Em 20 anos, gravidez após os 35 anos cresce 65% no Brasil

Aos 32 anos ela se casou. Aos 36, começou a pensar em ter filhos, mas foi empurrando o plano por causa da carreira. Aos 37 disse para o marido que os dois deveriam começar a tentar engravidar. O bebê veio aos 38.

Essa é a história de Berta Andressa, 39, mãe de Pietro, de um ano e sete meses, provavelmente parecida com a de mulheres ao seu redor e de milhões que tiveram filhos nessa faixa de idade nos últimos anos no Brasil.

Levantamento do Núcleo de Inteligência da Folha a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos do Ministério da Saúde aponta que o número de mulheres que deram à luz entre os 35 e os 39 anos aumentou 71% nos últimos 20 anos no país.

As secretarias estaduais de Saúde coletam as Declarações de Nascidos Vivos (DN) nos estabelecimentos de saúde e nos cartórios (para partos domiciliares) e alimentam o sistema de informações.

De 1998 a 2017, o número de mulheres que deram à luz entre os 40 e os 44 anos cresceu 50%. Dentre as que tiveram filhos dos 30 aos 34 anos, o aumento foi de 37%. Somadas as faixas acima dos 35 anos,
a alta foi de 65%.

Já os nascimentos de bebês de mães que tinham de 20 a 29 anos caíram 15%.

No círculo de Berta, amigas e parentes também têm filhos depois dos 35 anos. “Todo mundo quer ter estabilidade financeira primeiro.” Um porém de adiar a gravidez, diz ela, é lidar com a ansiedade dos avós.

“Minha mãe pedia um neto há quase 20 anos. Quando anunciei a gravidez já estava todo mundo desacreditado”, conta.

Para os ginecologistas e obstetras, os números traduzem o que o dia a dia dos consultórios já mostram.

“Os determinantes são claros: os papéis femininos mudaram. A partir dos anos 1970, as mulheres passaram a integrar o mercado de trabalho e ganharam outras prioridades e papéis além do casamento e dos filhos. Estudam, fazem pós-graduação, se dedicam às carreiras, ainda que nem sempre sejam remuneradas de maneira justa, faça-se a ressalva. Com isso, casam-se mais tarde, querem curtir mais a vida e o casamento e vão postergando a gravidez”, afirma César Fernandes, presidente da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

Para a fonoaudióloga e gerente de marketing Bia Pessoa, 41, engravidar significava perder independência e autonomia. “Tinha muitos planos e sonhos, e eu via que as pessoas que tinham filhos passavam a viver os sonhos dos outros. Só bem mais tarde pensei que seria bom poder compartilhar o que vivi com um filho, ensinar e aprender com ele.”

Praticante de crossfit, aos 39 ela parou de tomar anticoncepcional com o objetivo de ficar mais forte. Mesmo assim, achou que a gravidez não viria tão facilmente, por causa de seu percentual de gordura baixo.

O teste de gravidez positivo não foi digerido facilmente. “Surtei, fiquei assustada. Achei que ainda ia demorar. Meu namorado ficou radiante e eu nessa confusão de sentimentos. Mas e o campeonato de crossfit? E a viagem planejada? E a cerveja no verão? Achei que era um presente de Deus ter engravidado de forma natural aos 39, mas ao mesmo tempo sofria de pensar nas mudanças que viriam. Demorei, mas aceitei.”

A fertilidade feminina, de fato, começa a cair a partir dos 25 anos e piora depois dos 35 —justamente a faixa de idade em que há maior crescimento de mulheres dando à luz.

A chance de uma mulher de 25 anos engravidar em um ciclo menstrual é de 20% a 25%, mas, ao longo do ano, cerca de 80% engravidam; já a chance de uma mulher de 40 anos engravidar é de 8%.

“As mulheres adiam, adiam, mas há um preço. A biologia não faz concessão. Esse cenário explica a maior procura por clínicas de fertilidade”, afirma Fernandes.

Segundo o primeiro relatório da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) do Sistema Nacional de Embriões, até 2008 o número de embriões congelados no Brasil era de 47 mil. O número subiu para 78 mil em 2017 —65% deles na região Sudeste.

Arnaldo Cambiaghi, diretor do centro de reprodução humana do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia), diz que a maior causa da infertilidade é a idade avançada. “Cada vez mais somos procurados por mulheres cada vez mais velhas.

Muitas chegam aos 40 querendo uma produção independente ou estão num segundo casamento. ”

Para Rui Ferriani, vice-presidente da Comissão de Reprodução Humana da Febrasgo, existe uma falsa sensação de que a fertilização in vitro corrigirá o problema. “Muitas pensam ‘tenho dinheiro, depois eu faço uma FIV’.”

Segundo ele, os resultados são de 40% para uma mulher de 35 anos, 15% para quem tem 40 anos e 4% para quem tem entre 42 a 45 anos. Os custos de cada ciclo podem ficar ao redor de R$ 20 mil.

Fernandes lembra que, da mesma forma, muitas mulheres congelam ou pensam em congelar seus óvulos imaginando que a tecnologia resolverá tudo. “Não é salvo-conduto. A chance de dar errado é maior do que a de dar certo.”

Segundo a Associação Americana de Medicina Reprodutiva, há uma probabilidade de entre 2% e 12% de que um único óvulo congelado resulte em nascimento.

Outro preço cobrado são os riscos associados à idade. Segundo Fernandes, à medida que a idade materna aumenta, a chance de ter uma criança com síndrome de Down também cresce, de cerca de um em cada 1.000 aos 30 anos para um a cada 400 aos 35 e 1 a cada 100 aos 40 anos.

Também há mais riscos de abortos espontâneos (aumento de 132% acima dos 40 anos), pré-eclâmpsia (aumento de 49%) e diabetes gestacional (aumento de 88%).

Fernandes diz alertar suas pacientes que, caso queiram ter filhos, e a maioria delas quer, que os tenham até os 35 de preferência. Mas ele sabe que o pedido é cada vez menos aceito. “O que posso indicar é que tenham bons hábitos de saúde, como manter o peso adequado, fazer atividade física, e evitar o cigarro, que é um veneno para a função ovulatória.”

Fonte: Folha de São Paulo

Estilo de vida, fatores modificáveis, obesidade e saúde psíquica: um olhar sobre a saúde das mulheres através da gravidez, parto e puerpério

No final de 2015 a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) que dão continuidade, de maneira mais ampla e abrangente, às metas do milênio que vigoraram até 2015.

Os ODS têm como objetivo geral “boa saúde, bem-estar, possibilidade de desenvolvimento sustentável para todos” e inclui dezessete itens, entre os quais: assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar (item 3); assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade (item 4); alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas (item 5) e redução das desigualdades (item 10). Tais metas se relacionam, de forma mais ou menos direta, com a saúde da mulher.

O conceito de saúde pode ser entendido de uma maneira simplista como a “não-doença” ou então, num sentido mais amplo, englobando cinco itens: nutrição, atividade física, controle do estresse, qualidade de relacionamentos e comportamento preventivo, além da ausência de doenças. Isso leva os profissionais de saúde a terem que repensar suas funções, principalmente o médico que deverá compreender que seu trabalho consiste não apenas em tratar as doenças, mas também, de maneira preventiva, promover saúde para a população com que trabalha.

A gestação é uma janela de oportunidades para as ações de promoção de saúde, pois as mulheres estão muito próximas aos serviços e profissionais de saúde. Além da quantidade de consultas e atendimentos, estão sensibilizadas e dispostas a colocar em prática o que se sabe sobre promoção de saúde, mas não se pratica. Os profissionais de saúde, por sua vez, precisam estar atentos a isso e aproveitar essa oportunidade e trabalhar das mais diversas formas para que esse momento seja um ponto de partida para aquisição de hábitos de vida saudáveis durante a gestação e que idealmente se perpetuem após o parto.

Fisiologicamente a gravidez e o aumento do peso estão interligados em um padrão complexo, que inclui vários fatores associados ao de estilo de vida como o comportamento alimentar, atividade física, cessação do tabagismo e controle do estresse. Esses fatores podem ser abordados durante a gestação para que melhores resultados maternos, neonatais e em longo prazo para a vida da mulher sejam obtidos.

Isso torna-se relevante ao considerarmos que a obesidade é um dos principais problemas de Saúde Pública da atualidade, e nessa epidemia mundial, o número de mulheres em idade reprodutiva com obesidade também é crescente. Segundo estimativas da OMS, 1,9 bilhões de adultos apresentam sobrepeso e aproximadamente 600 milhões são obesos. No Brasil, a prevalência de sobrepeso e obesidade entre adultos era 52,5% e 58,4% no ano de 2013, entre homens e mulheres respectivamente. Além disso, a ocorrência de sobrepeso e obesidade é maior entre indivíduos jovens, crianças e mulheres em idade reprodutiva. A gestação está incluída na lista dos fatores clássicos desencadeantes da obesidade.

A obesidade materna e o ganho de peso excessivo na gestação estão associados ao aumento de complicações antenatais, intraparto, pós-parto e complicações neonatais. Uma revisão sistemática recente reforça a importância de mudanças no estilo de vida e de como exercícios e dieta interferem na adequação do ganho de peso gestacional e redução do diabetes gestacional, hipertensão e parto por cesariana.

Além disso existe correlação entre o risco de desenvolvimento de doenças na vida adulta e o ambiente ao qual o indivíduo foi exposto no meio intrauterino. Respostas do indivíduo ao ambiente após o nascimento podem ser moduladas por adaptações ainda no útero, de modo que a deficiência ou o excesso de nutrientes maternos programam uma suscetibilidade de desenvolvimento de doenças metabólicas mais tardiamente. Estudos experimentais demonstram que o ambiente intrauterino possui papel central no risco de obesidade e na programação genética e metabólica da prole.

A crescente tendência do início precoce da puberdade se associa a fatores genéticos e não genéticos (ambientais, estado nutricional, sedentarismo e condições sócio-econômicas). Meninas que apresentam menarca precoce são propensas a desenvolver sobrepeso na vida adulta, e ainda gestação precoce.

O ganho de peso excessivo na gestação traz o risco da retenção de peso pós-gestacional, que por sua vez aumenta o risco para desenvolvimento de comorbidades tanto em gestações futuras como no decorrer da vida da mulher.

