Anorexia Nervosa
É normal querer perder uns quilinhos, por saúde ou por pura estética. O problema é quando esse “querer emagrecer” se torna uma obsessão que, futuramente, levará à problemas sérios de saúde.
Na anorexia nervosa, uma pessoa de 30kg pode se enxergar com 300kg ao se olhar no espelho. Assustada, ela diminui drasticamente a sua alimentação, além de praticar exercícios exaustivamente, tomar laxantes e até mesmo vomitar a pequena quantidade de alimento que resiste em seu estômago. E assim começa um dos distúrbios alimentares mais perigosos que é rotina, principalmente, de mulheres entre 10 e 3o anos.
Causas
A primeira hipótese que vem a cabeça é: pressão estética da sociedade, dos familiares e do círculo social.
A moda continua incentivando a magreza e as redes sociais só intensificam essa perspectiva de perfeição, de ideal. No Instagram há muitos perfis que ainda incentivam a anorexia e a bulimia, vencendo as tentativas da plataforma de bloquear a disseminação dessas informações.
Quando o usuário pesquisa temas como anorexia e bulimia, o Instagram o incentiva a procurar ajuda profissional. Mas os perfis pró anorexia e bulimia, encontraram formas de burlar a plataforma, criando hashtags com variações das palavras originais, dificultando o reconhecimento delas por pessoas que não “participam” do transtorno alimentar.
Além da pressão estética, há também influência do histórico familiar. Um estudo realizado pelo Instituto Karolinska, em Estolcomo, revelou que a ação de um gente específico, transmitido durante a formação do bebê, torna seus portadores mais pré-dispostos à doença.
Da mesma forma, alterações neuroquimicas cerebrais, como a queda de serotonina e noradrenalina podem estimular o desenvolvimento da anorexia nervosa. A queda dessas substâncias podem desencadear ansiedade, depressão, entre outros distúrbios psicológicos.
Sintomas e comportamentos:
- Batimentos cardíacos mais lentos;Queda de cabelo;
- Pele seca e coberta por lanugo (pelos curtos e finos sem pigmentação);
- Enfraquecimento dos ossos, osteoporose;
- Problemas gastrointestinais;
- Perda exagerada e rápida de peso sem nenhum motivo aparente;
- Uso de roupas largas para esconder o corpo;
- Isolamento social e familiar;
- Evitar fazer refeições junto de outras pessoas, principalmente com a família;
- Preocupação exacerbada com o valor calórico dos alimentos;
- Prática exagerada de exercícios;
- Perda de apetite;
- Amenorreia (ausência de menstruação) e regressão das características femininas, como a diminuição dos seios.
Diagnóstico
O peso deve estar 15% abaixo do indicado para a idade e a altura do paciente. A parte mais difícil do diagnóstico é lidar com a negação do paciente, que encara os quilos perdidos como um acontecimento extremamente positivo.
Outras características que devem ser avaliadas são os sinais de desnutrição e a exclusão de outras doenças por meio de exames laboratoriais. Também faz parte do diagnóstico a avaliação psicológica do paciente: como ele enxerga seu corpo e como isso influencia o seu dia a dia. Quanto antes o diagnóstico for feito, menor será o risco de da doença piorar.
Tratamento
Na maioria das vezes, a anorexia nervosa está associada a problemas psicológicos, como depressão, síndrome do pânico, ansiedade e comportamentos obsessivos e compulsivos. Por isso é importante a presença de uma equipe multidisciplinar de médicos, nutricionistas e psicólogos durante o tratamento. Principalmente porque a/o paciente costuma ficar do lado da doença, querendo continuar na situação em que sua saúde se encontra, em prol da magreza.
O nutricionista vai ser responsável por regularizar a alimentação, pouco a pouco. Assim que o corpo, e consequentemente o cérebro, estiverem mais alimentados, o psicólogo e o psiquiatra vão conversar com o paciente para descobrir e tratar a raiz do problema, por meio de terapia e medicamentos. Muitas pacientes se surpreendem com as respostas encontradas durante o processo de recuperação, pois descobrem que suas angústias iam além da simples insatisfação com o corpo.
Muitas vezes, o médico prescreve medicamentos para reequilibrar a bioquímica cerebral. Em casos graves, com perda de mais de 25% do peso, a internação é necessária.
O apoio dos amigos e da família é fundamental em todo o processo.