Personal trainer da musculatura vaginal

Pompoarismo é uma técnica milenar tailandesa que consiste em treinar a musculatura vaginal por meio de exercícios para fortalecê-la e usufruir dos benefícios. A prática também estimula a conexão da mulher com o seu próprio corpo e o conhecimento das suas partes mais sensíveis, colaborando para o a autonomia corporal e o e o autoestima.

No entanto, quando feito sem assistência de profissionais, o pompoarismo pode não só fazer diferença alguma, como prejudicar a saúde da mulher.

O movimento dos músculos vaginais em excesso ou de forma despreparada podem gerar uma disfunção no assoalho pélvico, e, consequentemente, o aparecimento de problemas intestinais, urinários, e até mesmo de dores durante o sexo.

Quando a ideia surgir na mente, a primeira pessoa a se procurar é um fisioterapeuta. O profissional vai avaliar o seu corpo e propor um que não o prejudique, além de ensinar a forma correta de contrair o assoalho pélvico. A fisioterapia pélvica leva em consideração:

-Reflexo: capacidade de contrair a musculatura por um comando recebido pelo cérebro;

-Controle: capacidade de contrair e relaxar. Mulheres com incontinência urinária podem apresentar dificuldade nesta etapa.

-Coordenação: capacidade de contrair e relaxar sem apertar o bumbum, a perna ou a barriga;

-Tônus: tensão do músculo relaxado;

-Força: força da contração medida pela palpação vaginal;

-Resistência: por quanto tempo os movimentos são mantidos.

Após as instruções, é necessário manter as consultas com o fisioterapeuta para que ele possa acompanhar a evolução da musculatura vaginal, o surgimento de algum problema e também para  montar novos treinos.

Fez tudo certinho? Aproveite os benefícios!

  • Redução das cólicas menstruais e dos sintomas da menopausa
  • Auxílio na preparação do parto e na recuperação pós-parto
  • Melhora do funcionamento do intestino
  • Tratamento da incontinência urinária
  • Combate a flacidez vaginal
  • Aumento da lubrificação e da libido
  • Autoconhecimento
  • Habilidade de contrair a musculatura vaginal durante o sexo

Câncer de colo de útero

O câncer de colo de útero ainda é o quarto câncer mais incidente em mulheres e a quarta causa de morte por câncer no Brasil. Mulheres de 25 anos são as mais suscetíveis a desenvolver o tumor, que tem como principal agente o papiloma vírus humano (HPV). O HPV também é um dos principais suspeitos do câncer de pênis.

Quanto antes o diagnóstico for feito, maiores as chances de cura, pois o tumor demora alguns anos para se tornar maligno.

A fase Pré-malignidade é chamada de Neoplasia Intraepitelial Cervical, classificada de 1 a 4 (I a IV), de acordo com a gravidade do caso.

Os dois tipos de tumores malignos mais frequentes estão associados ao HPV, que são os carcinomas epidermoides (80% dos casos), e os adenocarcinomas (20% dos casos).

Fatores de risco

A infecção do vírus HPV é causa de praticamente100% dos casos do câncer de colo de útero. Mas ter HPV não é sinônimo de câncer, pois apenas alguns tipos deste vírus estão de fato associados ao tumor.

A seguir, citaremos os fatores que aumentam as chances de se contrair HPV e, consequentemente, o surgimento do câncer de colo de útero. 

  • Verruga genital, causada pelo HPV;Início precoce da atividade sexual;
  • Múltiplos parceiros sexuais;
  • Cigarro;
  • Baixa imunidade;
  • Não realizar o exame de Papanicolaou regularmente;
  • Más condições de higiene;
  • Histórico familiar.

Sintomas do câncer de colo de útero

Nas fases iniciais não há manifestação de sintomas, mas conforme o tumor for se desenvolvendo, pode haver:

  • Sangramento vaginal, principalmente após as relações sexuais, no intervalo entre as menstruações ou após a menopausa;
  • Corrimento vaginal de cor escura e forte odor.

Em estágios ainda mais avançados, a doença pode causar:

  • Massa palpável no colo do útero;
  • Hemorragias;
  • Obstrução das vias urinárias e intestinos;
  • Dor lombar e abdominal;
  • Perda de apetite e de peso.

Diagnóstico

A avaliação ginecológica, a colposcopia e o exame citopatológico de Papanicolaou realizados regular e periodicamente são recursos essenciais para o diagnóstico do câncer de colo de útero. Na fase assintomática da enfermidade, o rastreamento realizado por meio do Papanicolaou permite detectar a existência de alterações celulares características da infecção pelo HPV ou a existência de lesões pré-malignas.

O diagnóstico definitivo, porém, depende do resultado da biópsia. Nos casos em que há sinais de malignidade, além de identificar o tipo do vírus infectante, é preciso definir o tamanho do tumor e se está situado somente no colo uterino ou se já invadiu outros órgãos e tecidos (metástases). Alguns exames de imagem (tomografia, ressonância magnética, raio x de tórax) representam recursos importantes nesse sentido.

De acordo com o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia, os exames citológicos devem se iniciar a partir dos 21 anos de idade.

Prevenções

A prevenção começa pela vacinação contra o HPV, sendo ele o principal causador de câncer no colo de útero. No SUS, a vacina é oferecida gratuitamente para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacina tem duas doses, com a segunda seis meses após a primeira.

Mesmo vacinadas, as mulheres devem continuar fazendo o exame de rastreamento de Papanicolaou, já que existem tipos de vírus não contemplados pela vacina que também podem provocar o tumor.

O uso de camisinha durante as relações sexuais também é essencial para prevenção do HPV e das demais doenças sexualmente transmissíveis.

Tratamento

A infecção do HPV pode ser eliminada espontaneamente ou por meio de tratamento médico.  Se o tratamento não funcionar, será necessário retirar ou destruir as lesões precursoras pré-malignas.

Pra o tratamento de tumores malignos, é necessário avaliar o estágio da doença, as condições físicas da paciente, sua idade, e se pretende ou não engravidar. A cirurgia só será indicada quando o tumor está confinado no colo do útero.

A radioterapia externa ou interna (braquiterapia) tem-se mostrado um recurso terapêutico eficaz para destruir as células cancerosas e reduzir o tamanho dos tumores. Apesar de a quimioterapia não apresentar os mesmos efeitos benéficos, pode ser indicada na ocorrência de tumores mais agressivos e nos estádios avançados da doença.

Ovário Policístico e Diabetes

A síndrome do ovário policístico (SOP) é um distúrbio hormonal em que a mulher não ovula e nem menstrua com regularidade. Os sintomas mais comuns e conhecidos são a irregularidade do ciclo menstrual, pelas espinhas e pelos em excesso e pelas cólicas fortes. Mas além de facilitar a obesidade o e risco de câncer de endométrio, a condição também aumenta em 4 vezes a predisposição de desenvolver diabetes.

Estudos recentes mostraram que existe um elo entre a SOP e a resistência insulínica do corpo, causada por um defeito genético.

O estudo observou o sequenciamento genético de 60 mulheres com diagnóstico de puberdade precoce central ou histórico de menstruação precoce. Durante a análise, foram identificados 3 tipos de mutações do gene DLK1, as quais provocam mutações metabólicas como obesidade, intolerância à glicose, diabete tipo 2 e ovário policístico.

“Provavelmente, a falta do gene aumenta a diferenciação do tecido adiposo [gordura], principalmente na região abdominal. Esse aumento de tecido adiposo visceral está associado à piora da resistência insulínica”, explica Larissa Garcia Gomes, autora do estudo e diretora da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional de São Paulo (SBEM-SP).

A médica explica que os ovários têm receptores de insulina nas células responsáveis pela produção de testosterona. O aumento desse hormônio está diretamente ligado à presença de ovário policístico. Quando a insulina está alta, a liberação de testosterona também aumenta. O aumento desse hormônio no organismo leva à anovulação, que é quando os ovócitos não atingem maturidade para a ovulação. Com isso, em vez de sair dos ovários, eles continuam lá dentro, formando os pequenos cistos característicos da SOP.

Larissa diz que a descoberta de alterações no gene DLK1 vai mudar a forma de conduzir as pacientes em termos de diagnóstico e tratamento. 

Fonte: Estadão

Amenorreia

Amenorreia é a ausência de menstruação em mulheres na idade fértil e pode ser classificada como primária ou secundária.

Primária

Caracteriza-se pela ausência de menstruação até os 13 anos de idade e do desenvolvimento das característica sexuais secundárias – crescimento das mamas, dos pelos na púbis e nas axilas e a gordura nos quadris. Há também casos em que a menstruação só vem depois dos 16 anos, mas tais características se desenvolvem normalmente.

Secundária

A amenorreia secundária é a ausência de menstruação desde 3 ciclos menstruais até 6 meses seguidos em mulheres que menstruavam com regularidade.