Ainda que a obesidade seja determinada pelos aspectos biológicos, sua associação a fatores psicológicos é relevante para o manejo clínico de indivíduos obesos. Dentro das teorias psicodinâmica, a obesidade pode ser vista como a expressão de uma determinada estrutura psíquica, envolvendo uma complexa trama de dificuldades emocionais e de interação com o meio, vivenciadas em fases precoces do desenvolvimento humano e o apoio psicológico é uma ação importante nos cuidados com mulheres com ganho de peso excessivo ou obesidade, ajudando a prevenir a obesidade materna em longo prazo.

Um estudo sobre gravidez e o ganho de peso indicou que a retenção de peso pós-parto foi mais afetada por mudanças de estilo de vida durante e após a gravidez do que por fatores pré-gestacionais. Ou seja, a intervenção comportamental durante a gravidez pode reduzir a retenção de peso pós-parto e melhorar a alimentação e autocuidado.

Existem lacunas na literatura sobre o assunto e apesar do conhecimento, pouco se modificam os hábitos de vida e consequentemente os resultados relacionados. A elaboração de medidas ampliadas no acompanhamento das mulheres durante a gestação e puerpério pode ser uma oportunidade de proporcionar o desenvolvimento de um estilo de vida saudável que pode, em longo prazo, se associar à melhor condição de saúde da população feminina.

Fernanda Garanhani de Castro Surita, Professora Livre-docente do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP.

Fonte: Febrasgo

O impacto da obesidade sobre a fertilidade feminina

A obesidade e o sedentarismo representam problemas importantes para a saúde pública, devido ao aumento acelerado de suas prevalências e associação com efeitos adversos à saúde cardiovascular e metabólica em idades cada vez mais precoces.

O número de pessoas obesas supera mais de um bilhão de indivíduos em todo o mundo e dados recentes do Ministério da Saúde (2013) demonstram que a obesidade acomete um em cada cinco brasileiros de 18 anos ou mais (20,8%), sendo que o percentual é mais alto entre as mulheres (24,4% contra 16,8% dos homens).

Apesar de parte das mulheres obesas engravidarem espontaneamente, sabe-se que a obesidade em mulheres em idade reprodutiva interfere negativamente nas chances de gestação, contribuindo para o aumento dos casos de infertilidade. Mulheres obesas têm três vezes mais chances de sofrer de infertilidade anovulatória do que pacientes com IMC normal, além de ser co-morbidade associada a menores taxas de sucesso em ciclos de reprodução assistida. A associação da obesidade com infertilidade decorrente de anovulação já é bem conhecida, entretanto, ainda não se chegou a nenhuma conclusão definitiva sobre os mecanismos pelos quais a obesidade interfere na concepção. Essa breve revisão se propõe a descrever outros possíveis macanismos envolvidos na piora da fertilidade que possam estar associados a comprometimento de qualidade oocitária, embrionária ou endometrial. Eles envolvem, de uma forma geral, estado pró-inflamatório, lipotoxicidade, tecido adiposo e seus hormônios, além de estresse oxidativo.

O excesso de ácidos graxos livres pode levar a efeito tóxico em tecidos reprodutivos levando a dano celular e a um estado de inflamação crônica de baixo grau em fluido folicular com níveis elevados de insulina, triglicérides e marcadores inflamatórios, como lactato e proteína C-reativa (PCR), além de afetar o oócito e o embrião devido a disrupção do fuso meiótico e comprometimento da dinâmica mitocondrial.

Em se tratando de qualidade oocitária, sugere-se que um possível mecanismo seja a lipotoxicidade. Mulheres obesas têm níveis circulantes mais elevados de ácidos graxos livres que podem danificar células não adiposas pela elevação de espécies reativas de oxigênio que induzem estresse tanto em mitôndrias quanto em retículo endoplasmático, levando à apoptose e anormalidades na morfologia do complexo cumulus oophorus.

Além disso, a lipotoxicidade também exerce papel importante no desenvolvimento de resistência à insulina e aumento do estado pró-inflamatório, observado pelos níveis mais elevados de proteína C reativa, marcador sistêmico de inflamação, e de várias adipoquinas pró-inflamatórias, como a leptina, fator de necrose tumoral α (TNF- α) e interleucinas (IL-6). Não obstante, apresentam níveis circulantes reduzidos de uma importante adipoquina anti-inflamatória chamada adiponectina.

Níveis mais elevados de leptina em mulheres obesas se correlacionam com níveis mais elevados dessa substância também em fluido folicular, e estudos in vitro sugerem que a leptina pode afetar vias esteroidogênicas nas células da granulosa, levando a um decréscimo na produção de estrogênio e de progesterona de forma dose-dependente. Esse efeito da obesidade sobre o oócito pode gerar um efeito em cascata sobre a receptividade endometrial e implantação embrionária.

O embrião pré implantação também parece ser afetado por ambientes específicos da obesidade. Embriões de ratos confinados com obesidade induzida por dieta apresentam menor expressão de receptor de IGF-1, afetando negativamente a sensibilidade à insulina e o transporte de glicose. Outro estudo com mulheres com sobrepeso observou que seus embriões apresentavam menor tendência de se desenvolver após a fertilização, atingiam o estágio de mórula mais rapidamente, chegavam ao estágio de blastocisto com menos células no trofectoderma e apresentavam menor consumo de glicose e aumento nos níveis de triglicérides. Os embriões podem também ser susceptíves a lipotoxicidade, como discutido previamente para os oócitos. Em mulheres submetidas à FIV, níveis elevados de ácido α-linoleico estavam associados a redução nas taxas de gravidez, enquanto que o aumento da relação ácido linoleico ∕ ácido α-linoleico se correlaciona com melhora nas taxas de gestação na mesma população. Como abordado acima, níveis alterados de adipoquinas, como a leptina podem afetar a esteroidogênese e afetar diretamente o desenvolvimento do embrião. O nível de leptina tem efeito estimulante sobre o crescimento de células tronco-trofoblásticas humanas in vitro e sua inibição diminui a proliferação e aumenta drasticamente a apoptose. Níveis persistentemente elevados de leptina poderiam reduzir a sensibilidade do trofoblasto aos seus efeitos.

Quanto ao endométrio, observa-se evidência de comprometimento de decidualização do estroma em mulheres obesas, o que explicaria a subfecundidade decorrente de comprometimento de receptividade endometrial. Tal situação poderia estar envolvida em anormalidades placentárias manifestadas por maiores taxas de aborto, parto prematuro e pré-eclâmpsia na população obesa. A leptina também parece afetar o endométrio, devido a um possível papel regulatório na remodelação do epitélio endometrial humano, estimulando vias de proliferação e apoptose celular in vitro. Além disso, parece modular a receptividade endometrial, como evidenciado através de regulação positiva de marcadores de receptividade mediante exposição à leptina tanto em células estromais quanto epiteliais. Dessa forma, uma desregulação crônica das vias de leptina na obesidade pode afetar negativamente a implantação8.

Observamos que os mecanismos propostos para a infertilidade associada à obesidade são diversos e vão muito além da questão anovulatória. Muitas intervenções têm sido propostas no tratamento da obesidade ligada à infertilidade, como perda de peso, atividade física, dietas e cirurgia bariátrica. A compreensão desses possíveis mecanismos associados poderá nos guiar na proposição de novas estatégias de tratamento.

Fonte: Febrasgo

Gravidez sem álcool – Campanha contra a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF)

Desde 2014, a Sogesp está em campanha de esclarecimento contra o consumo de álcool na gravidez. A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) pode acarretar vários tipos de má-formações congênitas. Não há nível seguro de consumo para a gestante, de acordo com as pesquisas, por isso a recomendação é evitar o consumo de qualquer tipo e quantidade de bebida alcóolica durante toda a gestação.

A campanha tem o propósito de conscientizar as mulheres para os danos irreversíveis ao feto que o álcool pode representar. A cada mil bebês que nascem no mundo, de um a três já iniciam a vida afetados pela SAF.

As más-formações congênitas da Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), como é chamada, podem ser faciais, neurológicas, cardíacas e renais. Além de ser a principal causa não hereditária de deficiência mental. O diagnóstico precoce da doença e a instituição de tratamento multidisciplinar ainda na primeira infância podem abrandar as manifestações da SAF, mas não há como reverter os efeitos da ingestão materna de bebidas alcoólicas durante a gestação, pois a SAF não tem cura.

Por isso, a palavra de ordem da campanha é tolerância zero para a ingestão de álcool na gravidez. A recomendação médica é interromper o consumo ao longo de todo o processo. Para informar as mulheres e a população em geral dos riscos do consumo de álcool pela gestante e obter um grande alcance de público a campanha contou com a colaboração da cantora Wanessa Camargo, que na época estava grávida e gravou este vídeo.

Fonte: Sogesp

10 dicas para uma gestação saudável

O conceito de saúde pode ser entendido de uma maneira simplista e antiquada como a “não-doença” ou então, num sentido mais amplo, englobando nutrição, atividade física, controle do estresse, qualidade de relacionamentos e comportamento preventivo, além da ausência de doenças. Nessa visão uma gestação saudável é aquela que contempla todo esse equilíbrio além de não ter doença. Na gestação há a oportunidade de promover saúde. A gravidez não é doença, mas pode comprometer a saúde da mulher. Ter uma gestação saudável e tranquila, faz parte dos desejos de toda futura mamãe. Daí, a importância das orientações feitas pela ginecologista e obstetra Fernanda Surita.

• Faça desde o início da gestação um acompanhamento pré-natal, para prevenir possíveis intercorrências e tratar condições que possam ser diagnosticadas neste período

• Programe-se para ter uma dieta adequada e o mais natural possível.

• Não fume e não consuma bebidas alcoólicas.

• É importante dormir bem. A qualidade do sono na gestação contribui para uma gestação tranquila

• Pratique exercícios físicos de sua escolha. Os mais indicados são caminhada, hidroginástica, musculação, dança, pilates. Porém, natação, bicicleta ergométrica, yoga não oferecem riscos têm crescido na preferência das gestantes.
-Algumas gestantes são consideradas de risco para a realização de exercícios (doença cardíaca ou pulmonar, hipertensão arterial grave, risco de prematuridade, pré-eclâmpsia, placenta prévia, ruptura prematura das membranas ovulares, restrição do crescimento fetal)
– As principais situações em que o profissional de saúde orientará para interromper os exercícios são sangramento ou perda de líquido via vaginal, dor abdominal, dor no peito, sensação de falta de ar, palpitações, contrações uterinas, náuseas e redução dos movimentos fetais.
– A intensidade dos exercícios dependerá do grau de atividade física praticado pela mulher antes da gestação, sua idade e condição nutricional.

