O que podemos aprender com a segunda onda mortal da gripe espanhola de 1918

Na onda mortal de outono da pandemia de gripe espanhola de 1918, milhões de pessoas foram condenadas porque não sabiam o que agora entendemos sobre como os vírus e as doenças respiratórias se espalham.

Podemos enfrentar um destino semelhante se algumas pessoas continuarem a ignorar o que um século de progresso científico e análise retrospectiva da história nos ensinou sobre como acabar com as pandemias.

A pandemia de 1918 ocorreu em três ondas, da primavera (no hemisfério norte) de 1918 ao inverno de 1919, matando de 50 milhões a 100 milhões de pessoas em todo o mundo. A primeira onda de março a junho de 1918 foi relativamente amena. A maioria das mortes ocorreu a partir de setembro de 1918, na segunda e pior onda da gripe de 1918.

Especialistas em saúde esperam que as infecções por Covid-19 aumentem neste inverno do hemisfério norte porque o vírus que causa a Covid-19 é um coronavírus, e outros coronavírus se espalham mais durante a estação mais fria. Na atmosfera invernal, menos úmida, as partículas portadoras de vírus podem permanecer no ar por mais tempo.

Além disso, nossas membranas nasais são mais secas e mais vulneráveis a infecções no inverno. Além disso, à medida que o clima fica mais frio, passamos mais tempo em ambientes fechados sem ventilação suficiente, o que significa que o vírus tem maior probabilidade de se espalhar.

A Covid-19 ainda não “ceifou tantas vidas quanto a gripe espanhola. Cerca de 675 mil pessoas morreram nos Estados Unidos até o final da pandemia de 1918”, disse Jeremy Brown, médico de emergência e autor de “Influenza: The Hundred-Year Hunt to Cure the Deadliest Disease in History” (“Gripe: A caça de cem anos para curar a doença mais mortal da história”, sem edição no Brasil). 

“Isso seria, proporcionalmente hoje, cerca de 3 milhões de pessoas nos EUA. A boa notícia é que não vimos esses números. É claro que os números são realmente assustadores. Mas a história de que estamos falando ainda não acabou”, continuou Brown.

Por que a segunda onda foi tão mortal


Existem várias possibilidades sobre o porquê da segunda onda de 1918 ter sido tão terrível, incluindo a teoria de um vírus que possivelmente sofreu mutação e a dos padrões de movimento e comportamento humano na época. O inverno significou que a gripe também se espalhou mais, e as pessoas ficavam dentro de casa com mais frequência.

“Meu palpite é que o vírus não se saiu tão bem para infectar pessoas na primavera e teve que se adaptar”, disse John M. Barry, autor de “A Grande Gripe: A história da pandemia mais mortal da história”. “Então, uma mutação que era melhor para infectar pessoas e também mais virulenta assumiu o controle”.

Nos pacientes da gripe de 1918, a pneumonia frequentemente se desenvolvia e matava já no segundo dia de infecção. Os esforços para a Primeira Guerra Mundial ainda estavam ativos, portanto, a disseminação desenfreada foi facilitada por movimentos de tropas e acampamentos militares lotados.

Para onde os militares viajavam, o vírus também ia com eles, resultando no adoecimento por gripe e pneumonia de 20% a 40% do pessoal do Exército e da Marinha dos EUA no outono, interferindo nos treinamentos e na eficácia dos militares. “A gripe e a pneumonia mataram mais soldados e marinheiros norte-americanos durante a guerra do que as armas inimigas”, relatou um estudo de 2010.

Regimento da Cruz Vermelha em Seattle durante Gripe Espanhola de 1918
O 39º Regimento marcha pelas ruas de Seattle em dezembro de 1918, usando máscaras feitas pelo Capítulo de Seattle da Cruz Vermelha

Seis dias após o primeiro caso de gripe ser relatado em Camp Devens, Massachusetts, os casos haviam se multiplicado para 6.674. Quando o coronel Victor C. Vaughan se lembrou de Camp Devens, “foi chocante”, escreveu Gina Kolata, uma repórter de ciência e medicina do “The New York Times”, em seu livro “Flu: The Story of the Great Influenza Pandemic of 1918 and the Search for the Virus That Caused It” (“Gripe: A história da grande pandemia de gripe de 1918 e a busca pelo vírus que a causou”, sem edição no Brasil).

“Ali estava Vaughan, no meio da primeira guerra a usar armas modernas, uma guerra que estava derrubando jovens com metralhadoras e gás, mas que não era nada comparado a esta doença”, escreveu Kolata.

Um imenso obstáculo na época foi a falta de conhecimento das características, do comportamento e da gravidade do vírus. A pandemia veio antes da consciência de como era um vírus e de como isolá-lo. A violência da segunda onda levou algumas pessoas (incluindo médicos) a pensar que estavam lidando com uma doença diferente daquela da primavera.

