Conheça os riscos e benefícios da reposição hormonal

Você acabou de entrar na menopausa e está difícil lidar com as frequentes ondas de calor, suores noturnos e secura vaginal, não é? Uma das alternativas para driblar esses desconfortos é a reposição hormonal.

Porém, ainda não há consenso médico a respeito desse tratamento que apresenta alguns riscos para a saúde, mas também pode trazer benefícios.

Abaixo, confira os principais destaques sobre o assunto publicado no estudo norte-americano do Women’s Health Initiative (WHI):

VANTAGENS DA REPOSIÇÃO HORMONAL

  • Fratura por osteoporose – O risco de quebrar um osso no quadril ou coluna por causa da osteoporose é menor nas mulheres que fazem reposição. 
  • Demência – A reposição não apresentou melhoras significativas na memória. No entanto, alguns especialistas acreditam que o tratamento com estrogênio pode ser útil para prevenir a demência, caso realizado nos primeiros anos após a menopausa (embora isso não esteja comprovado). 
  • Depressão – Muitas mulheres experimentam ansiedade ou depressão durante a transição para a menopausa. Alguns estudos mostram que o tratamento com estrogênio ajuda a melhorar o humor e a diminuir a depressão. No entanto, algumas mulheres precisam ser tratadas tanto com estrogênio quanto com um antidepressivo para se sentir melhor.
  • Problemas do sono – Mulheres perimenopáusicas e pós-menopáusicas têm problemas de sono. Muitas vezes isso ocorrepor conta das ondas de calor à noite, que interferem no sono (suores noturnos). No entanto, elas podem ter problemas para dormir, mesmo que não apresentem esse sintoma. O tratamento com estrógeno é muito eficaz para melhorar o sono em mulheres com suores noturnos.

PONTOS DE ATENÇÃO DA TERAPIA HORMONAL

  • Câncer de mama – existe um pequeno risco aumentado de câncer de mama em mulheres que tomaram terapia combinada com estrogênio-progestágeno, e risco pouco aumentado com uso de estrogênio isolado, ficando mais alto quanto maior o tempo de uso (principalmente acima de 5-10 anos). O risco desaparece após cinco anos do término da terapia.
  • Câncer de endométrio – : existe um risco aumentado de câncer de endométrio em pacientes com útero que fazem terapia isolada com estrogênio, risco esse que não está associado à terapia combinada.
  • Câncer colorretal: há redução no risco de desenvolvimento de câncer colorretal em pacientes usuárias de reposição hormonal, não relacionado ao tempo de uso.
  • Ataque cardíaco e AVC: existem evidências de benefícios cardiovasculares quando a reposição hormonal é iniciada na transição menopáusica ou nos primeiros anos após a menopausa (chamado de “janela de oportunidade”). No entanto, há evidências de riscos cardiovasculares quando a terapia hormonal é iniciada tardiamente. Outros fatores como alimentação, presença ou não de obesidade, realização de atividade física e nível também interferem nos efeitos cardiovasculares. Pode haver aumento no risco de acidente vascular cerebral (AVC) tromboembólico com tromboembolismo pulmonar (TEP), risco esse não aumentado com uso de terapia isolada de estrogênio.

Por tudo isso, é fundamental sempre buscar a opinião do seu médico. Ele é a única pessoa que pode orientá-lo sobre os procedimentos mais indicados com relação ao seu caso.

Sobrecarga atinge mulheres durante a quarentena deixando-as por um fio

Acordar, preparar o café da manhã da família e a lancheira das crianças, lavar a louça, encaminhar os filhos para a escola, ir para o trabalho, encerrar o expediente, voltar para casa, cuidar da janta e da limpeza do lar, colocar os meninos para dormir; E, no dia seguinte, a maratona começa de novo. A rotina de muitas brasileiras, que já era intensa antes da pandemia de coronavírus num cenário em que as atividades domésticas e familiares se concentram desigualmente sobre as mulheres, ficou pior.

Com a crise mundial da doença, os filhos não podem mais frequentar creche ou escola. Para as mães que não tiveram como aderir ao teletrabalho, esse é um grave problema, pois não têm estrutura adequada para deixar os filhos e ir ao serviço. Mesmo para as que estão em home office, a situação é problemática, pois conciliar mais gente em casa, o cuidado com os filhos (e, às vezes, auxiliá-los em atividades escolares a distância no caso dos que estudam em colégios particulares) e o expediente é complicado.

Em boa parte dos lares, elas não contam com um companheiro ou outra pessoa com quem podem compartilhar tarefas e aliviar o peso dessas atividades não remuneradas. Até mesmo quando há um cônjuge na residência, a carga de serviço doméstico tende a ficar concentrada nas mulheres. O confinamento colocou uma lente de aumento na desigualdade de gênero e na sobrecarga que atinge a vida das trabalhadoras, mães ou não.

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, mostram que as mulheres realizam serviços domésticos durante 18,5 horas por semana, em comparação com 10,3 horas semanais gastas pelos homens. Isso tudo antes do cenário da pandemia, que coloca mais crianças e pessoas em casa, demandando mais cuidados. No momento atual, a carga de atividades de casa deve estar bem maior.

Lares com chefia feminina

Segundo a pesquisa Mulheres chefes de família no Brasil: avanços e desafios, o número de famílias brasileiras chefiadas por mulheres era de 28,9 milhões, em 2015, ano dos últimos dados. Cera de 15,3% das formações familiares são representadas por mães solo ou viúvas e 5,5 milhões de crianças no Brasil não têm o nome do pai na certidão de nascimento.

Reflexões da ONU

A preocupação com o aumento da desigualdade durante a pandemia fez a Organização das Nações Unidas (ONU) lançar uma cartilha sobre os direitos das mulheres em meio à crise. O folheto ;Gênero e Covid-19 na América Latina e no Caribe; coloca em pauta questões como a garantia do acesso a serviços e cuidados de saúde sexual e reprodutiva, trabalho não-remunerado, violência doméstica, entre outros assuntos. O objetivo é alertar as autoridades sobre o impacto da pandemia na vida das mulheres e garantir a dimensão de gênero nas medidas tomadas durante a crise. Para conferir a cartilha, acesse o link: bit.ly/2Krre0a.

Remédios para regular o ciclo menstrual

O ciclo menstrual irregular pode ser provocado por vários fatores, como presença de miomas uterinos, endometriose, problemas de ovulação, uso de determinados anticoncepcionais, distúrbios sanguíneos, problemas na gravidez ou lactação, adenomiose, problemas de tireoide ou síndrome do ovário policístico, por exemplo.

Por esta razão, os remédios usados para regular o ciclo menstrual devem ser adaptados a cada caso e devem tratar a doença ou a causa que está na origem do problema. Em alguns casos, pode mesmo ser necessário recorrer a uma cirurgia.

Alguns dos remédios que podem ajudar a regular o ciclo menstrual irregular são:

1. Anticoncepcionais

Os anticoncepcionais são os medicamentos mais usados para regular o ciclo menstrual da mulher. Além de serem usados para evitar uma gravidez, eles são também eficazes no tratamento de miomas uterinos, já que ajudam a aliviar a intensidade da menstruação e a reduzir o tamanho do mioma e ajudam também a reduzir os sintomas causados pela endometriose, porque ajudam a regular o ciclo menstrual, prevenindo o crescimento de tecido endometrial dentro e fora do útero.

Além disso, também podem ser usados para regular o ciclo menstrual em pessoas com adenomiose, que tenham sangramentos intensos ou que sofram de síndrome dos ovários policísticos.

Existem ainda casos de pessoas que já tomam anticoncepcionais e continuam a ter um ciclo menstrual irregular. Nestes casos, a pessoa deve falar com o médico para mudar de anticoncepcional.

2. Remédios para regular a tireoide

Em alguns casos, o ciclo menstrual irregular pode resultar de hipotireoidismo, que é uma doença endócrina caracterizada pela baixa atividade da tireoide, que produz menos hormônios do que aquilo que é necessário para o bom funcionamento do organismo. Nestes casos, o tratamento consiste na administração de remédios que repõem os valores, como é o caso da levotiroxina.

3. Ácido tranexâmico

Este medicamento é um agente antifibrinolítico, que garante uma maior estabilidade do coágulo sanguíneo, sendo por isso bastante utilizado no tratamento de episódios hemorrágicos. 

4. Anti-inflamatórios

Os anti-inflamatórios também são indicados em algumas doenças que tornam o ciclo menstrual irregular, como é o caso dos miomas, reduzindo assim as cólicas menstruais intensas e o excesso de sangramento causado pelos miomas.

Além disso, também podem ser usados para tratar a adenomiose uterina, de forma a reduzir a inflamação do útero e aliviar as cólicas menstruais.

Saúde da mulher vai além dos cuidados ginecológicos

O atendimento integral das mulheres, com acolhimento de suas demandas e necessidades e a garantia do acesso de forma fácil, é um desafio que no Brasil está em processo de consolidação.

Tradicionalmente, nos sistemas de saúde por todo o mundo, a prioridade tem sido o cuidado da mulher no campo da saúde reprodutiva, com foco na atenção ao pré-natal e parto. Mas também é importante destacar outros cuidados como a prevenção do câncer de mama e de colo de útero, vacinas específicas, dentre outros.

“Há várias doenças que afligem o universo feminino que são prevenidas por meio das vacinas. Mais recentemente, podemos falar da vacina do HPV, que é uma vacina muito segura e que tem reduzido drasticamente assistência de câncer de colo do útero, entre outros tumores, mas principalmente do colo uterino”, comentou a médica ginecologista, Raquel Autran, que é responsável pela divisão de gestão do cuidado da Maternidade Escola Assis Chateaubriand, em Fortaleza, no Ceará, e que também é vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.

No Sistema Único de Saúde (SUS), a maior parte dos atendimentos se iniciam na Atenção Primária, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Durante a consulta, se necessário, o médico solicita exames laboratoriais e de imagem, que também são ofertados pelo SUS. Após avaliação médica dos resultados, a paciente pode ou não ser encaminhada para atendimento especializado na rede pública.

Planejamento reprodutivo

O planejamento reprodutivo é um importante recurso para a saúde das mulheres. Ele contribui para uma prática sexual mais saudável, possibilita o espaçamento dos nascimentos e a recuperação do organismo da mulher após o parto, melhorando as condições que ela tem para cuidar dos filhos e para realizar outras atividades.

Na consulta da gestante, por exemplo, é importante afastar doenças infecciosas e também olhar se não há nenhuma doença crônica pré-existente. “Ao chegar no consultório, a paciente fala do seu histórico, faz exames físicos e checagens de prevenção de doenças, como diabetes gestacional, doenças da tireoide, tudo isso identificado precocemente garante uma gravidez mais segura”, comentou Raquel.

Métodos contraceptivos.

O SUS oferece uma série de serviços que garantem acolhimento e sigilo sem discriminação, como o preservativo masculino e feminino, pílula combinada, anticoncepcional injetável mensal e trimestral, dispositivo intrauterino com cobre (DIU T Cu), diafragma, anticoncepção de emergência e minipílula.

Mas, vale lembrar, que o uso do preservativo não serve somente para evitar gravidez. É fundamental utilizá-los para prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada.

A transmissão de uma IST também pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. Por isso, o acompanhamento pré-natal assegura o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas.

