ANS alerta para os riscos do parto agendado; cesáreas aumentam de dezembro a fevereiro

Entre dezembro e fevereiro o número de agendamento de cesárias aumenta no país, devido aos feriados de Natal, Ano Novo e Carnaval, segundo dados da ANS, a Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Foi o que aconteceu em 2009, durante a primeira gestação de Ladjane Arruda. “Em dezembro de 2009, eu já estava com 39 semanas. Então a previsão era que realmente o bebê nascesse em pleno Réveillon. E o médico já tinha me avisado que ele iria viajar, sugeriu, deixou que eu escolhesse fazer um pouquinho antes ou arriscasse fazer só após o Réveillon mas sem a segurança de tê-lo com a equipe própria.”

Na tentativa de evitar os agendamentos por conveniência, seja dos pais ou dos profissionais de saúde, a ANS está lançando uma campanha que alerta para os riscos do parto prematuro, de forma a evitar os agendamentos desnecessários de cirurgias, como explica o Diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Rodrigo Aguiar.

“A gente está lançando agora no final do ano uma campanha de intensificação sobre a informação a cerca da não adequação da realização de cesariana por mera conveniência da mãe ou do médico. Nesse período, entre Natal e Ano Novo, justamente, por uma questão de conveniência. Para que esse parto não ocorra nos períodos de festas, a gente percebe que acontece a antecipação da data do parto. Os partos acabam acontecendo mais no início do mês de dezembro que não acontecerem nesse final.”

A proposta da campanha é lembrar aos pais e aos profissionais de saúde que o bebê tem seu tempo, e que em uma gestão sadia e sem riscos, ele deve ser respeitado.

E que é importante a família ter as informações necessárias para fazer escolhas conscientes.

Segundo a ANS, estudos científicos apontam que bebês nascidos de cesarianas apresentam maiores riscos de complicações respiratórias e são internados em UTIs neonatais com mais frequência.

A cesariana é um recurso que pode salvar a vida das mães e dos bebês, mas ela não deve servir para antecipar desnecessariamente o parto.

A ANS defende que o alarmante número de cesáreas no Brasil pode ser revertido.

Além da Campanha do fim de ano, vai lançar em janeiro a segunda fase do Projeto Parto Adequado, que vem identificando modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto e nascimento, reduzindo o número de cesarianas desnecessárias.

A primeira etapa do projeto, feito em 35 hospitais, conseguiu, segundo a ANS, evitar a realização de 10 mil cesarianas desnecessárias.

Ao mesmo tempo foi registrado aumento de 76% nas taxas de partos normais nos hospitais que aderiram ao projeto.

A segunda fase da campanha vai contar com a participação de 136 maternidades e 68 operadoras de planos de saúde.

Fonte: EBC

Trombose na Mulher: um novo desafio na Ginecologia e Obstetrícia?

No dia 13 de outubro, comemora-se o Dia Mundial de Trombose. Uma em cada quatro mortes no mundo é em decorrência de um coágulo que finda a vida. O dia não foi escolhido ao acaso.

É a data de aniversário de Rudolf Virchow, o pai da Patologia moderna e criador da célebre tríade que leva seu nome pela eternidade. Em seus escritos originais, Virchow descreveu com destaque a necrópsia de puérperas que tinham em comum uma das pernas acometidas por um coágulo venoso, associado a um coágulo pulmonar. O parto, ao longo da história, sempre foi associado a risco de morte. Com a evolução dos cuidados hospitalares, as intervenções médicas conseguiram reduzir as altas taxas de óbitos maternos. Em países que controlaram as causas clássicas de morte materna direta, como eclampsia e hemorragia, o tromboembolismo venoso desponta como a principal delas.Na sua forma mais letal – a embolia pulmonar–, o tromboembolismo venoso apresenta uma grande barreira de dificuldade a seu diagnóstico durante a gestação, em parte pela limitação ao uso de métodos de imagem que dependem de radiação.

A cada 1.000 partos, 1 a 2 mulheres tem tromboembolismo venoso. Estima-se que de cada cinco gestantes ou puérperas que morrem por embolia pulmonar, quatro tem ao menos um fator de risco. A atenção do tocoginecologista a estes indícios possibilita o uso do mais efetivo recurso: a prevenção. A prevenção do TEV na gestação, através de diretrizes baseadas em fatores de risco e a consequente instituição de profilaxia farmacológica, é ainda a melhor estratégia para reduzir esta nefasta intercorrência. Ainda, o uso de contraceptivos hormonais combinados aumenta o risco de tromboembolismo venoso em aproximadamente duas vezes.

A gestação, como critério de comparação, aumenta este risco em quatro a cinco vezes, e o puerpério em 20 a 35 vezes. Os métodos contraceptivos hormonais combinados constituem um importante arsenal terapêutico na prática cotidiana do tocoginecologista. A mulher não pode ser privada dos benefícios contraceptivos e extra-contraceptivos destas medicações.

Tanto o uso indiscriminado quanto sua proibição imotivada são inadequados e indesejados. Cada vez mais a escolha do método é feita por criteriosa seleção, sempre se avaliando as contraindicações, critérios de elegibilidade e autonomia da paciente.

A virtude,aqui também, está no meio. E, por último, mas não menos importante, há a preocupação com o tromboembolismo venoso em decorrênciadas cirurgias ginecológicas.