Celebração do armistício, em novembro de 1918, levou milhares de pessoas às ruas
O anúncio do armistício em 11 de novembro de 1918 foi a ocasião para uma grande celebração na Filadélfia que infectou milhares de participantes

As mortes por gripe atingiram o pico em novembro de 1918, que foi possivelmente o mês mais mortal da pandemia. Um desfile na Filadélfia realizado no Dia do Armistício em 11 de novembro infectou milhares de participantes.

O impacto social

A gripe de 1918 atingiu toda a sociedade. Aproximadamente metade das mortes aconteceu entre jovens adultos de 20 a 40 anos, em contraste com a pandemia atual, com adultos mais velhos mais propensos a sofrer doenças graves e morte por Covid-19.

Muitos eventos, escolas e espaços públicos foram cancelados e fechados. “O fantasma do medo caminhava por toda parte, fazendo com que muitos círculos familiares se reunissem porque os diferentes membros não tinham mais nada para fazer a não ser ficar em casa”, escreveu Kolata, citando um jornal do Arizona.

Trabalhadoras em Nova York trabalharam com máscaras amarradas no rosto em 1918.
Trabalhadoras em Nova York trabalharam com máscaras amarradas no rosto em 16 de outubro de 1918

As autoridades impuseram o uso de máscara e leis anticusparadas. As autoridades municipais infligiram medidas punitivas, incluindo multas contra pessoas que infringiram as regras. O marechal-geral do Exército dos EUA cancelou em outubro uma chamada para exercício de 142 mil homens, apesar de eles serem necessários na Europa.

O impacto sobre os adultos no auge significa que muitas crianças perderam um ou ambos os pais. O mundo perdeu gerações de jovens, e para eles a pandemia e a Primeira Guerra Mundial tornaram-se as experiências centrais de suas vidas.

Vantagem dos dias modernos

Agora, vamos avançar para o ano de 2020. Vários avanços científicos nos deram uma pequena vantagem na mitigação da disseminação e dos efeitos de doenças respiratórias como a gripe e a Covid-19. Melhorias tecnológicas têm permitido aos pesquisadores visualizar células e vírus usando microscópios eletrônicos e cristalografia de raios-X, o que também permite capturar milhões de imagens deles. Microbiologistas agora podem isolar, identificar e descrever a estrutura dos vírus.

Para Kolata, embora tenhamos testes de coronavírus, uma lacuna é “que não temos capacidade de teste suficiente e os testes demoram muito”. Ela continua: “quando algo como o coronavírus começa a se espalhar, com sintomas que podem imitar os da gripe (febre alta, calafrios), o sistema de testes pode se sobrecarregar com facilidade quando começa a temporada de gripe”.

Felizmente, não estamos em uma guerra global. O olhar retrospectivo e anos de progresso científico nos ensinaram como as doenças respiratórias se espalham – ou seja, por encontros com gotículas respiratórias facilitadas pelo contato próximo e pela higiene insuficiente. No entanto, para serem eficazes, essas vantagens científicas e médicas requerem conformidade pública.

O que podemos fazer

Embora os casos de Covid-19 estejam aumentando e possam aumentar neste inverno do hemisfério norte, existem coisas que podemos fazer para conter a disseminação. Precauções como distanciamento físico, evitar encontros e viagens desnecessárias, lavar as mãos e usar máscara ainda são importantes.

Estocar alimentos, itens médicos e de preparação para emergências – com responsabilidade e de uma maneira que seja justo para todos – pode ajudar a limitar as idas às lojas, diminuindo assim as chances de propagação.

Em 1918, não havia uma vacina aprovada e regulamentada. Desta vez, com o coronavírus, a Operação Warp Speed nos Estados Unidos e outros programas estão testando vacinas para serem capazes de inocular o povo possivelmente na primavera de 2021.

O que também tem imenso valor é dar atenção às atualizações e orientações das autoridades locais de saúde pública e ao conhecimento científico de pesquisadores e organizações como a Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA  e a Organização Mundial de Saúde.

“Se todos os distanciamentos sociais e máscaras forem eficazes contra o coronavírus, se tivermos sorte, eles podem ser eficazes contra a gripe também”, disse Kolata. “Espero que as pessoas tomem as vacinas contra a gripe, que não 100% eficazes, mas certamente são melhores do que nada”.