Saúde mental

Ampliar o olhar também perpassa o cuidado em saúde mental das mulheres. Sendo assim, a busca do bem-estar é necessária para lidar com a complexidade do dia a dia.

A Organização Mundial de Saúde (2000) afirma que a saúde mental feminina é afetada por seu contexto de vida ou por fatores externos (socioculturais, econômicos, de infraestrutura ou ambientais) e a identificação e a transformação desses fatores pode ser uma direção para prevenção primária. Nesta busca, é importante a utilização de estratégias que propiciam ambientes apoiadores, o fortalecimento da resiliência, a criação de condições individuais, sociais e ambientais que permitam aumentar a capacidade de bem-estar.

Para promover a saúde mental e física, muitas estratégias são utilizadas, uma delas é a intervenção psicossocial, que possibilita o enfrentamento de questões pessoais como a ressignificação do sofrimento e a busca por redescobrir e potencializar as habilidades. Para isso, pode contar com a Rede de Atenção Psicossocial – RAPS.

Sexualidade feminina: entenda transformações trazidas pela maturidade

Primeiro, elas odeiam os meninos, depois, passam a querer conquistá-los. Aí vem a fase das descobertas, da busca pelo prazer e, finalmente, a maternidade. Com a chegada da menopausa, outra quebra: a mulher passa a ter milhares de questionamentos e, com isso, acaba tendo que reaprender a lidar com sua vida sexual.

Diferentemente dos homens, que não sofrem grandes alterações hormonais ao longo da vida, as mulheres enfrentam mudanças biológicas drásticas com o passar dos anos, o que, fatalmente, impacta sua sexualidade e a forma como lida com o parceiro.

Confira algumas destas transformações e veja também o que os especialistas indicam para que a mulher tenha uma relação saudável com o próprio corpo, em busca do prazer em todas as fases da vida.

Dos 15 a 25 anos: segundo Margareth dos Reis, psicóloga e terapeuta sexual e de casais do instituto H. Ellis, essa é a fase em que a mulher tem mudanças significativas no corpo. “Começa até antes dos 15, quando ela sai de um corpo infantil para um corpo de mulher. É um período de adaptação, que coincide com a fase de descoberta, em que ela vai entender como o corpo responde aos estímulos sexuais.”

Ela explica que, como todo início, essa fase é marcada pela adaptação. “Juntos, os parceiros devem buscar como conduzir o outro para terem mais prazer na intimidade”, explica.

O sexólogo e ginecologista obstetra do Hospital e maternidade São Luiz, Francisco Carlos Anelo, reforça que essa mudança já começa a partir da primeira menstruação, e lembra que, preferencialmente, a iniciação sexual deve ser marcada pela afetividade. “O mais indicado, neste sentido, é que ela tenha um vínculo com o parceiro, pois isso demonstra respeito pelo próprio corpo.”

Ele enfatiza que a mulher que inicia a vida sexual de forma desregrada, corre mais riscos de contrair doenças sexualmente transmissíveis ou engravidar precocemente. Segundo ele, as estatísticas mostram que adolescentes que ficam grávidas cedo tendem a repetir o erro e acabam gerando filhos indesejados.

Dos 25 a 35 anos: de acordo com a observação clínica da terapeuta Margareth, essa é a fase que, de um modo geral, a mulher começa a sentir a necessidade de viver a da maternidade. Além disso, a mulher passa a experimentar novidades em outros aspectos da vida, especialmente no trabalho ou na estrutura familiar – geralmente, quando sai de casa e passa a dividir o teto com outro alguém.

Para Margareth, a palavra de ordem para manter a vida sexual em dia é “administrar o tempo”: “ela precisa dar conta de todos os papeis que passa a exercer na vida, e é fundamental que aprenda a preservar um tempo para a intimidade com o parceiro.

Sobre a questão da maternidade, Anelo lembra que o casal pode vivenciar uma redução da atividade sexual em nome das atribuições que um bebê traz à rotina. “O homem tem que entender que, mesmo que a mulher não queira ter relação, ela precisa de carinho, é um momento feliz, pois ela provavelmente está grávida do homem que ama”. Ele recomenda que os casais não deixem de namorar nessa fase, ainda que os beijos não evoluam para uma relação sexual, apenas para manter a chama acesa.

Dos 35 a 45 anos: é nessa fase que começa a queda lenta e gradual dos níveis de hormônios sexuais femininos, que culmina com o fim do ciclo menstrual, cessando a capacidade de reprodução. “A partir dos 40 anos, ela já não ovula com intensidade e tem a diminuição dos hormônios, o que faz com ela possa ter uma perda grande da libido”, explica Anelo.

As transformações do corpo também começam a ficar mais evidentes: “começam as primeiras rugas, cabelos brancos”, lembra Margareth. “Ela tem que aprender a enxergar que isso não tira o seu poder de sedução, que ela pode sim fazer com que seu corpo responda de forma sensual ao seu parceiro”, reforça.

A especialista indica também que a mulher busque orientação psicológica para que consiga vencer todos os novos desafios que a idade impõe, atravessando essa fase de mudanças da maneira mais confortável possível.

Dos 45 a 55 anos: o início da menopausa varia muito de mulher para mulher, mas Margareth afirma que o período de maior incidência é entre os 48 e 52 anos. Calores, alterações hormonais e um longo período de questionamento psicológico se iniciam. “Muitas mulheres sofrem, pois relacionam isso à uma perda de um símbolo relacionado ao feminino – a capacidade de se reproduzir, quando na verdade ela pode enxergar isso como uma fase de maior liberdade”, observa.

Ela acredita que as mudanças só podem comprometer a sexualidade feminina quando a mulher deixa de buscar orientação, seja de ordem física ou emocional.

Anelo explica que, com a chegada da última menstruação, a mulher sofre um luto, ou seja, uma perda que deve ser trabalhada. “Ela percebe que está envelhecendo”, pontua. A dica, neste sentido, é buscar reacender o calor sexual por meio do carinho. “Muitas vezes o casal não tem tempo para se beijar, e, com isso, diminui a freqüência sexual. O toque é importante em qualquer faixa etária, então, o casal tem que tentar resgatar esse vínculo de afetividade.”

A partir dos 55 anos: enquanto a menopausa traz certos incômodos no aspecto sexual da mulher, como a perda da lubrificação, dores e desconforto, a maturidade também traz coisas boas. “Com o passar do tempo, a tendência é que a mulher aprenda a chegar à sensação de prazer mais rapidamente”, afirma Margareth.

Anelo lembra também que, com o passar dos anos, a mulher passa a ter um entendimento maior do próprio corpo: “o que faz com que ela passe a direcionar o toque e o carinho do parceiro com mais facilidade.”

O especialista acredita que a vida sexual pode ser prolongada por muitos anos, contrariando quem acha que sexo é só para os jovens. “A própria mídia reforça este conceito de que a não existe vida sexual na velhice”.

Ele afirma que é preciso quebrar este paradigma e partir em busca de hábitos saudáveis em nome de uma sexualidade bem resolvida: redução do tabagismo e do álcool e uma dieta rica em cálcio são alguns dos fatores positivos que influenciam essa meta.

Além disso, as atividades físicas são fundamentais. “A atividade aeróbica, como caminhada e hidroginástica, faz com que a mulher perca massa gorda. Já a anaeróbica a ajuda a ganhar massa muscular e combater a osteoporose.”

A ideia é que a mulher mantenha o nível de autoestima elevado, outro fator imprescindível para uma vida sexual saudável. “Para nos relacionarmos, é preciso gostar de nós mesmos. A partir do momento em que a mulher passa a gostar do corpo dela, ela vai entender que tem um poder de sedução e terá vontade de se relacionar independentemente da idade.”

Alimentação em cada fase da vida da mulher

hormonais durante a idade adulta, é fundamental para a boa saúde da mulher.

Dos 20 aos 30 anos: não existe perda de massa óssea e colágeno, e a mulher precisa apenas controlar o peso e as variações de humor devido muitas vezes aos problemas de TPM. Nessa fase é comum também a ocorrência de anemia. Indica-se o consumo de alimentos saudáveis, como laticínios desnatados, carnes magras, cereais integrais, hortaliças e frutas, além de chás, como os derivados de Camellia sinensis e Hibiscus. Para prevenir ou controlar a anemia, a orientação é consumir alimentos ricos em ferro (carnes vermelhas, feijão, folhas verde-escuras, beterraba) combinados com sucos ricos em vitamina C.

Dos 30 aos 40 anos: começa a haver a diminuição de colágeno, uma das grandes preocupações das mulheres. Indica-se o consumo de alimentos ricos em vitamina C, para melhor produção dessa proteína, além de alimentos proteicos de origem animal, como as carnes vermelhas magras. Para ajudar no funcionamento do intestino, no controle do colesterol e na saciedade, uma ótima dica é consumir a farinha de linhaça dourada.

Dos 40 aos 50 anos: a perda de colágeno se acentua e, além disso, inicia-se o processo de redução da produção de estrogênio. O metabolismo torna-se mais lento e a chance de a mulher adquirir mais peso é maior, principalmente na região da cintura/quadril. Ela passa a ter menos massa muscular. Nessa fase, além de alimentos ricos em fibras e cálcio, sugere-se o consumo de derivados de soja, ricos em isoflavonas. Caso a mulher já apresente irregularidades menstruais e alguns sintomas indesejáveis, indicam-se alimentos desenvolvidos com a finalidade de funcionar como coadjuvantes do tratamento.

10 coisas que mulheres com a pele incrível fazem todos os dias

Nem sempre quem tem a pele perfeita faz tratamentos estéticos mágicos ou gasta uma fortuna em cremes faciais. O segredo é simples: mulheres que têm a pele de pêssego seguem a melhor rotina de cuidados com a pele. Outro segredo? Você também pode! A Marie Claire norte-americana conversou com dermatologistas para saber os cuidados que mulheres com a pele incrível tem no dia a dia.

1. Usam o produto correto para o seu tipo de pele
“Quem tem a pele oleosa ou propensa à acne deve usar um gel salicílico ou um sabonete à base de peróxido de benzoíla para lavar a pele”, afirma Ava Shamba. Para a pele madura e seca ela indica um hidratante com ácido glicólico ou um produto de limpeza em creme facial. “No caso de pessoas com manchas na pele marrons ou melasma, sugiro produtos para iluminar a pele, como sabonetes que contenham alfa hidroxi ácidos.”

2. Bebem os líquidos certos
Embora seja tentador tomar uma xícara de café ao acordar de manhã, a esteticista Joanna Vargas diz que escolher as bebidas certas pode fazer uma grande diferença na pele. Ela sugere beber sucos verdes com vários legumes diariamente. “Ele vai transformar a sua pele em questão de dias, e também ajuda oxigenar a pele e estimula o sistema linfático, diminuindo o inchaço.”

3. Mantêm uma dieta saudável
O ômega-3 é essencial para a pele reter umidade. Coloque semente de linhaça ou nozes na salada, por exemplo, para dar uma boa dose de ômega-3 ao corpo, aumentando a capacidade da pele de se manter hidratada. E tenha uma alimentação pobre em alimentos que têm alto índice glicêmico, como carboidratos simples (que inclui o açúcar refinado).

