uma doença sexualmente transmissível, ela pode ser transmitida através de relações sexuais, afetando homens e mulheres. Nas mulheres, os sintomas são dor, coceira, ardência, inchaço e vermelhidão na vulva, associados a dor para urinar e durante a relação sexual e, principalmente, corrimento esbranquiçado tipo leite talhado.

O primeiro passo para o tratamento é determinar as causas, combatê-las e evitar recidivas. O médico pode indicar antimicóticos e pomadas antifúngicas de uso local. Quando não são suficientes, ele prescreve medicamentos por via oral por tempo mais prolongado. Cabe ao ginecologista escolher o que é melhor para cada paciente.

Quando a candidíase vaginal não é tratada corretamente, ela pode se tornar um quadro persistente, repetindo em intervalos cada vez menores. Em casos mais sérios, em que existe depressão do sistema imunológico, a infecção é capaz de atingir órgãos vitais e, inclusive, gerar complicações nos rins, pulmões e levar a óbito.

Muitas mulheres sentem vergonha em falar sobre o assunto, mas a Dra. Flávia Fairbanks diz que não há nenhum motivo para isso, pois se trata de um problema de saúde que merece tratamento adequado. “O importante é ter informação, conhecimento, bom acesso ao serviço de saúde e cuidar/gostar bastante de si mesma. Isso vence qualquer obstáculo”, destaca.

Gravidez

Na gravidez existe aumento da incidência de candidíase devido à liberação dos hormônios da placenta que determinam o aumento da acidez vaginal, tornando o ambiente ideal para o fungo, além de existir uma diminuição da imunidade naturalmente nessa fase. Uma mulher grávida é dez vezes mais suscetível do que quando não está esperando bebê.
Importante ressaltar que a infecção por Cândida na mãe não prejudica o bebê. Se no momento do parto a mulher ainda tiver a infecção, há uma pequena chance de contágio quando a criança passar pelo canal vaginal. No entanto, não é grave e é facilmente tratável.

Durante os três primeiros meses de gravidez, os médicos não recomendam o uso de medicamentos. por isso, neste período, é preciso utilizar métodos naturais e o reforço da imunidade através de alimentos saudáveis.

Prevenção

Tudo o que permitir uma boa ventilação dos órgãos genitais é benéfico como forma de prevenir a infecção: dormir sem calcinha, utilizar calcinhas de algodão e evitar roupas de tecidos sintéticos e muito justas. Além disso, não consumir antibióticos sem necessidade, evitar o uso contínuo de absorventes internos, cuidar da higiene íntima, preferir o uso de papel higiênico branco e sem perfume, usar camisinha em todas as relações sexuais, bem como realizar as consultas preventivas periodicamente e seguir as recomendações do médico.

Ter uma rotina saudável e sem estresse também é fundamental para manter o sistema imunológico fortalecido. Algumas mudanças no cardápio podem prevenir a infecção e colaborar para acelerar o tratamento. A nutricionista da UNG Universidade, de Guarulhos, SP, Cristiane Botelho da Silva, lembra que a multiplicação fúngica descontrolada, se presente também no intestino, faz com que haja uma liberação de subprodutos que passam pela parede intestinal, causando uma variedade de sintomas como fadiga, gases, diarreia, infecções repetitivas, irregularidades menstruais, alergias, sensibilidade a medicamentos e até mesmo depressão.

Embora o primeiro passo seja uma avaliação médica, Cristiane Botelho da Silva diz que o nutricionista em conjunto com o médico pode orientar na melhoraria dos sintomas. A seguir, ela dá algumas dicas de alimentação para ajudar a lidar com o problema.

O que evitar
– Açúcares e carboidratos refinados e simples como biscoitos, arroz branco, macarrão e pão branco. Além de nutrir a Cândida, o doce modifica o pH intestinal.

– Vinho, cerveja e outras bebidas fermentadas pela ação dos fungos. Enquanto estiver com candidíase, todos os alimentos que contém fungos devem ficar de fora do cardápio, como cogumelos, vinagres e produtos que o incluem (ketchup, mostarda, azeitona e picles) e massas com fermento biológico (pão, pizza e torta).

– Alimentos ácidos, como arroz polido (branco), bebidas alcoólicas, café, doces (chocolates, bolos, tortas, sorvete, bala, adoçados com açúcar), refrigerantes normais e todos os cereais refinados.

Cristiane Botelho da Silva salienta que os probióticos são excelentes para a saúde intestinal e global do organismo e cabe ao médico receitar o melhor. Já a cebola e o alho são ótimos no combate tanto da Cândida quanto de outros parasitas, e devem ser consumidos na forma crua ou em suplementos de óleo ou extrato de alho.

“Uma alimentação equilibrada, com muita salada nas refeições, que são excelentes para a saúde intestinal, ajuda no controle da candidíase. A folha verde escura tem muitas fibras que auxiliam na fermentação das boas bactérias, mantém o pH do intestino adequado e, por consequência, controla os fungos”, explica.

Ela também indica o consumo de vitaminas e minerais, pois o sistema imunológico necessita de alguns nutrientes para o seu bom funcionamento, ajudando na prevenção e no tratamento da candidíase vaginal.

A nutricionista lembra que essas orientações são gerais e que o controle da infecção deve ser conduzido por um profissional, conciliando orientação dietética ao cuidado médico de um ginecologista.