A mulher e a violência psicológica

“A mulher não é só casa, mulher-loiça, mulher-cama, ela é também mulher-asa, mulher-força, mulher-chama1“. “Ela tem força, ela tem sensibilidade, ela é guerreira. Ela é uma deusa, ela é mulher de verdade2“. “Que mulher ruim, Jogou minhas coisas fora, Disse que em sua cama eu não deito mais não, A casa é minha, você que vá embora, Já pra saia da sua mãe e deixa meu colchão3“, “A sorte é mulher, e querendo dominá-la, é necessário bater nela e forçá-la4“, “Deve-se temer mais o amor de uma mulher do que o ódio de um homem5“, “O verdadeiro homem quer duas coisas: perigo e jogo. Por isso quer a mulher: o jogo mais perigoso6“, “Cem homens podem formar um acampamento, mas é preciso uma mulher para se fazer um lar7“, “É mais claro que o sol, que Deus criou a mulher para domar o homem8“, “Um homem pode viver feliz com qualquer mulher desde que não a ame9“, “Fragilidade, o teu nome é mulher!10“.

Afinal, a mulher precisa ser dominada, para não domar o homem? A mulher é um ser perigoso? A mulher nasceu para ser dona do lar? A mulher é um ser frágil? O que é ser uma mulher nos dias atuais? Ela realmente encontrou seu espaço? E qual seria este espaço?

Em 7/8/19, dia em que comemorou-se os 13 anos da Lei Maria da Penha o ministro da Justiça, Sérgio Moro, publicou um tweet que gerou enorme discussão e muitos debates, onde declarou que talvez, os homens se sintam intimidados pelo crescente papel da mulher na sociedade e alguns, por conta disso, recorrem, infelizmente, a violência física ou moral para afirmar uma pretensa superioridade.

Passam-se os anos e algumas coisas não mudam, a forma como a mulher é vista por muitos, é uma delas.

Infelizmente, a igualdade de gênero nem sempre foi um assunto devidamente abordado e priorizado pela sociedade, a mulher por muitos anos recebeu uma educação diferente da dos homens, sendo proibida até mesmo de ler e escrever. Quando solteira, vivia sob o domínio do pai ou irmão mais velho, que transmitiam todos os direitos ao marido, quando do casamento.

Não fosse suficiente, por um período, no regime das ordenações, era permitido ao marido, inclusive, a aplicação de penas corpóreas a esposa, hoje, a violência por muitos é justificada como uma “paga” ao mau comportamento da mulher, seja ele por uma vestimenta, ou pela busca de colocação na sociedade.

Não são raros os casos em que mulheres são violentadas física ou psicologicamente por seus companheiros de vida e até mesmo de trabalho, quando ‘ousam’ agir de forma igualitária ou assumem determinadas posições de destaque.

Myrthes Gomes de Campos, foi a primeira mulher a se formar em direito no Brasil, em 1898 pela Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, causando enorme escândalo para sua família e para sociedade da época, uma vez que era completamente inimaginável uma mulher construindo uma vida fora do casamento.

Por longos anos ela tentou o ingresso no quadro de sócios efetivos do Instituto dos Advogados do Brasil, condição necessária para o exercício profissional da advocacia, mas conseguiu exercer a profissão apenas em 1906, quando sua filiação foi aprovada numa assembleia apertada com escrutínio de 23 votos a favor e 15 contra.

Auri Moura Costa foi a primeira mulher a assumir a função de juíza, ingressando na magistratura em 1939 após sua aprovação em concurso público em Fortaleza, CE, e apesar de seu inquestionável conhecimento e capacidade técnica, foi um possível entendimento equivocado por parte da banca examinadora que, ao avaliar sua prova, tomou o seu nome como referindo-se a um homem, o que evitou uma manifestação tendenciosa.

É evidente que hoje o cenário é muito diferente, de modo que as mulheres podem ocupar os bancos acadêmicos e cargos jurídicos sem qualquer óbice, inclusive, segundo levantamento realizado pelo Blog Exame da Ordem em 2019, a quantidade de mulheres acadêmicas de Direito é maior do que de homens, uma vez que existem 486.422 estudantes do sexo feminino diante de 392.812 do sexo masculino.

Mas tal evolução numérica está longe de garantir que as mulheres realmente podem ocupar o lugar que pretendem sem qualquer dificuldade exclusivamente pelo fato de serem mulheres. 

Como demonstrado acima, desde Sócrates a mulher é considerada inferior, frágil e ao mesmo tempo perigosa e manipuladora para os homens.

Sendo que para muitos, este é o motivo para utilização de força psicológica para coibir o crescimento da mulher dentro de casa e no mercado de trabalho.

Neste sentido, temos a violência psicológica, cada dia mais crescente na sociedade, e muito mais comum do que se imagina. Os dados levantados pelo Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), do Ministério da Saúde, mostram que somente em 2017, último ano com números disponíveis, houve 78.052 casos de violência psicológica contra a mulher em todo o país, sendo que elas sofrem quatro vezes mais violência psicológica do que os homens.

O tema é tão grave e preocupante que a Lei Maria da Penha em seu inciso II do artigo 7°, caracterizou a violência psicológica como conduta criminosa, seguindo a orientação da Organização Mundial da Saúde. Diz o texto:

Qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradas ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição costumaz, insulto, chantagem ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.