4. Hidratação da pele todas as manhãs e noites
“Os melhores momentos para hidratar a pele são logo depois de sair do banho e antes de dormir”, explica Janet Prystowsky. Evite produtos que tenham fragrâncias fortes e certifique-se de encontrar um hidratante que seja leve o suficiente para uso diário com irritação zero. E, claro, não se esqueça de beber cerca de 8 copos de água ao dia.

5. Não machucam a pele
A dermatologista Julia Tzu diz que é muito importante manter os dedos longe da pele para não machucá-la. “Eles podem espalhar bactérias, causar espinhas e cicatrizes e até aumentar as rugas.”

6. Usam protetor solar faça chuva ou sol
“Muitas pessoas pensam que só devem usar protetor solar em dias ensolarados ou quando vão à praia”, afirma Debbie Palmer. “Mas a verdade é que temos que proteger a pele até mesmo quando estamos dirigindo. É a exposição diária aos raios UV que contribui para os sinais visíveis de envelhecimento.” Mas qual protetor solar é mais indicado? “Use um com FPS de 30 para cima – e não se esqueça de reaplicá-lo a cada duas horas.” A proteção pode ir além: use maquiagens com FPS, óculos de sol e chapéu quando for se expor ao sol. “Prevenir danos causados pelo sol é um milhão de vezes melhor do que tratá-los depois”, afirma Janet.

7. Esfoliam algumas vezes por semana
“Perdemos 50 milhões de células da pele por dia e, sem um empurrãozinho extra, elas podem ficar lá, deixando a pele com aspecto opaco,” diz Mona Gohara. Para combater o problema, você deve escolher um produto com pH neutro que irá esfoliar sem ressecar. E não pare só no rosto, o corpo também precisa de esfoliação. 

8. Limpam os pincéis de maquiagem regularmente
Para evitar infecções e poros entupidos, Janet recomente lavar os pincéis de base, corretivo e pó uma vez por semana. Os pincéis que você usa ao redor dos olhos devem ser lavados duas vezes por mês, e os outros, uma vez por mês. A dermatologista ensina a lavá-los: coloque uma gota de shampoo suave nas mãos e umedeça as cerdas em água morna. Depois, massageie as cerdas na palma das maõs para espalhar o shampoo. Evite molhar a parte de metal e esfregar a base do pincel, pois as cerdas podem cair. Enxágue o shampoo e use uma toalha para remover o excesso de umidade. Deixe as cerdas secarem.

9. Usam produtos com vitaminas
Além de ingerir vitaminas por meio dos alimentos, há outra forma para “alimentar” a pele: os antioxidantes tópicos, que são sérums e cremes faciais. “Eles podem realmente ajudar a reparar a pele de danos causados pelo sol”, diz Debbie. Não sabe como usá-los? O melhor momento é aplicar logo após a limpeza e antes do protetor solar.

10. Dormem bem
Além de dormir bem todos os dias, você pode usar fronhas de seda. “O material desliza facilmente e previne a formação de rugas”, explica Jesleen Ahluwalia. A seda também é boa para o cabelo, pois evita que os fios embarecem e quebrem. Ou seja, com ela você consegue uma pele e cabelos mais saudáveis enquanto dorme.

Diversos tipos de câncer afetam as mulheres brasileiras

Tumores de mama não são os únicos que atingem as mulheres, dois terços surgem em outros órgãos. Exames de prevenção e atenção a possíveis sintomas são fundamentais para o diagnóstico precoce.

Diversos tipos de câncer afetam as mulheres brasileiras.

Embora seja o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil, os tumores de mama não são os únicos que atingem esse público com frequência. Dois terços dos casos de câncer em mulheres surgem em outros órgãos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, o câncer colorretal (intestino) é o segundo mais frequente com 9,4% dos casos. Em seguida, aparecem o câncer de colo de útero (8,1%), o de pulmão (6,2%) e o de tireoide (4%).

Também é importante destacar que mais de 10 mil mulheres morrem de câncer de pulmão no Brasil ao ano. O câncer colorretal mata 8 mil mulheres, enquanto o de colo de útero causa quase 6 mil mortes.

A atitude que permite detectar o câncer em fase inicial, quando há maior chance de cura, é fazer exames de prevenção periodicamente. O papanicolau, a mamografia (obrigatória a partir dos 40 anos), o sangue oculto nas fezes e a colonoscopia (obrigatória a partir dos 50 anos), por exemplo, são muito importantes.

Também é fundamental que a mulher esteja atenta a possíveis sintomas como perda de peso inexplicável (sem fazer dieta), estar sempre cansada, ter alguma dor que não passa, febre persistente, tosse persistente, falta de ar e voz rouca, sangue na tosse, nas fezes, na urina ou no mamilo, ficar engasgada com frequência, entre outros.

Quanto à prevenção, as principais atitudes são manter uma alimentação rica em verduras, legumes e frutas, praticar exercícios físicos com regularidade, não fumar, usar preservativos nas relações sexuais e evitar exposição ao sol em horários inadequados.

Artigo | Autocuidado e saúde mental das mulheres

A Organização Mundial de Saúde (OMS) vem há muito tempo alertando sobre os impactos dos determinantes sociais na saúde. São fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam no adoecimento da população. A desigualdade de gênero, o machismo, a violência doméstica e sexual e tantas outras violências contra a mulher agravam esse adoecimento.

 
Historicamente, a medicalização do corpo feminino e do sofrimento mental das mulheres provocou alienação sobre seus processos fisiológicos, bem como a destruição de suas redes de apoio, servindo aos anseios da sociedade patriarcal e capitalista. Na conjuntura atual, com a perda de direitos sociais, as mulheres encontram-se ainda mais vulneráveis, necessitando de políticas públicas eficientes para o pleno exercício de seus diversos papéis na sociedade. A Emenda Constitucional 95, que congela os gastos sociais do governo, já está afetando as políticas de Atenção Básica e de Saúde Mental, atingindo mais intensamente o público feminino. 


A depressão e a ansiedade são os transtornos mentais mais prevalentes nas mulheres. Muitas vezes, elas ficam responsáveis pelo cuidado dos doentes da família, dos idosos e, principalmente, das crianças. Os trabalhos doméstico e profissional acabam gerando fadiga e exaustão. Geralmente, essas dificuldades são invisibilizadas pelos profissionais de saúde. 


Nesse sentido, pensar o cuidado das mulheres perpassa pelo olhar integral em relação às suas condições de vida e aos aspectos de cada ciclo (infância, vida adulta e envelhecimento). Esse olhar deve se pautar pelo fortalecimento do feminino, por meio da educação sobre seus corpos e sua sexualidade, e pelo autocuidado, com a oferta de práticas integrativas já disponibilizadas pelo SUS.  


Nessa perspectiva, ações que evitem intervenções desnecessárias, como o excesso de medicamentos ou cirurgias, devem ser intensificadas nos serviços de saúde. As práticas coletivas, como rodas de conversa, podem proporcionar o compartilhamento de alegrias e angústias. A Educação em Saúde é fundamental para que as mulheres possam decidir sobre seus corpos e tomar consciência das situações de violência e de opressão em que vivem.

Muito prazer? Os tabus que ainda atrapalham a sexualidade feminina.

Ainda é muito difícil para a maioria das mulheres refletir e falar sobre prazer sexual. As redes sociais consideram quase tudo pornografia. Tem gente que tem resistência em usar coletor menstrual por não querer tocar o próprio corpo. Somos ensinadas a chamar de vagina o que na verdade é a vulva. A preocupação com o cheiro natural na hora do sexo oral é grande e uma mulher bem resolvida com sua sexualidade segue sofrendo preconceitos e violências.

Nem mesmo a anatomia e a função do clitóris, o órgão que tem como única função o prazer, nós conhecemos. A verdade é que há poucos estudos feitos especificamente sobre a sexualidade feminina. O problema é que essa invisibilização reflete diretamente na capacidade de sentir e viver o prazer.

Segundo pesquisa do Projeto Sexualidade (ProSex) – USP, divulgada em 2016, o sexo é considerado essencial para homens e mulheres, mas pouco mais da metade das entrevistadas afirmaram ter dificuldade para chegar ao orgasmo por não se masturbarem, não saberem como se excitar ou por sentirem dor na relação.
Hoje em dia, muito se fala em empoderamento feminino como parte da luta por direitos iguais. Mas será que as mulheres estão empoderadas de seu prazer?

Ao conversar com uma ginecologista, uma sexóloga e uma mulher que abriu sua casa e suas redes sociais para falar sobre prazer e sexualidade feminina, é possível perceber como ainda existem muitos tabus e como o prazer das mulheres ainda está relacionado em dar prazer ao outro.

Dra. Marise Samama

Ginecologista especialista em reprodução humana, doutora pela Escola Paulista de Medicina – Unifesp e pela Universidade de Paris, e professora do Instituto Gera

marise semama - Reprodução/Flickr - Reprodução/Flickr
Marise Samama é ginecologista e especialista em reprodução humana Imagem: Reprodução/Flickr

A sexualidade feminina é tabu dentro dos consultórios médicos?

Existe uma dificuldade de maneira geral, sim, de falar sobre esse assunto. Às vezes, o próprio paciente não fala, mesmo quando perguntamos. Hoje há muito mais mulheres ginecologistas e, no geral, as pacientes acabam preferindo ser atendidas por médicas. Acho natural. Sem dúvida, uma médica sabe mais o que outra mulher pode sentir.

É papel dos ginecologistas falar sobre prazer sexual com as pacientes durante as consultas?

É nosso papel, sim. Faz parte da nossa anamnese, do nosso interrogatório, perguntar e colher dados sobre a primeira relação, a quantidade de parceiros, se ela tem prazer ou dificuldades nas relações, sobre libido. Nem tudo é vaginismo [disfunção sexual feminina caracterizada por contrações espasmódicas e involuntárias dos músculos da parede vaginal no momento da penetração do pênis, o que torna o ato sexual doloroso]. Pode haver um trauma de infância ou a parte sexual estar reprimida por causa da família. Quando a questão é psicológica, tento conversar para entender e orientar a paciente a conhecer seu corpo e deixar de ter medo de se tocar. Se for o caso, encaminho a um psicólogo especialista na área de sexualidade. Precisamos buscar essa abertura.

Você acha importante explicar para as mulheres a anatomia do corpo feminino, principalmente sobre o clitóris e as demais zonas erógenas?

Isso é fundamental! A mulher precisa aprender o que é prazer para ela, como ela sente, como pode se dar prazer. Essa não é responsabilidade do outro ou outra. Não somos todas iguais, nem todo prazer é igual. A primeira coisa é não ter medo de se tocar, aprender onde você tem sensibilidade e tentar compartilhar isso com o parceiro ou parceira para o casal encontrar o que é ideal junto. Existe uma expectativa grande em relação à penetração e o prazer não está só nisso. Nosso papel como médico é informar.

Nas faculdades, os médicos estudam sobre o prazer sexual feminino e a anatomia do clitóris?

Do ponto de vista da inervação, ainda não está tudo estabelecido sobre o clitóris, porque as mulheres são diversas. Cada uma sente prazer de uma maneira e tem sensibilidade em pontos específicos. O prazer sexual feminino ainda é um assunto controverso nas faculdades, mesmo que hoje em dia a sexualidade faça parte da especialização em ginecologia. Mas depende do especialista. Ainda hoje, para tudo o que envolve questões psicológicas existe uma dificuldade do dois lados, médico e paciente, de conversar a respeito. É diferente de um problema que você vai lá, trata e resolve.

