O que acontece com o corpo da mulher após o parto e quais são os cuidados?

Depois do parto a atenção está toda no bebê. Afinal, ele precisa de cuidados e carinho para crescer de forma saudável. E isso exige a presença ativa da mãe 24h por dia. Mas não dá para esquecer que a mulher também vive um momento transformador – o de se tornar mãe – e passou uma grande experiência – o parto –, e precisa de cuidados também.

Diminuição do tamanho do útero: no primeiro dia após o nascimento do bebê, o fundo do útero está na altura do umbigo, quando apalpado. Após uma semana, ele pode ser sentido logo acima da sínfise púbica (osso da região anterior da bacia), e na segunda semana, não é mais sentido no abdome. Ele demora de seis a oito semanas para retornar ao seu tamanho de antes da gravidez. Durante esse período, seu peso diminui de 1.000 g para 60 g.

Nos três primeiros dias depois do nascimento, as contrações uterinas provocam cólicas abdominais, principalmente ao amamentar. Isso é resultado da liberação de um hormônio chamado oxitocina, que entre outras funções, estimula a contração do útero para diminuir o sangramento do puerpério.

Sangramento vaginal após o parto (loquiação): é o resultado da cicatrização e regeneração do local em que estava inserida a placenta dentro do útero.

Num primeiro momento, ocorre a saída de sangue avermelhado, que dura aproximadamente uma semana. O volume de sangramento tende a diminuir diariamente. É comum ter eventos de saída abrupta, mas com intervalos cada vez maiores. Conforme ocorre a diminuição do sangramento, ele se torna mais escurecido, com cor amarronzada, seguida por uma cor amarelada e finalmente mais esbranquiçada. Costuma cessar seis semanas após o parto.

Mamas: nos primeiros dois a três dias após o parto as mamas produzem o colostro, um precursor do leite materno, rico em minerais, proteínas, vitamina A e imunoglobulinas. No terceiro ou quarto dia ocorre a apojadura, que é a formação do leite materno para a amamentação. A mulher sentirá suas mamas crescerem, ficarem quentes e pesadas. Pode ser acompanhada de fraqueza, cansaço, mal-estar e, eventualmente, febre baixa.

Intestino: Após o parto o intestino da mulher fica mais lento e o aumento do volume da barriga é decorrente do acúmulo de gases. Esse acúmulo é intensificado caso a via de parto tenha sido cesárea, pois além das alterações hormonais, há o trauma da cirurgia propiciando uma lentidão acentuada do trânsito intestinal. Isso costuma melhorar bastante após uma semana e o intestino volta ao normal em seis a oito semanas.

O hábito intestinal deve ser semelhante ao hábito que a mulher tinha durante a gestação, que costuma ser um intestino mais obstipado. Para melhorar, uma boa dica é a caminhar e se movimentar para estimular o intestino a funcionar. Massagens na barriga, ter uma dieta rica em fibras e tomar muita água também ajuda.

Inchaço: Quando o útero contrai e diminui de tamanho, todo o sangue que estava dentro dele volta para corrente sanguínea. Desta forma, pode haver inchaço das extremidades (pés e mãos) principalmente na primeira semana depois do parto, voltando ao normal em seis a oito semanas.

Sono: A privação de sono é uma realidade para quem tem um recém-nascido em casa. A criança ainda depende da mãe para tudo. É preciso estabelecer prioridades. Os cuidados com o bebê estão em primeiro lugar. Outras questões de seu cotidiano, como os filhos mais velhos, cuidar da casa etc., ficam em segundo plano e devem ser compartilhados com o pai ou outra pessoa da família.

O cansaço crônico pode interferir na produção de leite e aumenta a chance de depressão pós-parto. Por isso, toda ajuda é bem-vinda para melhorar o bem-estar da mãe e do bebê. Fazer exercícios ajuda o organismo voltar ao normal e dá ânimo para a mãe. No primeiro mês após o parto o ideal é fazer exercícios leves como alongamentos, ioga e caminhadas.

Cuidados especiais para quem passou por uma cesárea

O cuidado mais essencial é a higiene no local da cicatriz: lavar o local do corte e deixá-lo sempre seco. Nos primeiros dias após o parto é natural que haja dor no local, por isso a paciente recebe analgésicos para o controle dessa dor. Caso o corte comece a ficar avermelhado, inchado e com saída de secreção, com piora da dor local, um médico deverá examinar para verificar presença de complicação no local.

Check-up feminino – prevenção e cuidado para a vida da mulher

Os cuidados com a saúde ao longo da vida e a prevenção são a melhor forma de obter uma vida longa e saudável. As mulheres apresentam peculiaridades relacionadas a vários âmbitos da saúde e atravessam períodos diferentes ao longo da vida, o que exige a necessidade e o hábito de realizar avaliações preventivas periódicas. A Rede Mater Dei de Saúde destaca a importância dos cuidados com a saúde e de fazer exames regulares específicos ao público feminino.

O check-up feminino é uma avaliação ampla e abrangente que deve ser individualizada e personalizada para alcançar os objetivos finais que são a melhoria da qualidade de vida e da sobrevida da mulher. “A realização de um check-up médico periódico possibilita a detecção precoce de algumas doenças silenciosas, além de estratificar o risco de determinadas doenças com objetivo de preveni-las”, explica a coordenadora médica do Check-up da Rede Mater Dei de Saúde, Carla Tavares.

Em todo o Brasil, as doenças cardiovasculares são a maior causa de morte entre as mulheres. “Com a realização do check-up pode-se identificar quais as chances de desenvolvimento dessas doenças e, a partir daí, buscar mudanças no estilo de vida e tratamento precoce dos fatores de risco identificados”, esclarece a médica. Ela acrescenta que, este tipo de check-up, deve conter uma boa avaliação médica, com obtenção de escores de risco específicos, quando se calcula a estimativa de risco cardiovascular, assim como pesquisa de informações relevantes relacionadas aos hábitos de vida, antecedentes de saúde física e mental, características individuais, histórico de doenças na família, além de características ambientais e até profissionais.

“Um exame físico completo e orientações quanto à prevenção de doenças como o câncer – principalmente os ginecológicos e de intestino, mais frequentes no sexo feminino, também são fundamentais. A partir daí, levando ainda em consideração a faixa etária, podem ser solicitados exames complementares. Além disso, para cada grupo de doenças existem recomendações específicas para início do rastreamento que devem ser levadas em conta para a solicitação desses exames”, afirma Carla.

A recomendação é que as primeiras avaliações da mulher sejam feitas a partir da primeira menstruação. A coordenadora do Check-up da Rede Mater Dei de Saúde comenta que o primeiro passo pode ser uma consulta ginecológica para orientações em relação à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e cuidados relacionados à contracepção, bem como para prevenção do câncer de mama e de colo de útero. “Independentemente da avaliação ginecológica, temos que pensar na mulher como um todo e uma boa avaliação preventiva é sempre mais efetiva quando são investigadas as doenças mais prevalentes numa determinada população. A médica Carla esclarece, ainda, que pelo fato das doenças do coração em mulheres na menopausa ser duas a três vezes maior do que em mulheres com a mesma idade que ainda não entraram na menopausa, faz-se necessário um acompanhamento clínico mais rigoroso.

Mas, para melhorar de fato a qualidade de vida, após a rotina de avaliações médicas, Carla Tavares conta que é preciso utilizar as informações positivas ou negativas obtidas para perseguir metas de hábitos saudáveis de vida, mantendo uma boa alimentação, seguindo as necessidades específicas para cada momento da vida da mulher e realizando atividades físicas. “Exercícios regulares, de leve a moderada intensidade, contribuem para o aumento da massa óssea feminina, prevenindo a osteoporose, podem reduzir aos sintomas da TPM e ajudar a manter níveis de pressão arterial e colesterol mais baixos”, comenta.

A Rede Mater Dei de Saúde oferece serviços de Check-up Personalizado, que busca indicar exames específicos de acordo com o histórico do paciente e as características de cada pessoa e de Check-up do médico de confiança, onde os exames serão realizados de acordo com a recomendação do médico de confiança da pessoa. Trata-se, portanto, de avaliações amplas e abrangentes, individualizadas e personalizadas com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e a sobrevida do indivíduo. Para marcar o seu check-up, ligue para: (31) 3339-9563 e 3339-9287.

Infográfico:
De forma resumida, no infográfico abaixo, a médica aponta as avaliações indicadas de acordo com a faixa etária, lembrando que os exames complementares devem ser individualizados, de acordo com os fatores de risco pessoais e familiares de cada um, como explicado anteriormente.

Como o câncer de mama pode afetar a fertilidade?

câncer de mama costuma ser mais comum em mulheres acima dos 50 anos. Em 10% dos casos, no entanto, a doença surge uma década antes e a preocupação sobre o quanto o tratamento pode impactar na fertilidade passa a ser debatida.

Caso a paciente receba a indicação da quimioterapia, há um risco de que a medicação comprometa a reserva de óvulos e, em algumas situações, antecipe a menopausa. No caso da cirurgia e da radioterapia — outras ferramentas terapêuticas —, o impacto na fertilidade é menor.

De acordo com João Bosco Oliveira, imunologista e diretor médico da Genomika Einstein, se o diagnóstico ocorrer enquanto o tumor tiver menos de um centímetro de tamanho, as chances de cura podem ultrapassar os 90%, e o tratamento tende a ser menos agressivo. “A prioridade nesses casos sempre será o tratamento adequado do câncer”, explica.