A violência psicológica pode ser identificada entre outras formas, através de xingamentos, atitudes que humilham, menosprezam ou afastam a vítima de seus familiares e amigos. Numa relação afetiva, o agressor geralmente ofende as mudanças do corpo, xingando a mulher de gorda, ou magra demais, as roupas por considerar chamativas ou vulgares demais, e qualquer outra coisa que o desagrade ou considere ofensiva ou ameaçadora.

Mas, a despeito da existência de um conceito normativo e de todos os casos já denunciados e noticiados, as vítimas ainda possuem dificuldades em identificar as ocorrências da violência psicológica.

Muitas vezes justificam os episódios violentos com os próprios comportamentos, ou até mesmo acreditam ser o temperamento do agressor ou consequência do uso de álcool e/ou entorpecentes.

Quando a violência ocorre no ambiente de trabalho, a vítima geralmente é humilhada, não tem direito a fala, sendo interrompida constantemente como se não dominasse o assunto e as mulheres muitas vezes terminam por acreditar que são incapazes e despreparadas para o ofício.

Neste sentido os sociólogos Don Zimmerman e Candace West, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, realizaram um estudo denominado Sex Roles, Interruptions and Silences in Conversations em que analisaram 31 diálogos gravados em lugares públicos como cafés, farmácias e campus universitários. Neste estudo descobriram que, enquanto nas conversas entre pessoas do mesmo sexo aconteceram sete interrupções no total, nas conversas entre homens e mulheres, foram 48 interrupções – 46 delas feitas por um homem, no meio da fala de uma mulher.

A Universidade George Washington, realizou pesquisa semelhante em 2014 que mostra que, durante um diálogo, os homens interrompem as mulheres 33% mais do que quando eles estão falando com outro homem.

Durante o primeiro debate presidencial entre Hillary Clinton e Donald Trump, em setembro de 2016, segundo o portal americano de notícias Quartz, o republicano interrompeu a candidata democrata em 51 momentos, o que serviu de motivação para o crescimento de diversos movimentos ao redor do mundo de combate ao manterrupting, termo que mistura “man” (homem) com “interrupting” (interrompendo).

A violência psicológica tanto no ambiente familiar quanto no ambiente de trabalho, aniquila os sonhos, planos, autoestima, carreira e em muitos casos, a vida da vítima, uma vez que não são poucos os casos em que a vítima desenvolve depressão, e outros problemas de ordem psicológica, em que é colocada pelo próprio agressor em um papel de indignidade e submissão.

No ambiente de trabalho, muitas vezes a violência e assédio sexual tem partida na violência psicológica, quando a vítima é desvalorizada como profissional, de modo que é levada a crer que as agressões psicológicas que recebe são devidas a sua incompetência ou eventuais investidas sexuais são a única chance de colocação profissional.

A violência nos locais de trabalho está muito presente no dia a dia de muitas mulheres trabalhadoras. A Organização Internacional do Trabalho (OIT – 2015) indica que 52% das mulheres economicamente ativas já foram assediadas sexualmente. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define assédio sexual como:

Atos, insinuações, contatos físicos forçados, convites impertinentes, desde que apresentem uma das características a seguir: ser uma condição clara para manter o emprego; influir nas promoções da carreira do assediado; prejudicar o rendimento profissional, humilhar, insultar ou intimidar a vítima; ameaçar e fazer com que as vítimas cedam por medo de denunciar o abuso; e oferta de crescimento de vários tipos ou oferta que desfavorece as vítimas em meios acadêmicos e trabalhistas entre outros, e que no ato possa dar algo em troca, como possibilitar a intimidade para ser favorecido no trabalho.

O magistrado Francisco Luciano de Azevedo Frota, titular da 3ª Vara de Brasília, explica que, na Justiça do Trabalho, não precisa haver necessariamente desnível de poder para ser caracterizado o assédio sexual, sendo necessário apenas o constrangimento sexual não consentido pela vítima, e não é preciso haver conjunção carnal para que o assédio seja consumado. 

A despeito de todos os malefícios apresentados, ainda há diversas lacunas que necessitam ser preenchidas pelo Direito Brasileiro, uma vez que ainda não há tipificação penal e penalização específica para a violência psicológica, tornando a proteção das mulheres para esse tipo de violência, muito frágil, com a aplicação de medidas protetivas de urgência ou configuração de outros crimes, não específicos de violência psicológica, como ameaça, constrangimento ilegal, injúria ou difamação.

No ambiente profissional, a Justiça do Trabalho já tem sido acionada para solucionar tais imbróglios, e muitas investidas têm sido tomadas, inclusive no âmbito internacional para garantir a colocação das mulheres sem qualquer discriminação de gênero.