Entre as causas, estão:

  • Uso de anticoncepcionais, quer por via oral, injetável, sob a forma de adesivos implantados na pele, e do DIU hormonal;
  • Ausência de ovulação associada à síndrome dos ovários policísticoshiper ou hipotireoidismo, distúrbios alimentares (anorexia e bulimia), obesidade e prática exaustiva de exercícios físicos;
  • Malformações anatômicas do trato genital (imperfuração do hímen, colabamento das paredes uterinas e inexistência do útero, do colo uterino ou da vagina, por exemplo);
  • Uso de certos medicamentos (antidepressivos, antialérgicos, anti-hipertensivos, etc.);
  • Tumores ou cistos nos ovários, no útero ou na hipófise;
  • Estresse, porque altera a região do cérebro responsável pelo controle dos hormônios que regulam os ciclos menstruais;
  • Quimioterapia e radioterapia;
  • Alteração nos níveis dos hormônios produzidos pelo hipotálamo e pela hipófise.

Lembrando que durante a gravidez, amamentação e após a menopausa, a amenorreia é um processo natural, fisiológico.

Sintomas:

  • Dor abdominal e de cabeça;
  • Cansaço;
  • Irritabilidade;
  • Retenção de líquidos;
  • Aumento dos pelos espalhados pelo corpo;
  • Ganho ou perda inexplicável de peso;
  • Mal-estar;
  • Oscilação de humor.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por meio da avaliação clínica da paciente, que leva em consideração o histórico familiar, exames de laboratório – teste gravidez, dosagem dos hormônios femininos e da tireoide, entre outros – e exames de imagem, que incluem ultrassom, tomografia e ressonância magnética.

Tratamento

O tratamento varia de acordo com a causa da amenorreia. Em alguns casos, a indicação de pílulas anticoncepcionais ou de outra classe de hormônios, assim como de medicamentos específicos para o transtorno pode ser suficiente para restabelecer os ciclos menstruais regulares.

Um mistério chamado TPM

Tensão-Pré menstrual (TPM) é o conjunto de sintomas que se manifesta um pouco da menstruação e desaparece assim que ela termina. O início da TPM varia muito de mulher para mulher: pode começar 15 dias antes da menstruação, como apenas 2 dias antes.

Os sintomas mais comuns da TPM são:

-Irritabilidade;

-Depressão;

-Dor nas Mamas;

-Agressividade;

-Dor de Cabeça;

-Choro súbito.

Por que temos TPM?

A TPM acontece principalmente por causa das oscilações hormonais no corpo durante o ciclo menstrual, mas também tem grande influência de fatores específicos de cada mulher.

Na segunda metade do ciclo menstrual (14 dias), há o aumento de progesterona e a queda do estrogênio. A progesterona é responsável por reter líquidos, então ficamos inchadas nesse período. Já a falta de estrogênio causa vasodilatação, provocando dores de cabeça.

E a tristeza? Ela dá as caras na TPM devido a queda na produção de serotonina, substância responsável pelo humor. Quanto menor a serotonina no nosso organismo, mais desanimadas ficamos, então comemos doces para compensar essa falta.

Além disso…

Se a sua mãe teve/tem TPM, as chances de você ter serão maiores, é hereditária. Se a sua vida está as mil maravilhas e a serotonina está lá em cima, a redução da substância será menos bruta e a mulher não se sentirá tão pra baixo (ou nem um pouco). A sensibilidade à oscilações hormonais também influencia e é muito relativa de cada mulher, por isso tem gente que nem percebe a TPM chegando.

É TPM mesmo?

É importante prestar atenção se os sintomas típicos da TPM são realmente da TPM. Se eles continuarem após o fim da menstruação, pode tirar o cavalinho da chuva e começar a cuidar dele! Você pode descobrir sozinha se é ou não TPM anotando os dia em você sente determinados sintomas e em seguida, anotar o dia em que você menstruou. Se os sintomas acontecerem além da menstruação, é necessário buscar acompanhamento profissional.

Dá para amenizar os sintomas?

A prática de exercícios aeróbicos ajuda a aliviar o estresse e a ansiedade que são comuns nesse período e o consumo de alimentos que aumentam a diurese, como chuchu, morango, melancia, salsa e agrião, reduzem o inchaço e as dores abdominais.

Um livro sobre menstruação

TPM é uma manifestação completamente natural, e é um momento que pede que a gente se recolha para se conhecer melhor e evitar conflitos. Quanto mais você se conhece, menos a sua menstruação é desagradável. Existe um livro que chama “Lua Vermelha”, escrito por Miranda Gray, que retrata toda a história, a cultura e o significado da menstruação. Há uma explicação para cada sentimento de cada fase do ciclo menstrual para que você aprenda a usá-lo ao seu favor.

Câncer ginecológico: o tabu entre as mulheres

Existem 5 tipos de câncer ginecológico: câncer do endométrio, do ovário, do colo do útero, vaginal e da vulva. Conhece todos?

Infelizmente, muitas mulheres não tem conhecimento de grande parte deles. E pior, são ignorados por elas.

Especialistas acreditam que o câncer ginecológico tende a passar desapercebido pelas mulheres devido a dificuldade que elas tem de falar sobre as suas partes íntimas. Há também a ausência do autoconhecimento corporal, essencial para a perceber quando algo está errado.

Falar sobre seios até vai. Mas falar sobre o que está dentro da calcinha?Jamais! Um estudo recente realizado pelo The Eve Appeal revelou que uma em cada cinco mulheres associa o câncer ginecológico à promiscuidade sexual. Além disso, 40% afirmaram que sentem um estigma maior quando o assunto é câncer ginecológico.

Esse estigma é uma das maiores barreiras que impedem as pacientes de conversar abertamente com os seus ginecologistas sobre as suas partes íntimas. Elas tem medo de serem julgadas.

O medo do julgamento impede um possível diagnóstico precoce,  capaz de salvar uma vida.

É necessário quebrar o tabu, é necessário falar sobre o íntimo da mulher sem parecer vulgar. Não é vulgar, é humano. E o profissional não está lá para julgar ninguém e sim para escutar, orientar e alertar.

Se você sente vergonha, comece conversando com amigas mais próximas ou pesquisando sobre o assunto na internet. Há muitas mulheres que falam sobre isso e que ajudam as outras a enfrentarem esse problema. Porque não conseguir falar sobre uma parte do seu corpo sem sentir promíscua é alarmante.

Fique atenta às cólicas fortes

Tudo começa no endométrio, o tecido que reveste o útero. As células do endométrio são eliminadas pela menstruação, mas podem seguir o caminho oposto e se alojar na cavidade abdominal. E é este processo que chamamos de endometriose.

Diagnóstico

Visualização das lesões por laparoscopia, ultrassom endovaginal, ressonância magnética e um exame de sangue chamado marcador tumoral CA-125, que se altera nos casos mais avançados da doença. O diagnóstico de certeza, porém, depende de uma biópsia.

Sintomas

O principal sintoma da endometriose é uma cólica insustentável, que deixa a mulher de cama e incapaz de seguir com a sua rotina. Fora a cólica, também temos a dificuldade para engravidar, a dor durante o sexo e alterações urinárias e intestinais durante a menstruação.

Devido aos sintomas, muitas mulheres acabam ficando extremamente estressadas e ansiosas. O que pode piorar ainda mais o quadro da doença, pois o estresse libera cortisol e o cortisol inibe a produção de leucócitos (células de proteção). Então segue algumas dicas para lidar melhor com a endometriose:

1)Exercícios físicos

Eles são essenciais para aliviar o estresse e recuperar a imunidade do organismo. O ideal é praticar exercícios aeróbios de 3 a 4 vezes na semana, durante 30 a 40 minutos.

2)Psicoterapia

Outra forma de reduzir o estresse e ansiedade é por meio da psicoterapia. O profissional vai trabalhar todos os aspectos emocionais da paciente que podem estar ligados ao surgimento da doença.

3)Tratamento cirúrgico ou clínico

Os anticoncepcionais e a progesterona são os principais tratamentos clínicos.  A progesterona contribui para regular o ciclo menstrual e preparar o útero para uma possível gravidez, diminuindo a infertilidade causada pela doença.

Os tratamentos cirúrgicos englobam a laparoscopia, um método minimamente invasivo feito através de pequenas perfurações no abdômen. Em casos de sangramentos mais graves, o recomendado é uma cirurgia convencional, em que o abdômen aberto.

Se não tratada rapidamente, a mulher pode se tornar infértil, principalmente se a suas tubas uterinas forem obstruídas, inviabilizando a passagem do espermatozóide.

Faixa etária

A média de idade das mulheres com endometriose é de 32 anos, no entanto a doença pode se desenvolver na adolescência e também após os 40 anos.