Papel da genética na gestação

A genética pode ser uma aliada à paciente que desejar engravidar após o tratamento. Uma das possibilidades oferecidas atualmente é a coleta e congelamento dos óvulos antes da quimioterapia.

Passada a doença, os especialistas fecundam os óvulos e realizam uma Triagem Genética Pré-Implantação, ou PGT-A. Este exame amplia as chances da fertilização in vitro ser bem sucedida, pois avalia geneticamente os embriões. A técnica é realizada pela Genomika Einstein.

“O exame irá avaliar o embrião geneticamente e indicará aqueles que possuem mais chance de resultar em uma gravidez, reduzindo o risco de abortos espontâneos”, explica Oliveira.

Câncer de mama precoce pode ter fatores genéticos

Casos de câncer de mama em mulheres com menos de 40 anos podem estar associados a predisposições genéticas. As mais comuns são as mutações que ocorrem nos genes BRCA1 e BRCA2. O Painel NGS de Risco Hereditário de Câncer, exame também realizado pela Genomika Einstein, analisa 44 genes relacionados ao risco aumentado de desenvolver vários tipos de câncer, incluindo os de mama e ovário.

Entenda a relação entre a alimentação da mãe e a amamentação

Cuidados alimentares durante o puerpério

Após o parto, caso a mulher não tenha reservas ou o consumo de nutrientes e líquidos for inadequado, pode haver impacto na produção do leite materno. Essa produção é estimulada pela sucção do recém-nascido e a qualidade do leite tem relação com a composição da alimentação.

Dicas gerais sobre a alimentação materna

  • Mantenha a alimentação saudável e equilibrada. Evite períodos prolongados de jejum. Fracione as refeições, no máximo, entre 3 a 4 horas;
  • Hidrate-se ingerindo água e líquidos. A recomendação de consumo é, em média, 30 ml/kg/dia de líquidos;
  • Faça variações na composição do cardápio. Contemple todas as necessidades nutricionais: aumente o consumo de frutas e vegetais da época, produtos integrais, carnes magras e leite/derivados;
  • Consuma peixe, salmão ou sardinha, 2 a 3 vezes por semana para aumentar a ingestão de ômega 3, que é um tipo de gordura transferida para a criança pelo leite materno. Este nutriente está relacionado com o desenvolvimento neurológico satisfatório e também pode auxiliar no aumento do valor calórico do leite materno;
  • Garanta o consumo de fontes de cálcio (leite e derivados, vegetais de cor verde-escura) entre 3 a 4 porções/dia;
  • Consuma fontes de vitamina A e betacaroteno (vegetais e frutas vermelho/amarelo-alaranjados), em dias alternados;
  • Adoçantes compostos por aspartame, sucralose, neotame, sacarina, acesulfame K geralmente não apresentam contraindicação. Vale ressaltar que a sacarina, quando associada ao ciclamato, é contraindicada. Siga as recomendações de seu médico;
  • Evite o consumo de alimentos gordurosos, frituras e doces;
  • Reduza o consumo de cafeína (café, chá preto, chá mate, chá verde, chocolate, refrigerantes à base de cola), pois pode causar insônia ou hiperatividade nos lactentes;
  • O álcool não deve ser consumido, pois pode ser prejudicial ao bebê e afetar a produção do leite;
  • Modere o consumo de chocolate, pois pode causar irritabilidade ou aumento da movimento (peristalse) intestinal no lactente;
  • Atenção aos tabus alimentares, pois são de origem desconhecida e não apresentam explicação científica convincente. Procure manter a alimentação habitual, semelhante a que foi realizada durante a gestação, com ênfase nos hábitos saudáveis, observando a individualidade/sensibilidade do bebê;
  • Não faça restrições alimentares sem orientação do médico ou nutricionista.

Qual a recomendação de amamentação para mães vegetarianas?

Observe o risco de hipovitaminose B (falta de vitamina B) em crianças amamentadas por mães vegetarianas, pois a vitamina não pode ser encontrada em vegetais. É importante também certificar-se de que as mães vegetarianas estão ingerindo quantidade suficiente de proteínas.

Climatério

Climatério é o período de vida da mulher que tem como características principais a redução/esgotamento da capacidade reprodutiva e a diminuição da produção de estrogênio pelos ovários. É uma fase biológica que tem início por volta dos 40 anos e se estende até aproximadamente os 65 anos de idade, sendo caracterizado por profundas mudanças psicossociais, de ordem afetiva, sexual, familiar, ocupacional, que podem reduzir a qualidade de vida da mulher.

O principal marco do climatério é a menopausa, definida como a última menstruação da mulher e sua confirmação é feita de forma retroativa, após 12 meses consecutivos de amenorreia, ocorrendo geralmente entre os 48 e 50 anos de idade.

Sintomas variados podem ocorrer neste período, mas o que mais frequentemente leva à busca dos Serviços de Saúde é a presença de fogachos ou ondas de calor que é o marcador do hipoestrogenismo. O fogacho é uma sensação de calor, geralmente na parte superior do corpo, tronco e cabeça, acompanhado frequentemente de sudorese e muitas vezes por palpitação e sensação de mal-estar. Quando ocorre durante a noite, compromete a qualidade do sono, o que leva á sensação de cansaço permanente. Outras queixas também importantes são a secura vaginal e dor na penetração vaginal, mudanças psicológicas, alterações do humor, sexuais, poliartralgias e disfunções urinárias. Somente 25% das mulheres não apresentam sintomas climatéricos.

A irregularidade menstrual é o sinal mais precoce do período climatérico e ocorre nos seus primeiros anos, apresentando características variáveis. Reflete a alteração na capacidade ovulatória e as mudanças hormonais deste período inicial, podendo ser relatados, ciclos mais curtos ou mais longos, aumento ou diminuição do fluxo menstrual, hemorragias ou ausência de menstruação.

Atenção global deve ser dada na avaliação da mulher climatérica, visto que existe um aumento na frequência dos distúrbios metabólicos, das dislipidemias, do diabete melito, das doenças cardiovasculares, da osteoporose e na incidência de cânceres, destacando-se o de mama, colo de útero e colón-retal.

A abordagem da mulher no Climatério deve ser holista, humanizada e personalizada, considerando as particularidades do seu quadro clínico e a sua condição emocional.

TROMBOEMBOLISMO VENOSO E CONTRACEPÇÃO

O tromboembolismo venoso (TEV) é caracterizado pela formação de coágulos de sangue no interior das veias, bloqueando de forma parcial ou total a passagem do sangue. Além disso, o termo é empregado para designar a combinação de duas doenças: a trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar (EP). A trombose venosa profunda é causada pela formação de coágulos no interior das veias profundas, geralmente ocorrendo nos membros inferiores do corpo, enquanto a embolia pulmonar é a obstrução das artérias do pulmão causada pela formação de coágulos (trombo).

É uma doença decorrente de condições diversas, adquiridas ou congênitas, e dentre os principais fatores de risco para o desenvolvimento do TEV estão aumento da idade, obesidade, cirurgia e trauma, câncer, gravidez e pós-parto, tabagismo, viagem de avião, varizes e uso de alguns hormônios. Entretanto, é uma doença rara em jovens.

O público feminino é mais comumente atingido pela doença devido à maior frequência de problemas genéticos que desencadeiam a trombose. Além disso, certos hormônios femininos, tanto os próprios da mulher quanto os ingeridos, tendem a provocar o aumento do processo de coagulação sanguínea em pessoas que já têm histórico familiar de trombose.
Para saber mais acesse a sessão de doenças femininas do gineco.com.br

Tromboembolismo Venoso e Contracepção

Fonte:

Cannegieter SC , Rosendaal FR. Pregnancy and travel-related thromboembolism. Thromb Res. 2013;131(1):S55-58.
Lensing AWA, Prandoni P, Prins MH, Büller HR. Deep-vein thrombosis. Lancet 1999; 353: 479–85.

Contracepção e tromboembolismo

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A maioria das mulheres não possui grande chance de desenvolver tromboembolismo, visto que é uma doença rara em jovens. sendo assim por esse motivo não possuem nenhuma contra indicação para o uso de quaisquer métodos contraceptivos.

No entanto, existem algumas mulheres que têm aumento de chance de desenvolver trombose ou que já tiveram e assim possuem restrições a certos contraceptivos, isso porque todos os contraceptivos combinados (pílulas, adesivo, anel vaginal, injeção mensal), ou seja, que contêm 2 tipos de hormônios femininos, o estrogênio e progesterona, aumentam o risco de desenvolver a doença.

A gestação nessas mulheres deve ser bem planejada, pois a gravidez e o pós-parto aumentam ainda mais o risco de desenvolver tromboembolismo.

Para essas mulheres, opções seguras são as opções sem hormônios ou contendo somente progesterona. Sendo que a eficácia é muito importante, os métodos mais indicados são os métodos de longa ação (LARCs da silga em inglês). são eles: DIU hormonal também conhecido como DIU Hormonal, DIU de cobre e implante.

materia-candidiase

Vale ressaltar que algumas mulheres com alto risco de desenvolver tromboembolismo às vezes utilizam anticoagulantes que podem aumentar o fluxo menstrual. assim a opção do DIU Hormonal torna-se interessante já que também é indicado para reduzir o fluxo menstrual.

