Suicídio

Suicídio sempre foi um tema polêmico e cercado de tabus, assim como o câncer, os transtornos mentais e as doenças infectocontagiosas. Hoje, não conseguimos mais “escapar” destes temas, porque estamos vivendo um momento em que as notícias são divulgadas, muitas vezes, em tempo real. Um assunto que antigamente era mantido entre quatro paredes, hoje é questão em constante discussão e inclusive existem séries na internet que abordam claramente o tema. O assunto é tratado com muito mais naturalidade e realmente deve ser, porque temos presenciado casos nas escolas dos nossos filhos. Onde estamos errando? Qual a nossa parcela de culpa e qual a parcela da sociedade? Como minimizar os efeitos que podem fazer uma pessoa tirar a vida?

Em 12 anos, a taxa de suicídios na população de 15 a 29 anos subiu de 5,1 por 100 mil habitantes em 2002 para 5,6 em 2014 – um aumento de quase 10%.

O Brasil é o oitavo país com maior número de suicídios no mundo (OMS – Organização Mundial da Saúde, 2014). Foram 2.898 suicídios de jovens de 15 a 29 anos em 2014. Nesta faixa etária, a taxa de suicídio é sempre um pouco superior em relação às outras idades (Waiselfisz, 2014).

Segundo a OMS o crescimento das taxas de depressão, doenças crônicas, ansiedade e mesmo suicídios, reflete o tipo de sociedade e relações sociais que a humanidade tem desenvolvido nas últimas décadas, associado aos valores que “adquirimos” da nossa educação e das experiências de vida. Tudo isto vai nortear nossa história.

O suicídio na juventude intriga profissionais de saúde, pais e professores pelo paradoxo que representa: o sofrimento num período da vida de descobertas, alegrias e amizades e não de morte. Segundo especialistas, o problema também está associado a fatores como depressão, abuso de drogas e álcool, além das chamadas questões interpessoais – violência sexual, abusos, violência doméstica e bullying. Existe também muita cobrança por competitividade, nota e sucesso.

Enfim, temos que cumprir um aprendizado contínuo e entendermos a dinâmica do mundo atual, para conseguir ajudar as pessoas que fazem parte da nossa vida. A educação tem um grande peso para garantir bem-estar, equilíbrio e qualidade de vida.

Dra. Patrícia Pereira Faure / Dr. Ricardo Faure

Fonte: Site – Globo.com