Para você, o que significa ser uma mulher empoderada de seu prazer?

Saber o que lhe dá prazer. Não só em ter prazer, mas em dar prazer. Sim, ela pode fazer sozinha. Mas é importante sempre pensar que há outra pessoa junto, pensar no poder do casal.

Carmita Abdo

Psiquiatra e sexóloga, fundadora e coordenadora geral do ProSex, Programa de Estudos em Sexualidade, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

carmita abdo - Associação Brasileira de Psiquiatria - Associação Brasileira de Psiquiatria
Psiquiatra e sexóloga, Carmita é fundadora do ProSex Imagem: Associação Brasileira de Psiquiatria

Qual é o principal tabu hoje em relação à sexualidade feminina?

As mulheres têm muita dificuldade de entrar em contato com o corpo, acabam não tendo facilidade de se tocar, identificar as zonas de prazer, se sentem inibidas em relação à genitália. Muitas esperam iniciar a vida sexual para serem tocadas por outras pessoas antes de saberem se tocar. As mulheres que aceitam mais a masturbação têm menos problemas sexuais. A masturbação preserva a saúde dos órgãos genitais e pode retardar a perda de turgidez da mucosa vaginal que acontece após a menopausa.

Quais são os impactos desses tabus nas relações afetivas e sociais?

O descompasso de como as mulheres se apresentam. Aparentemente, elas são sensuais, querem um corpo sarado, esculpido, só que na verdade não sabem como utilizá-lo. Não é um corpo preparado para a atividade sexual. É preciso solicitar carícias à parceira ou parceiro, deixar de ter vergonha. Normalmente, a mulher vai aceitando o que vai acontecendo, sem uma participação pessoal. Já o homem costuma pedir, direcionar as carícias. Enquanto a pessoa não tiver intimidade com o corpo, ela não sabe solicitar. Ela também pode ler, pesquisar em sites, buscar informações. Ter mais interesse pelo prazer sabendo que ele é legítimo.

O que é uma vida sexual satisfatória?

É muito importante saber que muitas mulheres têm satisfação sexual sem orgamos, porque pode ser o suficiente. Satisfação sexual é terminar o ato considerando que valeu, que foi um momento de troca de prazer, que ela de fato se compensou, chegando a atingir o que estava buscando. Se você não tem necessidade de sexo, se você não sofre pela falta dele, não há problema nenhum. 7.5% das mulheres no Brasil não chegam ao orgasmo.

Mas essas mulheres não chegam ao orgamos por que não querem ou por que não são estimuladas a isso?

Quando a mulher faz sexo sem buscar o orgasmo, está abrindo mão de buscar o seu desejo e seus prazeres. Mas ele é uma consequência e não um objetivo. É um exercício da relação, de prática, de intimidade. Entrar já pensando no final pode levar a um não aproveitamento do caminho.

Para você, o que significa ser uma mulher empoderada de seu prazer?

É uma mulher que prioriza e privilegia o seu prazer. Não significa que não vai dar prazer ao outro, mas sabe que o prazer do outro necessariamente depende do prazer dela. Ela é mais sensual, mais interessante, não precisa nem ser tão bonita, mas se torna atraente porque convence que sexo é algo que ela gosta.


Mariana Stock

Criadora da Prazerela, projeto de cursos, vivências e conteúdos para incentivar as mulheres a desfrutarem de seus prazeres e sua sexualidade sem represso?es

mariana stock - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Mariana Stock criou o Prazerela Imagem: Reprodução/Instagram

O prazer das mulheres ainda é tabu?

Sim, pois a repressão da sexualidade é fruto de uma construção secular. Não há um interesse social legítimo de que elas se empoderem de seus corpos e de sua sexualidade. O que eu vejo são mulheres com muito medo de encontrar em contato com essa potência. Então, antes de mais nada, precisamos criar espaços seguros com informação de qualidade sobre o assunto.

Qual é a principal questão hoje em relação à sexualidade feminina?

Não ter espaços nem pessoas falando a respeito da sexualidade feminina de uma maneira que priorize o prazer da mulher para ela mesma e não para o outro. A grande parte das informações, cursos e propagandas ainda reforçam a sexualidade feminina como algo a ser dedicado ao marido. Isso só reforça a ideia da objetificação das mulheres durante o sexo. Na cama, elas são objetos de desejo enquanto os homens são os que desejam.

Você acha importante explicar para as mulheres sobre a anatomia do corpo feminino?

Sem dúvida, pois ajuda a nomear todo o corpo. Mas não acredito que é o primeiro passo dessa desconstrução. Uma mulher pode até saber onde está o seu clitóris, mas o fato dela conhecer a anatomia na teoria não fará com que ela entre em contato consigo. Antes de mais nada, é preciso reconhecer de onde vem o tabu, de onde vem o medo, porque ainda nos culpamos quando o assunto é prazer sexual.

Há quem diga que o sexo é hipervalorizado em nossa cultura. O que você acha disso?

Hipervalorizada é essa ideia de que a mulher precisa estar à serviço durante o sexo, que precisa transar para não perder o marido. Já o sexo como caminho de autoconhecimento e evolução está longe de ser valorizado. Acredito profundamente que a sexualidade é um caminho de encontro com a nossa potência e, por isso, um caminho legítimo de empoderamento e autonomia. A quem interessa uma mulher empoderada de seu gozo e autoestima que não mais se submete ao lugar de objeto?

O que significa ser uma mulher empoderada de seu prazer?

Uma mulher que entende a sua potência individual. Sabe o que está fora e o que está dentro, o que faz bem e o que faz mal ao seu corpo. A partir desse lugar de integridade do corpo, nos tornamos mais capazes de fazer escolhas conscientes, o que, por sua vez, nos torna mulheres mais libertas, autônomas e autoconfiantes.

Gravidez: Fases da gestação, alimentação e exercícios.

A gravidez é uma experiência que envolve, além da expectativa pela chegada do bebê, a transformação do corpo feminino sob a influência de oscilações hormonais durante as diferentes fases do ciclo gestacional. Nesse processo podem ocorrer alterações de humor e do apetite, sonolência e uma certa indisposição. Tais sintomas são mais acentuados, em geral, até o terceiro mês, fase em que os níveis de hormônios reprodutivos estão mais elevados. A partir daí, a gestação tende a ser mais tranquila para a mulher. Buscar preparar-se física e psicologicamente é importante para que os nove meses transcorram bem. Programas estéticos e atividades físicas de alto impacto devem ser deixados de lado nesse período. Mas você pode procurar ajuda de fisioterapeutas ou outros profissionais especializados no preparo físico para ter um parto tranquilo e boa disposição para cuidar do bebê após o nascimento. Leia a seguir sobre as fases da gestação, a ação dos hormônios no corpo e nas emoções no começo da gravidez, os principais sintomas e como o bebê vai se desenvolvendo.

As fases do ciclo gestacional nos três trimestres da gravidez

  • Primeiro trimestre: o período é geralmente marcado por sintomas parecidos aos da tensão pré-menstrual. Os seios podem inchar e sensações de sonolência, cansaço, náuseas, vontade de urinar, ou desejo e repulsa por certos alimentos podem aparecer. Próximo ao final do terceiro mês, o bebê mede entre 6,25 e 7,5 cm e pesa entre 14 a 18 gramas. Ao final do primeiro trimestre, a cabeça já está bem delineada e as pálpebras começam a se formar.
  • Quarto ao sexto mês: partir do quarto mês, as estruturas principais dos órgãos do bebê completam a sua formação. A vontade de urinar começa a diminuir e pode ocorrer prisão de ventre. Nesta fase, os rins do bebê começam a funcionar e ele faz xixi pela primeira vez. Surgem os primeiros fios de cabelo e, por volta do quinto mês, finalmente, é possível saber qual o sexo dele. Por volta do sexto mês já será possível sentir pontapés dentro da barriga, o bebê reage a estímulos e estão em desenvolvimento a audição, olfato, tato e paladar.
  • Do sétimo mês ao nascimento: dentro da barriga, o bebê abre e fecha os olhos, percebendo a luz. A mãe sente cada vez mais a criança e planeja mais detalhadamente o parto. Nessa fase, a mulher pode sentir dificuldade para respirar e falta de ar. No nono mês, o bebê se mexe menos e ganha peso, ficando pronto para nascer. Nesses últimos meses, um profissional de fisioterapia especializado pode orientar a grávida a se preparar, fisicamente, para o parto. Com manobras e exercícios específicos, o bebê se posiciona corretamente, enquanto a mãe aprende técnicas de respiração e posições que facilitarão o nascimento.

Atividade física durante a gravidez
Aproveitar as oportunidades durante a rotina para colocar o corpo em movimento, como subir e descer escadas ao fazer compras no shopping ou supermercado em vez de usar o elevador e caminhar para exercitar-se durante a gestação são algumas das recomendações dos especialistas. Estudos têm mostrado que os exercícios podem reduzir a duração do trabalho de parto, diminuir o tempo de recuperação e ajudar na manutenção do peso no pós-parto. Pesquisadores também associam exercícios à redução de taxas de colesterol e estudos comprovam a melhora de sintomas depressivos. A questão comum a gestantes é como e quando exercitar-se. Em primeiro lugar, a atividade deve ser leve.

ALGUMAS MANEIRAS BEM SIMPLES DE SE EXERCITAR AO LONGO DA GESTAÇÃO

  • Estacionar o carro a certa distância das lojas para caminhar
  • Usar as escadas sempre que possível
  • Caminhar curtas distâncias, como em volta da casa ou do quarteirão ou da praça
  • Levantar-se do sofá para mudar o canal da televisão, em vez de fazer uso do controle remoto
  • Para mulheres que trabalham muito tempo sentadas, levantar-se de 30 em 30 minutos e alongar-se

Nutrição e o papel das vitaminas e minerais
A dieta durante a gravidez desempenha papel importante para a formação adequada do bebê. A alimentação deve ser equilibrada, contendo os três grupos de alimentos: energéticos (carboidratos e gorduras), construtores (proteínas) e reguladores (vitaminas e sais minerais). Quanto as vitaminas e minerais são de extrema importância na gestação o ácido fólico, ácido ascórbico, vitaminas B6, A, D, E, K, cálcio, fósforo, ferro, zinco, cobre, sódio, magnésio, flúor e iodo. Para suprir essas necessidades, a mãe deve consumir cereais, produtos integrais, oleaginosas, frutas, legumes, verduras, laticínios e carnes e, de acordo com a recomendação do médico, suplementos que possuem funções específicas e garantem a saúde da mãe e o perfeito desenvolvimento fetal.

Grupos de alimentos

Reguladores: alface, rúcula, agrião, espinafre, almeirão, acelga, brócolis, couve, maçã, banana, laranja, mamão, pera, melão, melancia, tomate, pepino, cenoura, berinjela, alimentos ricos em fibras, grãos, pães e produtos integrais.
Construtores: carne, peixe, frango, clara de ovos, leite e derivados.
Energéticos: batata, mandioca, milho, trigo, açúcares.