Mediante os pontos aqui expostos, fica notória que há um longo caminho a ser percorrido no combate a violência psicológica, tanto no ambiente familiar quanto profissional.

Com o constante crescimento das mulheres no mercado de trabalho, mais do que nunca, faz-se necessário a preservação dos direitos das mulheres.

A conscientização é o primeiro e um dos mais importantes passos, uma vez que possibilita a vítima a compreensão e identificação dos episódios violentos e a realização das denúncias devidas.

Ainda, é necessário a conscientização dos homens, para que percebam que a colocação da mulher no lar ou no mercado de trabalho, não caracteriza ameaça e em hipótese alguma justifica qualquer tipo de violência.

Não menos importante, existe a necessidade de legislação mais claras e ativa, com as devidas tipificações penais e penalizações específicas para a violência psicológica, de modo a proteger as vítimas de forma efetiva.

Afinal, como escolher um bom médico?

Você se preocupa com a sua saúde e dedica tempo para escolher um bom médico? Saiba que a disposição para selecionar um profissional pode ser a diferença entre um ótimo e um péssimo atendimento.

Os planos de saúde e hospitais contam com uma ampla equipe médica, mas isso não significa que todos são bons. A atenção à saúde não se resume a um diagnóstico e exige muito mais do que a simples formação do profissional.

Veja, a seguir, 6 dicas de como escolher um bom médico:

1. Peça indicação a amigos e familiares

A indicação de pessoas que você conhece é muito mais plausível do que opiniões de pessoas estranhas. Mas, para escolher um médico, é necessário que diversos pontos de vista sejam levadas em consideração. Ele tem que passar confiança, segurança e deve se mostrar preocupado com o seu bem-estar. E sempre se lembre de que o profissional que foi bom para uma pessoa pode não ser para outra.

2. Procure informações sobre ele

Verifique na internet se existem dados sobre o médico e confirme se o seu nome consta nas listas de referência do seu respectivo Conselho Regional de Medicina. Existem sites que podem ajudar a ter acesso aos currículos dos médicos. Por exemplo: o Doctor Found e a plataforma Lattes.

Procure, também, o site da clínica ou do hospital onde eles atendem. Veja se existem comentários de pacientes insatisfeitos ou muito satisfeitos.

3. Busque um médico específico para o seu problema

É muito mais certeiro selecionar um médico que seja especializado no seu problema. Imagine: se você está com uma dificuldade de andar, será muito melhor procurar um especialista em ortopedia do que um clínico geral.

Não se esqueça de procurar o currículo na internet, ver quais os tipos de pacientes ele atende e se os casos que trata com mais frequência são parecidos com o seu.

4. Solicite segundas e terceiras opiniões

Em casos mais graves, é muito importante marcar consultas com diferentes médicos a fim de comparar os diagnósticos e perceber qual deles se encaixa nas suas expectativas.

5. Escolha alguém que te passe confiança

O médico, além de atenção, deve oferecer segurança. É importante que ele saiba o que está falando e que possa esclarecer as suas dúvidas e diminuir as suas preocupações. Ele deve passar a impressão de que vai investigar o seu caso, cuidar de você e te tranquilizar sempre que preciso.

6. Verifique a disponibilidade dele

Todos queremos um médico que esteja disponível para nos atender quando houver alguma emergência. O que ocorre, principalmente com mulheres grávidas, é que médicos não se incomodam de passar o número de telefone.

Logicamente, cada profissional tem uma maneira de se tornar presente para os seus pacientes, e isso deve ser respeitado.

Não é possível medir a competência de um médico por sua sala de espera lotada, até porque isso pode significar que ele deseja atender o maior número de pacientes no menor tempo possível, fazendo um atendimento que nem sempre é cuidadoso e atencioso.

Dos 20 aos 60 anos: entenda a sexualidade feminina em cada fase da vida

sexualidade feminina é cheia de particularidades, não só como um todo, mas também em cada fase da vida. Seja aos 20, 30, 40, 50 ou a partir dos 60, cada momento tem desafios e vantagens próprios.

Aos 20

Dificuldades: “Nesse período a maior dificuldade é o autoconhecimento e a pouca experiência. A mulher ainda não tem muito domínio sobre sua autoestima, sexualidade e sobre tudo o que seu corpo é capaz de dar e receber”.

Vantagens: “Aqui se tem muita disposição para aprender, principalmente essa geração de meninas, que não tem medo de experimentar”.

Aos 30

Dificuldades: “As mulheres costumam estar muito focadas na vida profissional, e isso acaba afastando-as de se dedicarem à sexualidade. Além disso, a maioria não quer engravidar, justamente para não afetar a carreira, e acabam tomando muitos anticoncepcionais, que atrapalham a libido”. Vantagens: “Essa é a fase em que se começa a ter mais maturidade sexual, saber o que gosta e o que não gosta, além de terem tido mais tempo para ter outras experiências, e isso é grandioso”.