• Evitar situações de estresse. A maternidade gera ansiedade e novas vivências para as mulheres, situações de estresse emocional podem tomar proporções ainda maiores nessa fase da vida e comprometer a saúde da gestante.

• Meditação, ioga e outras formas de relaxamento são aconselhadas neste período. Há benefícios destas práticas na gestação, como controle do estresse, melhora da qualidade de vida, redução de alterações psíquicas como a depressão pós-parto e adequação de ganho de peso durante a esse período.

• Caso tenha doenças crônicas, a programação da gestação pode minimizar os efeitos da doença sobre a gestação e da gestação sobre a doença. Seu ginecologista-obstetra pode esclarecer os riscos da associação da gestação com doenças crônicas e ajudar na decisão do melhor momento para engravidar.

• A gestação é uma janela de oportunidades para as ações de promoção de saúde de uma forma geral, pois as mulheres estão próximas aos serviços e profissionais de saúde. Além disto, estão sensibilizadas e dispostas a colocar em prática o que atividades que melhoram a saúde, mas que não estavam sendo praticadas.

A gestação pode ser o ponto de partida para aquisição de hábitos de vida saudáveis que idealmente se perpetuem após o parto ao longo da vida da mulher reduzindo, assim, doenças futuras para a mulher.

Link para o Guia Prático: GUIA DE HÁBITOS SAUDÁVEIS NA GESTAÇÃO E PUERPÉRIO

Fernanda G. C. Surita é professora livre-docente do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP e Coordenadora do Grupo de Pesquisas SARHAS (Saúde Reprodutiva e Hábitos Saudáveis).

Fonte: Sogesp

Infertilidade feminina e reprodução assistida

As complicações que impedem uma mulher de engravidar naturalmente, em qualquer fase do período fértil, pode ter origens variadas. Entre elas, o homem, que também deve ser examinado por um especialista e realizar todos os exames necessários à confirmação da infertilidade do casal. Há casos em que ambos passam um bom tempo tentando uma gestação com base na avaliação da fertilidade apenas da mulher e quando, finalmente, descobrem que a infertilidade é do homem pode ser tarde para intervenções simples.

De qualquer forma, há muito tempo que a questão da infertilidade deixou de significar que um casal não terá filhos. Uma série de tratamentos registrados por publicações científicas mostram experiências bem-sucedidas, e observações de casos na vida real também comprovam como é possível realizar o sonho de ter um bebê. Relacionamos mais abaixo aspectos da infertilidade feminina e reprodução assistida que devem ser conhecidos pelas candidatas à gestante.

Do ponto de vista médico, a infertilidade é definida como a incapacidade de estabelecer uma gravidez após um ano de tentativas, em que as relações sexuais ocorrem com frequência e sem uso de qualquer método contraceptivo. Se a gravidez não acontece durante este ano de tentativas regulares, é hora de o casal procurar os especialistas. A mulher deve, primeiramente, conversar com seu ginecologista, pois muitas vezes esse profissional resolve a questão. Não espere muito!

A investigação básica da mulher

A obtenção de uma boa história clínica e a realização de um exame físico completo podem dar uma boa ideia dos fatores possivelmente relacionados à infertilidade do casal. Entre os exames complementares na mulher, a primeira etapa inclui a avaliação da ovulação. Uma mulher que tem menstruações regulares ovula em mais de 95% dos ciclos, mas isso não significa que a qualidade das ovulações é adequada e o especialista deve pedir um perfil hormonal da paciente que inclua a dosagem dos hormônios FSH, LH, estradiol e prolactina. A avaliação da glândula tireoide é também fundamental, uma vez que é cada vez maior a prevalência de distúrbios nessa glândula entre as mulheres, nas últimas décadas. Problemas com a ovulação podem ser responsáveis por até 40% das causas femininas de infertilidade.

Ovulações irregulares ou ausência de ovulação

É muito comum que mulheres com disfunções ovulatórias experimentem irregularidades no ciclo menstrual. Em alguns casos, não menstruam. Ciclos com menos de 21 dias, ou com mais de 36 dias, podem ser sinal de disfunção ovulatória.

A ausência de ovulação, denominada de oligovulação podem ter como causas uma série de fatores, entre eles, a Síndrome do Ovário Policístico (SOP). Outras potenciais causas de oligovulação seriam obesidade, peso muito baixo, hiperprolactinemia, grande carga de exercícios físicos, falência ovariana precoce, idade avançada ou baixa reserva ovariana, disfunção das glândulas tireóides (hiper ou hipotireoidismo) e altos níveis de estresse.

Estruturas orgânicas como o canal cervical, cavidade uterina e tubas uterinas também devem ser investigadas por meio de exames específicos para detectar outras causas. Essas estruturas devem estar livres de obstruções ou aderências, como as que ocorrem após cirurgias ou infecções pélvicas. Para analisar esse quadro, o médico pedirá um exame de imagem chamado histerossalpingografia, que é uma espécie de raio-X com contraste iodado, que é injetado dentro do canal cervical minutos antes do exame. Em situações específicas, o médico poderá solicitar a laparoscopia, em vez da histero, que é padrão-ouro na avaliação canalicular, porém requer internação e anestesia.

Reprodução assistida
Os principais tratamentos utilizados hoje quando há necessidade da reprodução assistida são descritos a seguir.

Coito programado (CP): é o método mais simples, realizado paralelamente à estimulação da ovulação.

Inseminação artificial (IA): um concentrado de espermatozoides é injetado dentro da cavidade uterina, também após estímulo ovulatório. Os resultados desses métodos costumam variar, mas no geral são baixos. Não é recomendado insistir neles depois de três tentativas.

Fertilização in vitro (FIV): os espermatozoides são colocados em contato com o oócito e o momento da fecundação ocorre in vitro. Pode também ser feita pelo método ICSI, também in vitro. A sigla vem do inglês e compreende a técnica em que o espermatozoide é injetado dentro do oócito. O material fecundado in-vitro, tanto na primeira quanto na segunda técnica, é implantado pelo médico no útero feminino.

Fonte: Sogesp

Amamentar durante a gravidez: pode ou não? Veja o que dizem os médicos

Muitas mulheres podem ser surpreendidas ou mesmo planejar uma nova gestação próxima da outra. Quando isso acontece, surge a dúvida: posso ou não continuar amamentando o bebê que já nasceu?

“Ela pode, desde que não haja contraindicação médica, como ameaça de aborto ou o fato de ter tido partos prematuros anteriores”, opina Elsa Giugliani, pediatra presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A entidade segue a linha do Ministério da Saúde, que recomenda a amamentação se essa for a intenção da mulher e não houver intercorrências na gravidez.

A Associação Americana de Pediatria (AAP) concorda. “Muitas mães não querem abrir mão da experiência e da conexão emocional com o bebê e não precisam interromper a amamentação se assim desejarem”, aponta Joan Meek, presidente da Seção de Amamentação da AAP. Só é preciso monitorar fatores como a nutrição da mãe e o desenvolvimento do bebê na barriga, como explicaremos abaixo.

O outro lado

O assunto, contudo, não é unanimidade. “Quando a mulher descobre estar grávida recomendamos que ela se prepare para o desmame, especialmente por uma questão nutricional, pois ela precisa de mais energia e ambas as situações, gravidez e amamentação, são desgastantes”, diz Antonio Lages, vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Aleitamento Materno da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

De fato, embora as pesquisas ao redor do mundo confirmem que o aleitamento não interfere no curso da gravidez ou no peso do bebê ao nascer, ainda são necessários mais trabalhos para entender se a nutrição da mãe é afetada e como os irmãos amamentados em conjunto se desenvolvem no futuro.

Mas amamentar não impede a gravidez?

A amamentação exclusiva, durante os seis primeiros meses de vida, impede novas gestações por conta da prolactina, hormônio que produz leite e inibe a ovulação. Mas nem sempre o fato de produzir leite significa que a gravidez não virá. O método contraceptivo baseado nessa relação, chamado MAL (Método de Amenorreia Lactacional), só funciona mesmo nesse período.

“E não o consideramos 100% confiável depois dos primeiros 60 dias, então recomendamos que a mulher use outro método, mesmo que menos eficiente, como a tabelinha, para complementar”, explica Lages. Também é importante saber diferenciar a volta da menstruação, que demora para chegar, dos pequenos sangramentos pós-parto, que são normais e podem ocorrer por até 3 semanas depois do nascimento.

Amamentação em Tandem

Quando o bebê que está sendo gerado nascer, o mais velho pode continuar mamando também, o que é chamado de amamentação em Tandem. “A mãe produzirá mesmo assim o colostro nos primeiros dias de vida do caçula”, aponta Elsa. O leite, diferente no aspecto e na composição, pode parecer estranho ao paladar maior, mas não traz malefícios a ele.

Só é preciso tomar alguns cuidados, como privilegiar o recém-nascido, que depende exclusivamente do leite materno, enquanto o mais velho já tem, a partir dos seis meses, outras fontes de nutrientes. Outro ponto de atenção é a saúde da mãe, que deve ficar de olho em sinais de desconforto, fadiga e suas próprias necessidades nutricionais.

Não precisa forçar a barra

O sabor do leite muda, fica um pouco mais salgado e a produção também pode diminuir conforme a gravidez avança e o primeiro filho cresce. Outros fatores, como a perda do espaço para o colo, o aumento da sensibilidade dos mamilos e do cansaço – especialmente no início da gestação – dificultam o aleitamento.

Por isso, não é raro as crianças desmamarem sozinhas, de maneira espontânea, quando a mãe engravida de um irmãozinho. Se isso ocorrer, tudo bem! Até mesmo porque provavelmente seu filho mais velho já recebeu os nutrientes do leite materno na época em que mais precisava deles: os primeiros seis meses de vida.

Só não vale se angustiar ou se cobrar em relação a isso, o que não fará bem nem para o bebê que já nasceu nem para o que ainda está crescendo na barriga. E muito menos para você, mãe, que é uma peça fundamental nessa história.

A prolactina, hormônio responsável pela fabricação do leite materno, não interfere na gravidez. Com o tempo, entretanto, seus níveis diminuem, e continuar produzindo leite depende mais do estímulo constante da sucção. Eis aí uma dificuldade em manter o aleitamento durante a gravidez.