Caso você deseje saber se tem um aumento do risco para tromboembolismo ou deseja discutir mais sobre as características de cada método, procure o seu ginecologista; ele é a pessoa mais indicada para fazer essa avaliação.

Campanha Quanto Antes Melhor alerta para prevenção ao câncer de mama

O prolongamento da pandemia de covid-19 e a redução da procura de serviços médicos por parte das mulheres têm preocupado especialistas da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Segundo a entidade, houve queda de 70% na presença de mulheres nas unidades hospitalares.

No Outubro Rosa, mês de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, a entidade reforça a importância da realização de exames preventivos e visitas regulares ao médico.

A campanha Quanto Antes Melhor chama a atenção para a necessidade de adoção de um estilo de vida que inclua a prática de atividades físicas e uma alimentação saudável, minimizando riscos não só do câncer de mama, como de muitas outras doenças. Outra mensagem-chave da entidade diz respeito ao início imediato de tratamento, logo após o diagnóstico, aumentando a sobrevida e chances de cura da paciente.

O presidente da SBM, o médico mastologista Vilmar Marques, alerta que o atual contexto requer muita atenção devido ao quadro pandêmico que reduziu a procura e a realização de exames preventivos.

De janeiro a julho de 2020, o número de mamografias realizadas caiu 45% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Câncer de Mama, em parceria com a SBM.

“Mastologistas da SBM em todo o Brasil monitoraram essa movimentação que, certamente, variou de região para região, porém em todo o território nacional houve queda na procura por exames preventivos e tratamento”, afirma Marques.

O especialista alerta que as consequências da redução do rastreamento no último ano não são boas. “O câncer não espera. As mulheres que deixaram de realizar os exames preventivos correram e correm o risco de, se diagnosticadas, terem avançado na doença, pois de um modo geral, o tumor demora cerca de 10 anos para atingir um centímetro, porém, a partir daí a cada 6 meses tende a dobrar de tamanho, avançando muito rapidamente, claro, tendo suas especificações de tipo de câncer”, alerta.

Por isso, o diagnóstico precoce é tão importante. “Insistimos na mensagem do diagnóstico precoce porque realmente ele é determinante para a paciente e suas chances de passar por tratamento e cirurgias menos invasivas, além da real chance de cura. No Brasil, cerca de 25% a 30% dos cânceres de mama são diagnosticado em estágio avançado”, afirma o médico.

Para ele, a crise econômica causada pela pandemia, que levou muitas famílias a abandonarem seus planos de saúde, é um dos um dos motivos pela baixa procura nos exames, mas não o principal. “Este é um dos fatores, mas não o principal. O principal foi o isolamento social, sem dúvida alguma”.

Ele lembra que, além do Sistema Único de Saúde (SUS), as mulheres podem fazer os exames de forma gratuita nas instituições filantrópicas como as Santas Casas e outras entidades assistenciais.

“Compreendemos a nossa impotência diante da pandemia e do isolamento social que foi necessário em certo período. Mas, agora, com o avanço da vacinação, é primordial que não só seja retomada a rotina de tratamento, como acelerada. Quanto antes retomar, melhor”, alerta o mastologista.

Confiança na cura

A costureira Maria Gorete da Costa Majewski conta que sempre foi muito cuidadosa com a sua saúde. Por isso, apesar da pandemia, não deixou de fazer as consultas e os exames de rotina. Foi numa dessas consultas que ela descobriu o câncer de mama, aos 61 anos.

“Havia feito a mamografia em setembro de 2020 e meu médico me deu o pedido para fazê-la novamente no começo deste ano. Fiz na primeira semana de março. Quando levei para o meu ginecologista, notei que o semblante dele ficou diferente ao verificar as imagens. Ele é meu médico há 34 anos e me encaminhou para uma mastologista de confiança. Na mesma semana consegui marcar a consulta e levei a mamografia para ela ver. A partir daí começou a minha luta, fiz diversos exames, até chegar na biópsia que constatou o linfoma muito invasivo.”

Ela acredita que ter mantido os exames de rotina em dia, apesar da pandemia, a ajudou a descobrir logo a doença. “Mesmo estando numa pandemia não deixei de fazer meus exames de rotina, foi minha sorte. Quando soube do resultado da biópsia, a primeira reação é de questionar: por que eu que sempre faço meus exames em dia estou com esta doença? Mas, depois, mais calma, aceitei que não sou melhor que ninguém, vou enfrentar essa doença. Em nenhum momento tive medo de começar o tratamento por estarmos em uma pandemia, só pensei que precisava me livrar dessa doença.”

Maria Gorete fez uma cirurgia e segue com o tratamento. “A mesma mastologista que me acolheu desde o início fez a minha cirurgia. O linfoma tinha seis milímetros. Estou fazendo quimioterapia branca, são 12 sessões e já fiz dez, faço toda sexta-feira e a cada 21 dias tomo uma vacina. Quando acabar as quimioterapias, iniciarei as sessões de radioterapia que serão 15, de segunda a sexta. O tratamento é longo, não é fácil, acho que o pior, para mim, foi quando tive que raspar minha cabeça, estou careca, usando touca o dia todo, não consigo me ver sem cabelo o dia todo, consegui uma peruca numa ONG, mas não é a mesma coisa que ter o nosso cabelo.”

A costureira, que mora em Belo Horizonte, aconselha a todas que estão começando ou já fazem tratamento a não pensar no lado negativo. “É uma fase ruim que iremos vencer, não descuide da saúde, se alimente direito, viva um dia de cada vez, sem pensar no pior, somos fortes.”

Ela ainda faz um alerta para quem deixou de ser cuidar durante a pandemia. “O câncer parece que veio com força total na pandemia, muitas pessoas não estão se cuidando, fazendo os exames de rotina. Não foi o meu caso porque sou muito taxativa quando se trata de saúde e, mesmo assim, estou enfrentando a doença. Espero poder ajudar a alertar as pessoas que não estão se cuidando.”

Rastreamento seguro

Para quem ainda não fez exames de rotina desde o início da pandemia e continua com receio de se expor aos ambientes clínicos e hospitalares, o presidente da SBM reforça que os locais estão aptos a atender as pacientes de forma segura.

“Todo o atendimento, seja no consultório, seja nas unidades hospitalares e centros cirúrgicos, está sendo realizado seguindo todos os protocolos sanitários e de segurança, respeitando rigorosamente as medidas de higienização que garantam a integridade de pacientes e equipe médica”.

Para quem acha que o autoexame é suficiente, o especialista afirma que ele é importante, mas deve ser associado ao exame clínico. “Conhecer o corpo é de extrema importância para qualquer indivíduo, principalmente, a mulher. O autoexame possibilita você se conhecer, porém ele não basta. O exame clínico realizado pelo mastologista somado aos exames de imagem, dentre eles, a mamografia, que é o mais eficaz para detectar o câncer de forma precoce, são insubstituíveis”.

Fatores de risco

A SBM informa que diversos estudos revelam que o sobrepeso e a obesidade, além da falta de atividades físicas no dia a dia, aumentam os riscos para câncer de mama e ainda proporcionam uma má qualidade de vida para quem está em tratamento.

Um alto índice de massa corporal (IMC) no momento do diagnóstico pode reduzir a eficácia da quimioterapia à base de taxano, piorando os resultados de sobrevida. O taxano é uma droga lipofílica, assim a gordura presente no corpo da paciente pode absorver parte da droga antes que ela atinja o tumor. De acordo com esses estudos, pacientes com sobrepeso e obesidade tratadas com um regime de quimioterapia baseado no taxano tiveram sobrevida livre de doença e sobrevida global significativamente pior em comparação com pacientes magras tratados com o mesmo regime.

“O estilo de vida é determinante nesse sentido. Por isso, estamos pelo segundo ano consecutivo com o nosso mote Quanto Antes Melhor, visando a chamar a atenção da população para algumas medidas que amenizam esses riscos. Como a rotina de saúde preventiva, visitando regularmente o mastologista e, as mulheres a partir dos 40 anos, realizando anualmente a mamografia, pois o diagnóstico precoce é fundamental para evitar cirurgias radicais, além de aumentar consideravelmente as chances de cura”, reforça o Marques.

Dicas de hábitos para uma rotina saudável:

• Alimente-se bem e não fique muito tempo sem comer, ou seja, prefira comer em intervalos menores, em pequenas quantidades. Priorize os alimentos naturais e evite os alimentos industrializados.

• Evite o excesso de gorduras e carboidratos simples, como açúcar adicionado aos alimentos, doces, sucos de caixinha ou saquinho, refrigerantes, pão branco, macarrão, sempre preferindo as opções integrais.

• Procure ingerir proteínas de boa qualidade, principalmente frutas, legumes e verduras por serem fontes de vitaminas e minerais essenciais e ricas em fibras que ajudam na saciedade e no funcionamento adequado do intestino.

• Faça exercícios físicos durante a semana. O ideal são 150 minutos de exercícios físicos moderados divididos entre os cinco dias ou 75 minutos de exercícios vigorosos divididos pelos dias da semana.

• Planeje o seu dia alimentar e tente segui-lo.