Aos 40

Dificuldades: “Aos 40 existe a preocupação de se estar envelhecendo e surgem dúvidas em relação à quantidade de filhos que tiveram, se ainda existe tempo para investir na carreira. Além disso, para as mulheres que já tiveram filhos há algum tempo, as crianças começam a entrar na fase da puberdade e o foco vai para elas. Crises matrimoniais também costumam ser mais comuns nesta fase”. Vantagens: “Por outro lado, os 40 são o auge da maturidade emocional. Essas mulheres têm mais conhecimento sobre o próprio corpo, sabem o que querem e o que não querem. São mais decididas, e isso é algo libertador”.

Aos 50

Dificuldades: “Aqui começa a questão da menopausa. Os hormônios das mulheres, de uma forma geral, estão em queda nesta fase da vida, o que pode trazer ressecamento vaginal, falta de lubrificação, e muitas mulheres não sabem como lidar com essas mudanças, o que acaba atrapalhando”.

Vantagens: “Com a idade vem o autoconhecimento, e a mulher de 50 anos está ainda mais madura que a de 40. Ela está mais focada em qualidade do que em quantidade e se for esperta vai procurar fazer uma reposição hormonal para retardar o envelhecimento corporal e da libido.

A partir dos 60

Desafios: “Apesar de se conhecerem muito bem e terem muita vivência, os hormônios já não são mais os mesmos”.

Vantagens: “Essas mulheres também focam mais em qualidade, o que é fantástico. Nesta fase o olhar se volta para o casal – a vida financeira geralmente já está estabilizada, os filhos já cresceram, então se tem mais tempo para cuidar do relacionamento e curtir”.

30 anos: como é essa idade para as mulheres

Citados por muitos como o melhor período da vida, os 30 anos também são uma época marcada por preocupações. Saiba mais no texto de hoje!

Segundo os psicólogos, é comum nos referirmos aos 30 anos como o melhor período da vida. De fato, ao atingirmos essa idade, estamos livres das inseguranças profissionais e pessoais tão frequentes aos 20 anos e desfrutamos de maior liberdade financeira e pessoal.

Mas, apesar disso, essa idade também pode ser marcada por algumas crises existenciais e por um forte desejo de mudança..

Como entender essa época da vida?

É o que você vai entender melhor agora! Acompanhe!

Como nos sentimos aos 30 anos?

Sexualmente

As mulheres atingem seu ápice sexual aos 30 anos e se mostram mais ativas sexualmente que as mulheres mais novas ou que as mais velhas.

Além disso, nessa idade, as mulheres se mostram mais dispostas a realizarem todas as suas fantasias sexuais, uma vez que são mais seguras com o seu corpo e mais preparadas em exercer todo o seu poder de sedução.

Também é nessa época da vida que as mulheres se dedicam mais a uma relação e estão mais propensas a maximizar a sua felicidade.

Profissionalmente

Enquanto os 20 anos se caracterizam por ser uma época dedicada aos estudos e pela busca de uma boa posição no mercado de trabalho, os 30 anos são marcados pelo sucesso profissional e financeiro.

De fato, muitas mulheres esperam ocupar um cargo de chefia nessa época da vida. Isso tem uma razão de ser: muitos profissionais da área médica ou da física conquistaram um lugar de destaque antes de completarem 40 anos – os ganhadores do prêmio Nobel têm em média 39 anos de idade.

Personalidade

Segundo os psicólogos, aos 30 anos a personalidade de uma pessoa já está totalmente formada. Os 20 anos se caracterizam pela evolução da nossa personalidade, mas essas mudanças desaceleram até se estabilizarem à medida que envelhecemos.

Podemos dizer que as grandes mudanças ocorrem na adolescência ou no começo da vida adulta e praticamente desaparecem ao atingirmos 30 anos. Na verdade, pequenas mudanças na nossa personalidade ainda ocorrem, mas são muito modestas ao serem comparadas com outros períodos da vida.

Algumas mulheres buscam a ajuda da psicoterapia para melhorar seu nível de autoconfiança e autoconhecimento, afinal esse é o papel do psicólogo.

Crise

A muito conhecida crise dos 30 anos é um fenômeno marcado pela sensação de impotência, de estar preso em um emprego pouco satisfatório ou a um relacionamento enfadonho.

É um período de muita reflexão, ansiedade e questionamentos existenciais. Esses fatos podem levar a uma discrepância entre o nosso comportamento real e o comportamento que desejamos ter, provocando um desejo de mudança, de fugir da nossa vida atual.

Embora esse processo possa ser complicado, os psicólogos consideram que as mudanças que dele decorrem são positivas.

