Parto prematuro: saiba como ele pode ser evitado com progesterona

Um artigo acadêmico, publicado pelo American Journal of Obstetrics & Gynecology, em novembro de 2017, demonstrou que a utilização de progesterona vaginal tem efeitos para reduzir o risco de parto prematuro em mulheres com o colo de útero curto. O artigo tem entre seus autores o obstetra brasileiro Eduardo Fonseca, da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, Paraíba.

A prematuridade é uma das principais complicações da gravidez e 15 milhões de bebês nascem antes do tempo, em todo o mundo, anualmente. A progesterona é um hormônio natural produzido pelos ovários, no início da gravidez, e depois pela placenta. O declínio da progesterona é um dos gatilhos do parto e pode implicar em partos prematuros espontâneos, se essa queda ocorrer antes do previsto.

Algumas pesquisas já haviam sido publicadas em 2016. Médicos em todo o mundo investigaram se a administração de progesterona vaginal reduziria a taxa de prematuros. Agora, os médicos e pesquisadores resumiram os resultados de todos os estudos e descobriram que, quando toda a informação disponível é considerada, os efeitos são positivos.

A progesterona vaginal reduz a taxa de parto prematuro a partir da 28a semana, além de reduzir a frequência de complicações neonatais e o número de bebês com peso inferior a 1.500 gramas.

O médico reforça, porém, que a administração do hormônio deve ser realizada somente após a indicação de um obstetra, que também irá determinar a dosagem correta por meio de exames. A ocorrência de colo de útero curto deve ser identificada no exame ultrassonográfico, do segundo trimestre de gestação.

Além de auxiliar na vida e bem estar das mãos e dos bebês, a administração de progesterona para gestantes com colo uterino curto também tem impactos positivos de custo-eficácia no sistema de saúde. Os pesquisadores determinaram uma economia nos gastos públicos de, aproximadamente, U$500 milhões, por ano, somente nos Estado Unidos.

Além do médico brasileiro Eduardo Fonseca, que é Presidente da Comissão de Perinatologia da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, o artigo contou com mais sete pesquisadores, entre eles o autor principal Roberto Romero, Chefe do Departamento de Pesquisa de Perinatologia e diretor da Divisão de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, NICHD / NIH / DHHS, e o autor sênior Kypros Nicolaides, Professor de Obstetrícia e Ginecologia da Kings College, em Londres, e Diretor da Fetal Medicine Foundation (www.fetalmedicine.com).