Já a ocitocina, hormônio envolvido na ejeção do leite, está relacionada a contrações uterinas. “Em teoria, ela poderia provocar contrações e o parto prematuro de mães em maior risco, mas o útero responde à ocitocina a partir da 24ª semana”, aponta Sahira Long, pediatra e Diretora Médica do Children’s Health Center de Anacostia, nos Estados Unidos. “Mesmo assim, isso não é um problema em gestações de risco habitual e sem complicações”, completa a médica.

Quem deve evitar

“Em primeiro lugar, a mulher deve suspender a amamentação se se sentir desconfortável, pois os mamilos ficam mais sensíveis e a sucção pode incomodar”, explica Joan. “Fora isso, nossa única preocupação é com o risco de prematuridade em algumas mulheres”, completa a médica da AAP. Entram nesse grupo de risco as grávida com histórico de parto prematuro e outras condições. “Se houver ameaça de aborto na gestação a lactância também é contraindicada”, explica Elsa.

“Elas devem conversar com o médico sobre o assunto e perguntar por quanto tempo é seguro amamentar”, complementa Sahira. Mas, no geral, são aconselhadas a providenciar o desmame. O mesmo ocorre com gestações gemelares, que também estão ligadas à prematuridade e, por último, mulheres com condições que impedem o sexo durante a gestação — geralmente problemas na bolsa amniótica e sangramentos uterinos. “Se a mulher não pode ter relações sexuais, provavelmente também não poderá amamentar durante a gravidez”, relaciona Elsa.

Como garantir nutrientes aos dois bebês

A Associação Americana de Gravidez recomenda que a mãe coma 500 calorias a mais por dia se o filho já se alimentar por outras fontes, o que provavelmente já estará acontecendo, ou 650 calorias extras caso a gestação ocorra antes do primogênito completar seis meses de vida. Isso além do aporte que já deve ser maior por conta da gravidez – cerca de 350 calorias no segundo trimestre e 450 no segundo trimestre.

Esse é um ponto importante, mas os especialistas apontam que o aumento ocorre naturalmente. “Uma mulher amamentando normalmente já sente mais fome e sede e o mesmo ocorre com a gravidez, então ela deve seguir seus instintos e não restringir a alimentação de jeito nenhum”, orienta Elsa.

Deve-se levar em conta, ainda, a qualidade nutricional dos alimentos e o fato de que, para garantir saúde aos filhos dentro e fora da barriga, a mulher precisa também descansar mais e receber apoio do parceiro e da família. Isso é uma responsabilidade de todos – e não só dela.

Amamentação em Tandem

Quando o bebê que está sendo gerado nascer, o mais velho pode continuar mamando também, o que é chamado de amamentação em Tandem. “A mãe produzirá mesmo assim o colostro nos primeiros dias de vida do caçula”, aponta Elsa. O leite, diferente no aspecto e na composição, pode parecer estranho ao paladar maior, mas não traz malefícios a ele.

Só é preciso tomar alguns cuidados, como privilegiar o recém-nascido, que depende exclusivamente do leite materno, enquanto o mais velho já tem, a partir dos seis meses, outras fontes de nutrientes. Outro ponto de atenção é a saúde da mãe, que deve ficar de olho em sinais de desconforto, fadiga e suas próprias necessidades nutricionais.

Não precisa forçar a barra

O sabor do leite muda, fica um pouco mais salgado e a produção também pode diminuir conforme a gravidez avança e o primeiro filho cresce. Outros fatores, como a perda do espaço para o colo, o aumento da sensibilidade dos mamilos e do cansaço – especialmente no início da gestação – dificultam o aleitamento.

Por isso, não é raro as crianças desmamarem sozinhas, de maneira espontânea, quando a mãe engravida de um irmãozinho. Se isso ocorrer, tudo bem! Até mesmo porque provavelmente seu filho mais velho já recebeu os nutrientes do leite materno na época em que mais precisava deles: os primeiros seis meses de vida.

Só não vale se angustiar ou se cobrar em relação a isso, o que não fará bem nem para o bebê que já nasceu nem para o que ainda está crescendo na barriga. E muito menos para você, mãe, que é uma peça fundamental nessa história.

Fonte: Bebê

5 dicas para acabar com as mordidas na amamentação, segundo um pediatra

“Ser mãe é padecer no paraíso”, dizem alguns, que nunca passaram ou não lembram da dor de ter seu seio mordido pelo ser que você mais ama no mundo. Eles são pequenininhos e nascem sem dentes, mas mesmo assim podem causar essa dor gigante.

Algumas mulheres até desistem de amamentar os pequenos quando eles não param com esse hábito. No entanto, há maneiras de acabar com as mordidas na hora da amamentação. O pediatra Reginaldo Freire compartilhou, em seu Instagram, algumas dicas para afastar esse hábito de seu bebê.

Segundo o especialista, o bebê só morde quando para de mamar, quando está coçando as gengivas ou se está distraído

1 – Entenda quando ele morde:

Para entender os motivos pelos quais seu filho está mordendo seu seio, é importante saber em que momento da mamada isso acontece.

Se for no fim da mamada, isso indica que seu filho está entediado e não tem mais fome. Isso se confirma observando se ele está sugando com um intervalo maior, ou então puxando a língua para trás, o que expõe a gengiva de baixo.

Se for no começo da mamada, veja se o bebê está pegando o seio de maneira correta.

2 – Faça ele entender o que é pra morder

Se as mordidas acontecem na fase dos primeiros dentinhos, é provável que ele esteja coçando a gengiva na hora de mamar. Por isso, antes de oferecer o peito, dê o mordedor gelado e se ele morder, deixe. Se ele começar a sugar, ofereça o peito. É importante reforçar com palavras, explicando o que é para morder e o que é para sugar, além de parabenizar quando ele fizer corretamente.

3 – Não amamente seu filho quando ele estiver distraído

“Por que forçar se ele fica rolando e querendo sair do peito? Ele pode não estar interessado”, diz o pediatra Reginaldo Freire. Prefira ambientes tranquilos de luz baixa para diminuir as distrações dele, que podem gerar as mordidas. Às vezes, isso pode ser consequência de uma baixa no fluxo, que pode ser resolvida trocando de seio.

4 – Dê atenção ao seu filho enquanto ele amamenta

O momento da amamentação é a primeira conversa entre mãe e bebê. Se você não der a devida atenção, ele pode morder para recebê-la.

5 – O que fazer quando ele morder

O mais importante é segurar a emoção: não xingue o bebê, pois ele não quis te machucar. O pediatra indica que pare a mamada, coloque o dedo entre as gengivas dele e pergunte o que ele quer: mamar ou morder. Isso vai sendo entendido pelo pequeno aos poucos.

Fonte: Minha Vida

9 sintomas no início, meio e fim da gravidez que são absolutamente normais

Quando a menstruação atrasa, os seios ficam doloridos e aumenta a vontade de urinar é preciso ficar alerta: esses são os primeiros sinais de gravidez que o corpo manda. Então, é hora de fazer o teste para confirmar.

Durante os próximos meses, outros sintomas aparecem e surge a certeza da gravidez. Normalmente, estes indícios são comuns por conta das transformações que ocorrem na gestação e não devem preocupar a futura mamãe. Mas a recomendação é sempre ter um acompanhamento médico para esclarecer dúvidas e fazer exames mais detalhados para garantir o bem-estar da mãe e do bebê.

Sintomas do início da gravidez

Nos primeiros meses de gestação, muitas mulheres começam a sentir alguns sintomas bem característicos, entre eles:

Enjoos e vômitos

Geralmente aparecem após a 5ª semana de gravidez e são comuns pela manhã. Muitas vezes, os enjoos e desconforto abdominal surgem com uma salivação excessiva.

Alterações de humor

Às vezes, as mudanças de humor das primeiras semanas de gravidez podem ser confundidos com a TPM. As alterações hormonais comuns na gestação causam um certo desequilíbrio emocional, deixando a mulher mais sensível e até chorona.

Tontura e muito sono

A queda da pressão arterial promove tonturas que são recorrentes nas primeiras semanas de gravidez. E esse sinal se apresenta junto com um cansaço excessivo e muita vontade de dormir.

Sintomas no meio da gravidez

Após os três primeiros meses, o corpo começa a mudar e a mulher percebe outros sinais que indicam o avanço da gestação:

Prisão de ventre

No segundo trimestre de gestação, o intestino fica mais preguiçoso, causando a constipação intestinal. Uma dieta rica em fibras e ameixas secas ajudam na dificuldade de evacuar.

Manchas na pele

Nesta fase da gestação, é comum que os mamilos escureçam. Além disso, pode aparecer uma linha vertical mais escura no abdome, a chamada linha nigra. Manchas no rosto também são comuns e, para isso, é necessário o uso de protetor solar sempre que se expuser ao sol.

Contração abdominal

Contrações esparsas, causadas pelos movimentos do bebê, costumam aparecer nesta fase da gravidez. É como se fosse um treinamento do feto para o nascimento. Se elas duraram muito tempo e a barriga ficar dura ou com dor, procure seu médico.

Sintomas comuns no final da gestação

Na etapa final, outros sinais anunciam que o bebê já está chegando: a falta de ar, por exemplo, é comum no último trimestre de gestação. Veja os sintomas dessa fase:

Inchaços

Mãos, pés e tornozelos sofrem edemas (inchaços) com maior frequência, graças ao ganho de peso da mãe e do bebê e aumento do volume corporal. Para contornar o problema, coloque os pés para cima quando descansar e evite sal na dieta.

Dor lombar

O eixo de equilíbrio da grávida fica comprometido e, por isso, ataca a região lombar. A dica é fazer exercícios de fortalecimento da região desde o início da gravidez, como o pilates, além de evitar usar salto muito alto.

Gases e hemorroidas

No último trimestre, problemas como hemorroidas e gases se intensificam. Para evitar, tenha uma dieta rica em fibras e beba muito líquido. Chá de camomila também é um santo remédio, assim como compressas de gelo para aliviar as dores ao evacuar.

Fonte: Vix

Amamentação deve ser suspensa por 10 dias, se a mãe receber vacina contra febre amarela nos primeiros seis meses de vida do bebê

Mulheres que estão amamentando (em especial com crianças com menos de seis meses), preferencialmente não devem ser vacinadas contra a febre amarela.

