Insônia na transição para a menopausa

A tendência à insônia aumenta na fase do climatério por causa do desequilíbrio hormonal e da queda na produção de estrogênios, que são hormônios associados com a regulação do sono da mulher. As ondas de calor e suores que acompanham o desequilíbrio hormonal também podem ocorrer à noite e perturbar o sono. É importante estar atento à frequência desses episódios para que a insônia eventual não se transforme em crônica. A higiene do sono na transição para a menopausa tem um papel importante neste sentido, bem como os exercícios físicos.

Os médicos definem a insônia como um distúrbio psíquico-fisiológico, que tem origem em algum desequilíbrio hormonal ou orgânico associado, na maioria dos casos, a problemas de fundo emocional como ansiedade, fobias, separações e perdas, ou preocupações materiais como o desemprego e a falta de dinheiro. O problema predomina entre o sexo feminino, independentemente da idade, informa o neurologista José Renato Felix Bauab, pesquisador do Departamento de Neurologia da Universidade Federal Paulista (Unifesp). Calcula-se que a proporção de mulheres com o problema chega a ser 30% maior do que a de homens.

A tendência à insônia aumenta naturalmente, com a idade e, nas mulheres, especialmente na fase do climatério, em que o desequilíbrio hormonal as torna vulneráveis à depressão, além de sujeitas aos suores e fogachos bem como a problemas urinários. E não só. O Dr. Felix Bauab lembra de um estudo feito na Finlândia, que observou a ação dos estrogênios sobre o centro regulador do sono. “Esses hormônios atuam sobre o relógio biológico da mulher e podem alterá-lo quando entram em desequilíbrio”, diz o neurologista. É importante estar atento a esta possibilidade: “Um dos ritmos mais suscetíveis a desregular no ser humano é o sono e se a pessoa não toma providências, a insônia eventual pode se transformar em crônica. É o que chamamos de insônia aprendida e perpetuada.”

Para evitar que a insônia se torne crônica os médicos recomendam às pacientes, antes de mais nada, fazer a higiene do sono, cujos procedimento são descritos mais abaixo. Técnicas de relaxamento, meditação e yoga ou a prática diária de exercícios físicos são fundamentais para prevenir as alterações de humor e promover o bem estar e o sono. Os casos de ansiedade leve, típicos do climatério, que dificultam pegar no sono podem ainda ser resolvidos com o uso de calmantes naturais, fitoterápicos, como as ervas passiflora, valeriana, melissa e avenna sattiva. O neurologista Felix Bauab inclui nessa categoria o uso esporádico de medicamentos para dormir, uma necessidade que seu médico pode avaliar “O ideal é utilizar remédios para dormir uma vez ou outra e mesmo assim, de formulações mais leves, com menor potencial de causar dependência”, diz Bauab, ao esclarecer que os medicamentos tradicionais benzodiazepínicos, os populares soníferos, não são mais receitados para a insônia típica do climatério, que se repete com certa freqüência. Eles são hoje indicados para os casos de insônia aguda (esporádica) ou nos distúrbios crônicos de impercepção do sono, por exemplo, em que o cérebro da pessoa não tem capacidade de perceber o estado de sono e só consegue dormir com sonífero. Diante de um quadro de ansiedade mais intenso, em que a insônia parece caminhar para tornar-se crônica, o neurologista considera ainda a indicação de um tratamento psicoterapêutico e o uso de anti-depressivos.

HIGIENE DO SONO

A higiene do sono deve ser incorporada ao dia-a-dia, independente de qual seja a opção de tratamento. É uma terapia sem medicação que vale para todas as pessoas. A seguir, os procedimentos sugeridos pelos médicos para a higiene do sono:

  • Fazer a última refeição até oito horas da noite.
  • Preferir pratos leves, de fácil digestão.
  • Evitar atividade física depois das seis da tarde. O exercício depois desse horário desregula o relógio biológico.
  • Pessoas mais notívagas devem deixar a casa ou o ambiente onde estiver na penumbra.
  • A luz reduzida avisa o cérebro para secretar melatonina, o hormônio do sono.
  • Dedique-se a atividades agradáveis como ouvir música ou ver um programa na TV, mas fora do quarto de dormir.
  • Procure relaxar o corpo em uma poltrona confortável enquanto o sono não vem, vestida com roupa de dormir. Mas só vá para a cama quando tiver sono, realmente.