Quando conhecer o próprio corpo leva ao diagnóstico

Quando falamos de câncer ginecológicos, o último que vem à cabeça é o câncer de ovário. Infelizmente, é o que mais mata.

Detectá-lo pode ser complicado devido a ausência de sintomas na fase inicial e a inexistência de exames que identifiquem o tumor com precisão.

Tudo começa de dentro

Quando uma mulher não conhece o funcionamento do próprio corpo, ela não percebe os alertas que são emanados à ela. Então é muito importante entender como o organismo trabalha para captar os sintomas do câncer, como  inchaço na região abdominal, sangramentos, prisão de ventre, dor na lombar e sensação de bexiga cheia.

Além de prestar atenção aos sinais atípicos do corpo, a mulher deve procurar ajuda médica rapidamente. Apareceu? Marque a consulta imediatamente. Melhor prevenir do que remediar, né?

E tem origem no passado

A genética também é um ponto chave para levantar suspeitas do câncer de ovário. Se houver casos na família, o ideal é realizar um mapeamento genético para identificar possíveis mutações em genes que aumentam o risco do desenvolvimento do tumor. Não só o de ovário, como o de mama.

A análise do mapeamento vai direcionar os próximos passos. Dependendo do resultado, será necessário realizar exames com mais frequência para detectar o câncer o mais cedo possível. Em alguns casos, é preciso remover os ovários preventivamente.

Ir ao ginecologista uma vez ao ano é importante, mas é necessário saber que o exame de papanicolau não serve para detectar tumor de ovário, e sim para prevenir câncer de colo do útero e outras lesões. Até o momento não existem exames específicos que detectem o câncer de ovário precocemente.

Outro ponto é a mutação dos genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam as chances do câncer de ovário e o de mama. Entre 10% e 15% dos casos de câncer no ovários estão relacionados com essas mutações.

Ter conhecimento a respeito da genética do câncer é importante também porque, atualmente, a presença de mutações interfere no método de tratamento, já que para cada caso podem existir medicamentos específicos mais eficazes.

Já pensou em usar um coletor menstrual?

O coletor menstrual é um copinho de silicone em formato de cálice que serve para coletar o sangue durante a menstruação. Ele é colocado na entrada da vagina e vai se ajustando ao corpo da mulher ao decorrer do tempo, por isso é comum sentir um leve desconforto por volta de 2 a 5 dias.

Além de ser uma alternativa sustentável,  o coletor reduz os riscos de infecção (quando bem higienizado) e também os gastos! Ele é reutilizável e pode durar de 5 a 10 anos. Ah, e o mau odor é coisa do passado! O sangue não entra em contato com o ar, ao contrário do que acontece com os absorventes externos.

Para mantê-lo limpinho durante e pós menstruação, é necessário esvaziá-lo após 6 a 12 horas de uso, mas esse tempo é muito relativo a intensidade do fluxo menstrual de cada mulher. Em seguida, é só lavar ele com água fria e sabão neutro com o auxílio de uma esponja. Por fim, assim que a menstruação acabar, é importante fervê-lo para eliminar qualquer resquício de bactéria.

Existem dois tamanhos de coletor: um é feito para mulheres que não tiveram filhos e o outro é para aquelas que já tiveram. Qualquer pessoa pode usá-lo, com excessão de mulheres que ainda não tiveram relações sexuais, pois há riscos do hímen ser rompido.  Algumas alterações anatômicas, como septos vaginais ou alterações do colo do útero (como útero didelfo), podem fazer com que a colocação do coletor menstrual cause dor ou desconforto. 

É interessante fazer um teste em casa antes de usar o coletor fora de casa, principalmente se o fluxo for mais intenso. A forma de colocá-lo é similar a a forma de colocar um o.b (absorvente interno). Mas vai mais de cada mulher encontrar a posição mais confortável e mais prática para inserir o coletor.

Não são todas as mulheres que gostam da experiência de utilizar um coletor menstrual. A boa notícia é que não existe a opção correta. A mulher é livre para escolher entre usar um absorvente descartável comum, um coletor menstrual ou até mesmo uma calcinha absorvente. Quando se trata de menstruação, é importante avaliar as suas preferências e escolher a opção que te deixa mais confortável consigo mesma.

Obs: Mulheres alérgicas a componentes de látex ou silicone, fiquem atentas à composição descrita na embalagem do produto.

Sempre conte os seus segredos para o ginecologista

Parece que não, mas muitas mulheres tem medo de compartilhar seus detalhes íntimos com os ginecologistas. Entendemos que é complicado se abrir com uma pessoa “estranha”, no entanto, não cabe ao médico te julgar e sim te acolher, ajudar e orientar. 

Vamos falar sobre algumas informações importantes que devem ser ditas em uma consulta ginecológica.

Aborto

É essencial mencionar se você  passou por abortos anteriormente, voluntários ou espontâneos. Abortos podem causar cicatrizes na cavidade do útero que facilitam o desenvolvimento da Síndrome de Asherman. Entre os sintomas desta síndrome, estão a dificuldade de engravidar, ausência de menstruação, abortos de repetição, problemas na placenta se a mulher conseguir engravidar, e nos piores casos, infertilidade e dor pélvica crônica.

Parceiros (as)

Às vezes é difícil contar para o médico que você tem mais de um(a) parceiro(a), né? Mas não tem problema nenhum nisso! Você tem quantos parceiros(as) quiser. O importante é se proteger direitinho para não ter riscos maiores de adquirir ou transmitir infecções sexualmente transmissíveis. Usar camisinha pode parecer suficiente, mas pois bem…Não é bem assim! Quando a penetração acontece em mais de um orifício,  é necessário trocar a camisinha.

Hábitos 

Hábitos como fumar, beber, usar drogas ilícitas, ou até mesmo, de se automedicar influenciam no tratamento de certas doenças. Se o ginecologista não souber desses hábitos, ele pode acabar te receitando um remédio que faça mal a quem consome drogas licitas ou ilícitas.

Por exemplo, fumar e tomar anticoncepcional ao mesmo tempo pode aumentar em 30 vezes a incidência de infarto, derrame ou trombose.

Dúvidas

Dúvidas sobre métodos de contracepção também é algo comum, até mesmo entre mulheres que tem uma vida sexual ativa há bastante tempo. Mas não tem problema não saber tudo, principalmente quando se trata da sua saúde. Somente o ginecologista tem conhecimento de qual é a melhor alternativa para você, além dos riscos e benefícios de cada tipo de tratamento. Seu papel é escolher qual das opções oferecidas te agrada mais.

Acontecimentos

Revelar se já fez sexo desprotegido, os tipos de sexo que costuma fazer (oral, vaginal e anal), se já sofreu abusos, entre outros detalhes, também é importante. A consulta não é apenas uma orientação ginecológica, é um momento para se abrir, ser compreendida, ser ouvida e encontrar formas de melhorar sua saúde física e mental. A vida sexual diz muito sobre o nosso psicológico.

Os benefícios do Laser Vaginal

O laser vaginal é famoso pelo rejuvenescimento e recuperação da elasticidade da vagina. Mas recentemente, ele tem atraído muitas mulheres para os consultórios por outros motivos.

O estrogênio, hormônio feminino,  é a substância responsável por estimular o corrimento vaginal fisiológico (normal). Após a menopausa, o corpo feminino reduz a produção deste hormônio, e consequentemente, a presença do corrimento normal se torna mais escassa. O resultado é a redução da lubrificação da vagina que resseca e afina a mucosa vaginal.

O tratamento é feito por hormônios que compensam o nível de estrogênio que o corpo não produz mais.

Fora o afinamento e ressecamento, a atrofia vagina também diminui a elasticidade do tecido vaginal, provocando dores durante a relação sexual e redução da libido. A mulher também pode sentir incômodos ao urinar e ter corrimento anormal devido à falta de lubrificação.

Neste caso, é recomendado o uso de creme tópico apenas para as mulheres que não tiveram câncer de mama ou trombose.

E é aí que o laser vaginal entra na jogada. Ele atua na vascularização da mucosa e reestruturação do colágeno, uma fibra proteica essencial para manter a células unidas e firmes. Além disso, é perceptível a melhora na lubrificação da vagina e redução dos sintomas como ardor, corrimento e odor desagradável.

Em resumo, o laser é capaz de rearmonizar a flora vaginal prejudicada por todos estes problemas.

E como funciona?

O tratamento é feito através da introdução de uma sonda vaginal durante 20 minutos. A mulher deve fazer 3 sessões, uma por mês. Para atenuar os desconfortos durante o processo, é recomendado o uso de anestésicos ou películas protetoras.

Prós e contras

O laser vaginal se mostrou mais duradouro do que o uso contínuo de estrogênio (tópico ou sistêmico).

Mas infelizmente, este tipo de tratamento não tem cobertura pelo SUS e é custoso. Cada sessão a laser custa no mínimo mil reais.