Mioma – Causas, Principais Sintomas e Sinais, Diagnóstico e Tratamentos
A designação científica é leiomioma uterino (leio=liso mio = músculo oma = tumor benigno). É um tumor benigno composto basicamente de músculo uterino que cresce dentro ou fora do útero e pode alterar o formato do órgão à medida que se desenvolve. Costuma permanecer estável durante anos a fio para, em seguida, crescer em poucos meses. Ocorre com maior frequência entre os 40 e 50 anos e incide de três a nove vezes mais em mulheres da raça negra. Não existe registro da enfermidade antes da primeira menstruação.

Microscopia de um fibromioma –tumor benigno uterino feito de musculo liso.

O QUE CAUSA
A causa do mioma é desconhecida. O que se sabe é que a progesterona e o estrogênio influenciam o seu desenvolvimento. Tanto que com a chegada da menopausa, e a queda na produção de hormônios estrogênios, o mioma costuma encolher e até desaparecer. Durante a gravidez, ao contrário, sua tendência é aumentar. Os fatores de risco são a idade, histórico familiar, origem étnica e obesidade.

OS PRINCIPAIS SINTOMAS
Apesar de se manifestar em mais de 75% das mulheres, a metade não apresenta sintoma. Os principais desconfortos produzidos pelo mioma, à medida que se desenvolve, podem ser:

  • menstruação irregular — forte e por períodos prolongados — o que pode levar à anemia;
  • cólicas;
  • sangramento fora de hora (entre uma menstruação e outra);
  • dores (abdominais, pélvicas e na relação sexual);
  • problemas urinários (vontade mais frequente de urinar, infecção do trato urinário, cistite, infecção dos rins).

DIAGNÓSTICO
Pode ser detectado no exame de toque ginecológico de rotina, quando altera o tamanho do aumento do útero ou o seu relevo. A ultrassonografia transvaginal é o exame indicado para a confirmação do diagnóstico. Ele revela a quantidade de miomas, a localização e o tamanho de cada um.

TRATAMENTO
Não existe um medicamento que o faça desaparecer. Algumas drogas conseguem impedir o seu crescimento ou até reduzir o seu tamanho temporariamente, mas como elas causam efeitos colaterais fortes e não podem ser usadas por mais do que três a quatro meses, o mioma volta a crescer com a interrupção do tratamento.

  • Quando o mioma se desenvolve e produz sintomas as opções de tratamento são:
  • Uso de medicação ou pílula anticoncepcional
  • Intervenção não-cirúrgica como a embolização da artéria uterina (técnica indicada para adiar ou não fazer a cirurgia).
  • Cirurgia para retirada do mioma e, nos casos graves, de retirada do útero (histerectomia).

O tratamento cirúrgico do mioma uterino é considerado de acordo com as características de cada caso e a idade da paciente. A decisão leva em conta além do desejo de uma futura gestação, o tamanho, a localização e o número de miomas. A conduta cirúrgica pode ser conservadora, quando apenas o mioma é retirado (miomectomia) ou radical, quando inclui a histerectomia. A cirurgia radical envolve a retirada do corpo uterino doente, apenas, com a preservação do colo do útero. O procedimento conserva intactos os elementos de fixação da cavidade uterina bem como a vascularização e inervação da parte alta da vagina (cúpula) e do assoalho da bexiga e não afeta a sensibilidade ou condição da mulher, do ponto de vista da prática sexual.

Inflamação Pélvica: O Que é, Causas e Sintomas, Prevenção e Tratamentos
É a infecção de órgãos reprodutivos femininos, localizados na pelve. Atinge as mulheres jovens, predominantemente entre os 15 e os 25 anos de idade. Embora os agentes causadores da inflamação pélvica possam ser transmitidos por relação sexual, ela não é considerada uma DST (Doença Sexualmente Transmissível). Mas sem tratamento, a doença pode produzir cicatrizes nos órgãos reprodutivos femininos e atrapalhar a circulação dos espermas e dos óvulos por eles, dificultando uma futura gravidez. As cicatrizes podem também favorecer a gravidez tubária (quando os óvulos fecundados permanecem em uma das trompas de falópio e não descem para o útero).

O QUE CAUSA
Bactérias como clamídia ou gonococo, a mesma que causa a gonorréia, invadem o colo do útero – que funciona como uma barreira protetora natural entre a vagina e os órgãos reprodutivos – e por esse caminho se instalam no útero, trompas de falópio e outros componentes do sistema reprodutor feminino. O contato sexual ou algum procedimento cirúrgico (aborto, curetagem, dilatação da vagina) são as principais vias de contaminação. Outra, menos comum, é a infecção em órgão próximo como o apêndice, por exemplo. Não é raro o médico ter dificuldade de identificar a origem da doença.

PRINCIPAIS SINTOMAS E SINAIS
Dor na região onde se localizam os órgãos reprodutores, corrimento vaginal amarelado com odor forte e menstruação irregular. Algumas mulheres podem não apresentar qualquer sintoma.

PREVENÇÃO
Mulheres sexualmente ativas, especialmente aquelas que variam de parceiros, devem procurar usar preservativo nas relações sexuais, consultar anualmente um ginecologista e solicitar exames que identifiquem a presença das bactérias causadoras da inflação pélvica.

TRATAMENTO
Para combater a infecção os médicos prescrevem antibióticos. Os analgésicos são recomendados quando há dor abdominal. Muitas vezes o tratamento exige repouso. Debelada a infecção, o médico deve pedir exames específicos de cultura de fluido vaginal e de imagens do útero para certificar-se de que não houve comprometimento dos órgãos reprodutores. Diante de resultado não conclusivo, poderá solicitar ainda ultrassom, biópsia endometrial ou laparoscopia. Casos avançados de inflamação pélvica podem exigir internação em hospital para acompanhamento da doença. Se ela for decorrente de doença venérea, o parceiro sexual também deve ser tratado.

O que acontece com o corpo da mulher quando entra na menopausa.

A menopausa acontece quando a menstruação de uma mulher para e ela não pode mais ficar grávida naturalmente – mas o que mais acontece com seu corpo, e por quê?

Trata-se de um processo natural do envelhecimento, que normalmente ocorre na faixa dos 45 aos 55 anos, mas que também pode ser provocado por cirurgias para remover os ovários ou o útero (histerectomia).

No Reino Unido, a idade média da menopausa é 51 anos; no Brasil, um dos estudos mais completos sobre o assunto, publicado em 2010 pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), calculou uma idade média de 48,1 anos.

E então, o que está por trás destas mudanças?

A menopausa é causada pela redução na produção de hormônios, especificamente o estrogênio.

Ele é crucial para todo o ciclo reprodutivo – o desenvolvimento e a liberação de um óvulo dos ovários a cada mês, e pelo processo de tornar mais espesso o revestimento do útero para recepção do óvulo fertilizado.

Com o passar dos anos, o corpo gradualmente para de produzir o estrogênio. Mas isso não ocorre da noite para o dia: pode levar anos para que esse hormônio chegue a níveis baixos.

Neste processo, o armazenamento de óvulos declina, afetando pouco a pouco a ocorrência da ovulação, menstruação e gravidez.

Qual é o impacto destas alterações hormonais?

Enorme.

O cérebro, pele, músculos e emoções são afetados pela queda dos níveis de estrogênio; ondas de calor, suores noturnos, problemas de sono, ansiedade, mau humor e perda de interesse por sexo são comuns.

Problemas na bexiga e secura vaginal também são normais durante esse período.

E muitas mulheres sentem estes sintomas muito antes da menstruação realmente parar – período chamado de perimenopausa.

Quando a produção de estrogênio para por completo, há um efeito de longo prazo nos ossos e no coração. Os ossos podem enfraquecer, aumentando o risco de fraturas, e as mulheres podem se tornar mais vulneráveis ??a doenças cardíacas e a derrames.

É por isso que algumas mulheres recebem a chamada terapia de reposição hormonal, ou TRH, que eleva os níveis de estrogênio e ajuda a aliviar os sintomas.

Mas nem todas as mulheres passam por estes sintomas. Eles também podem variar em sua gravidade e duração – de alguns meses a vários anos.

O que causa as ondas de calor?

A falta de estrogênio. Ele está envolvido também no controle da temperatura do corpo no cérebro.

Quando este hormônio está em falta, o “termostato” fica instável e o cérebro pensa que o corpo está superaquecendo – quando não está.

O estrogênio afeta o humor também?

Sim, pode acontecer.

O hormônio interage com substâncias químicas em receptores cerebrais que controlam o humor. Em níveis baixos, pode causar ansiedade e mau humor.

A falta de estrogênio também pode afetar a pele, fazendo com que ela fique seca ou dando a sensação como se insetos estivessem rastejando sob a pele.

Há outros hormônios envolvidos na menopausa?

Sim, a progesterona e a testosterona – mas eles não têm o mesmo impacto que os baixos níveis de estrogênio.

A progesterona ajuda a preparar o corpo para a gravidez a cada mês, e diminui quando a menstruação para.

A testosterona, que as mulheres produzem em níveis baixos, tem sido associada ao desejo sexual e aos níveis de energia. Ela declina a partir dos 30 anos, e apenas um pequeno número de mulheres precisa dela em níveis altos.

Como saber se você está passando por esse processo?

É possível fazer um exame de sangue para medir os níveis de um hormônio chamado FSH (hormônio folículo-estimulante) – mas os resultados podem não ser muito precisos, especialmente na idade por volta de 45 anos.

Especialistas dizem que os níveis do hormônio sobem e descem o tempo todo, mesmo ao longo de um dia, então há sempre um risco de o teste ser impreciso.

A melhor maneira de fazer esse diagnóstico é conversar com um clínico geral ou um profissional de enfermagem sobre o padrão de sua menstruação e quaisquer sintomas que você esteja experimentando.

É bom saber quais sintomas observar – sentir-se irritadiça ou com o “astral” baixo pesa tanto quanto os calores e suores noturnos.

Alterações na menstruação, como quando ela torna-se mais intensa ou irregular, são um dos primeiros sinais da menopausa se aproximando.

Mas você só terá certeza de ter chegado à menopausa quando tiver ficado um ano sem menstruar.

E então?

Os níveis de estrogênio no corpo não se recuperam após a menopausa.

Com o aumento da expectativa de vida, as mulheres estão vivendo mais de um terço de suas vidas com deficiência de estrogênio.

Mas não há motivo para ficar intimidada, diz a ginecologista Heather Currie, especialista em menopausa e ex-presidente da Sociedade Britânica da Menopausa.

“As mulheres continuam a trabalhar mais tarde na vida, elas ainda aparentam incríveis. A imagem da menopausa está mudando”.

Seu conselho: “Se você for afetada, visite um médico e leve informações”.

“As mulheres devem saber quais sintomas devem ser observados”.

Ela diz que há muito apoio e informação para ajudar as mulheres a lidar com as mudanças físicas e emocionais que a menopausa traz.

Hoje, a terapia de reposição hormonal é vista como o tratamento mais eficaz disponível para os sintomas da menopausa.

Ela pode causar efeitos colaterais, e houve incertezas sobre a sua segurança a longo prazo.

Mas há evidências de que “os benefícios da TRH superam os riscos”, diz Currie.

Conversar com outras mulheres passando pela menopausa e compartilhar relatos dos mesmos sintomas também é uma ajuda real, acrescenta.