Fonte: Agencia Brasil

Tema do Outubro Rosa 2021 foi “Mulher por Inteiro”

Outubro Rosa é uma campanha internacional de conscientização sobre o câncer de mama, que surgiu na década de 1990 nos Estados Unidos. Desde a sua criação pela Fundação Susan G. Komen For The Cure, o movimento tem como objetivo conscientizar as pessoas em relação à prevenção da doença pelo diagnóstico precoce e o tratamento imediato, visando a redução da mortalidade. No Brasil, o primeiro evento em alusão ao Outubro Rosa aconteceu em 2002, em São Paulo.O câncer de mama é o tipo de tumor mais incidente em mulheres no país, após o câncer de pele não melanoma, mas com alta chance de cura quando descoberto precocemente. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2020), estima-se que ocorrerão 66.280 casos novos da doença em 2021, o que equivale a uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres. Em casos mais raros, cerca de 1% do total, a doença também pode acometer os homens.

Campanha Outubro Rosa 2021

Com o tema “Mulher por Inteiro”, a campanha Outubro Rosa 2021 tem como proposta alertar a necessidade das mulheres assumirem os cuidados com a própria saúde, mesmo na pandemia de Covid-19, não apenas realizando os exames que podem diagnosticar o câncer de mama, ovário, colo do útero e endométrio, mas também incorporando hábitos de prevenção de outras doenças crônicas e demais tipos de câncer.Durante todo o mês, diversas instituições abordam o tema para encorajar mulheres a realizarem seus exames e muitas até os disponibilizam gratuitamente. No caso do câncer de mama, o Ministério da Saúde recomenda que a mamografia seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. A iniciativa é fundamental para a prevenção e detectar a doença em seus estágios iniciais, quando ainda está assintomática.

Tema do Outubro Rosa 2021 é

Prevenção ao câncer de mama

câncer de mama diagnosticado em estágio inicial chega a ter mais 90% de chance de cura. Infelizmente não há como prevenir o aparecimento da doença de forma absoluta. No entanto, é possível tomar alguns cuidados e manter uma vida com hábitos saudáveis, como não fumar, beber bastante água, praticar atividades físicas, evitar o uso de hormônios por tempo prolongado, controlar o peso e não abusar de bebidas alcoólicas.O câncer de mama não dói em seus estágios iniciais, por isso, é importante ficar atenta aos sinais e sintomas:•    Nódulo na mama•    Inchaço em parte da mama semelhante à casca de laranja•    Irregularidades ou retrações na pele da mama•    Inversão do mamilo•    Vermelhidão e descamação do mamilo, ou na pele da mama•    Saída de secreção pelo mamilo, particularmente se for sanguinolenta ou translúcida•    Nódulo nas axilas

Tromboembolismo venoso e contracepção

O tromboembolismo venoso (TEV) é caracterizado pela formação de coágulos de sangue no interior das veias, bloqueando de forma parcial ou total a passagem do sangue. Além disso, o termo é empregado para designar a combinação de duas doenças: a trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar (EP). A trombose venosa profunda é causada pela formação de coágulos no interior das veias profundas, geralmente ocorrendo nos membros inferiores do corpo, enquanto a embolia pulmonar é a obstrução das artérias do pulmão causada pela formação de coágulos (trombo).

É uma doença decorrente de condições diversas, adquiridas ou congênitas, e dentre os principais fatores de risco para o desenvolvimento do TEV estão aumento da idade, obesidade, cirurgia e trauma, câncer, gravidez e pós-parto, tabagismo, viagem de avião, varizes e uso de alguns hormônios. Entretanto, é uma doença rara em jovens.

O público feminino é mais comumente atingido pela doença devido à maior frequência de problemas genéticos que desencadeiam a trombose. Além disso, certos hormônios femininos, tanto os próprios da mulher quanto os ingeridos, tendem a provocar o aumento do processo de coagulação sanguínea em pessoas que já têm histórico familiar de trombose.
Para saber mais acesse a sessão de doenças femininas do gineco.com.br

Tromboembolismo Venoso e Contracepção

Fonte:

Cannegieter SC , Rosendaal FR. Pregnancy and travel-related thromboembolism. Thromb Res. 2013;131(1):S55-58.
Lensing AWA, Prandoni P, Prins MH, Büller HR. Deep-vein thrombosis. Lancet 1999; 353: 479–85.

Contracepção e tromboembolismo

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A maioria das mulheres não possui grande chance de desenvolver tromboembolismo, visto que é uma doença rara em jovens. sendo assim por esse motivo não possuem nenhuma contra indicação para o uso de quaisquer métodos contraceptivos.

No entanto, existem algumas mulheres que têm aumento de chance de desenvolver trombose ou que já tiveram e assim possuem restrições a certos contraceptivos, isso porque todos os contraceptivos combinados (pílulas, adesivo, anel vaginal, injeção mensal), ou seja, que contêm 2 tipos de hormônios femininos, o estrogênio e progesterona, aumentam o risco de desenvolver a doença.

A gestação nessas mulheres deve ser bem planejada, pois a gravidez e o pós-parto aumentam ainda mais o risco de desenvolver tromboembolismo.

Para essas mulheres, opções seguras são as opções sem hormônios ou contendo somente progesterona. Sendo que a eficácia é muito importante, os métodos mais indicados são os métodos de longa ação (LARCs da silga em inglês). são eles: DIU hormonal também conhecido como DIU Hormonal, DIU de cobre e implante.

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Vale ressaltar que algumas mulheres com alto risco de desenvolver tromboembolismo às vezes utilizam anticoagulantes que podem aumentar o fluxo menstrual. assim a opção do DIU Hormonal torna-se interessante já que também é indicado para reduzir o fluxo menstrual.

Caso você deseje saber se tem um aumento do risco para tromboembolismo ou deseja discutir mais sobre as características de cada método, procure o seu ginecologista; ele é a pessoa mais indicada para fazer essa avaliação.

FONTE:

Lensing AWA, Prandoni P, Prins MH, Büller HR. Deep-vein thrombosis. Lancet 1999; 353: 479–85.

Dhont M. History of oral contracception. Eur J Contracep Reprod Health Care. 2010;15(S2):S12-18.

Braga GC, Brito MB, Ferriani RA, et al. Oral anticoagulant therapy does not modify the bleeding pattern associated with the levonorgestrel-releasing intrauterine system in women with thrombophilia and/or a history of thrombosis. Contraception.2014;89(1):48-53.

Violência contra a mulher

A Lei Maria da Penha (Lei 11.340 de 7 de agosto de 2006) está completando 15 anos. Criada para coibir e prevenir a violência doméstica contra a mulher, é elogiada por todos pela forma com que discrimina os tipos de violência, por apontar os caminhos de assistência à mulher vítima dessas ações e por definir as medidas protetivas de urgência entre outros aspectos.

Porém, apesar de sua imensa contribuição para a sociedade, percebe-se que a execução do seu principal teor, na prática, continua sendo o principal problema. Os números são estarrecedores e provam isso. Em 2020, foram 690 mil denúncias de violência doméstica à Central de Atendimento à Mulher 180, um dos canais criados para que mulheres possam relatar casos de agressões de todos os tipos contra elas. Pesquisa realizada pelo instituto “Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC)” aponta que nesse mesmo ano de 2020, 13 milhões de mulheres sofreram com algum tipo de violência. São 25 brasileiras por minuto sendo violentadas, seja por assédio moral (ofensas), agressões físicas ou violência sexual.

A gravidade e relevância do tema levaram a Febrasgo a criar uma Comissão Nacional Especializada (CNE) no tema e a atuar de forma intensa no combate à violência contra a mulher. Muitas pessoas podem achar que a pandemia da COVID-19 é a responsável principal por esses números assustadores. Claro que contribuiu para o aumento de casos, pela questão do confinamento, verificada em outras pandemias também, mas isso já tinha sido previsto e prevenido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Porém, o Atlas da Violência, feito em 2019 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), tomando como base a década entre 2007 e 2017, já mostrava que o Brasil é o quinto país no mundo em assassinatos de mulheres (feminicídio), com cerca de 5 mortes a cada 100 mil mulheres agredidas. E ainda há quem conteste a gravidade dos fatos, sob o discurso de que o maior volume de violência ocorre contra os homens, já que são eles as vítimas em 92% dos homicídios. Só que ninguém fala que na maioria dos casos, eles são mortos por pessoas estranhas.

Mais de 50% das mulheres são assassinadas por parceiros ou ex-parceiros. Então, não podemos culpar a violência urbana, mas olhar com muita atenção para a questão do gênero”, diz a doutora Aline Veras Morais Brilhante, ginecologista e obstetra, com mestrado e doutorado em saúde coletiva pela Universidade de Fortaleza, com pós-doutorado em sociologia pela Universidade Rey Juan Carlos em Madri (ESP) e membro da CNE desde 2019.

Dentre os principais benefícios que a Lei Maria da Penha trouxe, ela aponta o reconhecimento dos diferentes tipos de violência. “Violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. A violência patrimonial, a menos conhecida, se caracteriza por criar uma dependência financeira com relação ao parceiro, que culmina num controle inaceitável e perda da autonomia, muitas vezes até no direito de ir e vir. Também é de grande valia o fato da Lei prever assistência integrada e ampliada como instrumento eficaz contra a violência. O principal problema que enfrentamos é a sua execução na prática, extremamente dificultada porque vivemos num país patriarcal, que tende a normalizar a violência contra a mulher. Um dos caminhos para solucionar esse dilema é a desconstrução dos discursos que tentam minimizar essa questão tão importante, que não se limita somente às mulheres. Idosos e crianças também sofrem com a violência doméstica. Geralmente ninguém intervém, porque é uma violência ‘naturalizada’, como se fosse ‘normal’ alguém apanhar ou ser ofendida constantemente.

