Câncer de colo de útero

O câncer de colo de útero ainda é o quarto câncer mais incidente em mulheres e a quarta causa de morte por câncer no Brasil. Mulheres de 25 anos são as mais suscetíveis a desenvolver o tumor, que tem como principal agente o papiloma vírus humano (HPV). O HPV também é um dos principais suspeitos do câncer de pênis.

Quanto antes o diagnóstico for feito, maiores as chances de cura, pois o tumor demora alguns anos para se tornar maligno.

A fase Pré-malignidade é chamada de Neoplasia Intraepitelial Cervical, classificada de 1 a 4 (I a IV), de acordo com a gravidade do caso.

Os dois tipos de tumores malignos mais frequentes estão associados ao HPV, que são os carcinomas epidermoides (80% dos casos), e os adenocarcinomas (20% dos casos).

Fatores de risco

A infecção do vírus HPV é causa de praticamente100% dos casos do câncer de colo de útero. Mas ter HPV não é sinônimo de câncer, pois apenas alguns tipos deste vírus estão de fato associados ao tumor.

A seguir, citaremos os fatores que aumentam as chances de se contrair HPV e, consequentemente, o surgimento do câncer de colo de útero. 

  • Verruga genital, causada pelo HPV;Início precoce da atividade sexual;
  • Múltiplos parceiros sexuais;
  • Cigarro;
  • Baixa imunidade;
  • Não realizar o exame de Papanicolaou regularmente;
  • Más condições de higiene;
  • Histórico familiar.

Sintomas do câncer de colo de útero

Nas fases iniciais não há manifestação de sintomas, mas conforme o tumor for se desenvolvendo, pode haver:

  • Sangramento vaginal, principalmente após as relações sexuais, no intervalo entre as menstruações ou após a menopausa;
  • Corrimento vaginal de cor escura e forte odor.

Em estágios ainda mais avançados, a doença pode causar:

  • Massa palpável no colo do útero;
  • Hemorragias;
  • Obstrução das vias urinárias e intestinos;
  • Dor lombar e abdominal;
  • Perda de apetite e de peso.

Diagnóstico

A avaliação ginecológica, a colposcopia e o exame citopatológico de Papanicolaou realizados regular e periodicamente são recursos essenciais para o diagnóstico do câncer de colo de útero. Na fase assintomática da enfermidade, o rastreamento realizado por meio do Papanicolaou permite detectar a existência de alterações celulares características da infecção pelo HPV ou a existência de lesões pré-malignas.

O diagnóstico definitivo, porém, depende do resultado da biópsia. Nos casos em que há sinais de malignidade, além de identificar o tipo do vírus infectante, é preciso definir o tamanho do tumor e se está situado somente no colo uterino ou se já invadiu outros órgãos e tecidos (metástases). Alguns exames de imagem (tomografia, ressonância magnética, raio x de tórax) representam recursos importantes nesse sentido.

De acordo com o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia, os exames citológicos devem se iniciar a partir dos 21 anos de idade.

Prevenções

A prevenção começa pela vacinação contra o HPV, sendo ele o principal causador de câncer no colo de útero. No SUS, a vacina é oferecida gratuitamente para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacina tem duas doses, com a segunda seis meses após a primeira.

Mesmo vacinadas, as mulheres devem continuar fazendo o exame de rastreamento de Papanicolaou, já que existem tipos de vírus não contemplados pela vacina que também podem provocar o tumor.

O uso de camisinha durante as relações sexuais também é essencial para prevenção do HPV e das demais doenças sexualmente transmissíveis.

Tratamento

A infecção do HPV pode ser eliminada espontaneamente ou por meio de tratamento médico.  Se o tratamento não funcionar, será necessário retirar ou destruir as lesões precursoras pré-malignas.

Pra o tratamento de tumores malignos, é necessário avaliar o estágio da doença, as condições físicas da paciente, sua idade, e se pretende ou não engravidar. A cirurgia só será indicada quando o tumor está confinado no colo do útero.

A radioterapia externa ou interna (braquiterapia) tem-se mostrado um recurso terapêutico eficaz para destruir as células cancerosas e reduzir o tamanho dos tumores. Apesar de a quimioterapia não apresentar os mesmos efeitos benéficos, pode ser indicada na ocorrência de tumores mais agressivos e nos estádios avançados da doença.