Porém, as que residirem em áreas de risco e aquelas obrigadas a viajar para uma destas regiões têm de ser vacinadas.

Então, será necessária a suspensão do aleitamento materno por dez dias após a vacinação. A orientação é importante para manter a produção do leite materno e garantir o retorno à amamentação.

De acordo com Corintio Mariani Neto, presidente da Comissão Nacional Especializada de Aleitamento Materno da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), a recomendação vale para todo o Brasil e é muito importante insistir na informação sobre a necessidade de a amamentação ser suspensa por 10 dias, se a mãe receber vacina contra febre amarela nos primeiros seis meses de vida do bebê, pois trata-se de cuidado e educação em saúde.

Gestantes ou lactantes, mulheres com doenças autoimunes, em uso de quimioterápicos ou imunossupressoras

Não devem tomar a vacina. Se morar em área de risco, há necessidade de conversar com seu médico para avaliar a vida média do medicamento e a possibilidade de suspendê-lo por um prazo prévio à vacinação.

Em situação de vacina aplicada em mulher que não tinha conhecimento da gravidez: existem relatos de vacinação indevida, sem que tenha havido teratogênese ou comprovada doença fetal.

Fonte: Febrasgo

Pediatras, ginecologistas e obstetras de todo o Brasil vão receber novas orientações sobre bebidas alcoólicas e maternidade

Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, SOGESP e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO): Todas estas instituições são parceiras na segunda edição do livro Efeitos do Álcool na Gestante, no Feto e no Recém-Nascido. O objetivo da publicação é atualizar para os médicos de todo o Brasil as informações mais recentes sobre a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), causada pelo consumo de álcool durante a gravidez.

A obra será distribuída gratuitamente a todos os ginecologistas e obstetras do Brasil, online.

Totalmente revisada por especialistas do grupo de trabalho Efeitos do Álcool na Gestante, no Feto e no Recém-Nascido, esta segunda edição traz atualizações baseadas em evidências e traz a inserção de dois novos. Os textos são assinados pelos especialistas Hermann Grinfeld, Corintio Mariani Neto, Lygia Mendes dos Santos Border, Mirlene Cecilia Soares Pinho Cernach, Helenilce de Paula Fiod Costa, Maria dos Anjos Mesquita, Marcia de Freitas e Conceição Aparecida de Mattos Segre.

“A meta é transmitir para as equipes de saúde o conhecimento acerca dos efeitos do álcool para a saúde da gestante e do feto, principalmente no que diz respeito à síndrome alcoólica fetal, doença grave e sem cura. Queremos fazer com que esses profissionais, baseados no livro, alertem a população sobre os riscos do álcool na gravidez”, ressalta Conceição Aparecida de Mattos Segre, coordenadora do grupo de trabalho da SPSP e das duas edições do livro.

Sobre a SAF

A exposição pré-natal a qualquer tipo e quantidade de bebida alcoólica pode acarretar problemas graves e irreversíveis ao bebê. Eles podem revelar-se logo ao nascimento ou mais tardiamente e perpetuam-se pelo resto da vida. A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) apresenta diversas manifestações, desde malformações congênitas faciais, neurológicas, cardíacas e renais, mas as alterações comportamentais estão sempre presentes. Contabiliza, mundialmente, de 1 a 3 casos por 1000 nascidos vivos. No Brasil não há dados oficiais do que ocorre de norte a sul sobre a afecção; entretanto, existem números de universos específicos.

Para ter uma ideia, no Hospital Municipal Maternidade-Escola de Vila Nova Cachoeirinha, um estudo com praticamente 2 mil puérperas apontou que 33% bebiam mesmo esperando um bebê. O mais grave: 22% consumiram álcool até o dia de dar à luz.

Características

O conjunto de efeitos decorrentes do consumo de álcool, em qualquer dosagem ou período da gravidez, é chamado de “espectro de distúrbios fetais relacionados ao álcool”, que inclui a SAF. A frequência dessas implicações varia conforme etnia, genética e até mesmo a quantidade ingerida. Isso não significa que todos os bebês expostos serão afetados, mas a probabilidade é alta.

No decorrer do desenvolvimento infantil, o dismorfismo facial atenua-se, o que dificulta o diagnóstico tardio. Permanece o retardo mental (QI médio varia de 60 a 70), problemas motores, de aprendizagem (principalmente matemática), memória, fala, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, entre outros. Adolescentes e adultos demonstram problemas de saúde mental em 95% dos casos, como pendências com a lei (60%); comportamento sexual inadequado (52%) e dificuldades com o emprego (70%).

Diagnóstico e Tratamento

Em São Paulo, o Grupo da SPSP cria ações para conscientizar os pediatras, com distribuição de material em eventos científicos, publicações disponíveis na internet aos associados da SPSP e cursos voltados para equipes multidisciplinares de capacitação para reconhecimento e condutas nesses casos.

Nos Estados Unidos e Canadá, existe um teste que identifica produtos do álcool no mecônio ou cabelo do recém-nascido. É uma técnica de alto custo, que ainda não está disponível no Brasil.

“Vale lembrar que os efeitos do álcool ocasionados pela ingestão materna de bebidas alcoólicas durante a gestação não têm cura, por isso vale a máxima: o quanto antes parar, melhor para o bebê, sua família e a sociedade. O diagnóstico precoce da doença e a instituição de tratamento multidisciplinar ainda na primeira infância podem abrandar suas manifestações”, completa o Dr. Corintio Mariani Neto.

Fonte: Febrasgo

Cinco mitos sobre a gravidez

As mamães de primeira viagem costumam ouvir muitas histórias sobre a gravidez e seus sintomas, mas nem todas são exatamente reais. E nada mais característico da gravidez que surgirem várias dúvidas, medos e preocupações.

“É muito importante sempre recorrer a um obstetra de confiança para que tire todas as dúvidas possíveis”, comenta Patrick Bellelis, ginecologista membro Doctoralia, plataforma que liga médicos a pacientes no esclarecimento de dúvidas.

Confira abaixo os cinco principais mitos sobre gravidez desvendados pelo especialista que poderão ajudar as mães que têm dúvidas sobre o que deve fazer ou não durante a gestação:

Toda gestante sente náuseas

Algumas mulheres podem ter enjoos no primeiro trimestre da gravidez, mas não são todas as grávidas que apresentarão os sintomas. Essa condição depende da pessoa e é ideal procurar um médico caso os enjoos sejam frequentes.

Gestantes não devem ingerir alimentos apimentados

Pimenta pode ser abortiva ou causar complicações na formação do bebê? Negativo. Não tem nada científico que comprove essa afirmação. A questão de evitar ingerir alimentos fortes se dá somente com o intuito de facilitar a digestão e não causar desconforto para a mãe.

Gestante não pode tomar banho de sol

Tomar sol em excesso não é recomendável para ninguém, mas, com exceção do exagero, a vitamina D é fundamental para a saúde da mãe e do bebê e ela só entra no organismo depois do contato da pele com raios solares.

Não é permitido fazer sexo no período de gravidez

Essa afirmativa depende do tipo de gravidez e se ela é de de risco ou não. Na maioria dos casos a relação sexual é permitida durante todos os meses e fará bem para a mãe. Caso tenha dúvidas sobre uma condição específica é importante consultar um médico.

Se o bebê for grande é recomendável fazer parto cesárea

Antigamente o parto cesárea não era uma opção, então como as mães faziam nesse caso? A questão é que o parto normal também pode ser considerado se o bebê estiver um pouco acima do peso e é importante fazer uma avaliação com seu médico para verificar a melhor opção para a saúde da mãe e de seu bebê. Neste caso, é preciso considerar a avaliação do médico atrelado às expectativas da mãe para o parto.

Fonte: Catraca Livre

10 coisas que você precisa saber sobre preservação de fertilidade

1 – O tratamento de algumas doenças pode causar infertilidade
O tratamento com quimioterapia para doenças como o câncer e aquelas de origem autoimune evoluiu muito nos últimos anos, mas muitos efeitos colaterais ainda são observados. Quando a droga mata a célula doente, ela acaba afetando também células saudáveis, dentre elas as células do ovário podem ser comprometidas, de maneira que há risco de que seja perdida a capacidade deste ovário produzir ovários maduros saudáveis para conceber. Esteefeito prejudicial depende da dose e do tipo de medicamento utilizado.

2 – Algumas medidas podem diminuir o risco de infertilidade nestas situações
Na tentativa de preservar a fertilidade em situações de risco de dano ovariano, é possível congelar óvulos, embriões, ou, excepcionalmente, tecido ovariano. No entanto, para se colher óvulos, seja para congelá-los, seja para produzir embriões, é necessário se submeter a uma estimulação ovariana com hormônios e a uma anestesia para aspiração dos óvulos, semelhante ao que é feito nos tratamentos de fertilização in vitro. Para isso, você deve procurar um especialista em Medicina Reprodutiva, que poderá explicar detalhes e ajudá-la a decidir qual a melhor opção de tratamento para você.

3 – Em que momento a preservação de fertilidade deve ser feita
O ideal é que a indução de ovulação para obtenção de óvulos seja feita antes de qualquer tratamento quimioterápico, tanto para garantir que a reserva ovariana ainda não tenha sido prejudicada pelo tratamento, quanto para evitar o efeito tóxico da droga sobre os óvulos, uma vez que não se pode afirmar qual o impacto destas medicações sobre o futuro bebê nascido a partir dos óvulos preservados. Também por conta do tempo necessário para a realização do procedimento é ideal que ele seja iniciado com um prazo de cerca de 20 a 30 dias antes do início do tratamento.

4 – Onde realizar os procedimentos de preservação de fertilidade
A indução de ovulação poderá ser realizada em clínicas especializadas em Reprodução Assistida ou pelo médico ginecologista que segue a paciente, caso ele seja habilitado. Entretanto, a captação de óvulos e congelamento dos mesmos deve ser feito sempre em clínicas que possuam laboratório para realização de procedimentos de fertilização
in vitro, onde os óvulos ou embriões ficarão guardados, uma vez que eles são muito sensíveis e transportá-los pode comprometer qualidade do material preservado.

5 – Quem pode ser submetido a procedimentos para preservação de fertilidade
Mulheres em idade reprodutiva, que estejam sob risco de dano ovariano ou gonadal e que tenham função destes órgãos ainda preservada. Em caso de menores de idade, é necessário o consentimento dos pais ou responsáveis. Também é necessário levar em consideração as condições gerais de saúde do indivíduo, pois serão necessárias uma anestesia e uma punção com agulhas para aspiração dos óvulos.