Manual do Corrimento Vaginal

Nem sempre o corrimento vaginal é sinônimo de alerta. Normalmente, é uma secreção produzida por glândulas do canal vaginal que contribuem para manter a vagina limpa e protegida de infecções. No entanto, há casos em que o corrimento pode ser um aviso de que algo não vai bem. Para esclarecer o assunto, vamos explicar brevemente cada tipo de corrimento.

Corrimento vaginal normal ou fisiológico

Como diz o nome, é completamente normal, principalmente nas mulheres que estão em idade fértil. A sua função é basicamente umedecer, lubrificar e manter a vagina limpa, aumentando a sua resistência contra infecções. Por ser incitado pelo estrogênio, o volume do corrimento fisiológico pode ser maior nos períodos em que o estimulo hormonal é maior, como na gravidez; durante o uso de anticoncepcionais à base deste hormônio; no meio do ciclo menstrual e dias antes da ovulação ou da menstruação.

Características do corrimento:  espesso, aquoso ou elástico, de cor branca, leitosa ou transparente e inodoro, no máximo com um odor suave.

Corrimento vaginal anormal ou patológico

Também chamado de leucorreia, o corrimento vaginal patológico está relacionado à doenças ginecológicas, mais comumente as vaginites (ou colpites), que são infecções da vagina provocadas majoritariamente por bactérias e fungos. Este tipo de corrimento também pode ser causado por conta da atrofia da mucosa vaginal após a menopausa, por alergias, ou pela presença de corpos estranhos na vagina.

Doenças

Vaginose Bacteriana

A Vaginose Bacteriana é a principal causa de corrimento vaginal anormal. Esta doença consiste em uma infecção causada por alterações na flora natural da vagina que resultam em uma redução no número de Lactobacillus (bactérias “boas”) e um excessivo crescimento de bactérias aeróbicas (bactérias “ruins”). A vaginose é diferente da vaginite, pois não provoca inflamação.

Características do corrimento: fino e acizentado, com odor similar ao de peixe podre.

Candidíase 

Causada por um fungo chamado Candida que compõe a flora natural de germes da vagina, pele e intestinos, a Candidíase costuma se manifestar em momentos em que o estresse é maior, ou também durante o uso excessivo de antibióticos, após traumas e até mesmo na diabetes. Os sintomas consistem em coceira, ardência na vulva, dor para urinar e dor durante o sexo.

Características do corrimento: espesso, esbranquiçado e de odor suave, similar ao aspecto de queijo cottage.

Gonorreia e Clamídia

Ambas são doenças sexualmente transmissíveis (DST’s), causadas respectivamente pela Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis. As duas provocam infecção no colo do útero, dor para urinar, irritação na vulva e dor durante o sexo acompanhada de sangramento.

Características do corrimento: amarelo turvo

Tricomoníase

Também classificada como uma DST, a tricomoníase é causada por um protozoário chamado Trichomonas vaginalis. O problema é que ele costuma ficar escondidinho no organismo por um tempo, ou seja, assintomático. Mas quando a doença se manifesta, a mulher começa a sentir dor ao urinar, irritação na vulva, sangramento e dor durante o sexo. 

Características do corrimento: fino, amarelo-esverdeado e de odor desagradável.

Atrofia Vaginal

O estrogênio, hormônio feminino,  é a substância responsável por estimular o corrimento vaginal fisiológico (normal). Após a menopausa, o corpo feminino reduz a produção deste hormônio, e consequentemente, a presença do corrimento normal se torna mais escassa. A lubrificação da vagina diminui, ocasionando um ressecamento e afinamento da mucosa vaginal, seguido de inflamação com corrimento anormal, dor para urinar e incômodo durante o sexo.

Alergias

O corrimento anormal também pode ser reflexo de uma reação alérgica ao lubrificante da camisinha, ao espermicida ou a produtos de higiene íntima.

Outras causas menos comuns:

◊Infecção pelo HPV;

◊Herpes genital;

◊Câncer do colo do útero;

◊Alergia ao sêmen (causa rara);

◊Vulvovaginite pela bactéria Streptococcus;

◊Corpo estranho retido dentro da vagina (absorvente interno ou camisinha “perdida”, por exemplo);

◊Infecção pelo verme oxiúrus;

◊Doença inflamatória pélvica.

Cores dos corrimentos e seus significados

Marrom

Corrimento composto por sangramento vaginal ou uterino, que pode ser consequência de:

◊Restos da menstruação misturados ao corrimento fisiológico;

◊Traumas na região vaginal ou uterina;

◊Infecções;

◊Corpo estranho na vagina;

◊Tumores ginecológicos;

◊Sangramento uterino provocado pela implantação do embrião no útero nos primeiros dias de gravidez;

◊Atrofia vaginal;

◊Gravidez ectópica.

Amarelado

O corrimento vaginal amarelado é sinal de infecção ginecológica somente se acompanhado de mau cheiro, ardência ou coceira vaginal. Neste caso, o diagnóstico pode ser:

◊Tricomoníase;

◊Gonorreia;

◊Clamídia.

O corrimento fisiológico costuma ser branco e claro, mas ao entrar em contato com a calcinha e com o oxigênio,  a sua cor pode ficar um pouco amarelada. No entanto, se não houver nenhum dos sintomas citados acima, não há com o que se preocupar.

Branco ou Acizentado

Quando a textura do corrimento se torna espessa, pastosa, leitosa ou acinzentada, ainda mais se estiver associada à coceira, dor vaginal ou mau cheiro, a resposta pode ser uma das infecções abaixo:

◊Vaginose bacteriana;

◊Candidíase.

Diagnóstico

Na presença de corrimentos anormais, é essencial agendar uma consulta com um ginecologista. O médico é capaz dar diagnóstico imediato nos casos de vaginite, cervicite ou de corrimento sem sinais de inflamação. Em outros casos, será preciso retirar uma amostra do corrimento para realizar uma avaliação do pH vaginal (o normal varia entre 3,8 e 4,2), uma investigação microscópica e cultura.

Tratamento

O tratamento depende do diagnóstico feito pelo ginecologista. A recomendação profissional pode variar desde antifúngicos ou antibióticos para as infecções, até cremes de estrogênio para vaginite atrófica.

Importante: jamais se automedique. Em casos de corrimento anormal, busque um ginecologista imediatamente.

 

Fonte: MD.Saúde/ Imagem: wisc.edu

4 motivos que te levam a engordar durante a menstruação

Não é impressão sua: a balança realmente muda e seus jeans ficam mais apertados durante essa época do mês. Sim, engordar durante a menstruação é algo que acontece com muitas mulheres!

“Algumas pessoas podem ganhar até mais de dois quilos durante seu período menstrual”, aponta Lauren Streicher, professora de obstetrícia e ginecologia da Northwestern University Feinberg School of Medicine e diretora médica do Center for Sexual Medicine and Menopause at Northwestern Medicine (EUA) sobre as mudanças do corpo na menstruação .

Mas isso não é tão assustador quanto parece. Muito desse ganho pode ser retenção de água no corpo, graças à “querida” TPM . “É comum reter muito líquido quando começa a menstruação, mas depois esse peso desaparece”, explica Lauren.

Ainda assim, isso não torna a situação menos desconfortável, não é mesmo? Para te ajudar, lembre-se desses 4 fatores na próxima vez em que sua balança subir os ponteiros durante esse período do mês.

1. Seus hormônios podem ser os culpados

O hormônio feminino estrogênio tem picos durante a última parte do ciclo menstrual, antes de iniciar o período. E níveis altos podem levar indiretamente seu corpo a reter líquidos, fazendo com que você se sinta inchada e ganhe alguns quilos de peso da água. A boa notícia: os níveis de estrogênio diminuem à medida que você começa a menstruar, então você sentirá algum alívio rapidamente.

“O outro hormônio em ação aqui é a progesterona”, diz Natasha Johnson, médica ginecologista do Brigham and Women’s Hospital (EUA). “Seus níveis aumentam na segunda metade do ciclo, levando à retenção de água, sensibilidade nos seios e o aumento do peso”, diz ela.

E nem tudo é má notícia. Algumas mulheres notam que seus seios aumentam durante a menstruação. “Isso ocorre novamente graças à progesterona, que faz com que seu corpo retire os vasos sanguíneos dos tecidos, fazendo com que pareçam mais cheios (talvez para se prepararem para uma gravidez)”, explica Natasha. Mas”, novamente, isso é apenas temporário, então se você não engravidar, seu corpo voltará ao normal.”

2. Você tem muitos desejos

Durante seu período menstrual você sente vontade de se acabar em alimentos salgados e doces?

“Infelizmente, isso é exatamente o que você não precisa agora”, diz Lisa Dabney, médica e professora assistente de obstetrícia, ginecologia e ciências reprodutivas na Icahn School of Medicine at Mount Sinai (EUA). “E, é claro, comer batatinha e carboidratos simples, como doces ou donuts, leva à retenção de líquidos”, completa. E se você “se jogou” na pizza e sorvete, é bem possível que ainda reste um pouco do peso ganho mesmo após o fim do período.