E a menopausa é outra boa razão para as mulheres levarem um estilo de vida saudável, como:

  • ter uma dieta equilibrada, pobre em gordura e rica em cálcio para fortalecer os ossos e proteger o coração;
  • praticar exercícios regularmente, reduzindo a ansiedade e o estresse;
  • parar de fumar, prevenindo doenças cardíacas e ondas de calor;
  • não beber muito, reduzindo também as ondas de calor.

Quais são os hormônios femininos e para que servem

Os principais hormônios femininos são o estrogênio e a progesterona, que são fabricados nos ovários, entram em atividade na adolescência e sofrem variações constantes durante o dia a dia da mulher.

Alguns fatores que alteram a quantidade de hormônios femininos são a hora do dia, o ciclo menstrual, o estado de saúde, menopausa, uso de alguns medicamentos, estresse, fatores emocionais e gravidez.

Os hormônios femininos têm diferentes funções:

1. Progesterona

A progesterona é um hormônio que é responsável por regular o ciclo menstrual da mulher e prepara o útero para receber o óvulo fertilizado, evitando que seja expulso pelo corpo, sendo por isso, muito importante no processo de gravidez. Normalmente, os níveis de progesterona aumentam após a ovulação, e caso exista uma gravidez, mantêm-se altos para que as paredes do útero continuem se desenvolvendo. No entanto, caso não exista gravidez, os ovários deixam de produzir progesterona, levando à destruição do revestimento do útero, eliminado através da menstruação. Entenda como funciona o ciclo menstrual.

2. Estrogênio

Assim como a progesterona, os estrogênios também são responsáveis pela regulação do ciclo hormonal, durante a idade fértil. Durante a puberdade, os estrogênios estimulam o desenvolvimento dos seios e maturação do aparelho reprodutor, assim como o crescimento, e alteram a distribuição na gordura do corpo na mulher, geralmente depositado em torno do quadril, nádegas e coxas.

3. Testosterona

A testosterona é um hormônio que, embora seja mais alto nos homens, também é encontrada na mulher em menores quantidades. Este hormônio é produzido nos ovários, ajudando a promover o crescimento muscular e ósseo. A mulher pode desconfiar que tem muita testosterona na corrente sanguínea quando apresenta sintomas tipicamente masculinos como presença de pêlos no rosto e voz mais grave. Saiba mais sobre como identificar e baixar a testosterona na mulher.

Quais os exames para medir os hormônios

As alterações hormonais podem pôr em risco a saúde, podendo mesmo impedir o desenvolvimento do óvulo e a ovulação e impedir uma gravidez, por isso, é importante consultar o ginecologista regularmente e, se necessário, realizar alguns exames:

Exames de sangue: consiste na avaliação de vários hormônios como o estrogênio, progesterona, testosterona, TSH, que é um hormônio produzido na tireoide e que influencia o ciclo menstrual, LH e FSH, que são hormônios relacionados com o funcionamento dos ovários. Veja os valores e como entender o FSH alto ou baixo.

Ultrassom pélvico: consiste na observação de alguma anormalidade nos órgãos reprodutivos, especialmente no útero e nos ovários;

Para cada exame, pode ser necessário um preparo específico, por isso deve-se falar com o médico na altura da marcação, para saber se é necessário fazer o exame numa altura específica do ciclo menstrual ou em jejum, por exemplo.

Hormônios na gravidez

Durante a gravidez, a diminuição dos hormônios, que costuma acontecer no fim do ciclo menstrual, não acontece e por isso não ocorre o período menstrual. É então produzido um novo hormônio, o HCG, que estimula os ovários a produzir níveis mais altos de estrogênio e progesterona, que são necessários para manter a gravidez. Por essa razão, a maior parte dos testes de gravidez consiste na detecção deste hormônio na urina. Saiba mais sobre como funciona este tipo de teste.

Após o quarto mês de gravidez, a placenta passa a ser responsável pela produção da maior parte de estrogênio e progesterona. Esses hormônios fazem com que o revestimento do útero engrosse, aumente o volume de sangue circulante, e relaxe os músculos do útero o suficiente para abrir espaço para o bebê se desenvolver.

Perto da hora do parto, são produzidos outros hormônios que ajudam o útero a se contrair durante e depois do trabalho de parto, além de estimular a produção e liberação de leite materno.

Quais são os hormônios femininos e para que servem

Hormônios na menopausa

A menopausa acontece quando deixam de existir ciclos menstruais, por volta dos 50 anos de idade. É um processo natural que ocorre devido à diminuição da produção de hormônios, podendo provocar sintomas como alterações do sono, fadiga, secura vaginal, alterações de humor, alteração do peso, entre outros.

Depois da menopausa, o risco de desenvolver certas doenças aumenta, como por exemplo doença cardiovascular, osteoporose ou incontinência urinária, sendo importante perceber os benefícios e riscos de uma terapia de substituição hormonal, que pode melhorar os sintomas e prevenir doenças.

A menopausa não requer tratamento, porém caso os sintomas provoquem muito desconforto, o médico pode recomendar:

  • Terapia hormonal de substituição: tratamento mais eficaz para aliviar os sintomas na menopausa, como por exemplo o Femoston. Saiba mais sobre este tratamento.
  • Estrogênio vaginal: ajuda a reduzir a secura vaginal, podendo ser administrado localmente na vagina com um creme, comprimido ou anel. Com este tratamento, é liberada uma pequena quantidade de estrogênio, que é absorvido pelo tecido vaginal, podendo aliviar a secura vaginal e alguns sintomas urinários.
  • Antidepressivos de dose baixa, como os inibidores da recaptação da serotonina: reduzir as ondas de calor na menopausa e alterações bruscas de humor;
  • Gabapentina: reduzir as ondas de calor. Este remédio é útil em mulheres que não podem usar a terapia com estrogênio e naqueles que também têm ondas de calor noturnas;
  • Medicamentos para prevenir ou tratar a osteoporose, como vitamina D ou suplementos que ajudem a fortalecer os ossos.

Também se pode optar pela reposição hormonal natural, como por exemplo através de suplementos alimentares como a lectina de soja ou a isoflavona de soja, ou mesmo com chás de plantas como erva-de-são-joão ou árvore-da-castidade.

Efeito de hormônios femininos em homens

Os hormônios femininos podem ser usados em homens que se identificam como mulheres (trans), no entanto seu uso deve ser orientado por um endocrinologista. Os homens normalmente produzem estrógeno e progesterona, mas em quantidade muito baixa, sendo o hormônio prevalente a testosterona, que é o que garante as características masculinas. Caso o homem passe a usar anticoncepcional feminino, por exemplo, que contém grandes concentrações de estrógeno e progesterona, pode haver:

  • Diminuição da produção de testosterona;
  • Diminuição da produção de espermatozoides;
  • Aumento gradual das mamas;
  • Redução do tamanho dos testículos e do pênis;
  • Impotência sexual;
  • Acúmulo de gordura no quadril, coxas e nádegas;
  • Diminuição da massa muscular, ganho de peso e dificuldade para emagrecer;
  • Crescimento mais lento dos pelos.

Apesar de promover o aparecimento de várias características femininas, ainda pode persistir algumas características masculinas, como por exemplo o pomo-de-adão, timbre vocal e estrutura óssea. Além disso, o uso continuado dos hormônios femininos por homens pode aumentar as chances de osteoporose e do aumento do colesterol, favorecendo a aterosclerose, por exemplo, sendo portanto importante o acompanhamento pelo endocrinologista.

Check-up feminino – prevenção e cuidado para a vida da mulher

 Os cuidados com a saúde ao longo da vida e a prevenção são a melhor forma de obter uma vida longa e saudável. As mulheres apresentam peculiaridades relacionadas a vários âmbitos da saúde e atravessam períodos diferentes ao longo da vida, o que exige a necessidade e o hábito de realizar avaliações preventivas periódicas. A Rede Mater Dei de Saúde destaca a importância dos cuidados com a saúde e de fazer exames regulares específicos ao público feminino.

O check-up feminino é uma avaliação ampla e abrangente que deve ser individualizada e personalizada para alcançar os objetivos finais que são a melhoria da qualidade de vida e da sobrevida da mulher. “A realização de um check-up médico periódico possibilita a detecção precoce de algumas doenças silenciosas, além de estratificar o risco de determinadas doenças com objetivo de preveni-las”, explica a coordenadora médica do Check-up da Rede Mater Dei de Saúde, Carla Tavares.

Em todo o Brasil, as doenças cardiovasculares são a maior causa de morte entre as mulheres. “Com a realização do check-up pode-se identificar quais as chances de desenvolvimento dessas doenças e, a partir daí, buscar mudanças no estilo de vida e tratamento precoce dos fatores de risco identificados”, esclarece a médica. Ela acrescenta que, este tipo de check-up, deve conter uma boa avaliação médica, com obtenção de escores de risco específicos, quando se calcula a estimativa de risco cardiovascular, assim como pesquisa de informações relevantes relacionadas aos hábitos de vida, antecedentes de saúde física e mental, características individuais, histórico de doenças na família, além de características ambientais e até profissionais. 

“Um exame físico completo e orientações quanto à prevenção de doenças como o câncer – principalmente os ginecológicos e de intestino, mais frequentes no sexo feminino, também são fundamentais. A partir daí, levando ainda em consideração a faixa etária, podem ser solicitados exames complementares. Além disso, para cada grupo de doenças existem recomendações específicas para início do rastreamento que devem ser levadas em conta para a solicitação desses exames”, afirma Carla.

A recomendação é que as primeiras avaliações da mulher sejam feitas a partir da primeira menstruação. A coordenadora do Check-up da Rede Mater Dei de Saúde comenta que o primeiro passo pode ser uma consulta ginecológica para orientações em relação à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e cuidados relacionados à contracepção, bem como para prevenção do câncer de mama e de colo de útero. “Independentemente da avaliação ginecológica, temos que pensar na mulher como um todo e uma boa avaliação preventiva é sempre mais efetiva quando são investigadas as doenças mais prevalentes numa determinada população. A médica Carla esclarece, ainda, que pelo fato das doenças do coração em mulheres na menopausa ser duas a três vezes maior do que em mulheres com a mesma idade que ainda não entraram na menopausa, faz-se necessário um acompanhamento clínico mais rigoroso.

Mas, para melhorar de fato a qualidade de vida, após a rotina de avaliações médicas, Carla Tavares conta que é preciso utilizar as informações positivas ou negativas obtidas para perseguir metas de hábitos saudáveis de vida, mantendo uma boa alimentação, seguindo as necessidades específicas para cada momento da vida da mulher e realizando atividades físicas. “Exercícios regulares, de leve a moderada intensidade, contribuem para o aumento da massa óssea feminina, prevenindo a osteoporose, podem reduzir aos sintomas da TPM e ajudar a manter níveis de pressão arterial e colesterol mais baixos”, comenta.

A Rede Mater Dei de Saúde oferece serviços de Check-up Personalizado, que busca indicar exames específicos de acordo com o histórico do paciente e as características de cada pessoa e de Check-up do médico de confiança, onde os exames serão realizados de acordo com a recomendação do médico de confiança da pessoa. Trata-se, portanto, de avaliações amplas e abrangentes, individualizadas e personalizadas com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e a sobrevida do indivíduo. Para marcar o seu check-up, ligue para: (31) 3339-9563 e 3339-9287.