O uso de escores de risco, como o de Caprini, possibilita estratificar o risco individual, dando a exata dimensão de quando e como realizar a tromboprofilaxia, ponderando entre o riscos de trombose e sangramento.

Por tudo isso, e mais um pouco, hoje é um dia de reflexão para todos nós, Ginecologistas e Obstetras, em nossa luta contínua pela saúde da Mulher Brasileira.

ANDRE LUIZ MALAVASI LONGO DE OLIVEIRA

Presidente da CNE Trombose na Mulher

Fonte: Febrasgo

Mitos e verdades sobre pós-parto

É melhor evitar ter relações sexuais durante a quarentena? Verdade! Quando a mulher realiza o parto normal, a penetração pode causar dor, machucar e até causar uma inflamação. Já na cesárea, além do risco maior de infecção, podem ser desencadeados ferimentos na incisão abdominal, que está sensível e em processo de cicatrização. Por isso, o mais aconselhável é esperar 40 dias. Lembrando que sexo não se resume apenas em penetração, neste momento ele pode ser feito pelo casal de outras formas menos perigosas.

A mulher não pode lavar o cabelo durante a quarentena? Mito! Esse é um antigo mito popular de que o sangramento poderia reverter da vagina para a cabeça deixando a mulher louca, o que não passa de uma bobagem. Na quarentena não há perigo nenhum em manter a higiene em dia lavando os cabelos.

Na quarentena é normal a redução da libido? Verdade! Quando a placenta é retirada há uma queda dos hormônios que reduz a libido e afeta a lubrificação vaginal. Além disso, a nova rotina com o bebê pode fazer com que a mulher deixe o sexo em último plano. Porém, com o passar do tempo, tudo tende a ser como era antes.

Nessa fase a mulher pode engravidar? Verdade! Apesar da chance nesse período ser pequena por causa da amamentação e também porque a fertilidade retoma normalmente 45 dias após o parto, engravidar não é impossível. Por isso, o aconselhável nesta fase é a utilizar um método contraceptivo eficaz de uso permitido durante a lactação.

Nesse período não se pode praticar atividade física? Mito! Realizar exercícios leves como caminhada, yoga e atividades de alongamento estão liberadas após 15 dias para os casos de partos normais e 30 para as cesáreas.

Amamentar favorece a queda das mamas? Mito! O que colabora ou não para isso é a predisposição genética da mama e também o número de gestações que a mulher teve, já que o esticamento da pele pode deixar a área mais flácida.

Amamentar ajuda a mulher a emagrecer? Verdade! Durante essa fase, o metabolismo da mãe fica mais acelerado para a produção do leite. Para produzir a substância, elas perdem 400 calorias por dia, o equivalente a 30 minutos de corrida.

 

Fonte: Jornal do Brasil

Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher

No dia 28 de maio comemora-se o “Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher”, que reforça a importância da prevenção e tratamento adequado das doenças mais comuns.É importante o envolvimento de cada serviço de saúde na disseminação de informações para conseguirmos sempre uma medicina de qualidade, tanto no sistema de saúde privado como no sistema público, buscando sempre um acompanhamento de excelência.

Com o aumento da expectativa de vida das brasileiras que são mais da metade da população, é importante que estejamos atentos à prevenção das doenças mais incidentes em cada faixa etária das mulheres.

O exame de Papanicolau tem a finalidade de detectar alterações pré-malignas no colo do útero e vagina. É de fundamental importância, pois as lesões mais iniciais são tratadas com técnicas mais simples e muito menos agressivas. Isto reduz drasticamente a mortalidade e quase sempre preserva a fertilidade da mulher.

Rastreamento do “câncer de mama” – Deve ser realizado através do exame clínico na consulta ginecológica de rotina e com a mamografia e ultra-sonografia, a partir de faixas etárias determinadas, dependendo dos fatores de risco de cada paciente. Exames adicionais podem ser solicitados dependendo dos resultados destes exames iniciais. Existe um aumento de incidência do câncer de mama pelo aumento do diagnóstico, aumento da expectativa de vida da população, piora da qualidade dos hábitos de vida (sedentarismo, má alimentação) e fatores reprodutivos (menor número de filhos, gestações mais tardias).

Densitometria óssea – A avaliação da massa óssea é fundamental numa população que está vivendo mais tempo e muitas vezes sem se prevenir em relação à perda de massa óssea. Hoje, além da alimentação em excesso (metade da população está acima do peso) e do sedentarismo, vivemos em ambientes automatizados o que requer cada vez menos esforço físico. Tudo isso contribui para que a mulher envelheça com um aumento da perda de massa óssea, principalmente após a menopausa. O exame de densitometria ajuda a detectar alterações que podem ser controladas através de medidas comportamentais e medicamentosas.

Exames bioquímicos (sangue e urina) ajudam a rastrear o funcionamento do corpo direcionando exames adicionais dependendo dos resultados.

Outros exames de imagem como radiografias, ultra-sonografias, tomografias e ressonâncias, entre outros, devem ser solicitados, dependendo da avaliação clínica feita no momento da consulta. O exame clínico é fundamental para determinar quais exames subsidiários vão ser solicitados.

Importante lembrar que cada pessoa tem uma história com seus antecedentes e deve ser avaliada individualmente para que possamos minimizar o risco de aparecimento de doenças, proporcionando melhor qualidade de vida.

Dr. Ricardo Faure