Fonte: SOGESP

Aumentam casos de infecção urinária durante o verão

Além do calor, a estação mais quente do ano chega com o aumento da incidência de infecção urinária. Segundo o ginecologista Arlon Silveira, os casos chegam elevar entre 5% e 10%, a depender da idade da mulher. “No verão há uma predisposição a praia, principalmente, no Nordeste. A pessoa fica muito tempo com trajes de banho, quase sempre úmidos, e isso favorece a proliferação de microorganismos”, explicou.

O ideal é que as peças molhadas sejam substituídas por uma de algodão seca assim que possível. A infecção urinária é uma contaminação bacteriana que afeta qualquer parte do trato urinário. “São bactérias, fungos, vírus ou microorganismos no trato urinário, que se não tratadas adequadamente podem causar infecção na vias urinárias”, explicou o médico. Os principais sintomas são ardor ao urinar, vontade frequente de ir ao banheiro, dor na uretra, na pélvis e a presença de sangue na urina.

A estudante Cacilda Andrade adota medidas preventivas quando vai à praia. “Sempre levo uma roupa extra para trocar quando saio do mar. Não gosto de ficar com a roupa molhada no corpo, tanto pelo desconforto, quanto para evitar doenças. Uma mulher prevenida vale por duas”, afirmou.

Arlon Silveira disse que esta doença acomete principalmente as mulheres, ao contrário dos homens, por possuir a uretra mais curta, facilitando que as bactérias tenham um acesso mais fácil à bexiga.

De acordo ele, um dos principais cuidados para evitar problemas de infecção urinária é beber muita água ao longo do dia. “É necessário ingerir dois litros de água por dia, além de ir ao banheiro de 3h em 3h, mesmo sem vontade, para que seu organismo se defenda das bactérias”, sugeriu.

Outra dica é adotar uma dieta rica em fibras e ingerir sucos de frutas ácidas. “Esses sucos produzem bactericidas que impedem a bactéria de entrar na região do perímetro”, explicou o ginecologista. Ele disse ainda que, é necessário evitar o uso de protetor diário e duchas íntimas.

“O jato de água ‘empurra’ a bactéria para o canal da bexiga e prolifera as que ficam alojadas no objeto”, revelou.
O médico também afirmou que é preciso adotar alguns cuidados antes e depois da relação sexual. “É necessário fazer higienização íntima depois do ato e beber bastante água antes e depois da relação para esvaziar o quanto antes a bexiga, assim as bactérias que podem ter entrado na uretra são expelidas”, explicou.

A ginecologista Regina Paula Ares chamou atenção para as alterações radicais na dieta durante o verão de mulheres e homens que buscam a forma perfeita para o período.

“Estas adequações no cardápio causam mudanças no funcionamento do organismo e diminuem a imunidade do corpo, facilitando a ação de bactérias, fungos e outros vilões. Seguir uma dieta saudável é um hábito que ajuda no combate às infecções urinárias e na prevenção de diversos problemas de saúde”, explicou.

O ginecologista Arlon Silveira ainda disse que outra doença comum na estação mais quente do ano é a vaginite causada pelo fungo cândida. “Esse fungo que gosta de umidade e calor, por isso no verão é necessário ter cuidado extra”, ressaltou.

Fonte: Tribuna da Bahia

Mutações denunciam origem de fungo da candidíase

Alterações genéticas observadas em amostras clínicas do fungo Candida albicans, responsável por infecções graves em seres humanos com sistema imunológico debilitado, sobretudo de pacientes internados em unidades de terapia intensiva, podem determinar a região no mundo onde o fungo se originou, segundo estudo publicado na versão on-line da revista Infection, Genetics and Evolution.

A C. albicans está entre os milhares de micro-organismos que vivem em nosso corpo e é o agente causador da candidíase. Por conta disso, o local em que ele é isolado nem sempre corresponde à região geográfica em que aquela cepa surgiu. Assim, a identificação de suas linhagens pode ajudar a responder se, em um surto de infecção hospitalar por C. albicans, a infecção é causada pela população do fungo presente na microbiota do paciente ou do ambiente hospitalar – o que pode gerar sérias implicações epidemiológicas.

No estudo, financiado pela FAPESP, pesquisadores do Laboratório de Genômica Evolutiva e Biocomplexidade da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) sequenciaram o genoma da mitocôndria (organela responsável pela respiração celular) de dois isolados clínicos do fungo e os compararam com o de amostras de referência. Ao fazerem isso, verificaram que algumas variações específicas encontradas em regiões do DNA que não codificam proteína (conhecidas como regiões intergênicas) são características do local de origem do fungo.