A médica ainda chama a atenção para a “violência em espiral”, que ocorre em várias fases. A violência em si, a reconciliação, nova crise, novo episódio de agressão e o aumento da frequência dos episódios de agressão. A mulher fica cada vez mais fragilizada, passa a internalizar todas as questões ligadas a esse sofrimento, perde sua autoestima, passa por distúrbios emocionais sérios, como a depressão. Além, claro, do risco à própria vida e um temos recorrente associado à violência.


Ações da Febrasgo

Nesse contexto, a médica Aline destaca o papel importantíssimo do profissional da saúde. “Pode até parecer inusitado, mas é a realidade. A grande maioria das mulheres relata casos de violência para o profissional da saúde antes de recorrerem a uma autoridade policial. O serviço de saúde é procurado 35 vezes mais do que a polícia! E o que isso significa? Que devemos estar preparados para agir em favor dessa vítima. Elas esperam um suporte, que as escutemos com atenção, que uma mão seja estendida e que mostremos a ela quais os caminhos possíveis para evitar a continuidade desses atos terríveis. Dessa forma, o médico tem que ter o conhecimento dos serviços sociais disponíveis para cada região. Existe a Casa da Mulher Brasileira, por exemplo, equipamento social presente em todo o território nacional. Lá, as mulheres têm assistência jurídica, médica e psicológica. Existem também as Casas de Abrigo, vinculadas a Casa da Mulher Brasileira. Muitas mulheres se sentem tão fragilizadas, que não têm força para reagir, mas, se forem acolhidas, vão se sentir estimuladas a proteger sua própria vida”, diz Aline.

A Febrasgo, por meio de sua CNE, tem atuado na prática para coibir a violência contra a mulher. “O primeiro aspecto em que a Febrasgo atua é justamente no reconhecimento do papel do profissional da saúde nessa cadeia. Ela atua firmemente para que essas competências supracitadas sejam obrigatórias na formação de um médico, já na época de faculdade e residência. É imprescindível que o profissional da saúde seja capaz de prestar uma assistência acolhedora e humanizada. A CNE também se manifesta contrariamente sobre decisões que qualifiquem como “normal” a violência contra a mulher, ou propostas de alterações jurídicas que a Febrasgo entenda ser um retrocesso. Por exemplo, a Lei 13.931 de 2019, determina a obrigatoriedade de profissionais da saúde em notificar a polícia sobre mulheres que tenham sido vítimas de violência. Essa obrigatoriedade traz dois problemas: primeiro, faz com que a mulher não se manifeste, por medo de uma retaliação, lembrando que os principais causadores da violência contra a mulher são companheiros, ex-companheiros, familiares. Outra questão é que vai contra a ética médica, que se caracteriza pela privacidade do paciente. A Febrasgo solicitou, inclusive, audiência com o então ministro Onix Lorenzoni contestando esse aspecto da lei. Não fugimos do debate. Muito pelo contrário: posicionamo-nos firmemente cada vez que acharmos ser um caminho necessário. E lutamos também para que as medidas protetivas, de um cunho teórico e legal excepcional, sejam realmente efetivas, o que ainda não acontece na realidade do dia a dia”, finaliza a doutora Aline.


Serviços de amparo e denúncia

Para qualquer tipo de violência, seja com você ou com qualquer outra mulher. Não aceite! Denuncie!

18 anos: a idade mais perigosa para mulheres no Brasil

Dezoito anos de idade, negra e morta dentro de casa. A frase descreve um perfil comum das mulheres vítimas de violência no Brasil, segundo dados de um estudo publicado nesta segunda-feira pela Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (Flacso).

De autoria do sociólogo argentino Julio Jacobo Waiselfisz, radicado no Brasil, o Mapa da Violência 2015 – Homicídio de Mulheres no Brasil analisa dados oficiais nacionais, estaduais e municipais sobre óbitos femininos no Brasil entre 1980 e 2013, passando ainda por registros de atendimentos médicos.

Em 2013, no último ano levado em conta pelo estudo, o maior índice de mortes registrado foi entre mulheres de 18 anos: 3,6% dos 4.762 dos óbitos (168 mulheres). É a incidência mais alta de assassinatos dentro do que foi traçado pelo estudo como a faixa etária mais perigosa para as mulheres – que vai dos 18 aos 30 anos de idade e responde por 39% do total de homicídios.

O que o autor chama de “domesticidade” da violência contra a mulher é ilustrada pelo perfil dos agressores, com base em dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, que registra os atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) ligados à violência. Parentes imediatos, parceiros e ex-parceiros são responsáveis por quase sete em cada dez atendimentos médicos. Entre mulheres jovens, namorados e maridos são responsáveis por 50,7% das agressões.

Essa nova geração de vítimas, em que parte das mulheres atingiu a maioridade após a Lei Maria da Penha, parece não estar se beneficiando da maior proteção oferecida pela legislação. Para Waiselfisz, as estatísticas mostram a necessidade de mais esforços na aplicação da lei, sobretudo no que diz respeito aos passos posteriores às denúncias e ocorrências.

Domesticidade

O Mapa da Violência sugere que o impacto da Lei Maria da Penha, cuja entrada em vigor completa 10 anos em 2016, foi diluído pela ausência de políticas públicas e mecanismos judiciários mais extensos para coibir as agressões, em especial a punição de agressores. Embora a legislação tenha registrado um efeito “inibidor” promissor imediato nos índices de violência, simbolizado por uma queda no índice de mortes – de 4,2 óbitos por 100 mil habitantes para para 3,9 entre 2006 e 2007 -,os casos de violência voltaram a crescer a partir de 2008 e e atingiram 4,8 mortes por 100 mil habitantes em 2013.

Tal número coloca o Brasil como o quinto país que mais mata mulheres no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde citados no Mapa da Violência. Apenas El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia são mais letais em grupo de 83 nações estudadas.

“A Lei Maria da Penha é um marco importante, especialmente porque facilitou a forma de se denunciar abusos e transferiu o ônus da prova para o agressor. Mas ela precisa ser implementada de forma apropriada, e o caminho é longo. Estamos falando de questões como o estabelecimento de centros de proteção para as vítimas e mesmo um sistema judiciário que aja com mais eficiência na punição e apuração dos crimes, bem como a mudança de uma mentalidade machista no país de uma forma geral”, afirma o sociólogo.

É importante ressaltar que os números gerais levam em conta casos em que mulheres foram vítimas também da violência urbana, que ainda é responsável pela maioria das mortes registradas nos dois sexos. Porém, enquanto quase metade dos homicídios masculinos ocorre na rua (48,2%) e apenas 10% no domicílio, entre as mulheres a proporção é assustadoramente mais equilibrada: 31,2% e 27,1%, respectivamente.

“Isso revela a alta domesticidade dos homicídios de mulheres. Elas são muitos mais agredidas no lar”, afirma Waiselfisz.

O número de mortes cresceu 22% entre 2003 e 2013, mas houve alargamento desproporcional também no que diz respeito ao perfil racial das vítimas: enquanto o número de mortes de mulheres brancas caiu quase 10% entre 2003 e 2013 (de 1747 para 1576), os casos de mulheres negras saltaram mais de 54% no mesmo período, passando de 1864 para 2875.

Segundo o sociólogo, os números mais recentes mostram que morrem 66,7% mais mulheres negras do que brancas no Brasil.

Waiselfisz apresentou também uma panorama de certa forma surpreendente da distribuição geográfica da violência contra a mulher no país: há enorme diversidade de situações entre regiões e Estados. Roraima, por exemplo, foi o Estado “mais violento” contra mulheres, apresentando um índice de 15,3 homicídios femininos por 100 mil habitantes, mas que o triplo da média nacional. São Paulo, Santa Catarina e Piauí, por outro lado apresentaram apenas 3/100 mil, ficando no fundo da lista.

O argentino também notou que o “efeito Maria da Penha” reduziu as taxas de mortalidade em apenas cinco Estados brasileiros (Rio de Janeiro, Rondônia, Espírito Santo, Pernambuco e São Paulo), enquanto as unidades de federação restantes cresceram em ritmos extremamente variados.

Outra disparidade acentuada foi no plano municipal: ainda que algumas capitais brasileiras apresentem índices bem altos de homicídios femininos, são os pequenos municípios em que as mulheres se encontram mais vulneráveis. Barcelos (AM), que tem população feminina em torno de 12 mil pessoas, registrou uma assustadora marca de 45,2 homicídios por dez mil mulheres e foi o mais violento do país. Nenhuma capital apareceu nas primeiras 100 posições.

“É difícil indicar uma tendência nacional, e as oscilações estão relacionadas a circunstâncias locais, que precisam ser estudadas particularmente. O que parece estar ocorrendo aqui é que políticas de contenção da violência feminina parecem estar funcionando mais apropriadamente em grandes cidades, onde na teoria há melhor aparelhamento do Judiciário” , pondera Waiselfisz.