6 – Repercussões sobre o tratamento da doença principal
A realização de procedimentos para preservar a fertilidade somente deverá ser indicada, caso isso não atrapalhe o tratamento da doença principal. O uso de hormônios para a estimulação ovariana, devido ao curto tempo de uso, normalmente não interfere no sucesso do tratamento, mesmo de cânceres relacionados ao uso de hormônios, como o de mama e de endométrio. Além disso, deve ser sempre se avaliado o adiamento do tratamento da doença pode ser feito sem comprometê-lo.

7 – O tempo necessário para realizar procedimentos de preservação de fertilidade
A estimulação ovariana é o primeiro passo e sua duração pode variar entre pacientes, levando de 9 a 15 dias. Uma vez que os óvulos estejam maduros, os mesmos serão aspirados em um procedimento sob anestesia geral, sendo a recuperação imediata. A partir desta coleta, os óvulos são imediatamente congelados ou fertilizados para formar embriões, neste caso, o congelamento dos embriões será feito de 3 a 5 dias depois. O tratamento da doença principal pode ser iniciado no dia seguinte ao da coleta dos óvulos.

8 – Tempo em que os óvulos e embriões podem ficar congelados
O tempo de conservação dos óvulos e embriões congelados não está muito bem estabelecido. Acredita-se que, uma vez realizado o congelamento, não se perdem a qualidade e vitalidade dos óvulos e embriões. Há relatos na literatura médica de uso de embriões com mais de 10 anos de congelamento e sucesso de gravidez. Os protocolos das sociedades de medicina reprodutiva disponíveis nos dias atuais não colocam prazo máximo para a conservação de óvulos e embriões, considerando que o congelamento os mantém em bom estado independente do tempo.

9 – Gravidez após o tratamento do câncer
O tempo que se deve aguardar após o tratamento da doença principal para se utilizar os óvulos e embriões congelados para engravidar varia em cada caso. No caso dos cânceres, depende do tipo de câncer. Sendo assim, esta decisão deve ser sempre tomada em conjunto com a equipe de médicos responsável pelo seguimento da doença principal, a paciente e a equipe que fará o procedimento de reprodução assistida. Na maioria das vezes, se aguarda ao menos 2 anos após o término do tratamento.

10 – Risco de recorrência da doença nos casos de gravidez
Para doenças de base que não têm nenhuma relação com os níveis hormonais , a gravidez não irá interferir na evolução e recorrência. Entretanto, para doenças como o câncer de mama, os resultados são ainda controversos. Estudos mais recentes sugerem que a recorrência e evolução do câncer de mama em mulheres tratadas que engravidaram é a mesma de mulheres que não engravidaram, sendo assim, não haveria contraindicação para gestação futura. Vale ressaltar que o mastologista responsável deverá ajudar na decisão do melhor momento para esta gravidez.

Fonte: Febrasgo

Por que o parto normal é mais indicado?

No último dia 23, muita gente se impressionou com a rapidez da alta de Kate Middleton após dar à luz ao seu terceiro filho. Apenas sete horas após o parto normal, a duquesa de Cambridge já saía do hospital, de pé, com o recém-nascido no colo e posando para os fotógrafos. A realidade no Brasil é diferente não só devido ao aparato médico. É que a realização de cesáreas no País é maior que o parto normal e, em sua maioria, atrasa a recuperação da mãe, podendo também ser prejudicial para o bebê.

A recomendação da Organização Mundial de Saúde é de que cesarianas sejam responsáveis por apenas 10% a 15% de todos os nascimentos. No Brasil, no entanto, o índice é bem maior. Conforme dados de 2017 do Ministério da Saúde, dos 3 milhões de partos feitos no Brasil durante o ano, 55,5% foram cesáreas e 44,5%, partos normais.

Para a professora de ginecologia e obstetrícia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e atual diretora médica da Faculdade Escola, Zenilda Bruno, o número elevado de cesáreas se dá devido a uma cultura de que essa prática seria melhor por doer menos. “No momento do parto é melhor porque realmente dói menos. Mas depois tem bem mais riscos de infecção e embolia. A recuperação é mais difícil”, explica.

Segundo ela, a cesárea só deve ser escolhida pelo médico quando o bebê está impossibilitado de nascer de parto normal, seja por seu posicionamento, pelo deslocamento ou descolamento da placenta, pelo fato de a mãe ter uma pressão muito elevada, condição conhecida como pré-eclâmpsia, ou por sofrimento fetal durante a tentativa de um nascimento natural. Porém, alguns obstetras optam pela cirurgia por comodidade, por ser um procedimento mais rápido e com data marcada. Essa prática é, para Zenilda, “condenável”.

Foi o caso da assistente de financeiro Samily Mesquita, 35. Há 11 anos foi convencida por um obstetra a realizar uma cesárea, mesmo querendo ter um parto normal durante todo o pré-natal. “Por preguiça do médico fui para a cesárea. Ele disse que meus quartos eram secos, não esperou nem a dilatação. Eu fui amedrontada que não iria conseguir e entrei na sala de parto sem acompanhante”, lembra. Ela conta que a reação após a cirurgia foi ruim devido a uma reação alérgica. Apenas sete dias depois do nascimento de Gabriel pôde andar normalmente.

A prática de uma cesárea sem necessidade pode ser prejudicial para a criança. Zenilda Bruno justifica que, durante o trabalho de parto, o pulmão do recém-nascido é desenvolvido. No caso do parto cirúrgico, por o bebê não passar por esse processo, pode precisar passar por incubadoras ou por uma UTI neonatal, sendo mais propenso a apresentar problemas respiratórios. “O parto normal prepara o bebê”, explicita.

Experiência de cada mulher
“Eu geralmente digo que o parto transformou a minha vida inteira”, contou a doula Morgana Xavier, 29. O atendimento humanizado durante o nascimento de sua primeira filha, inclusive, a levou pela escolha da profissão, que objetiva dar apoio à mãe antes e durante o parto. O nascimento de Mariana, há sete anos, ocorreu por meio de parto normal no Sistema Único de Saúde (SUS). “Não lembro da dor física do meu primeiro parto, só das coisas boas. É possível ter uma experiência boa, mesmo sem muito aparato”, considera.

Ela conta que a recuperação, no caso de seu primeiro parto, foi bastante rápida. Lembra que, horas depois do nascimento da filha, ela já estava em pé e ajudava a cuidar de outros bebês que estavam na mesma sala, cujas mães estavam mais debilitadas. Em seu segundo parto, também normal, ela teve uma experiência pior por ter sofrido violência obstétrica. Apesar do ocorrido, defende o nascimento natural. “Com a cirurgia você vai precisar de cuidados. Como vai cuidar de outra pessoa?”, argumenta.

A experiência de cesárea foi a melhor escolha na opinião da estudante Priscila Gomes, 28. Mãe de primeira viagem, ela teve medo do parto normal e preferiu a cirurgia para dar à luz a Ilanna, atualmente com 8 anos. “Eu acho que não teria força, não teria a coragem para um parto normal”, confessa. Ela diz que seu médico tentou convencê-la a efetuar o parto normal, mas por “se conhecer”, decidiu contrariar a recomendação.

A recuperação, no caso dela, foi rápida, mesmo com a cirurgia. Ela lembra que no dia seguinte ao nascimento já foi liberada para ir para a casa e, mesmo no hospital, já se sentia confortável para levantar. Se engravidasse novamente, Priscila afirma que escolheria a cesárea novamente. “Foi tão tranquilo, foi a melhor coisa possível”, conta.

Após a primeira cesárea, Samily Mesquita relata que teve que “lutar” para encontrar um obstetra que aceitasse que ela fizesse um parto normal. Ela menciona que eles argumentavam que, por ela já ter feito a cirurgia, o procedimento natural seria perigoso. O nascimento de Miguel, hoje com cinco meses, teve o acompanhamento de uma doula e de seu companheiro e ela não teve complicações como na outra gravidez. “Quando eu terminei o trabalho de parto eu levantei e ajudei o médico a limpar o quarto”, recorda, aos risos.

Fonte: O Povo

A hiperprolactinemia no consultório do ginecologista: como e quando o tratamento medicamentoso é indicado

Quando o ginecologista deve suspeitar de hiperprolactinemia?

Queixas clinicas como irregularidade menstrual, galactorreia e infertilidade são os sintomas que indicam a suspeita clínica de hiperprolactinemia.

Sabe-se que há uma relação positiva entre os níveis de prolactina e o grau de inibição do eixo hipotálamo-hipófise ovariano. A irregularidade menstrual dependente desta interferência, podendo haver ciclos levemente encurtados (insuficiência lútea), ciclos longos ou amenorréia. Há casos até de amenorréia primária. O bloqueio do eixo causa hipogonadismo hipogonadotrófico, com hipoestrogenismo e manifestações como secura vaginal, dispareunia, disfunção sexual e até redução da densidade mineral óssea. O distúrbio ovulatório causa infertilidade. A galactorréia não é um sinal específico, podendo estar presente em indivíduos normoprolactinêmicos, ou estar ausente na presença de níveis elevados de prolactina (1).

Devo investigar quais causas de hiperprolactinemia?

Os prolactinomas são a principal causa de hiperprolactinemia patológica. São denominados microprolactinomas quando menores que 1 centímetro e macroprolactinomas quando tem 1 ou mais centímetros. Outros tumores da região hipotalâmico-hipofisária podem cursar com hiperprolactinemia, seja por produção aumentada da PRL (adenomas hipofisários mistos produtores de PRL e GH ou de PRL e ACTH), seja por comprometimento da haste hipotálamo-hipofisária (adenomas hipofisários clinicamente não-funcionantes e craniofaringiomas). Nesta última situação, são chamados de pseudoprolactinomas, já que não secretam PRL, mas interferem com o aporte de dopamina do hipotálamo para a hipófise. Lesões infiltrativas, vasculares, pós-radioterapia e sela vazia também podem causar hiperprolactinemia.

Uma causa cada vez mais frequente é a hiperprolactinemia secundária a alguns medicamentos da classe dos neurolépticos, antidepressivos tricíclicos, inibidores da monoaminoxidase, alguns anti-hipertensivos, medicamentos de ação gastrointestinal e alguns inibidores seletivos da recaptação da serotonina. É preciso lembrar ainda das drogas ilícitas (heroína, cocaína, anfetamina, morfina) (2,3).