“Optamos pelo DNA mitocondrial porque ele evolui muito mais rápido do que os genes que estão no DNA do núcleo das células. Isso se dá pelo fato de a mitocôndria não ter um sistema eficiente de reparo de mutações durante o processo de replicação de seu DNA, enquanto no DNA celular esse reparo se dá automaticamente”, explica o biólogo Marcelo Briones, um dos autores do estudo. Assim, de acordo com o pesquisador, as mutações se acumulam com mais frequência no DNA mitocondrial do que as que ocorrem no núcleo celular.

Nos experimentos, os pesquisadores identificaram as mutações acumuladas nas três regiões intergênicas do material genético das duas amostras e as compararam com as mutações de 18 isolados clínicos obtidos de pacientes infectados do Brasil, Argentina, Colômbia, Equador, Venezuela e Estados Unidos. Concluíram que a sequência do DNA mitocondrial do fungo possibilita diferenciar uma linhagem da outra de acordo com a região geográfica de origem, já que cada uma delas apresentou diferentes tamanhos e patrões de mutações. “Um dos grupos contém um padrão mutacional observado em amostras argentinas que exclui as outras amostras”, explica Briones. De acordo com o biólogo, esse mecanismo pode ser usado na identificação de linhagens do fungo.

Anos atrás, o grupo de Briones já havia sequenciado os genes do DNA mitocondrial da C. glabrata – outro fungo, também perigoso e oportunista, que ataca principalmente pacientes portadores do vírus HIV – a fim de diferenciar linhagens e, a partir daí, determinar sua origem geográfica. Dessa vez, os pesquisadores verificaram que as regiões intergênicas da C. albicans evoluíam neutramente, isto é, sem qualquer influência da seleção natural.

“Ao olharmos para mutações neutras mitocondriais, estamos o mais próximo possível da taxa máxima de mutações observáveis entre duas linhagens. Acredito que isso possa ser o mais próximo que se possa chegar, hoje, de um marcador ideal para a diferenciação de linhagens muito próximas desses organismos”, conclui Briones. De acordo com os pesquisadores, é fundamental agora estender esse estudo a um grande número de linhagens e cepas de várias regiões do mundo a fim de verificar o quanto esse padrão tem robustez e coerência.

Fonte: Revista Pesquisa Fapesp

Contra a gravidez indesejada

Apenas 6% das brasileiras usam algum método anticoncepcional de longa duração, dispositivos colocados no útero ou implantados sob a pele que liberam continuamente compostos capazes de inibir o desenvolvimento das células reprodutivas femininas (óvulos) ou de impedir as masculinas (espermatozoides) de chegar ao trato genital da mulher. Médicos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), porém, acreditam que essa proporção deveria ser bem maior – talvez próxima à de países da Europa em que quase um quarto das mulheres usa algum método anticoncepcional de ação prolongada. Os pesquisadores da Unicamp realizaram um levantamento mostrando que esses métodos contraceptivos são bem mais confiáveis do que os de uso diário ou semanal – pílulas, adesivos e anéis vaginais – e podem reduzir a mortalidade materna e os abortos inseguros.

A conclusão vem do acompanhamento de mais de 20 mil mulheres que, de 1980 a 2012, foram atendidas pelos ginecologistas da Unicamp, receberam aconselhamento sobre métodos contraceptivos e aderiram aos anticoncepcionais de longa duração. Na contramão da tendência observada no resto do país, os médicos da universidade sempre tiveram à mão os métodos de ação prolongada reversível (Larc). Resultado: nos últimos 10 anos eles calculam ter evitado 547 abortos inseguros, 60 mortes maternas e 400 mortes de bebês que poderiam ter tido problemas no parto ou adoecido após o nascimento.

Os dados estão em artigo publicado em outubro no periódico Human Reproduction. Para o coordenador do estudo, o médico Luis Bahamondes, não é difícil explicar a confiabilidade elevada dos métodos Larc, como os dispositivos intrauterinos (DIU), o sistema intrauterino liberador de levonorgestrel (hormônio sintético) e os implantes. Estudos anteriores já mostraram que os Larc falham em menos de 1% dos casos; com o uso de pílulas essa proporção chega a 10%.

Uma das razões pelas quais os anticoncepcionais de uso oral falham mais é que as mulheres muitas vezes se esquecem de tomá-lo. Segundo Bahamondes, se fosse possível fazer um acompanhamento diário para que elas nunca deixassem de ingerir a pílula, a taxa de falha seria de 0,1%. “Seria perfeito”, diz, “mas para isso eu teria de me mudar para a casa da paciente”. Mesmo os hipertensos, cuja vida depende do uso continuado de medicamentos para manter a pressão sob controle, não são tão regrados como deveriam: só 25% deles tomam o remédio como prescrito pelo médico. “As pessoas acabam se cansando da medicação e param”, conta Bahamondes. “Com os métodos Larc, esse problema não existe.”