Para o sociólogo argentino, porém, há um culpado claro: a impunidade.

” Pesquisas especializadas mostram que o índice de elucidação dos crimes de homicídios é baixíssimo no Brasil, variando entre 5 e 8%. Apenas nos EUA, ele é de 65%. Se a impunidade prevalece amplamente nos homicídios em geral, ela deve ser norma também nos casos de homicídios de mulheres. Existe uma certa normalidade da violência contra a mulher no Brasil “.

Atenção, mulheres!

Você tem preguiça de ir ao banheiro para fazer xixi? Fique atenta! As mulheres que ignoram o sinal de que a bexiga está cheia são as principais vítimas da infecção urinária, doença que afeta mais o sexo feminino, principalmente, a faixa etária de 20 a 40 anos e grávidas. A infecção urinária pode causar dor, coceira, corrimento, ardência, febre, vontade constante de ir ao banheiro e, nos casos mais graves, o aparecimento de sangue na urina. Para se prevenir, é extremamente necessário que a mulher beba água para evitar inflamações e infecções. Além disso, é preciso manter a higiene íntima e ir ao banheiro com frequência. Outra dica importante é prestar atenção na cor da urina, que precisa ser clara. Caso apareça sangue na urina, a pessoa deve procurar o médico com urgência. Ouça dicas na Web Rádio Saúde. Mônica Plaza/Blog da Saúde

Por que mulheres vivem mais do que homens, segundo a ciência

Gatos, cães, macacos, humanos… Quaisquer que sejam as espécies, no reino dos mamíferos, as fêmeas tendem a viver mais do que os machos.

No caso dos pássaros, a situação é inversa. Mas por quê?

Um grupo de pesquisadores australianos afirma ter decifrado o mistério: não se trata de sexo, mas de cromossomos.

De acordo com um estudo publicado na quarta-feira pela revista científica Biology Letters, ter duas cópias do mesmo cromossomo está associada a uma vida útil mais longa, sugerindo que a segunda cópia ofereceria um tipo de efeito protetor.

Todas as células contêm cromossomos que carregam longos fragmentos de DNA. Na maioria das espécies, os machos têm um cromossomo sexual menor que as fêmeas: os machos têm um cromossomo X e um cromossomo Y, enquanto as fêmeas têm dois X.

“O sexo com o menor cromossomo realmente tende a morrer antes, em uma ampla gama de espécies”, explica Zoe Xirocostas, coautora do estudo e pesquisadora da Universidade de New South Wales, na Austrália.

Em aves, os machos vivem em média mais tempo, mas isso ocorre porque eles têm dois cromossomos Z, enquanto as fêmeas têm um cromossomo Z e um W.

229 espécies estudadas

Os resultados do estudo mostraram que pessoas com dois cromossomos do mesmo sexo vivem em média 17,6% a mais do que aquelas com dois cromossomos diferentes ou com apenas um.

Segundo os pesquisadores, essas descobertas representam “uma etapa crucial na descoberta dos mecanismos subjacentes que afetam a longevidade” e podem abrir o caminho para encontrar “maneiras de prolongar a vida”.

“Podemos esperar mais respostas ao longo de nossas vidas”, dizem.

A equipe comparou dados sobre cromossomos sexuais e expectativa de vida em 229 espécies de animais, incluindo mamíferos, pássaros, peixes e até insetos.

As espécies hermafroditas e aquelas cujo sexo é influenciado por condições ambientais, como a tartaruga verde (Chelonia mydas), não foram levadas em consideração.

‘Uma cópia de segurança’

Os seres humanos têm 23 pares de cromossomos. O par 23 é conhecido como cromossomo sexual porque é ele que determina o sexo.

Mas se uma mulher herda um gene anormal no cromossomo X de um dos pais, ela tem uma “cópia de segurança”.

“Se você possui uma cópia funcional de um gene, seu corpo a utiliza automaticamente, cancelando a que não funciona”, diz Xirocostas.

Por outro lado, os homens não têm esse “cópia de segurança”.

Portanto, se os homens herdarem um gene anormal no cromossomo sexual, estarão mais expostos a doenças genéticas que podem afetar sua expectativa de vida.

Maior expectativa de vida

As mulheres vivem mais que os homens em todos os países do mundo.

Segundo dados publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em abril do ano passado, as mulheres vivem pelo menos 1,4 anos a mais que os homens, embora existam regiões em que essa diferença supere 3 anos.

Em alguns países da América Latina, essa diferença é ainda maior.

No México, por exemplo, a expectativa de vida de um homem ao nascer é de 74 anos, enquanto as mulheres podem viver 79,2. No Brasil, a diferença se repete. Segundo o IBGE, a expectativa de vida das mulheres é de 79,9 anos — já a dos homens é de 72,8 anos.

Os números também apontam que as pessoas de países de baixa renda vivem 18 anos a menos, em média, do que aquelas que residem em países mais ricos.

Por exemplo, de acordo com dados da OMS, na Austrália não apenas se vive mais, mas a diferença entre homens e mulheres é menor. Os australianos têm uma expectativa de vida de 81 anos, enquanto as mulheres do país geralmente vivem até 84,8.

Outros fatores também influenciam

Xirocostas explica que, embora este estudo sugira que a ausência de um cromossomo X possa ser um fator genético que pode influenciar a longevidade, existem outros fatores externos que podem interferir de diferentes maneiras, como “comportamentos de risco e acesso à saúde e à nutrição de qualidade”.

A pesquisadora ressalta que as diferenças genéticas são uma causa parcial da discrepância na expectativa de vida entre homens e mulheres, pois os homens também tendem a práticas que diminuem sua vida útil, como fumar mais e procurar atendimento médico com menos frequência do que as mulheres.

Steven Austad, especialista em envelhecimento da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, que não participou do estudo, classificou-o como promissor.

“Ele desempenha um papel na compreensão das diferenças sexuais quando se fala em longevidade”, disse Austad ao jornal britânico The Guardian.

No entanto, o especialista considera importante ressaltar, assim como o autor do estudo, que a expectativa de vida não depende apenas dos cromossomos sexuais. “Há uma tendência geral, mas com inúmeras exceções”, conclui.

Fonte: BBC

TPM pode ser confundida com depressão

A TPM – a famosa tensão pré-menstrual – faz parte da vida de muitas mulheres. Tem quem ache que TPM é frescura, mas não é. Em algumas mulheres, os sintomas são mais leves, mas em outras, a tensão pré-menstrual pode vir de forma grave.

Tem até mulheres que confundem a TPM com depressão, como explicou a psiquiatra Carmita Abdo no Bem Estar no É de Casa. “Os sintomas, por vezes, são bastante semelhantes. A diferença é que a TPM é algo que aparece cerca de uma semana, cinco, dez dias antes mulher menstruar e depois desaparece. Quando o fluxo começa, os sintomas da TPM começam a desaparecer”.

Já a depressão é a perda do prazer em viver, muitas vezes sem relação com um fato triste. A pessoa perde interesse no que gostava de fazer e em aspectos básicos da vida, dormir, comer.

Sintomas da TPM

Os sintomas podem ser mais físicos ou mais emocionais. Entretanto, em geral eles se misturam.

Físicos

  1. Insônia
  2. Dor de cabeça
  3. Palpitação
  4. Cansaço
  5. Tontura
  6. Inchaço (mama, pernas, abdômen)
  7. Dor nas mamas e pernas
  8. Constipação
  9. Cólicas mais acentuadas por conta da distensão abdominal
  10. Emocionais

    1. Oscilação de humor
    2. Ansiedade
    3. Nervosismo
    4. Humor deprimido
    5. Choro fácil

    Os hormônios são os culpados por todos os sintomas. “Os responsáveis são os hormônios. Eles regulam a concentração e a capacidade da mulher se adequar às mudanças. São eles: progesterona e estrogênio”, explicou a ginecologista Flávia Fairbanks.

    De acordo com Fairbanks, nos ciclos espontâneos (mulheres que não têm bloqueio hormonal induzido por contraceptivos) existe um sobe e desce de hormônios, principalmente nos períodos pré-ovulatório e pré-menstrual.

    Como diminuir os sintomas da TPM?

    Existem medidas higieno-dietéticas que ajudam a diminuir os sintomas e que podem ser feitas por qualquer mulher, como:

    1. Dormir bem
    2. Tomar bastante água
    3. Fazer exercício físico
    4. Alimentação adequada
    5. Evitar o sal

    Estudos mostram que, se a mulher tiver esse controle, a TPM pode ter uma melhora de até 45%.

    Doenças que pioram na TPM

    • Enxaqueca
    • Síndrome do pânico
    • Depressão
    • Bulimia
    • Compulsão
    • Transtorno de ansiedade

      E TDPM?

      A semelhança entre TPM e TDPM (transtorno disfórico pré-menstrual) é que acontecem e terminam no mesmo período. A diferença é a intensidade dos sintomas e a natureza mais psíquica dos sintomas de TDPM e mais físicas na TPM. No TDPM os sintomas são intensos e afetam os relacionamentos.

      O TDPM afeta de 3% a 8% das mulheres. Mas o diagnóstico não é fácil. Há muitos critérios para avaliar e não há exames laboratoriais. Alguns sintomas: depressão, melancolia, irritabilidade, desânimo, descontrole emocional, choro, ira, distúrbio de apetite e insônia.