Caso você esteja tentando perder peso, certifique-se de estar hidratada, procure proteínas magras como iogurte para te manter satisfeita e se alimente com foco para manter seus objetivos de perda de peso nos eixos.

3. Você não sente vontade de treinar

Você se sente preguiçosa, inchada e cansada. Nós te entendemos! Mas mesmo que ir à academia seja a última coisa que venha à sua cabeça, suar um pouco pode ajudar a manter seu corpo na linha”, diz Lisa.

Isso porque a transpiração ajuda a eliminar o peso extra da água. “Além disso, esse aumento de endorfina pode ajudar a acabar com as cólicas”, aponta ela.

4. Você está abusando da cafeína

É realmente tentador usar (e abusar!) das bebidas cafeinadas durante o período porque você se sente cansada. Mas adicionar mais café em sua dieta também pode promover alguns problemas gastrointestinais, inchaço e desconforto.

E o café não é o único culpado, não. Qualquer coisa com cafeína contribui para isso –vale em dobro para refrigerantes. “Algumas mulheres também estão erradas ao pensar que refrigerantes são hidratantes”, diz Sara Twogood, MD, professora assistente de obstetrícia e ginecologia da Universidade Keck da Califórnia. Mas esse não é o caso, especialmente desde os refrigerantes. geralmente também vêm com uma tonelada de açúcar ou adoçantes artificiais, que são ainda piores para o inchaço.

Fonte: iG

Ginecologista esclarece 9 dúvidas comuns sobre fertilidade

Os tratamentos de fertilidade ainda carregam muitas lendas e dúvidas, algumas totalmente sem fundamento científico. Selecionamos as mais comuns e pedimos para o ginecologista Pedro Monteleone, especialista em fertilidade, esclarecê-las. Confira abaixo:

1 – Quem faz fertilização in vitro terá gêmeos ou múltiplos

Nem sempre

A alta incidência de gravidezes múltiplas acontece porque existe a ideia de que se implantados mais embriões, maior a chance do tratamento dar certo. Hoje, aproximadamente 30% de gravidezes por fertilização in vitro (FIV) no Brasil têm como resultado de gêmeos a quíntuplos. Para reduzir esse alto número alto, a solução adotada é a implantação de um número menor de embriões.

2 – Quem toma anticoncepcional muito tempo tem mais dificuldade para engravidar

Falso

Segundo o ginecologista Pedro Monteleone, não há risco relacionado à diminuição da fertilidade ao tomar anticoncepcional por muito tempo. “Quando a pessoa para de utilizar o método contraceptivo, o ovário volta normalmente ao seu trabalho, em até dois meses”, afirma. “Mesmo quando a mulher começa cedo a vida sexual, ingerindo anticoncepcionais ou utilizando hormônios para prevenir a gravidez, a taxa de fertilidade dela não é afetada”.

3 – Os homens que fizeram vasectomia não podem mais ter filhos

Falso

A vasectomia é um procedimento que interrompe o “caminho” dos espermatozoides produzidos pelos testículos e conduzidos através do epidídimo para os canais deferentes, mas o homem não deixa de produzir espermatozoides. Então, mesmo depois de ter feito uma vasectomia, por meio de uma extração testicular de espermatozoides ou pela reversão da vasectomia, é possível que o homem seja pai novamente.

4 – É possível preservar fertilidade em qualquer paciente com câncer

Verdadeiro

Segundo Monteleone, desde que esteja em idade fértil, é possível congelar os gametas do paciente com câncer antes de se iniciar o tratamento oncológico, que pode, sim, levar à infertilidade. Assim, após o término do tratamento de câncer, existirá a possibilidade de ser feito um procedimento para a fertilização dos gametas. É importante salientar que, após uma única sessão de quimioterapia, a fertilidade já sofre impacto.

5 – Existe apenas um dia certo por mês em que é possível a mulher engravidar

Falso

Monteleone explica que, na verdade, são cinco dias: o dia da ovulação, mais os dois dias que a antecedem e os dois outros que a seguem.

6 – Mulheres acima dos 35 anos são menos férteis

Verdadeiro

Segundo o especialista, o declínio da função reprodutiva se inicia aos 35 anos intensificando-se aos 40 anos. “A mulher nasce com toda população de folículos primordiais nos ovários. A cada ciclo menstrual, alguns folículos são recrutados e um deles se desenvolve e cresce, até a ovulação. Isso, todos os meses da vida fértil. O impacto dos anos na capacidade reprodutiva é marcante, tanto por fenômenos fisiológicos como pelo acúmulo de fatores adquiridos, como inflamações, infecções, endométrio, entre outros”, afirma.

7 – Mulheres com mais de 45 anos podem engravidar

Falso

A chance de gravidez a partir dos 45 anos é muito baixa. Nesses casos, a melhor alternativa para o tratamento é a utilização de óvulo doado.

8 – Hormônios usados no tratamento de reprodução assistida aumentam o risco da paciente desenvolver vários tipos de câncer

Falso

“Não existe nenhum estudo que mostra qualquer relação entre a incidência de câncer, trombose ou infarto, e as mulheres que realizaram fertilização”, garante o especialista.

9 – A seleção genética é indicada para afastar as doenças hereditárias fatais

Verdadeiro

Doenças como fibrose cística e esclerose tuberosa, por exemplo, comprometem o desenvolvimento dos filhos e os casais com histórico familiar dessas doenças podem fazer o diagnóstico pré-implantacional para selecionar o embrião que não carregue os genes afetados a fim de transferi-los ao útero materno, afirma Monteleone.

Fonte: Catraca Livre

5 mil mulheres morrem de câncer de útero por ano no Brasil

No programa Natureza Viva, a ginecologista Lívia Martins fala sobre o terceiro tumor mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres no Brasil.

A ginecologista confirma os dados que apontam a infecção pelo HPV como a principal causa de câncer de colo de útero em nosso país. E a infecção por este vírus é uma doença sexualmente transmissível que acomete grande número de adultos em algum momento de suas vidas.

Ela afirma ainda que o câncer de colo de útero tem o desenvolvimento lento e, em fase inicial, costuma não apresentar sintomas, por isso a importância de realizar os exames de rotina como o Papanicolau todo ano.

“A transmissão por via sexual é a mais comum. Mas ouvimos relatos de pessoas que foram infectadas pelo uso, por exemplo, por bacias familiares, como também por sabonetes em barra. Portanto, a melhor forma de prevenção é o uso da camisinha. A mulher deve exigir o uso do preservativo”. Esclarece Lívia.

Ouça a entrevista no Player abaixo:

Fonte: EBC

Vulvodínea: Atualidades

Em 2015 as três Sociedades descritas a seguir criaram a “Terminologia e classificação da dor vulvar persistente e vulvodínea” – ISSVD – Sociedade Internacional para o Estudo das doenças vulvares; ISSWSH – Sociedade Internacional para o Estudo da Saúde Sexual da Mulher; IPPS – Sociedade Internacional dor pélvica. Nessa classificação a dor vulvar foi dividida em dor de origem específica e na vulvodínea (VD).

Dentre as principais causas de dor vulvar específica podemos mencionar:

  • Infecciosas (candidíase recorrente, herpes).
  • Inflamatórias (líquen escleroso, líquen plano, distúrbios imunobolhosos).
  • Neoplásicas (dç de Paget, carcinoma de células escamosas).
  • Neurológica (neuralgia pós-herpética, compressão ou lesão de nervo,
    neuroma).
  • Trauma (mutilação genital feminina, obstétrico).
  • Iatrogênica (pós-operatório, quimioterapia, radiação, terapias locais).
  • Deficiências hormonais (síndrome geniturinária da menopausa, amenorréia lactacional).