Aliás, de acordo com ele, essa é a primeira pergunta que as mulheres atendidas na Unicamp costumam fazer: “Quanto falha, doutor?”. Ele conta que, quando informa que quem coloca um DIU, um sistema liberador de levonorgestrel ou um implante tem uma taxa de falha quase idêntica à de quem faz laqueadura, a mulher vê que não tem motivo para fazer a cirurgia de esterilização definitiva, ainda comum no Brasil. Perto de 30% das mulheres em idade reprodutiva optam pela laqueadura no país, enquanto 25% usam anticoncepcionais por via oral.

Cobre e hormônios
Nas três décadas de acompanhamento os pesquisadores compararam a eficácia de três métodos anticoncepcionais de longa duração – os DIUs tradicionais, contendo cobre; os DIUs liberadores do hormônio; e os implantes subcutâneos que liberam hormônios –, além do anticoncepcional injetável trimestral, que, embora não entre na categoria de longa duração, também apresenta eficácia superior à da pílula. Tanto o DIU liberador de hormônio quanto as injeções e as pílulas impedem a gravidez por inibir a liberação dos óvulos e alterar o muco cervical, que funciona como barreira para os espermatozoides. Já o DIU evita a gravidez porque o cobre é tóxico para as células reprodutoras masculinas. Nenhum desses métodos, no entanto, protege contra as doenças sexualmente transmissíveis.

O grupo da Unicamp usou um modelo matemático desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela organização Marie Stopes International para calcular o número de mortes e problemas de saúde que poderiam ser evitados com os diferentes métodos anticoncepcionais. A conta foi feita apenas em relação aos últimos 10 anos porque o modelo matemático com dados brasileiros só está disponível para os anos mais recentes, diz o pesquisador.

Com esses resultados positivos, por que os métodos de ação prolongada são tão raros no Brasil? A razão, afirma Bahamondes, não são os efeitos colaterais, que, no caso de implantes e DIUs liberadores de hormônio, são semelhantes aos apresentados pelas usuárias de pílula. Mesmo assim, 90% das mulheres que optam por implantes ou DIU hormonal continuam a usá-los após um ano, enquanto mais da metade das que começam a tomar pílula para após esse período.

Para Bahamondes, o uso de anticoncepcionais de ação prolongada é baixo no Brasil porque o país segue uma política de cuidados com a saúde da mulher parecida com a dos Estados Unidos. Também por lá, a realização de laqueaduras e o uso de pílulas predominam – os Larcs são mais comuns na Europa Ocidental –, embora especialistas em saúde pública norte-americanos comecem a se mostrar favoráveis aos contraceptivos de longa duração, em especial para populações mais vulneráveis, como adolescentes.

Em artigo publicado em outubro de 2014 no New England Journal of Medicine, pesquisadores da Universidade de Saint Louis acompanharam por três anos um grupo de quase 1.500 adolescentes sexualmente ativas da região de Saint Louis, no Meio-Oeste dos Estados Unidos. As garotas receberam informações sobre diferentes métodos contraceptivos e tiveram acesso gratuito aos Larcs. Delas, 72% optaram pelos de ação prolongada. Nesse grupo, ocorreram 34 gestações não planejadas e 9,7 abortos em cada grupo de mil adolescentes. Esses números são bem mais baixos do que a média para a população norte-americana: 159 gestações indesejadas e 42 abortos entre cada mil adolescentes.

“No Brasil o DIU tradicional é ofe-re-cido na rede pública, enquanto o DIU liberador de hormônio quase não existe nem na rede privada”, afirma Bahamondes. Segundo ele, também falta capacitação para os médicos aconselharem o uso desses métodos a suas pacientes. “Os gestores do SUS [Sistema Único de Saúde] ainda não perceberam que, do ponto de vista do custo, os métodos de ação prolongada empatam com a pílula no longo prazo, com a vantagem de serem mais eficazes para evitar a gravidez indesejada”, diz. “Não há uma política clara de planejamento familiar no país, então o caminho é empoderar as mulheres para que elas tenham a chance de escolher o melhor método”, defende ele.

Fonte: Revista Pesquisa Fapesp

É certo lavar calcinha no banho?

Às vezes soa como praticidade: você está no banho e aproveita o tempo para lavar a calcinha, adiantando o trabalho de lavanderia. Um sabonete na roupa íntima, entre o xampu e o condicionador nos cabelos, e pendurar na torneira do box para secar. Mas será que essa rotina é saudável?