      Os sintomas cessam no início do fluxo menstrual. O tratamento exige disciplina, porque, se tomada de forma correta, a medicação garante melhora dos sintomas e estabilidade do humor.

    Fonte: G1

Risco de doenças cardíacas aumenta após a menopausa

Muitas mulheres não sabem, mas existe uma relação entre doenças cardíacas e menopausa. É preciso ficar especialmente atenta à saúde do coração nesse período.

coração feminino precisa de atenção. Após os 40 anos, o risco de doenças cardiovasculares aumenta, mas depois dos 50, quando chega a época da menopausa, ele cresce ainda mais: há um aumento de 30% no número de casos de infarto e cirurgias cardíacas em mulheres nesse período, segundo a dra. Magaly Arrais, cirurgiã cardiovascular do Hospital do Coração de São Paulo (HCor).

O hormônio estrogênio é um protetor e aliado do coração, pois estimula a dilatação dos vasos, facilitando o fluxo sanguíneo. Com a chegada da menopausa, o nível desse hormônio diminui, o que aumenta o risco do desenvolvimento de algumas doenças. Assim, quem tem menopausa precoce também fica vulnerável mais cedo a doenças cardiovasculares, pois os níveis de estrogênio começam a baixar antes.

Hoje, 30% das pessoas que sofrem infarto são do sexo feminino, e a cada ano elas estão mais expostas ao risco. No Brasil, mais de 200 mulheres morrem por dia vítimas de infarto. Se somarmos problemas cardíacos e cerebrovasculares, como AVC, o número de mortes chega a ser seis vezes maior que as causadas por câncer de mama.

Existem mulheres que nunca mediram a pressão arterial ou a taxa de colesterol, por exemplo. E fazer isso é muito importante.

 

FATORES DE RISCO

Segundo a cardiologista, as mulheres estão a cada ano mais expostas ao risco de doenças cardiovasculares, pois cerca de 40% apresentam aumento da circunferência abdominal, mais de 20% fumam, 18% são ex-fumantes, 23% têm seus níveis de pressão arterial acima do preconizado e 21% possuem alteração dos níveis de colesterol. Todos esses são fatores de risco para doenças cardíacas.

Mulheres com histórico familiar de doenças cardiovasculares ou que tiveram doenças inflamatórias, doenças autoimunes e obesidade também têm mais risco de desenvolver problemas cardíacos. O risco pode ser maior para quem usa determinados tipos de anticoncepcional, por isso é indicado buscar orientação médica antes de começar a tomar pílula. É preciso atenção especial para a dupla anticoncepcional e fumo, pois a pílula altera a produção hormonal, enquanto o cigarro predispõe a reações inflamatórias. “Essa combinação é uma bomba-relógio. Uma hora vai explodir”, diz a dra. Arrais.

O sedentarismo também deve ser combatido. A atividade física deixa os vasos mais dilatados, facilitando o fluxo sanguíneo, e ajuda a controlar melhor o peso, a pressão arterial e a frequência cardíaca. “Os atletas, por exemplo, têm frequência cardíaca mais baixa, ou seja, o coração precisa trabalhar menos”, explica a cirurgiã.

O estresse é outro fator relevante. A médica esclarece que, quando passamos por uma situação estressante, nosso cérebro estimula glândulas a secretar determinados hormônios que aumentam a pressão arterial e a frequência cardíaca. Quem vive sob estresse contínuo acaba passando por esse processo muitas vezes, o que pode desencadear eventos cardíacos mais graves. Além disso, existe a questão psicológica: pessoas muito estressadas podem desenvolver estados depressivos. “A mulher tem acumulado vários papéis. O ritmo acelerado a expõe a muito estresse e favorece hábitos pouco saudáveis, como o sedentarismo e a má alimentação. O tabagismo, a falta de atividade física regrada, o consumo excessivo de bebida alcoólica e alimentos com altos índices de colesterol e gordura contribuem para a obstrução das artérias coronárias. É o cenário perfeito para um infarto ou um derrame”, afirma.

 

ATENÇÃO AOS SINTOMAS

Em geral, as mulheres são mais tolerantes à dor. Em muitos casos, justamente por conta do acúmulo de tarefas, elas acabam ignorando sinais de que algo está errado e perdem a chance de obter um diagnóstico rápido quando ficam doentes. A médica comenta que algumas sentem dor nas costas, dor no estômago e náuseas e pensam que é apenas algo pontual quando, na verdade, já podem estar desenvolvendo algum problema cardíaco. “Existem mulheres que nunca mediram a pressão arterial ou a taxa de colesterol, por exemplo. E fazer isso é muito importante. Sintomas também não devem ser negligenciados. Se você sentiu desconforto torácico, dor ou algo diferente, procure um médico para fazer uma avaliação”, recomenda a cardiologista.

A dica é começar a se cuidar cedo. Quando uma pessoa mais velha começa a ter os sintomas de doenças cardiovasculares, provavelmente os problemas já se iniciaram há algum tempo. Eles podem ser resultado de anos de hábitos danosos à saúde. “A placa na parede da artéria não se forma de um dia para o outro, são vários mecanismos. Cada pessoa tem um mecanismo diferente, mas todos esses hábitos podem ser trabalhados ao longo da vida”, afirma Magaly.

É fundamental realizar avaliações médicas periódicas. Aquelas que já se enquadram no grupo de risco (que inclui hipertensãodiabetes, obesidade, tabagismo, colesterol alto, estresse, sedentarismo e histórico familiar) não devem esperar o período da menopausa para ir ao médico, mas procurá-lo antes dos 30 anos. Após os 40, é indicado que a mulher compareça a consultas periódicas, pois já está na fase da pré-menopausa e o nível de estrogênio começa a cair. Depois dos 50, é indispensável fazer uma avaliação, no mínimo, uma vez por ano.

Sexualidade feminina: Esqueça a vergonha e seja dona de si

Entre quatro paredes tudo está liberado, não é mesmo? Para algumas mulheres, não. A sexualidade feminina ainda rende tabus. Há quem não consiga explorar e valorizar os próprios desejos. Assim, fica difícil dominar o e mostrar ao parceiro que algumas vontades podem ser prazerosas para ambos.

De acordo com a sexóloga Laura Meyer, despertar a sensualidade é essencial. A mulher que ainda se sente tímida ao tirar a roupa ou falar sobre suas preferências deve tentar melhorar a autoestima e livrar-se das paranoias. Saiba como fazer isso.

Tabus da sexualidade feminina

“A mulher que procura melhorar sua aparência usando roupas provocantes, cuidando do e perfumando-se para despertar o interesse do parceiro certamente está com sua sensualidade à flor da pele”, explica a sexóloga. Ao se produzir, ela também se sente melhor, garantindo a autoconfiança que precisa para deixar os medos de lado. “Ao sentir que é bem-sucedida em seu objetivo, sente-se segura e continuará agindo dessa forma sensual.”

Há quem acredite que se masturbar é um erro, por exemplo. Esse é um dos tabus que, além de ultrapassados, podem prejudicar o prazer feminino. A mulher que consequentemente não sabe o que é bom e o que garante bem-estar para si mesma. Por isso, separar um tempo para se divertir e descobrir do que você gosta é, sim, necessário.

sexo anal também é sinônimo de polêmica. Adorado por muitos homens e temido por várias mulheres, o ato deve ser discutido pelos parceiros e praticado, caso os dois se sintam à vontade. Se existe confiança e intimidade, o parceiro irá com calma e você sentirá prazer. O importante é manter diálogo e comentar quando algo está desconfortável.

Mitos e verdades da sexualidade feminina

1. Mulheres não têm tanto desejo sexual quanto os homens

Verdade. Segundo Laura, eles pensam muito mais em sexo que elas e, consequentemente, sentem mais desejo. Enquanto os homens pensam no que pode rolar em uma transa, as mulheres não sentem a necessidade de imaginar e pensar nisso ao longo de todo o dia. Ainda assim, o desejo sexual existe e deve ser explorado.

2. A masturbação pode atrapalhar o prazer sexual com o parceiro

Mito.Ela garante o autoconhecimento e proporciona transas mais quentes. A partir do momento em que você descobre do que gosta, deixa de perder tempo com estímulos que não garantem tanto prazer. De acordo com Laura, a masturbação pode atrapalhar apenas “se a mulher deixar de fazer a relação sexual com o parceiro para se masturbar”.

3. Mulheres apenas sentem prazer por masturbação clitoriana

Mito. É mais fácil sentir prazer com o estímulo clitoriano, fato. Laura destaca que o clitóris é o gatilho do prazer na grande maioria das mulheres. Porém, a também pode garantir boas sensações. O orgasmo vaginal depende muito da prática, da intimidade com o parceiro e do autoconhecimento.

4. O orgasmo feminino é difícil de alcançar

Mito. É fácil, desde que você esteja relaxada e conheça os pontos que garantem mais prazer. O orgasmo feminino, segundo Laura, é difícil nos casos em que a mulher seja sexualmente reprimida ou não esteja excitada. Se o parceiro for empenhado, inclusive, pode garantir sensações únicas e prolongadas.

Parto prematuro: saiba como ele pode ser evitado com progesterona

Um artigo acadêmico, publicado pelo American Journal of Obstetrics & Gynecology, em novembro de 2017, demonstrou que a utilização de progesterona vaginal tem efeitos para reduzir o risco de parto prematuro em mulheres com o colo de útero curto. O artigo tem entre seus autores o obstetra brasileiro Eduardo Fonseca, da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, Paraíba.