O melhor ainda está por vir

egundo uma pesquisa recente, muitas pessoas dizem que nunca foram tão felizes como quando tinham 30 anos. Além disso, esse é um período pouco estressante e de grande expectativa com relação ao futuro.

Nesse período da vida a inocência da infância já não está presente e todos os dramas da juventude já acabaram. Embora o senso da realidade se mostre presente, aos 30 anos mantemos uma sensação de esperança e acreditamos que é possível confiar nos nossos talentos e capacidades pessoais.

A importância do cuidado da pele para a saúde

O aumento da expectativa de vida da população brasileira e o consequente avanço da idade trazem, dentre outras preocupações, a necessidade de atenção às alterações no corpo e à fragilidade da pele.

A pele é o manto protetor do corpo humano e, portanto, muito importante para a manutenção da saúde, por ser a nossa camada de proteção contra agentes de natureza diversas (físicos, químicos, biológicos). O cuidado com a pele é essencial, em especial nas pessoas idosas, vez que nesta fase da vida a pele se torna frágil e muito friável, devido especialmente a atrofia da derme (nos idosos a perda é de até 20% de sua espessura), aumento do tempo de renovação celular, diminuição da função barreira da pele e dos receptores sensoriais. Além a diminuição da produção de hormônios no corpo, o folículo piloso e as glândulas sebáceas vão morrendo, deixando a pele com menos pelos e menos oleosidade o que eleva o risco de lesão.

A pele lesionada pode ser a porta de entrada para muitas doenças e infecções que, se não tratadas adequadamente, podem levar a situações graves, como infecções e até mesmo a morte, devido a complicações decorrentes da lesão primária.

A pele do corpo todo merece atenção. É essencial que a pessoa idosa e/ou seu cuidador mantenham cuidados especiais como:

  • Manter a pele sempre hidratada, utilizando cremes hidratantes de qualidade e hipoalergênicos pelo menos uma vez por dia. Para quem já tem a pele mais seca, os cremes podem ser usados uma segunda vez no dia, no período inverso à primeira vez. O uso de óleos de banho não é recomendado, pois muitas composições são bastante diferentes do óleo produzido pela pele, o que acaba fazendo uma “capa” na pele, que impede a troca de água do corpo com o ambiente. Esses óleos são recomendados apenas para quem já tem a pele super hidratada;
  • Realizar banho sempre com água morna e usando sabonete neutro;
  • Evitar vários banhos no decorrer do dia, especialmente com água quente, pois esta ajuda a remover a barreira de hidratação natural da pele. Nos dias de frio acabamos demorando mais no banho quente, que vai tirando ainda mais a camada lipídica da pele, responsável por mantê-la hidratada;
  • Usar diariamente protetor solar para minimizar o aparecimento de melasmas (manchas) e o câncer de pele, inclusive no inverno, e mesmo com o tempo nublado, pois os raios UV continuam a incidir sem cessar;
  • Tomar precauções para evitar quedas e batidas em objetos, móveis etc, impedindo hematomas e traumas na pele muito comuns nos idosos;
  • Observar constantemente a pele em toda extensão corporal. A qualquer sinal diferente é importante buscar orientação de profissionais de saúde;
  • Hidratar os lábios, local bastante comum de ressecamento e descamação. Sua estrutura é denominada de semi-mucosa, pois correspondem a uma área de transição entre a pele e a mucosa interna da boca e não possuem a camada córnea, de células mortas, que a pele tem. Lábios ressecados não tratados podem resultar em rachaduras muito doloridas, que podem produzir inflamações. Assim, recomenda-se o uso de uma proteção labial hidratante todos os dias como prevenção, como o uso de sticks labiais, ricos em glicerina, ou até pomadas cicatrizantes;
  • O nariz é outra área importante que costuma ressecar com facilidade, sendo importante que a entrada das narinas também seja hidratada;
  • Na presença de coceira, bastante comum também devido ao ressecamento da pele, principalmente nos idosos, é importante aumentar a hidratação da pele e evitar a coceira, com objetivo de prevenir pequenas lesões decorrentes deste ato e assim evitar complicações e infecções futuras.

A pele é nosso maior órgão e nossa proteção, portanto é necessário cuidar e protegê-la.

PANDEMIA IMPACTA MAIS A VIDA DAS MULHERES

Quando os primeiros países começaram o isolamento, a ONU Mulheres lançou um alerta mundial, advertindo autoridades políticas, sanitárias e organizações sociais sobre a forma como a pandemia da Covid-19 e o isolamento social poderiam afetar as mulheres – tanto através da sobrecarga de trabalho como através do incremento dos índices de violência doméstica e diminuição de acesso a serviços de atendimento. De fato, dados recentes, apontam aumento de 22% nos casos de feminicídio no Brasil, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), entre os meses de março e abril. Já a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) realizada pelo IBGE, aponta que cerca de 7 milhões de mulheres deixaram seus postos de trabalho no início da pandemia, 2 milhões a mais do que o número de homens na mesma situação.