Lavar a calcinha no banho pode parecer uma economia de tempo e sabão em pó, mas para limpar adequadamente as roupas que terão contato com as partes íntimas é preciso tomar certos cuidados para que o hábito não leve a irritações, corrimentos, coceiras e alergias na vagina.

“Até podemos lavar a calcinha no box, não é proibido, mas não com qualquer produto, não de qualquer jeito. Até porque o maior vilão desse hábito não é lavar no chuveiro, e sim, deixar a calcinha secando no box.” – Bárbara Murayama, ginecologista do Hospital 9 de Julho, em São Paulo

Confira a seguir as dicas da ginecologista Bárbara Murayama e do biomédico Roberto Martins Figueiredo, conhecido como Dr. Bactéria.

Usar xampu, sabonete ou só a água para lavar calcinha é errado?
“Nada de produto para o corpo na calcinha, eles não foram feitos para isso”, afirma Bárbara. Segundo a ginecologista, devemos respeitar ao máximo as indicações de uso dos industrializados. “Cada coisa em seu lugar. Os produtos de saúde íntima são planejados para pH específico da vagina, para manter a flora de bactérias e microrganismos específicos”. Um xampu para cabelos lisos, por exemplo, tem uma química focada na queratina e não em áreas de mucosas delicadas. Em contato com a vagina, pode causar coceira, corrimento e queimaduras.

O que devo usar para lavar roupa íntima no banho?
O melhor é você usar um sabão líquido neutro, sem perfume e sem cor, evitando fatores alergênicos. “Você também pode usar sabonete líquido próprio para áreas íntimas ou sabonetes feitos para limpeza de calcinhas, desde que enxague bem para não deixar resíduos”, aconselha Bárbara. “É bom observar se o produto tem ação de desinfecção, o que é importante para evitar processos infecciosos como candidíase e HPV”, lembra Figueiredo.

Posso deixar a calcinha secando na torneira do chuveiro?
Nem na torneira nem na porta do box. Lugar de calcinha molhada não é no banheiro. “O local não é ventilado, tem alta umidade e a presença de água pode levar a proliferação de fungos, como o causador de corrimentos”, afirma o biomédico. “Deixar no banheiro é um erro! O ideal é secar calcinhas no sol e em lugares arejados, para evitar os germes. Além de se tornar um alvo de fungos, no banheiro tem a privada, que pode espalhar bactérias na calcinha e causar infecções vaginais”, diz a ginecologista.

Lavar com água quente é melhor do que com água fria?
A água quente ajuda se estiver fervendo. “Água morna não esteriliza ou extermina as bactérias. Você pode usar água fria, deixar secando no sol e depois passar o ferro, assim seria perfeito”, explica Bárbara. O biomédico Figueiredo afirma que o ideal seria lavar em uma temperatura de 60°C por ao menos 30 minutos, o que desinfeta e não e não agride o tecido.

Secar a calcinha com secador ajuda de alguma forma?
Infelizmente o secador não atinge o calor necessário para eliminar as bactérias, o melhor a se fazer é usar um ferro no forro da calcinha, para desinfetar a área que entra com contato com a vagina. “Mas claro que se você está em uma emergência ou viajando e precisa lavar no hotel, usar o secador é muito melhor que deixar secando em ambiente úmido”, diz a ginecologista.

Qual é o melhor jeito de lavar as roupas íntimas?
“A melhor forma é usar máquinas de lavar que consigam chegar aos 60°C por 30 minutos, mas também podemos imergir as peças em um produto desinfetante (próprio para tecidos) e depois lavar na mão ou em qualquer máquina”, afirma Figueiredo. Lembre-se de que o amaciante e sabão em pó devem ser evitados por conter agentes alergênicos. “O sabão em pó deixa resíduos por mais que a gente enxague. Confie no sabão líquido para roupas delicadas”, aconselha a ginecologista.

Na máquina, pode misturar calcinhas com outras roupas?
Não é o ideal. Quando você mistura calcinhas com calças na máquina, por exemplo, pode acabar sujando a roupa íntima. “Colocar tudo junto na máquina mistura os germes e a sujeira. Como a vagina é mais sensível, pode causar infecções. Depois de lavar roupa com sabão em pó, bata uma vez a máquina só com água para limpar e até tirar resíduos do produto”, diz a ginecologista. Porém, tudo o que tem contato apenas com seu corpo, como sutiã, pijama e até lençóis, podem ser lavados com calcinhas (desde que sem sabão em pó ou amaciante).

Fonte: Uol