Cerca de 40% dos pacientes com hipotireoidismo primário também apresentam hiperprolactinemia e 30% dos casos de síndrome dos ovários policísticos (SOP). Também é comum na cirrose hepática ou insuficiência renal.

A denominação hiperprolactinemia idiopática é reservada quando não há causa óbvia. Trata-se, provavelmente, de microadenoma com diâmetro pequeno e não visualizado (3).

Citada mas nem sempre evidenciada, a hiperprolactinemia neurogênica ocorre por elevação reflexa da PRL devido a lesões irritativas da parede torácica (herpes zoster, toracotomia, queimadura, mastectomia) e por patologias do cordão medular. Excepcionalmente, há produção ectópica de PRL em gonadoblastoma, teratoma ovariano, carcinoma broncogênico e hipernefroma. Apenas para lembrar, a hiperprolactinemia é fisiológica na gravidez e amamentação, em situações de estresse, exercício e sono (4).

Então, se a paciente tiver queixa de ciclos longos ou amenorréia e galactorréia, associada ou não a infertilidade, devo investigar hiperprolactinemia? Como faço este diagnóstico?

Sim, nestas situações deve-se solicitar dosagem de prolactina.  Para os ensaios mais utilizados, os níveis normais geralmente são inferiores a 25 ng/ml. Na maioria das vezes, uma única medida é adequada para diagnóstico, mas resultado pouco elevado (20-60 ng/ml) deve ser confirmado, especialmente quando não há correlação com a clínica. A dosagem de TSH deve ser solicitada para investigar hipotireoidismo. Proceder avaliação clínica e, se necessária, laboratorial, para diagnóstico de SOP, insuficiência hepática e renal.

Paciente com dosagens elevadas de prolactina, porém com ciclos regulares, sem galactorréia e sem nenhum outro sinal ou sintoma associado. O que fazer?

O exame de sangue deve ser repetido e deve ser solicitada pesquisa de macroprolactina. Macroprolactina é uma isoforma de alto peso molecular da prolactina que pode interferir na dosagem desse hormônio. Constitui menos de 5% da prolactina circulante e tem baixa (ou nenhuma) atividade biológica, podendo confundir a investigação. Assim, se a proporção de macroprolactina for elevada, pode-se identificar altas concentrações de prolactina, sem que isso tenha significado clínico (5,6).

Quando devo investigar a presença de macroprolactina?

A macroprolactina deve ser investigada nas seguintes situações: casos de hiperprolactinemia em mulheres assintomáticas e naquelas com hiperprolactinemia em investigação para SOP. Com altas concentrações de prolactina sérica, mas a paciente não apresenta sintomatologia, desconfie de macroprolactina. Na segunda situação, hiperprolactinemia e investigação para SOP, tanto hiperprolactinemia como SOP apresentam irregularidades menstruais. A macroprolactina auxilia no diagnóstico (1,7).

Como devo pesquisar macroprolactina?

A pesquisa de macroprolactina se faz por precipitação com polietilenoglicol (PEG) ou por cromatografia em gel. A primeira deve ser o método de rastreamento. A adição do polímero PEG precipita as moléculas de macroprolactina e o sobrenadante é quantificado e representa a prolactina verdadeira (8). A cromatografia é utilizada se a precipitação por PEG deixar dúvidas.

Devo tratar macroprolactinemia?

A princípio, a presença de macroprolactinemia não tem necessidade de tratamento, sendo considerada um viés laboratorial.

Se a pesquisa de macroprolactina for negativa e a paciente tiver hiperprolactinemia verdadeira e sintomas, qual o próximo passo?

Deve-se, então, afastar causas medicamentosas, patológicas ou fisiológicas. Após isso, deve-se proceder à investigação por técnicas de imagem, sendo de eleição a Ressonância Magnética (RM) de Hipófise.  A tomografia computadorizada (TC) é menos efetiva para a identificação de tumores, principalmente dos microprolactinomas, sendo indicada na impossibilidade ou contraindicação da RM (9).  Correlacionar dados clínicos, laboratoriais e de imagem antes de iniciar tratamento.

Como devo tratar a hiperprolactinemia por adenoma produtor de prolactina?

Geralmente os prolactinomas respondem bem a tratamento farmacológico. São objetivos do tratamento: redução dos níveis de prolactina, correção dos sintomas, restabelecimento da função gonadal, do hipoestrogenismo e da fertilidade, redução do volume tumoral e de efeitos compressivos. O tratamento utiliza agonistas dopaminérgicos, sendo disponíveis em nosso país a cabergolina e a bromocriptina. A droga de escolha é a cabergolina, com forte efeito inibitório sobre a secreção de prolactina e menos efeitos colaterais, além de ter duração prolongada permitindo doses uma a duas vezes por semana (1, 10).

Como sugestão, iniciar tratamento com cabergolina com um comprimido de 0,5 mg uma vez por semana ou dividir em duas tomadas semanais (meio comprimido). Acertar dose com novas dosagens de prolactina, aumentando meio comprimido semanal enquanto houver sintomas e os níveis se mantiverem elevados. O exame de imagem deve ser repetido geralmente em 12 a 24 meses; repetição com maior frequência apenas em situações específicas.

Se o diagnóstico em uma mulher sintomática for hiperprolactinemia idiopática, como devo tratar?

O tratamento é através de agonistas dopaminérgicos, da mesma forma que nos prolactinomas.

Como acompanhar o tratamento medicamentoso da hiperprolactinemia?

Sugere-se:

  1. Medir níveis de prolactina um a dois meses após início do tratamento
  2. Adequar gradativamente a dose do agente dopaminérgico, guiada pela clínica e dosagem de prolactina, até reversão da sintomatologia e do hipogonadismo
  3. Repetir RM dependendo da causa e da necessidade clínica, mais frequentemente nos macroadenomas. Campo visual em macroadenomas com risco de compressão do quiasma óptico ou com perda de campo visual.
  4. Avaliar perda óssea na amenorréia hipoestrogênica prolongada.

Como proceder se a hiperprolactinemia é por uso de medicamentos?

O ideal seria dosar prolactina antes de iniciar o medicamento e 3 meses após. Níveis que se elevam após iniciar a medicação sugerem tranquilidade quanto à causa, priorizando a troca da medicação, quando possível, por medicamento sem este efeito. Não sendo possível, está indicado usar ciclo substitutivo com estrogênio e progestagênio para repor esteroides sexuais e minimizar efeitos do hipoestrogenismo. Em mulheres com prolactina elevada sem avaliação anterior, é preciso afastar causa tumoral.

E quando há aumento de prolactina e de TSH?

É provável que a hiperprolactinemia seja secundária ao hipotireoidismo, quando a elevação do hormônio liberador da tireotrofina (TRH), que estimula a secreção do TSH, também estimula a prolactina. Deve-se tratar o hipotireoidismo e reavaliar a prolactina quando normalizado, uma vez que os níveis de prolactina tendem a se normalizar.

Autores:

Cristina Laguna Benetti Pinto
Daniela Angerame Yela
Gustavo A. R. Maciel

Referências

  1. Melmed S, Casanueva FF, Hoffman AR, Kleinberg DL, Montori VM, Schlechte JA, Wass JA. Endocrine Society. Diagnosis and treatment of hyperprolactinemia: an Endocrine Society clinical practice guideline. J Clin Endocrinol Metab.2011;96(2):273-88.
  2. Molitch ME. Drugs and Prolactin. Pituitary 2008; 11(2): 209-18.
  3. Casanueva FF, Molitch ME, Schlechte JA, Abs R, Bonert V, Bronstein MD, et al. Guidelines of the Pituitary Society for the diagnosis and management of prolactinomas. Clin Endocrinol (Oxf). 2006;65(2):265-73
  4. Molitch ME. Disorders of prolactin secretion. Endocrinol Metab Clin 2001;30:585-610
  5. Samson SL, Hamrahian AH, Ezzat S; AACE Neuroendocrine and Pituitary Scientific Committee. American College of Endocrinology (ACE). American Association of Clinical Endocrinologists, American College of Endocrinology disease state clinical review: clinical relevance of macroprolactin in the absence or presence of true hyperprolactinemia. Endocr Pract. 2015 Dec;21(12):1427-35.
  6. Bronstein MD. Editorial: is macroprolactinemia just a diagnostic pitfall? Endocrine. 2012;41(2):169-70.
  7. Hayashida SA, Marcondes JA, Soares JM Jr, Rocha MP, Barcellos CR, Kobayashi NK, Baracat EC, Maciel GA. Evaluation of macroprolactinemia in 259 women under investigation for polycystic ovary syndrome. Clin Endocrinol (Oxf). 2014;80(4):616-8.
  8. Vieira JG, Tachibana TT, Ferrer CM, Sá Jd, Biscolla RP, Hoff AO, Kanashiro I. Hyperprolactinemia: new assay more specific for the monomeric form does not eliminate screening for macroprolactin with polyethylene glycol precipitation. Arq Bras Endocrinol Metabol. 2010;54(9):856-7.
  9. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Hiperprolactinemia; Portaria SAS/MS nº 1160, de 18 de novembro de 2015.
  10. Webster J,Piscitelli G,Polli AFerrari CIIsmail IScanlon MF. A comparison of cabergoline and bromocriptine in the treatment of hyperprolactinemic amenorrhea. Cabergoline Comparative Study Group. N Engl J Med 1994; 331:904-9.

Fonte: Febrasgo

A importância da atividade física durante a gravidez

“Gravidez não é doença”. A frase é da funcionária pública Dalila Mattozo, de 30 anos. Grávida de sete meses de Bia, a potiguar segue firme nos exercícios físicos e treina cinco dias na semana, sob o acompanhamento de um profissional, o que lhe garante disposição para enfrentar o dia a dia. “É uma das coisas que tem ajudado a me manter de pé, com mais qualidade de vida”, dispara.

A atividade física garante benefícios para a mãe e o bebê e ainda contribui para o momento do parto. Melhora o condicionamento físico, fortalece a musculatura, facilitando o trabalho de parto, reduz o inchaço, ameniza desconfortos intestinais, diminui os riscos de hipertensão e obesidade, além de prevenir dores nas costas, sendo a lombalgia uma das mais comuns.