Já a vulvodínea foi definida como dor vulvar com duração mínima de 3 meses, sem causa clara identificável, a qual pode ter potenciais fatores associados. Trata-se de condição clínica complexa e multifatorial, com dor intensa que ocorre na ausência de achados infecciosos, inflamatórios, neoplásicos ou neurológicos visíveis. Seus descritores são:

– Localizada (por ex, vestibulodine, clitorodinea) ou generalizada ou mista.
– Provocada (por ex, movimento, contato) ou espontânea ou mista.
– Aparecimento (primária ou secundária).
– Padrão temporal (intermitente, persistente, constante, etc).
Até o momento não se conhece com certeza a fisiopatologia da vulvodínea, no entanto diversos fatores etiológicos potencias são descritos como associados à mesma:

  1. a) Co-morbidades e outras síndromes dolorosas – por ex, síndrome da bexiga dolorosa, fibromialgia, síndrome do intestino irritável, disfunção temporomandibular.
  2. b) Genética: predisposição genética para desenvolver essa condição, com pelo menos 3 mecanismos potencialmente sobrepostos: – Polimorfismos genéticos que aumentam o risco de candidíase ou outras infecções; – Mudanças genéticas que permitem respostas inflamatórias exageradas ou prolongadas; – Aumento da susceptibilidade a mudanças hormonais associadas ao uso de contraceptivos hormonais.
  3. c) Fatores hormonais: uso de contraceptivos hormonais combinados levam maior risco desenvolver VD.
  4. d) Afecções musculoesqueléticas: por ex, hiperatividade muscular pélvica, miofascial, biomecânica.
  5. e) Mecanismos neurológicos: – Causa central – mulheres com VD são mais sensíveis a várias formas de estimulação em áreas não-genitais. Estudos de imagem cerebral indicaram mudanças na estrutura, função e estado de repouso em mulheres com VD; causa periférica – neuroproliferação – aumento na densidade das terminações nervosas na endoderme vestibular tem sido demonstrada, identificadas como nociceptores. O aumento da inervação local teria implicações no aumento da sensibilidade local.
  6. f) Inflamações: – Foi demonstrado aumento de células inflamatórias dentro das regiões dolorosas do vestíbulo vulvar; – Aumento número de mastócitos e mastócitos desgranulados e atividade de heparanase subepitelial, associados com hiperinervação vestibular em mulheres com VD; – Incapacidade para downregulate a atividade de citocinas pró-inflamatórias.
  7. g) Fatores psicossociais: ansiedade, depressão, vitimização infância e stress pós-traumático são fatores de risco para desenvolvimento de VD.

O diagnóstico da VD é de exclusão e inclui anamnese detalhada e exames para se afastar causas orgânicas. A vulvoscopia em grande parte dos casos não mostra anormalidades e geralmente a histologia é inconclusiva e não auxilia na elucidação do diagnóstico. A maioria das pacientes com vulvodínea tem seu diagnóstico postergado muitas vezes por anos, principalmente por desconhecimento dos ginecologistas em relação a essa doença.

O tratamento é multidisciplinar (psicólogo, psiquiatra, fisioterapeuta, etc). Deve-se ter uma boa relação médico-paciente. Como a origem da VD é multifatorial, o tratamento deve ser escolhido de acordo com as características de cada caso individual e possíveis fatores associados. Algumas sugestões de tratamentos descritos na literatura:
– Cuidados locais: afastar fatores irritantes, orientar uso de produtos neutros e roupas intimas brancas de algodão, evitar lubrificantes de silicone ou oleosos, e dar preferência a hidratantes à base de água.
– Orientação de dieta – dieta pobre oxalatos (metabólito de alguns alimentos, sendo excretado urina como cristais e em contato com a vulva leva a irritação); 1.200 mg de citrato de cálcio diário auxiliam na redução dos níveis urinários de oxalato.
– Cremes lubrificantes durante relação sexual e anestésicos tópicos – lidocaína gel 2 a 5% uso durante a relação sexual (30 minutos antes e reaplicação durante o ato), sendo possível o emprego durante o dia em períodos de dor importante.
– Estrogenioterapia tópica ou oral – pode diminuir a severidade dos sintomas: maturação epitelial, acúmulo gordura local, inibição da produção de mediadores inflamatórios (citocinas e interleucina-1), aumento do limiar da dor.
– Sedativos tópicos = doxepina 5% creme; amitriptilina 2% (antidepressivo tricíclico – ação anti-histamínica); gabapentina local 6% (para dor neuropática); baclofeno 2%.
– Antidepressivos tricíclicos – VO (nortriptilina/ amitriptilina), anticonvulsivantes (gabapentina), inibidores recaptação se serotonina.
– Fisioterapia local.
– Toxina botulínica.
– Cirurgia: excisões focais, vestibuloplastia, perineoplastia ou vestibulectomia. Intuito de remover hiperplasia neural; reservada para não respondedoras ao tratamento conservador; não indicada em dor generalizada, não provocada.
– Laser CO2 fracionado.
Adriana Bittencourt Campaner
Neila Maria G. Speck

Referências bibliográficas:
  1. Bornstein J, Goldstein AT, Stockdale CK, Bergeron S, Pukall C, Zolnoun D, Coady D; consensus vulvar pain terminology committee of the International Society for the Study of Vulvovaginal Disease (ISSVD), the International Society for the Study of Womenʼs Sexual Health (ISSWSH), and the International Pelvic Pain Society (IPPS). 2015 ISSVD, ISSWSH, and IPPS Consensus Terminology and Classification of Persistent Vulvar Pain and Vulvodynia. J Low Genit Tract Dis. 2016 Apr;20(2):126-30.
  2. Corsini-Munt S, Rancourt KM, Dubé JP, Rossi MA, Rosen NO. Vulvodynia: a consideration of clinical and methodological research challenges and recommended solutions. J Pain Res. 2017 Oct 9;10:2425-2436.
  3. Goldstein AT, Pukall CF, Brown C, Bergeron S, Stein A, Kellogg-Spadt S. Vulvodynia: Assessment and Treatment. J Sex Med. 2016 Apr;13(4):572-90.
  4. Havemann LM, Cool DR, Gagneux P, Markey MP, Yaklic JL, Maxwell RA, Iyer A, Lindheim SR. Vulvodynia: What We Know and Where We Should Be Going. J Low Genit Tract Dis. 2017 Apr;21(2):150-156
  5. Kalfon L, Azran A, Farajun Y, Golan-Hamu O, Toben A, Abramov L, Yeshaya A, Yakir O, Zarfati D, Falik Zaccai TC, Bornstein J. Localized Provoked Vulvodynia: Association With Nerve Growth Factor and Transient Receptor Potential Vanilloid Type 1 Genes Polymorphisms. J Low Genit Tract Dis. 2019 Jan;23(1):58-64
  6. Petersen CD, Lundvall L, Kristensen E, Giraldi A. Vulvodynia. Definition, diagnosis and treatment. Acta Obstet Gynecol Scand. 2008;87(9):893-901.
  7. Pukall CF, Goldstein AT, Bergeron S, Foster D, Stein A, Kellogg-Spadt S, Bachmann G. Vulvodynia: Definition, Prevalence, Impact, and Pathophysiological Factors. J Sex Med. 2016 Mar;13(3):291-304
  8. Stenson AL. Vulvodynia: Diagnosis and Management. Obstet Gynecol Clin North Am. 2017 Sep;44(3):493-508.
  9. Ventolini G, Gygax SE, Adelson ME, Cool DR. Vulvodynia and fungal association: A preliminary report. Med Hypotheses. 2013 Aug;81(2):228-30.

Índice de satisfação da mulher com ginecologista e obstetra bate 93%

Pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), aponta que oito em cada dez mulheres estão satisfeitas com o atendimento do atual ou último ginecologista. A aprovação chega a bater os 93%, entre as pacientes da saúde suplementar.

Nada menos do que 88% se declaram satisfeitas quanto ao acolhimento e atenção, realizar exames clínicos e passar confiança. Aconselhar teve 87% de satisfação e fornecer informações claras e suficientes, 86%. Como já dito, os índices são maiores que a média entre as pacientes que utilizam atendimento particular ou por planos de saúde, entre 89% e 93%, e ligeiramente menores entre as usuárias do sistema público, de 84% a 86%.

Exemplo institucional
Para ter uma ideia do significado desses números, vale registrar que, há um ano, o mesmo Datafolha fez um levantamento sobre as instituições mais confiáveis do Brasil. Na ocasião, as Forças Armadas ocuparam o topo da lista. O percentual de entrevistados que diz confiar muito nos militares é de 37%. Entre os índices mais baixos de credibilidade, ficaram partidos políticos (68% não confiam) e o do Congresso (67%).

“É bastante satisfatório receber números de satisfação como esses, que provam que somos uma classe de especialistas muito bem aceitos pelas pacientes. É uma especialidade que tem sido um pouco demonizada no presente, devido a algumas dificuldades de assistência ao parto, embora caiba registrar que este problema, no mais das vezes, não seja de responsabilidade exclusiva do obstetra e ginecologista. Somos uma especialidade valorizada e merecemos o apreço e a consideração que as nossas pacientes nos devotam. É preciso, de outra parte, termos o nosso valor reconhecido pelas autoridades e gestores de saúde, visto que, como a pesquisa demonstrou, somos uma especialidade médica muito importante para assistência das mulheres”, declara o presidente da Febrasgo, César Eduardo Fernandes.

Indagadas sobre qual especialidade médica é a mais importante para a saúde da mulher, cerca de 80% indicaram a Ginecologia e Obstetrícia. E 88% declararam que costumam se consultar com os profissionais, sendo 43% uma vez ao ano e 24% a cada seis meses.