Infográfico:
De forma resumida, no infográfico abaixo, a médica aponta as avaliações indicadas de acordo com a faixa etária, lembrando que os exames complementares devem ser individualizados, de acordo com os fatores de risco pessoais e familiares de cada um, como explicado anteriormente. 

Conheça as cinco principais doenças ginecológicas

A saúde é um tema que está presente em nossas vidas o tempo todo, independentemente do que fizermos ou quais ações tomamos ao longo do dia, é sempre importante estarmos atentos a possíveis doenças.

Quanto a saúde das mulheres, apesar de todos os esforços e de serem mais cautelosas para evitar doenças ginecológicas, a falta de informação faz com que elas acabem ignorando alguns sinais estranhos ou dores no corpo. Muitas vezes até se automedicam ao invés de procurarem ajuda médica.

Principais doenças ginecológicas

O corpo feminino necessita de alguns cuidados especiais, uma vez que ele é cheio de singularidades. É a mulher que engravida e carrega outra vida dentro de si. Por isso, ela possui um sistema reprodutor mais complexo e tem características particulares ligadas a menstruação. Isso faz com que as mulheres precisem de cuidados especiais com seu corpo.

1. Vulvovaginite

Apesar de não ser muito conhecida, é um problema comum entre as mulheres. A vulvovaginite é uma inflamação da vulva e da vagina que pode ser causada por uma infecção por vírus, fungos ou bactérias. É uma doença que pode surgir em mulheres de todas as idades e é causada por desequilíbrio da flora vaginal, falta de higiene vaginal, alergias ou alterações hormonais.
Para o tratamento dessa doença ginecológica podem ser utilizados antibióticos, antifúngicos, corticoides, estrogênio e é necessário ter uma boa higiene local.

Sintomas

• Corrimentos líquidos ou grumosos;
• Odor fétido;
• Prurido;
• Hiperemia (vermelhidão);
• Irritação;
• Dor durante a relação sexual;
• Ocasionalmente, presença de lesões externas e internas como bolhas, úlceras e verrugas.

2. Síndrome do Ovário Policístico (SOP)

A Síndrome do Ovário Policístico é um distúrbio hormonal e a mulher pode desenvolver cistos no ovário. Comum nas mulheres em idade reprodutiva, quem tem essa síndrome costuma ter o ciclo menstrual irregular e ter dificuldade para engravidar. O SOP também pode causar diabetes por conta a resistência à insulina.
Tratamento

Não há uma forma de prevenção para a SOP. Apesar de não poder ser evitada, seu tratamento é feito na gestão dos sintomas e complicações, como acnes, obesidade e infertilidade. Consulte um médico para que ele possa prescrever medicamentos para seu caso e é indispensável realizar exames periodicamente.

3. Endometriose

Frequente em mulheres em idade reprodutiva, a endometriose é uma doença ginecológica causada quando a mucosa que reveste a parte interna do útero cresce em outras regiões do corpo. A doença está ligada a infertilidade, pois afeta diretamente as trompas uterinas e os ovários. O tratamento pode ser feito com o uso de anticoncepcionais e cirurgias para a retirada das lesões.
Não se sabe a causa exata da endometriose, mas acredita-se que esteja ligada a causas genéticas e baixa imunidade. Fatores psicológicos como stress, ansiedade e nervoso podem agravar ainda mais a situação.

Sintomas

• Cólica menstrual;
• Dor pélvica crônica;
• Dor na relação sexual;
• Sangramento ou dor ao urinar;
• Constipação intestinal.

4. Mioma uterino

É um tumor benigno do músculo liso do útero. Geralmente, acomete a mulheres de 30 a 50 anos. Não costuma apresentar sintomas, mas pode apresentar crescimento excessivo causando hemorragias com coágulos, períodos menstruais dolorosos e cólicas intensas, dor na relação sexual e infertilidade.
Tratamento

Por serem pequenos miomas e assintomáticos, essa é uma doença que não precisa de tratamento, somente a observação por meio de exames de rotina. Se tratado logo no início é possível controlar ou até reduzir o tamanho dos miomas através de medicamentos como anticoncepcional.

No caso de miomas maiores, se não for possível tratar por meio de medicamentos é necessário realizar um procedimento cirúrgico para retirá-lo.

5. Candidíase

A candidíase vaginal é uma infecção causada pelo fungo cândida. Cerca de 75% das mulheres tem a doença, pois normalmente os fungos estão presentes na flora da região íntima da mulher. É mais frequente em grávidas e mulheres com o sistema imune enfraquecido. Suas principais causas incluem o uso excessivo de antibióticos ou corticoides, a diabetes ou os maus hábitos de higiene, porque facilitam o crescimento de fungos.

Dentre os principais sintomas estão corrimento vaginal esbranquiçado, coceira, ardência ao urinar e dor durante relações sexuais.

Prevenção

Por ser uma doença que tem relação com a baixa imunidade, é bom sempre estar atenta ao tomar medicamentos como antibióticos, na troca de anticoncepcional e até mesmo com a higiene e hábitos alimentares. Evitar o uso constante de absorventes internos e roupas muito apertadas também ajuda na prevenção da candidíase.

Problemas na Gravidez

No primeiro trimestre, podem aparecer sintomas típicos, devido à fase de adaptação do organismo às mudanças hormonais.

Os problemas mais comuns são:

  • Enjoos e vômitos;
  • Azia;
  • Inchaços.

Entretanto, é possível também que ocorram problemas mais sérios durante a gestação, como descolamento da placenta, placenta baixa, placenta prévia total, eclâmpsia e pré-eclâmpsia; ou aborto espontâneo.

O descolamento de placenta é uma eventualidade grave. Pode ocorrer em qualquer época da gravidez acima da 20ª semana e necessita intervenção urgente para salvar o bebê.

Ocorre em aproximadamente 1% das gestações, ou em 6,5 para cada 1.000 partos. Existem causas traumáticas (acidentes, por exemplo) e causas não traumáticas. Dentre estas últimas está a hipertensão materna como a principal.

Há dois tipos de descolamento:

  • Descolamento com hemorragia visível: quando uma quantidade de sangue é expelida pela vagina e há uma forte dor ou contração uterina. Ocorre em aproximadamente 80% dos casos;
  • Descolamento com hemorragia invisível: quando não há sangramento visível e o único sintoma é uma forte dor ou contração uterina. A operação cesariana de urgência é geralmente indicada e há necessidade de cuidados intensivos da mãe durante e após o parto pelo risco de hemorragia grave.

Placenta prévia parcial ou placenta baixa trata-se de uma implantação anormal da placenta próxima ao colo do útero. Na maioria das vezes o crescimento do útero faz com que a placenta se afaste do colo, adquirindo uma localização normal. Caso haja sangramento no início da gravidez, ou em qualquer época, o repouso, geralmente absoluto, é fundamental. Se não houver a migração para uma localização normal, o parto via abdominal (cesariana) deve ser considerado.

Placenta prévia total é quando a placenta encobre totalmente o colo do útero. A possibilidade de migração da placenta para uma localização normal é muito pouco provável. Caso haja sangramento no início da gravidez, ou em qualquer época, é necessário o repouso absoluto. Se não houver a migração para uma localização normal, o parto via abdominal (cesariana) deve ser considerado. Há uma grande possibilidade de descolamento da placenta e hemorragia grave.

Pré-eclâmpsia e eclâmpsia são doenças caracterizadas pelo aumento da pressão arterial durante a gravidez, perda de proteína na urina e aumento de peso acima de 500 g por semana, causando riscos para a mãe e para o concepto.

Aborto espontâneo é a morte do feto. As causas do aborto são variadas. Distúrbios da coagulação, alterações cromossômicas e doenças infecciosas são as causas mais conhecidas.

CANDIDÍASE: INFECÇÃO COMUM, MAS QUE MERECE ATENÇÃO

Infecção provocada por fungos do gênero Cândida, a candidíase pode ocorrer em qualquer estação do ano, pois é considerada oportunista, isto é, ela se aproveita de um momento de maior fragilidade do organismo e da proliferação de microorganismos no ambiente, como conta a Dra. Flávia Fairbanks, professora e ginecologista da Clínica FemCare.

A médica explica que, no verão, a candidíase é comum devido à alta frequência a praias e piscinas, além do uso contínuo de biquínis molhados, contatos com areia e cloro, enfim, situações que potencialmente mudam o pH ou alteram a flora vaginal, permitindo a instalação da infecção.

Já no inverno, a situação é outra: roupas justas e abafadas em excesso prejudicam a oxigenação vulvovaginal e também podem propiciar as infecções. Além disso, o abuso de álcool (vinhos, espumantes) e carboidratos devido ao frio (até os chocolates) também auxilia na acidificação vaginal e favorece as infecções fúngicas. “Por fim, a maior incidência de infecções nessa época, como gripes e resfriados, principalmente se tiverem sido acompanhados da necessidade de uso de antibióticos, também pode contribuir para a ocorrência da candidíase”, destaca.

Vale saber que este fungo, em níveis e condições normais, vive em nosso organismo sem causar maiores danos, mas ao encontrar ambiente propício para sua reprodução e um sistema imunológico deficiente, se multiplica, causando os sintomas de candidíase.

Grandes estudiosos da ginecologia afirmam que 75% das mulheres teriam, pelo menos, um episódio de candidíase na vida e 5% delas teriam o quadro de candidíase recorrente (mais de quatro episódios por ano). Apesar de não ser considerada uma doença sexualmente transmissível, ela pode ser transmitida através de relações sexuais, afetando homens e mulheres. Nas mulheres, os sintomas são dor, coceira, ardência, inchaço e vermelhidão na vulva, associados a dor para urinar e durante a relação sexual e, principalmente, corrimento esbranquiçado tipo leite talhado.

O primeiro passo para o tratamento é determinar as causas, combatê-las e evitar recidivas. O médico pode indicar antimicóticos e pomadas antifúngicas de uso local. Quando não são suficientes, ele prescreve medicamentos por via oral por tempo mais prolongado. Cabe ao ginecologista escolher o que é melhor para cada paciente.

Quando a candidíase vaginal não é tratada corretamente, ela pode se tornar um quadro persistente, repetindo em intervalos cada vez menores. Em casos mais sérios, em que existe depressão do sistema imunológico, a infecção é capaz de atingir órgãos vitais e, inclusive, gerar complicações nos rins, pulmões e levar a óbito.

Muitas mulheres sentem vergonha em falar sobre o assunto, mas a Dra. Flávia Fairbanks diz que não há nenhum motivo para isso, pois se trata de um problema de saúde que merece tratamento adequado. “O importante é ter informação, conhecimento, bom acesso ao serviço de saúde e cuidar/gostar bastante de si mesma. Isso vence qualquer obstáculo”, destaca.

Gravidez
Na gravidez existe aumento da incidência de candidíase devido à liberação dos hormônios da placenta que determinam o aumento da acidez vaginal, tornando o ambiente ideal para o fungo, além de existir uma diminuição da imunidade naturalmente nessa fase. Uma mulher grávida é dez vezes mais suscetível do que quando não está esperando bebê.
Importante ressaltar que a infecção por Cândida na mãe não prejudica o bebê. Se no momento do parto a mulher ainda tiver a infecção, há uma pequena chance de contágio quando a criança passar pelo canal vaginal. No entanto, não é grave e é facilmente tratável.