Porém, a gestante deve procurar um médico antes de dar início às atividades físicas. Lembrando que a prática da atividade física no período gestacional deve ser desenvolvida desde que a mulher apresente condições apropriadas e esteja liberada pelo obstetra.

Embora as benesses sejam muitas, é preciso redobrar os cuidados na hora do treino. De acordo com a instrutora de academia Raianny Alves, a mãe precisa respeitar as condições provenientes da gravidez e o profissional deve estar atento às limitações de cada gestante.

“Durante a gravidez, é importante atenuar a carga, a intensidade e a frequência de treinos, encurtando os riscos de complicações gestacionais. Estes cuidados são parâmetros para evitar redução de nutrientes para o feto, a hipóxia, que é a falta de oxigênio para o bebê, lesões musculares e problemas articulares, que podem surgir em detrimento da liberação da relaxina, hormônio que causa frouxidão articular e ligamentar”, explica Raianny, que está na reta final da gravidez e segue dando aula e mantendo os treinos.

Algumas atividades físicas mais recomendadas são as aulas coletivas de indoor cycling, musculação, dança, pilates, caminhada, yoga, hidroginástica e natação. “Estes exercícios são interessantes, pois ajudam as mamães a seguirem saudáveis durante toda a gestação”, afirma a profissional de educação física.

Fonte: Bebe.com.br

Respeite a decisão da mãe que não quer visitas na maternidade

Pode soar estranho para alguns, mas não tem nada demais uma mãe não querer receber visitas na maternidade ou em casa. Os primeiros dias (ou meses) após o parto são um momento importantíssimo para os pais conhecerem o bebê que acabou de chegar.

Tudo é novidade. A mulher está aprendendo a ser mãe, a dar de mamar, está exausta com uma sequência de noites mal dormidas. A criança chora, não fala e os pais não sabem ao certo qual o motivo do desconforto.

Além disso, a mulher enfrenta todas as transformações físicas, emocionais e hormonais do puerpério – período que costuma durar até 45 dias após o parto, mas pode variar. Então nada mais justo, se essa for a opção daquele núcleo familiar, do que enfrentar esse período longe das visitas.

Por mais bem-intencionadas que as visitas sejam, exige da nova família um tempo para se preparar – tomar um banho e pentear o cabelo ao menos – e servir um café. E por mais que o horário da visita seja comercial, não sabemos como está a rotina da família. De repente, o amigo ou parente chega bem na hora em que o bebê dormiu e a mãe poderia dar uma cochiladinha – mas agora vai ter que fazer sala.

“É uma escolha individual. O bebê precisa de amor, disponibilidade e nutrição. O importante é respeitarmos as necessidades do bebê e cuidarmos dos pais, assim eles podem dizer o que é melhor para eles, e logo, também para o bebê”, afirma a doula Janie de Paula.

Como dizer aos amigos e parentes que não quer recebê-los sem ofender e magoar? Cabe aos pais a tarefa. “Somos responsáveis por contar qual é o nosso limite. Se tornar mãe é um grande exercício de conseguir dizer para o mundo o que é melhor para si mesma e para seus filhos”, afirma a doula.

Mas Janie admite que nem todos entendem a decisão. “Acho compreensível se chatear. A família também se emociona e quer conhecer o bebê.”

Para evitar situações constrangedoras, os amigos e familiares podem perguntar aos recém-pais se vão querer visitas ao bebê. “Vale fazer uma pergunta sincera: quando você quiser minha visita, me avise e vou. Diga para avisar se precisar de algo que você leva. Podemos jogar fora o que se julga bem-educado socialmente e descobrir o que a mulher realmente prefere.”
Etiqueta da visita

Se os novos pais são do tipo que curtem visitas – sim, elas são boas companhias e continuam amadas -, aconselha-se que os convidados mesmo assim respeitem os limites da família.

“A mãe está com o corpo em um processo intenso de adaptação e reorganização, aprendendo a amamentar, conhecendo o bebê, é importante que ela não tenha que cuidar das visitas”, diz a doula Janie de Paula.

Outra recomendação: tem mãe que não gosta que os convidados segurem o bebê, enquanto outras não se importam. Respeite isso.

“É bom que a mãe não tenha que ficar pedindo o bebê de volta. Cada família vai descobrindo, aos poucos, a melhor maneira de cuidar do bebê”, afirma a doula.

Fonte: Veja.com

Essa criança não é velha demais – mitos sobre amamentação

Não existe idade máxima para uma criança ser amamentada. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), referendada pelo Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria, é que as mães amamentem seus filhos por até dois anos ou mais.

Apesar de a orientação ser clara, a amamentação prolongada é cercada de mitos e críticas. Mulheres que amamentam crianças mais velhas são costumeiramente criticadas por estranhos e até mesmo conhecidos. Uma das perguntas mais ouvidas é se ‘a criança não é velha demais para estar mamando’. A resposta para essa pergunta é não.

“Não existe uma data-limite para suspender a amamentação. Espera-se que o desmame ocorra naturalmente”, afirma Elsa Giugliani, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Quem define esse limite é a mãe e o bebê. “Não há nenhum marcador cronológico. Se vai ser com 1 ano ou 3 anos, diz respeito apenas à relação da mãe com a criança. A amamentação tem que ser adotada enquanto estiver boa para os dois lados”, afirma o pediatra Carlos Eduardo Corrêa, o Cacá.

Mesmo assim existe muita confusão e informação incorreta cercando a idade máxima para amamentar uma criança. Não é verdade, por exemplo, que a amamentação atrapalhe a introdução alimentar dos bebês. “As pessoas se confundem porque existe a recomendação de amamentar exclusivamente com leite materno até os seis meses. Acabam achando que amamentar por seis meses é suficiente, mas não é”, afirma Elsa Giugliani.

Outro mito que perturba as mães que amamentam por mais tempo é que o leite materno deixa de oferecer nutrientes para a criança a partir de uma certa idade. “O leite materno continua sendo mais nutritivo que o leite artificial”, diz o pediatra Moises Chencinski, criador do movimento #EuApoioLeiteMaterno.

Para Chencinski, os mitos envolvendo a amamentação prolongada refletem um problema cultural. “Nossa sociedade acha que criança mais velha não deve ser amamentada. Mas o que é uma criança grande? É uma de 1 ou 3 anos? Uma de 10 quilos ou de 15 quilos?”, questiona ele.

Cacá lembra que existia um mito ligando leite materno à pobreza – menos popular antigamente, só os mais ricos conseguiam comprar leite artificial. “Amamentação é indiscutivelmente melhor do ponto de vista nutricional e imunológico, oferece proteção contra doenças infecciosas. Não tem nada a ver com ser um hábito de pobre.”

Esse mito está relacionado com a inserção da mulher no mercado de trabalho e expansão da indústria de leite artificial. “A partir das décadas de 60 e 70, as sociedades ocidentais começaram a reduzir o tempo de amamentação e isso passou a ser a regra. Mas quando se olha para a história, verificamos que antigamente se amamentava por dois anos ou mais”, afirma Elsa.

Outro mito é o de que a criança amamentada com leite materno vai ficar obesa. É justamente o contrário. “Estudos mostram que quanto mais tempo a criança se alimenta de leite materno, menor é o risco de obesidade e sobrepeso”, diz Chencinski.

Uma questão que atormentava muitas mulheres era a falta de apoio dos pais para o prolongamento da amamentação. “Mas isso está mudando e os pais estão cada vez mais se conscientizando da importância da amamentação”, afirma o pediatra.

É bom lembrar que leite materno não é só uma questão de alimentação, as crianças não mamam apenas porque sentem fome. A amamentação conforta e acalma os bebês, reforça os vínculos entre mãe e filho.

Fonte: Veja.com

Amamentação previne contra alergias alimentares em bebês, diz pesquisa

Consumir ovos, amendoins e mariscos durante a amamentação, alimentos com conhecido potencial alergênico, ajuda a prevenir alergias nos bebês. É o que mostra um estudo feito com ratos pelo Hospital Infantil de Boston, nos Estados Unidos. Como assim? A explicação é simples: quando o corpo da mãe entra em contato com essas substâncias, ele cria anticorpos de defesa contra os mesmos. E estes, por sua vez, são transmitidos ao bebê pelo leite materno. De acordo com a médica Renata Cocco, coordenadora do departamento científico de alergia alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), essas descobertas já foram demonstradas em estudos prévios.

Mesmo assim, ainda há médicos e pacientes que tenham receio de comer certos tipos de comida para minimizar alergias. “A recomendação, sendo assim, é que a gestante (e a mulher que amamenta) tenham uma dieta saudável, sem restrições de alimentos alergênicos como forma de prevenção contra alergias alimentares em seus filhos. Até porque, atualmente, há mais evidências a respeito do efeito protetor da alimentação do que o contrário”, conclui.

Fonte: Revista Crescer

Vacinação da Coqueluche para Gestantes

Tendo em vista:

  • A orientação dos associados Ginecologistas e Obstetras com informações técnicas e científicas;
  • Que o objetivo desta orientação seja a maior segurança no exercício profissional e a qualidade no atendimento das mulheres;
  • A manutenção de casos registrados de óbito em crianças abaixo de três meses de vida por coqueluche, prevenível através da vacinação adequada da mãe;
  • A existência de uma vacina tríplice bacteriana acelular do adulto (dTpa) disponível tanto na rede privada, quanto na rede pública (gratuitamente) e
  • Finalmente, pelos índices atuais de cobertura vacinal das gestantes estar abaixo do esperado;

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO – vem por meio desta, RECOMENDAR que toda gestante e em cada gestação receba orientação e prescrição de uma dose de vacina dTpa para ser aplicada após a 20ª semana de gestação (até 15 dias antes do parto, para ter algum efeito de transferência de anticorpos para o feto). Adicionalmente, é salutar a orientação da mesma vacinação para os possíveis contatos da futura criança.

A FEBRASGO acredita que a perda de um filho tão precoce e por uma doença prevenível, cuja principal fonte de transmissão é a própria família, resulta em um imenso transtorno para a vida das mulheres e seus familiares. Ao fazer tal ação durante a gestação e deixando-a registrada, o Ginecologista e Obstetra, além de exercer sua função maior de zelar pela vida, poderá se eximir de possível responsabilização judicial, no caso de ocorrer alguma fatalidade decorrente da coqueluche neonatal.

Comissão Nacional Especializada de Vacinas – FEBRASGO

Fonte: Febrasgo