Outros dados
As mulheres brasileiras estão deixando a saúde sexual e reprodutiva em segundo plano, segundo a pesquisa

“Expectativa da mulher brasileira sobre sua vida sexual e reprodutiva”, do Datafolha.
Os dados são de que 6,5 milhões de brasileiras não frequentam o ginecologista, 4 milhões nunca foram e 16,2 milhões não vão a uma consulta com esse especialista há mais de um ano.

Esse cenário aponta que 20% das mulheres com 16 anos ou mais (ou seja, uma em cada cinco) correm o risco de ter algum problema ginecológico por desconhecimento, descaso ou deszelo com a prevenção.

A suspeita de gravidez é um dos mais recorrentes motivos para a procura de um ginecologista-obstetra, principalmente entre as mulheres com baixo nível de estudo (Fundamental). Apenas cerca de metade do público vai a um especialista pela primeira vez por razões preventivas. A idade média da primeira ida ao ginecologista é de 20 anos.

Perfil
As entrevistas aconteceram em 129 municípios abrangendo todas as regiões do País, representando cerca de 80.980 milhões de mulheres. A pesquisa foi feita entre 5 e 12 de novembro de 2018, tendo margem de erro de três pontos percentuais. Foram ouvidas mulheres de 16 anos ou mais, pertencentes a todas as classes econômicas.

A população feminina tem a maior concentração na faixa etária de 35 anos para cima, reflexo do recorrente envelhecimento dos brasileiros. A pesquisa revelou que cerca de metade das entrevistadas são casadas ou possuem um(a) companheiro(a), ou seja, aproximadamente sete em cada dez têm filhos, resultando em uma média de 2,7 filhos.

O grau de escolaridade e a condição econômica dizem muito sobre os hábitos das brasileiras. Segundo o estudo, o costume de frequentar um ginecologista é mais comum entre as moradoras de regiões metropolitanas e da região Sudeste. Por outro lado, as mulheres que nunca foram a esse especialista encontram-se concentradas nas cidades do interior. Outro ponto relevante é em relação ao acesso a serviços de saúde. Os atendimentos, particular e o via plano de saúde, são mais comuns conforme aumenta o grau de escolaridade e a classificação econômica.

A relação médico-paciente também foi abordada na pesquisa e espelha as questões relacionadas ao âmbito econômico e educacional. A segurança em ter um próprio médico ginecologista em uma situação de parto é maior entre as mulheres com escolaridade e classificação econômica mais elevada.

Fonte: Febrasgo

O que é adenomiose, o problema ginecológico ‘dez vezes mais doloroso que o parto’

As britânicas Zélie, Lisa e Jennifer têm adenomiose, um transtorno ginecológico que, no pior dos cenários, provoca uma forte dor pélvica e sangramento abundante.

“Eu não podia usar nada além de calças pretas no trabalho”, conta Jennifer. “E ainda assim eu sangrava tanto que tinha que voltar para casa e mudar de roupa na metade do dia. Já sangrei diversas vezes no sofá de amigos. Sofri dessa doença por anos.”

A adenomiose é um transtorno que ocorre quando as células de revestimento do útero (endométrio) se incrustram nas fibras musculares da parede uterina.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma de cada 10 mulheres no mundo pode ter adenomiose. A doença pode afetar qualquer mulher que menstrue, independentemente da idade.

Em alguns casos, a doença pode não ter sintomas. Por isso, estima-se que muitas mulheres tenham adenomiose e nem saibam.

Mas, quando os sintomas aparecem, podem ser incrivelmente dolorosos. A causa é desconhecida e não há nenhuma forma de evitar a doença.

Sintomas mais comuns

Os dois sintomas mais comuns da adenomiose são menstruação abundante e forte dor pélvica. “Uma vez senti tanta dor que tive de chamar a ambulância”, explica Zélie. “Quando vieram, pensaram que eu deveria ter apendicite. Eu falei que tinha adenomiose, mas eles não sabiam o que era isso.”

“Toda vez que eu tive de ir ao hospital e precisei responder qual era o nível da dor, eu sempre disse a mesma coisa: é dez vezes pior que o parto”, completa Zélie.

“A dor era tão forte que às vezes eu tinha pensamentos suicidas”, relata Lisa. “É impossível ignorar a dor, ela afeta todas as facetas de sua vida. Eu precisava planejar cada saída (de casa) como se fossem operações militares”.

Dificuldade de diagnóstico e opções de tratamento

Muitas mulheres levam anos até serem diagnosticadas com adenomiose, já que é possível confundir a doença com outras enfermidades pélvicas. A adenomiose pode ser detectada em uma ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética. A pílula anticoncepcional ou injeções hormonais são alguns dos tratamentos que podem ser efetivos.

Mas, para algumas mulheres, a única solução é a histerectomia, uma cirurgia para retirar o útero total ou parcialmente. Foi o que fez Jennifer. “Estou vivendo minha vida como nunca antes. Posso correr com meus filhos no parque, fazer coisas que antes eu não podia”, relata. “Apesar de não ter útero, me sinto mais mulher que nunca”.

Zélie, Lisa e Jennifer dizem que é muito importante apoiar outras mulheres que estão passando pela mesma situação. “É uma doença que pode fazer você se sentir completamente isolada. Por isso, é muito importante criar grupos de apoio no Facebook e conversar com outras mulheres que também estão sofrendo”, diz Lisa. “Graças a essa rede de apoio, não me sinto sozinha”.

Fonte: BBC

Saúde da mulher: saiba quais exames fazer de acordo com a sua idade

As mulheres cuidam mais da saúde do que os homens, isso é um fato. Uma pesquisa realizada em conjunto entre o Ministério da Saúde e o IBGE revelou que 71,2% dos entrevistados haviam se consultado com um médico pelo menos uma vez no ano. Entre as mulheres, o índice foi de 78%, contra 63,9% dos homens.

Segundo a médica Dra. Vivian Schivartche, radiologista especialista no diagnóstico de câncer de mama do CDB Premium, a realização de todos os exames, independentemente da idade é sempre o melhor remédio. “Ainda com a correria do dia a dia, todas devem se cuidar, realizando desde cedo, consultas e exames periódicos. Os check-ups aumentam a qualidade de vida, além de ser fundamental para descobrir e evitar possíveis problemas.”, explica.

Ainda de acordo com especialistas, existem alguns exames de rotina que devem marcar presença durante toda a vida da mulher, tais como: glicemia, colesterol total e suas frações, triglicerídeos, creatina, TGO e TGP (avaliação da função hepática), hemograma e exame de urina.

Confira alguns procedimentos que podem ser feitos pelas mulheres – em todas as etapas da vida: 

Entre 20 e 30 anos

• Papanicolau: O exame deve ser realizado anualmente um ano após o início da atividade sexual. Ele verifica infecções e alterações nas células do colo do útero, além de possíveis infecções por fungos, herpes e verrugas no órgão genital feminino.

• Colposcopia, Vulvoscopia e pesquisa de HPV de colo: Esses exames são complementares ao Papanicolau, realizados como rotina, para prevenção e/ou planejamento do tratamento de infecções causadas pelo vírus HPV e outras DST (doenças sexualmente transmissíveis).

• Ultrassom transvaginal: Tem como objetivo a detecção de doenças ginecológicas como cistos no ovário, miomas, pólipos endometriais e tumores, além de detectar precocemente câncer de endométrio e ovário.

• Ultrassom das mamas: Conforme recomendação médica. Ele identifica possíveis cistos, nódulos e tumores. Em mulheres com menos de 30 anos e histórico familiar também é recomendado a realização da ressonância magnética anual.

• Tireoide: Além desses cuidados, alguns profissionais recomendam uma atenção especial à tireoide, glândula na região do pescoço que produz hormônios importantes para a saúde feminina. O câncer de tireoide atinge cerca de 150 mil brasileiros anualmente e é mais comum em mulheres.

A partir dos 40 anos

Além dos exames citados anteriormente, as mulheres devem realizar:

• Avaliação cardiológica: Após os 40 anos, também é importante acrescentar uma avaliação cardiológica nos exames de rotina, já que as alterações hormonais relacionadas com a idade podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares.

• Mamografia: Atualmente existem duas mamografias encontradas com facilidade no Brasil, a 3D e a tradicional. Elas têm o mesmo objetivo, que é a detecção precoce do câncer de mama. Segundo estudo publicado no Journal of the American Medical Association – EUA a mamografia 3D  reduz o número de exames adicionais (falsos positivos) em 15% e aumenta a detecção do câncer de mama invasivo em 41%.

No Brasil, a tecnologia é oferecida pela Hologic por meio dos equipamentos Selenia Dimensions™ e 3Dimensions™. “Na mamografia 3D o aparelho gera múltiplas imagens que permitem identificar nódulos com menos de 1cm. Se houver alguma área suspeita e que não aparecia na mamografia convencional, o exame 3D irá mostrar”, comenta Dra. Vivian.

