Um furacão chamado menopausa

Resumidamente falando, menopausa é a data que marca a última menstruação – ela ocorre, em média, entre 48 e 51 anos de idade, devido à interrupção da produção dos hormônios femininos pelos ovários.

No entanto, para a maioria das mulheres, ela é muito mais que uma mera alteração hormonal. A menopausa é uma fase marcante, que traz um turbilhão de emoções, mudanças e sofrimentos. É um momento que a mulher deve ser forte, por mais que seu corpo diga o contrário. É um momento para repensar e reconstruir sua vida a partir das novas oportunidades que surgem.

Perimenopausa

A perimenopausa é ponto de partida.  É período em as alterações hormonais começam, como a queda de estrogênio e da progesterona. Estas oscilações deixam a mulher maluca, ou melhor, mais vulnerável fisicamente e psiquicamente. As ondas de calor também chegam com tudo, e vem muito bem acompanhadas de  desânimo, a irritabilidade, inclusive insônia perda de memória.

Questões sexuais, então? Vish! Perda de libido e dores durante o ato são as principais. As dores são consequência do afinamento do epitélio e da redução da lubrificação por conta da falta de estrogênio, sua produtora.

Menopausa

Depois do sufoco, ainda vem mais sufoco.  Além dos fatores hormonais, outros desafios surgem para bagunçar a vida das mulheres. Um deles é relação com sua família, amigos e consigo mesma. Filhos crescidinhos e morando sozinhos, relações amorosas recentes ou tão antigas que precisam de manutenção e amigos mais distantes.

Um fator que torna o desafio ainda maior, é a mudança de personalidade. Pois é, aquela sua amiga que era super extrovertida e topava tudo, agora não sai mais de casa e está sempre desanimada. Querendo ou não, estas alterações afetam o autoestima, a relação consigo mesma e a relação com os outros.

Como ajudar?

É importante analisar a vida desta mulher de cabo a rabo, para poder compreender a potência dessas mudanças em sua vida. Como um terapeuta vai saber se a personalidade de sua paciente mudou se ele não faz ideia de como ela era antes? Quanto mais detalhes, melhor será o tratamento.

Inclusive, é comprovado cientificamente que mulheres que tiveram depressão pós-parto e TPM são mais suscetíveis a desenvolver problemas psicológicos na menopausa.

A reposição hormonal também é uma alternativa, mas que não é ideal para todas as mulheres. Sua escolha é interessante em casos de desânimo, alteração de humor, irritabilidade e insônia.

E não, reposição hormonal não engorda!

O que engorda é a redução da atividade metabólica que vai se agravando durante a vida.

O que pode ser feito por você!

A mudança de hábitos de vida é fundamental. Dedicar-se a atividades que lhe deem prazer, resgatem sua autoestima e te estimulem mentalmente. É importante aceitar novos desafios, buscar o convívio com os amigos e rever o tipo de relacionamento e vínculo estabelecido com as pessoas da família.

Atividade física também é fundamental. Além de prevenir a osteoporose, está provado que melhora o humor e a memória. O exercício físico não só aumenta a secreção de endorfinas, praticamente um analgésico natural, mas também aumenta a secreção de serotonina, um hormônio neurotransmissor que interfere positivamente no estado afetivo da mulher.

Pós-menopausa

A mulher na pós-menopausa pode contar com recursos médicos que garantem qualidade de vida em todas as suas funções, inclusive na sexualidade. O primeiro passo, portanto, é lutar contra o estigma e o preconceito vigente. Para tanto, abordamos o marido e os filhos dessas mulheres, pois as relações familiares pesam muito na gênese das alterações comportamentais da menopausa.