A prematuridade é uma das principais complicações da gravidez e 15 milhões de bebês nascem antes do tempo, em todo o mundo, anualmente. A progesterona é um hormônio natural produzido pelos ovários, no início da gravidez, e depois pela placenta. O declínio da progesterona é um dos gatilhos do parto e pode implicar em partos prematuros espontâneos, se essa queda ocorrer antes do previsto.

Algumas pesquisas já haviam sido publicadas em 2016. Médicos em todo o mundo investigaram se a administração de progesterona vaginal reduziria a taxa de prematuros. Agora, os médicos e pesquisadores resumiram os resultados de todos os estudos e descobriram que, quando toda a informação disponível é considerada, os efeitos são positivos.

A progesterona vaginal reduz a taxa de parto prematuro a partir da 28a semana, além de reduzir a frequência de complicações neonatais e o número de bebês com peso inferior a 1.500 gramas.

O médico reforça, porém, que a administração do hormônio deve ser realizada somente após a indicação de um obstetra, que também irá determinar a dosagem correta por meio de exames. A ocorrência de colo de útero curto deve ser identificada no exame ultrassonográfico, do segundo trimestre de gestação.

Além de auxiliar na vida e bem estar das mãos e dos bebês, a administração de progesterona para gestantes com colo uterino curto também tem impactos positivos de custo-eficácia no sistema de saúde. Os pesquisadores determinaram uma economia nos gastos públicos de, aproximadamente, U$500 milhões, por ano, somente nos Estado Unidos.

Além do médico brasileiro Eduardo Fonseca, que é Presidente da Comissão de Perinatologia da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, o artigo contou com mais sete pesquisadores, entre eles o autor principal Roberto Romero, Chefe do Departamento de Pesquisa de Perinatologia e diretor da Divisão de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, NICHD / NIH / DHHS, e o autor sênior Kypros Nicolaides, Professor de Obstetrícia e Ginecologia da Kings College, em Londres, e Diretor da Fetal Medicine Foundation (www.fetalmedicine.com).

 

21 razões para ir no ginecologista antes dos 21 anos

  • 1. Cuidar da saúde do seu corpo;
  • 2. Iniciar bons hábitos para ter ossos saudáveis;
  • 3. Manter peso adequado e saudável;
  • 4. Diagnosticar e tratar possíveis infecções urinárias;
  • 5. Tratamento para corrimento vaginal;
  • 6. Cuidados com acne e excesso de pelos;
  • 7. Tratar cólicas menstruais;
  • 8. Descobrir a causa de sua menstruação ter um fluxo intenso;
  • 9. Descobrir por que seu ciclo é curto ou longo e como tratar irregularidade menstrual;
  • 10. Como lidar com a TPM;
  • 11. Iniciar a vida sexual de maneira saudável e segura;
  • 12. Saber quando uma relação sexual é arriscada;
  • 13. Tirar dúvidas sobre relacionamentos homoafetivos;
  • 14. Informar-se antes de iniciar a vida sexual;
  • 15. Escolher um método anticoncepcional para evitar uma gravidez indesejada antes da hora;
  • 16. Informações e planejamento para uma futura gravidez segura;
  • 17. Fazer um teste de gravidez;
  • 18. Iniciar o pré-natal se estiver grávida;
  • 19. Saber como evitar doenças sexualmente transmitidas;
  • 20. Realizar vacina do HPV;
  • 21. Realizar teste de sífilis e HIV.

Efeito do estresse materno sobre o bebê ainda é incerto.

Que o estresse faz mal para a saúde já é algo de conhecimento geral. O que pouco se sabe é se os efeitos negativos poderiam ter início antes mesmo de a pessoa nascer. Estudos mostram que o estresse materno durante a gestação pode ter impacto direto no desenvolvimento do bebê, mas a afirmação ainda não é um consenso no mundo médico.

Uma pesquisa da Escola de Farmácia da Universidade Hebraica de Jerusalém (Israel) realizou experimentos com ratas de laboratório. Os filhotes daquelas que haviam sido submetidas a situações de estresse tinham a capacidade de aprendizado, atenção e memória prejudicada. Tinham, também, mais sintomas de ansiedade e depressão.

Efeito semelhante destacou um levantamento do Imperial College, de Londres (Inglaterra). Reunindo dados de estudos independentes sobre o assunto, a pesquisa apontou que esses mesmos problemas podem acontecer nos seres humanos.

Ambos os estudos apontam o aumento do nível de cortisol como a principal hipótese da causa do problema. Esse hormônio, responsável pela resposta ao estresse, estaria presente tanto no sangue da mãe, quanto no líquido amniótico, que envolve o bebê. Embora não se saiba exatamente como, a maior concentração desse hormônio teria impacto no desenvolvimento neurológico da criança.

Outro estudo, publicado na Ultrasound Obstetric Gynecol, indicou a relação entre a diminuição do fluxo da placenta e os altos níveis desse hormônio. “O estudo, porém, não conseguiu relacionar o estresse psicológico e os níveis de cortisol, uma vez que outros fatores da vida da gestante, como obesidade e hipertensão, não eram separados”, explica Renata Di Sessa, ginecologista e obstetra do Hospital Santa Catarina, de São Paulo.

O aumento do cortisol eleva também a chance de a pessoa desenvolver hipertensão grave e diabetes. Por conta disso, e dos maiores riscos de distúrbios endocrinológicos e alterações de glicemia, a mulher que sofre com muito estresse durante a gestação apresenta ainda maior risco de aborto.

Além disso, o estresse pode aumentar o risco das infecções urinarias de repetição e do trabalho de parto prematuro. “E, o que é muito importante: dificuldade na amamentação, o que pode levar a mãe até a desistir desse cuidado extremamente necessário para a nutrição e a defesa imunológica do recém-nascido”, menciona a médica.

Mas, de acordo com Renata, de uma forma geral os estudos que ligam estresse materno a problemas do bebê ainda não podem ser considerados conclusivos. “Penso que ainda há muito que ser estudado. São necessários mais estudos que comprovem tudo isso”, diz Renata.

Alterações genéticas

Uma pesquisa da Universidade de Konstanz, na Alemanha, publicada na revista científica Translational Psychiatry, foi feita com 25 mulheres que sofreram ameaças de agressão de seus parceiros durante a gestação e seus filhos. Segundo o estudo, os filhos dessas mães seriam mais sensíveis ao estresse, reagindo mais impulsivamente. Eles também teriam mais dificuldade para lidar com suas emoções.

O estudo aponta ainda que alguns desses filhos teriam uma alteração no gene receptor de glucocorticoide, responsável por regular a resposta hormonal do organismo ao estresse.

TPM é ruim, mas você já ouviu falar de TDPM?

Só quem menstrua sabe o que é TPM. De repente, você se vê irritada com qualquer acontecimento, extremamente sensível e desejando loucamente aquele chocolate do armário!

O inchaço da as caras, a cólica diz “oi sumida”, sono se despede e as idas ao banheiro se tornam mais frequentes.

Lembrando que não podemos generalizar, pois há sempre excessões em todos os casos.

Existem pessoas que simplesmente não tem TPM e pessoas que tem algo muito pior, a TDPM.

O Transtorno Disfórico Pré-menstrual é mais provável de acontecer em organismos em que a queda da serotonina, hormônio responsável pelo bom humor, é mais alta e que contam com uma predisposição genética. Ele atinge entre 8% e 10% das pessoas que menstruam e pode provocar:

  • Ira;
  • Depressão;
  • Ansiedade;
  • Pensamentos de desesperança;
  • Palpitação;
  • Queda da imunidade;
  • Crises de pânico;
  • Tensão muscular;
  • Distúrbios de sono e fome;
  • Alterações de humor severas;

Estes sintomas geralmente aparecem entre 1 e 2 semanas antes da menstruação e somem com a chegada dela.

A TDPM exige tratamento profissional, mas o diagnóstico pode começar em casa.

Anote em um caderninho como você se sente ao decorrer dos dias e, principalmente, o momento em que a menstruação desce. A partir deste exercício é possível descobrir se os sintomas tem relação com a menstruação ou não.

Ao perceber que os seus sintomas são severos e te transformam em outra pessoa, procure um ginecologista e converse com o profissional abertamente sobre o assunto.

Antes de qualquer intervenção medicamentosa, é essencial buscar tratamentos que estimulem naturalmente a produção de serotonina, como:

  • Alimentação saudável, com destaque para alimentos constituídos por carboidratos complexos, cálcio e vitamina bc, responsáveis por melhorar o humor;
  • Terapia de longo ou curto prazo ( como hipnose ou PNL);
  • Atividade física, se possível;
  • Exposição ao sol;
  • Meditação;
  • Desenvolvimento de técnicas para controlar a ira.

Se os sintomas persistirem mesmo assim, será necessário partir para antidepressivos mais leves chamados de inibidores de receptação da serotonina e, em último caso, a pílula anticoncepcional, pois ela pode provocar outros efeitos colaterais desagradáveis.

A dica mais importante é o autoconhecimento. Evite tomar grandes decisões nos períodos que antecedem a menstruação. Nestes momentos, você está sob grande influência dos hormônios.