• Densitometria Óssea: Mede a densidade dos ossos e a possível perda da massa óssea, prevenindo ou detectando mais precocemente a osteoporose. Nas mulheres, o exame deve ser feito anualmente após a menopausa.

Fonte: Portal do Holanda

Além da pílula, ginecologista destaca quais são as opções para não engravidar

Segundo estudo da Universidade Federal de Fluminense, a ideia de que as mulheres brasileiras fiquem grávidas em taxas mais elevadas durante o carnaval é mito, assim como a promiscuidade neste período não é verdade. Em contrapartida há um aumento de 30% na venda de preservativos durante os dias de folia, e um aumento de 15% na venda de testes de gravidez depois do carnaval.

De acordo com o ginecologista e obstetra, Alberto Guimarães, autor do livro Parto Sem Medo, quem não está preparada para conceber um filho seja por questões financeiras ou psicológicas existem diversas opções de métodos contraceptivos não só para evitar uma gestação como prevenir doenças sexualmente transmissíveis.

Segundo Guimarães, é necessário a busca de orientação médica para que seja utilizado o melhor método contraceptivo que se adeque ao organismo e necessidade da mulher.

Conheça alguns dos métodos e saiba se prevenir:

Pílulas Anticoncepcionais

O acesso às pílulas anticoncepcionais é muito fácil. A pílula impede a ovulação, enquanto a mulher tomar a pílula, ela não consegue engravidar. O anticoncepcional deve ser receitado pelo ginecologista, o uso de medicação indevida pode provocar diversos efeitos colaterais como, dores de cabeça, náuseas, tonturas, aumento ou redução de peso.

Preservativo Masculino

É o método de barreira mais difundido no mundo. Consiste em um envoltório de látex que recobre o pênis durante o ato sexual. O esperma ejaculado pelo homem fica retido na camisinha, assim os espermatozoides não entram no corpo da (o) parceira (o).

Preservativo Feminino

É um método contraceptivo de barreira feito de plástico fino, macio e resistente com uma extremidade aberta e a outra fechada, contendo dois anéis flexíveis também de plástico. Ele age impedindo a entrada dos espermatozoides no corpo da mulher. Pode ser colocado na vagina imediatamente antes da penetração ou até oito horas antes da relação sexual. O produto já vem lubrificado e deve ser utilizado uma única vez.

Diafragma

É um método de uso feminino que consiste em uma capinha de silicone ou látex, macia e com aro de metal flexível. É colocada pela própria mulher no fundo da vagina para cobrir o colo do útero. Existem diafragmas de diversos tamanhos, sendo necessária a medição por um profissional de saúde treinado, para determinar o tamanho adequado a cada mulher. Pode ser usado junto com espermicida (produto capaz de matar os espermatozoides) para aumentar a eficácia.

O diafragma impede a entrada dos espermatozoides dentro do útero. Ele deve ser colocado em todas as relações sexuais, antes de qualquer contato entre o pênis e a vagina. Pode ser colocado em minutos ou horas antes da relação sexual, e só deve ser retirado de seis a oito horas após a última relação sexual, que é o tempo suficiente para que os espermatozoides que ficam na vagina morram. Após a retirada do diafragma, deve-se lavá-lo com água e sabão neutro, secá-lo bem e guardá-lo em um estojo próprio, em lugar seco e fresco, não expondo à luz solar. Pode ser fervido periodicamente para desinfecção. A vida média útil é de cerca de três anos, se observadas às recomendações.

Pílula do Dia Seguinte

É conhecida popularmente como “pílula do dia seguinte”. Este método é utilizado para evitar uma gravidez indesejada, após uma relação sexual desprotegida ou falha de outro método, como por exemplo, a ruptura do preservativo. A anticoncepção de emergência age impedindo ou retardando a ovulação e diminuindo a capacidade dos espermatozoides de fecundarem o óvulo. Ela não é abortiva, pois não compromete a continuidade de uma gravidez já em andamento. Utilizam-se tomando os dois comprimidos de uma só vez ou em duas doses: a primeira dose até três dias após a relação sexual (quanto mais rápido tomar as pílulas maiores são as chances de evitar a gravidez) e a segunda pílula doze horas após a primeira.

A pílula do dia seguinte não deve ser utilizada como método anticoncepcional de rotina, ou seja, substituindo outro método anticoncepcional. Devem ser utilizadas somente em casos emergenciais, porque a dose de hormônio é grande.

Implante Subdérmico

São pequenas cápsulas ou hastes plásticas, cada uma do tamanho aproximado de um palito de fósforo, que liberam um hormônio semelhante ao produzido pelos ovários da mulher (progesterona). Um profissional devidamente treinado para este fim realiza um pequeno procedimento cirúrgico para inserir os implantes sob a pele do braço, acima do cotovelo da mulher.

Age inibindo a ovulação, aumentando o espessamento do muco cervical e diminuindo a capacidade dos espermatozoides de fecundarem o óvulo. O implante subdérmico possui ação prolongada, agindo por até 03 anos, com baixas doses de hormônio sendo liberados continuamente na corrente sanguínea, proporcionam o efeito anticoncepcional. Só deve ser utilizado por mulheres que não desejem menstruar, já que com o tempo suspende a menstruação.

Anel Vaginal

É um anel flexível e transparente que deverá ser colocado no canal vaginal de forma que o anel cubra todo o colo do útero. O anel deve ser retirado a cada 03 semanas, mas se ocorrer um esquecimento ele poderá permanecer no canal vaginal sem nenhum prejuízo até 04 semanas.

Ele apresenta o mecanismo de ação semelhante aos dos anticoncepcionais orais. Seu efeito contraceptivo mais importante é a inibição da ovulação, mas, também interfere no espessamento do muco cervical diminuindo a capacidade dos espermatozoides de fecundarem o óvulo.

Adesivo Transdérmico

É um adesivo fino, colocado sobre a pele, que libera hormônios semelhantes aos produzidos pelo ovário. Previne a gravidez de forma semelhante aos anticoncepcionais hormonais orais. Seu efeito contraceptivo mais importante é a inibição da ovulação, mas, também interfere no espessamento do muco cervical diminuindo a capacidade dos espermatozoides de fecundarem o óvulo.

É um método de uso semanal. O adesivo deve ser colocado durante 3 semanas, no mesmo dia e horário. Na quarta semana não deve ser colocado, mas mesmo assim a mulher estará protegida. Na quinta semana deve reiniciar seu uso. O adesivo precisa estar bem aderido à pele para que sua ação seja efetiva. Os locais de aplicação são: nádegas, abdômen e parte superior externa do braço.

Este método não deve ser utilizado por mulheres que estejam amamentando, pois pode prejudicar a produção do leite materno e é contraindicado para mulheres com mais de 35 anos e fumantes.

Anticoncepcionais Injetáveis Hormonais

São anticoncepcionais injetáveis contendo uma associação de dois tipos de hormônios semelhantes aos que existem no corpo da mulher: estrogênio e progesterona. Como a dosagem de hormônios é alta, o efeito é mais prolongado no organismo. Existem 2 tipos: o mensal com a combinação de dois hormônios (estrogênio e progesterona) e o trimestral com apenas um tipo de hormônio (progesterona).

Ele age impedindo a liberação de óvulos pelos ovários (ovulação) e tornando o muco cervical espesso, impedindo a passagem dos espermatozoides. É aplicado em forma de injeção por via intramuscular. O injetável mensal deve ser aplicado uma vez por mês, entre o 7º e o 10º dia do ciclo, de preferência no 8º dia. O injetável trimestral deve ser aplicado a cada três meses e a primeira dose deve ser aplicada entre o 5º e o 7º dia do ciclo.

Dispositivo Intra-Uterino  (DIU)

São dispositivos de plástico flexível (polietileno) aos quais são adicionados cobre ou hormônios (levonorgestrel) que, inseridos no útero, exercem sua função de prevenir a gravidez. A escolha e a colocação do DIU no interior do útero devem ser feitas por um profissional de saúde treinado.

O DIU diminui a capacidade do espermatozoide de se movimentar dificultando seu acesso ao óvulo e também interfere nas características do muco cervical e no endométrio, dificultando a implantação de um possível óvulo fecundado. Deve ser introduzido de preferência no período menstrual, quando o colo uterino está mais aberto e também para garantir a ausência de gravidez.

Alberto Guimarães

Formado pela Faculdade de Medicina de Teresópolis (RJ) e mestre pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), o médico atualmente encabeça a difusão do “Parto Sem Medo”, novo modelo de assistência à parturiente que realça o parto natural como um evento de máxima feminilidade, onde a mulher e o bebê devem ser os protagonistas. Atuou no cargo de gerente médico para humanização do parto e nascimento do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim, CEJAM, em maternidades municipais de São Paulo e na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

Fonte: Portal Rondônia