Durante os três primeiros meses de gravidez, os médicos não recomendam o uso de medicamentos, por isso, neste período, é preciso utilizar métodos naturais e o reforço da imunidade através de alimentos saudáveis.

Prevenção
Tudo o que permitir uma boa ventilação dos órgãos genitais é benéfico como forma de prevenir a infecção: dormir sem calcinha, utilizar calcinhas de algodão e evitar roupas de tecidos sintéticos e muito justas. Além disso, não consumir antibióticos sem necessidade, evitar o uso contínuo de absorventes internos, cuidar da higiene íntima, preferir o uso de papel higiênico branco e sem perfume, usar camisinha em todas as relações sexuais, bem como realizar as consultas preventivas periodicamente e seguir as recomendações do médico.

Ter uma rotina saudável e sem estresse também é fundamental para manter o sistema imunológico fortalecido. Algumas mudanças no cardápio podem prevenir a infecção e colaborar para acelerar o tratamento. A nutricionista da UNG Universidade, de Guarulhos, SP, Cristiane Botelho da Silva, lembra que a multiplicação fúngica descontrolada, se presente também no intestino, faz com que haja uma liberação de subprodutos que passam pela parede intestinal, causando uma variedade de sintomas como fadiga, gases, diarreia, infecções repetitivas, irregularidades menstruais, alergias, sensibilidade a medicamentos e até mesmo depressão.

Embora o primeiro passo seja uma avaliação médica, Cristiane Botelho da Silva diz que o nutricionista em conjunto com o médico pode orientar na melhoraria dos sintomas. A seguir, ela dá algumas dicas de alimentação para ajudar a lidar com o problema.

O que evitar
– Açúcares e carboidratos refinados e simples como biscoitos, arroz branco, macarrão e pão branco. Além de nutrir a Cândida, o doce modifica o pH intestinal.

– Vinho, cerveja e outras bebidas fermentadas pela ação dos fungos. Enquanto estiver com candidíase, todos os alimentos que contém fungos devem ficar de fora do cardápio, como cogumelos, vinagres e produtos que o incluem (ketchup, mostarda, azeitona e picles) e massas com fermento biológico (pão, pizza e torta).

– Alimentos ácidos, como arroz polido (branco), bebidas alcoólicas, café, doces (chocolates, bolos, tortas, sorvete, bala, adoçados com açúcar), refrigerantes normais e todos os cereais refinados.

Cristiane Botelho da Silva salienta que os probióticos são excelentes para a saúde intestinal e global do organismo, cabe ao médico receitar o melhor. Já a cebola e o alho são ótimos no combate tanto da Cândida quanto de outros parasitas, e devem ser consumidos na forma crua ou em suplementos de óleo ou extrato de alho.

“Uma alimentação equilibrada, com muita salada nas refeições, que são excelentes para a saúde intestinal, ajuda no controle da candidíase. A folha verde escura tem muitas fibras que auxiliam na fermentação das boas bactérias, mantém o pH do intestino adequado e, por consequência, controla os fungos”, explica.

Ela também indica o consumo de vitaminas e minerais, pois o sistema imunológico necessita de alguns nutrientes para o seu bom funcionamento, ajudando na prevenção e no tratamento da candidíase vaginal.

A nutricionista lembra que essas orientações são gerais e que o controle da infecção deve ser conduzido por um profissional, conciliando orientação dietética ao cuidado médico de um ginecologista.

Mamografia de rastreamento e mamografia diagnóstica: qual a diferença?

Mamografia diagnóstica

A mamografia diagnóstica, assim como outros exames complementares com finalidade de investigação de lesões suspeitas da mama, pode ser solicitada em qualquer idade, a critério médico. Ainda assim, a mamografia diagnóstica geralmente não é solicitada em mulheres jovens, pois nessa idade as mamas são mais densas, e o exame apresenta muitos resultados incorretos.

O SUS oferece exame de mamografia para todas as idades, quando há indicação médica.

Mamografia de Rastreamento

Pode ajudar a reduzir a mortalidade por câncer de mama, mas também expõe a mulher a alguns riscos. Conheça os principais benefícios e riscos desse exame:

Benefícios:

Encontrar o câncer no início e permitir um tratamento menos agressivo.

Menor chance de a paciente morrer por câncer de mama, em função do tratamento precoce.

Riscos:Suspeita de câncer de mama. Isso requer outros exames, sem que se confirme a doença. Esse alarme falso (resultado falso positivo) gera ansiedade e estresse.Câncer existente, mas resultado normal (resultado falso negativo). Esse erro gera falsa segurança à mulher.Ser diagnosticada e submetida a tratamento, com cirurgia (retirada parcial ou total da mama), quimioterapia e/ou radioterapia, de um câncer que não ameaçaria a vida. Isso ocorre em virtude do crescimento lento de certos tipos de câncer de mama.Exposição aos Raios X. Raramente causa câncer, mas há um discreto aumento do risco quanto mais frequente é a exposição.

6 dicas para a saúde da mulher

Quando o assunto é a saúde da mulher, logo imaginamos as perguntas: você já foi ao ginecologista este ano? Já realizou o seu check-up ginecológico? Como anda a sua saúde cardiológica? Mas dar atenção às necessidades do seu corpo significa estar vigilante com a própria saúde e identificar precocemente hábitos que podem trazer malefícios. E isso vai muito além do cuidado com a saúde ginecológica e cardíaca.

Não que eles não sejam importantes, mas é para a saúde integral que você precisa estar atenta. E que tal aproveitar o Dia Internacional da Mulher para dar mais atenção a si mesma, e ver quais são as necessidades que podem afetar a sua saúde física, mental e psicológica? Para isso, enumeramos alguns cuidados que você pode incluir na sua rotina e que vão fazer toda a diferença para a sua saúde e qualidade de vida.

1 – Deixe o seu prato mais saudável e colorido

Segundo dados do Ministério da Saúde, um em cada cinco brasileiros está acima do peso. E o crescimento da obesidade também pode colaborar para o aumento da prevalência de diabetes e hipertensão. Então, diante do alerta, que tal mudar os hábitos a partir de agora e mudar a alimentação, deixando-a mais saudável? Você pode incluir mais verduras, legumes e frutas no prato, trocar os alimentos feitos com farinha branca pelos integrais e intercalar o consumo de frango, carne vermelha, peixe e ovos. Também é importante fugir dos alimentos industrializados e enlatados, diminuir o consumo de doces e fracionar as refeições (café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde e jantar).

2 – Inclua uma atividade física na sua rotina

Não precisa de muito tempo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 150 minutos de algum tipo de atividade física leve ou moderada por semana. Ou seja, 30 minutos de algum tipo de exercício, cinco vezes por semana, já são suficientes para deixar de ser sedentário. Use este tempo para caminhar, andar de bicicleta, subir e descer escadas, fazer alongamento, dançar ou, por que não, descer do ônibus um ponto antes do trabalho e terminar o trajeto andando. Não importa a modalidade esportiva, o fundamental é mexer o corpo com regularidade. Os benefícios são sentidos logo após os primeiros dias, com mais disposição, melhora do humor e, se a atividade for mais intensa, tudo isso ainda pode vir acompanhado da perda de peso.

3 – Procure dormir melhor

De acordo com dados da Associação Brasileira do Sono, 36,5% dos brasileiros sofrem com insônia. Ou seja, 73 milhões de brasileiros não conseguem alcançar o sono profundo.  Os motivos são variados, mas a maior parte está ligada ao estresse, à sobrecarga de trabalho e à ansiedade. Mas você sabe o que fazer para diminuir o número dessa estatística? Ficando longe de aparelhos como celulares, computadores e TV antes de dormir, fazendo refeições leves à noite e incluindo alguma atividade física leve ou moderada até três horas antes de ir para a cama.

4 – Realize os exame de rotina

Faça uma consulta com o seu ginecologista uma vez ao ano e realize os exames solicitados por ele. Os exames para rastreio do câncer de colo de útero são indicados a partir de 25 anos para mulheres com vida sexual ativa, sendo necessário fazê-los uma vez por ano. Já a mamografia anual é indicada preventivamente para o rastreamento de câncer de mama em mulheres a partir dos 40 anos. Também é orientado fazer os exames laboratoriais de rotina e de check-up do coração nesse intervalo, caso não haja doenças na família.

5 – Proteja-se contra Infecções Sexualmente Transmissíveis

Elas são causadas por vírus, bactérias ou outros microorganismos e transmitidas, principalmente, pelo contato sexual. E não há meio mais eficiente e seguro do que o uso do preservativo, seja ele masculino ou feminino.

6 – Escolha o melhor método contraceptivo para você

Não use o que faz bem para a sua amiga ou vizinha. Procure o seu médico para que ele indique a melhor opção para você. Há vários métodos para que mulheres escolham e planejem quando e se vão querer ter filhos. Entre eles estão: contraceptivo injetável mensal, contraceptivo injetável trimestral, minipílula, pílula combinada, diafragma e dispositivo intrauterino (DIU), além dos preservativos feminino e masculino.  

Cuidados ginecológicos de rotina

Cuidados preventivos de saúde incluem realizar exames ginecológicos regulares, mesmo quando não houver sintomas presentes, e exames preventivos. Os exames preventivos são feitos antes que a pessoa apresente sintomas, para verificar se há doenças que podem ser prevenidas ou tratadas de forma eficaz se reconhecidas com antecedência. Às vezes, as recomendações para os exames preventivos mudam à medida que surgem novas evidências.

Muitas mulheres esperam que o ginecologista preste tanto os cuidados de saúde ginecológica como os de saúde geral. Os cuidados de saúde geral possivelmente incluem aconselhamento sobre a saúde em geral e exames preventivos de rotina quanto à presença de:

A mulher deve realizar uma avaliação ginecológica todo ano começando entre os 13 aos 18 anos de idade. O exame pélvico geralmente não é feito antes dos 21 anos de idade, a menos que haja um problema, como menstruação irregular, dor pélvica ou secreção vaginal.

Em adolescentes sexualmente ativas, o médico faz exames para doenças sexualmente transmissíveis, às vezes, sem fazer um exame pélvico. Exames pélvicos são recomendados para todas as mulheres a partir dos 21 anos. No entanto, a mulher pode conversar com o profissional de saúde para saber se é necessário iniciar esses exames nessa idade e com que frequência eles precisam ser realizados. Além disso, aos 21 anos, a maioria das mulheres deve começar a fazer exames preventivos para detectar câncer do colo do útero, como o exame de Papanicolau.

Para cuidados ginecológicos, a mulher deve escolher um médico com quem possa discutir confortavelmente temas delicados, como sexo, métodos anticoncepcionais, gravidez e problemas relacionados à menopausa. O profissional de saúde pode ser um médico, uma enfermeira obstetra, um(a) enfermeiro(a) especializado(a) ou um assistente médico.

A avaliação ginecológica de jovens e adolescentes meninas às vezes pode ser feita pelo seu pediatra. No entanto, se o pediatra não conseguir um tempo para a menina falar em particular sobre interesses pessoais ou está relutante em fornecer atendimento ginecológico, outro profissional de saúde deve ser procurado para isso.

A consulta ginecológica é o momento de fazer as perguntas ao médico sobre a função e anatomia reprodutora e sexual, incluindo as práticas de sexo seguro, como o uso de preservativos para minimizar os riscos de doenças sexualmente transmissíveis.