“O documento da ONU aponta que, na história da humanidade, toda crise social atingiu com mais intensidade as mulheres”, observa Simone Mainieri Paulon, psicóloga, professora e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A pesquisadora também coordena o projeto Clínica Feminista na Perspectiva Interseccional da UFRGS, no qual acompanha mulheres em situação de vulnerabilidade e, desde o início da pandemia, percebeu que as mulheres sofreriam um grande impacto. Nesta entrevista, Simone com a participação da psicóloga Marília Jacoby, especialista em Atendimento Clínico e Mestre em Psicologia Social que coordena o projeto Clínica Feminista juntamente com Simone P, analisam os intensos impactos da pandemia na vida de mulheres.

Marília Jacoby. Arquivo pessoal

A realidade do home office imposta pela pandemia poderia, em princípio, ser considerada uma situação amena, afinal, trabalhar de casa poderia ser considerado um ganho. Passados mais de quatro meses, quais os efeitos desta nova realidade?

Marília Jacoby: Sem dúvidas que, com o ritmo acelerado da vida moderna, trabalhar de casa pode trazer benefícios para a qualidade de vida, com melhor otimização do tempo dedicado às atividades laborais e às demandas familiares e domésticas. Contudo, esta é uma realidade que precisa ser relativizada a partir de marcadores que resultam em diferentes atividades e condições de vida desiguais entre as mulheres.
Considerando as mulheres que podem manter suas atividades profissionais de forma remota e permanecer em isolamento, o modo repentino como a exigência do home office ocorreu trouxe dificuldades adicionais. As famílias precisaram adequar espaços privativos para trabalho e estudo. Além disso, existe a lógica da produtividade a qualquer custo. Se não tivermos cuidado para estabelecer fronteiras claras entre o horário de trabalho e o tempo para demais instâncias da vida, o trabalho pode acabar tomando um espaço excessivo e indevido. Neste sentido, temos ouvido relatos de mulheres que somaram à carga horária de suas atividades em ambiente virtual, todo trabalho doméstico, as atividades escolares dos filhos e os cuidados com parentes idosos que estão isolados. Além disso, mulheres ainda se deparam com as cobranças para não negligenciar os cuidados com a própria saúde e aparência física.
Há que se ter cuidado para não cair na cilada de que o home office implique disponibilidade absoluta, pois a tendência é que todo dia fique com cara de segunda-feira. Manter uma rotina organizada, procurar estabelecer limites entre trabalho e rotinas familiares, preservar espaços para contatos afetivos e cuidados pessoais, parece ser a saída mais salutar e produtiva. E, principalmente, baixar as exigências sobre si mesmas pretendendo dar conta do mundo em um momento em que esse mesmo mundo está de pernas para o ar.

De acordo com o que vocês têm verificado na clínica ou em pesquisas, o isolamento social é sentido de forma diferente para homens e mulheres? Em caso afirmativo, é possível traçar uma relação com o machismo estrutural?

Simone Paulon: Sim, o impacto é maior nas mulheres e isso está ligado ao machismo estrutural. A sobrecarga e acúmulo de funções, a carga mental invisível, a violência doméstica e de gênero são produtos históricos da cultura patriarcal e machista na qual nos encontramos.

As discrepâncias entre o tempo dedicado por homens e mulheres às atividades domésticas é abissal. Segundo dados do IBGE de 2018, antes da pandemia as mulheres já dedicavam o dobro de horas semanais ao trabalho doméstico e/ou cuidado com pessoas, se comparado aos homens.
A pesquisa recente “Sem parar: o trabalho e a vida das mulheres na pandemia” (realizada pela ONG “Gênero e Número” e pela Organização Feminista “Sempreviva”), concluiu que entre as 2.641 mulheres entrevistadas, 47% afirmaram ser responsáveis pelo cuidado de outra pessoa: 57% são responsáveis por filhos de até 12 anos, 6,4% afirmaram ser responsáveis por outras crianças, 27% afirmaram ser responsáveis por idosos e 3,5% por pessoas com alguma deficiência. Essa pesquisa fornece elementos importantes para olharmos as dinâmicas sexistas do cotidiano dos domicílios, e compreendermos que a pandemia pôs em foco a intensificação e o aprofundamento de dinâmicas de desigualdade que estruturam a sociedade brasileira e são sentidas no dia a dia das mulheres.

A violência de gênero também se agravou no contexto da pandemia. A situação de isolamento físico intensifica, por exemplo, a masculinidade tóxica e uma resposta violenta ao conflito.
Um indicador interessante são os serviços de disque-denúncia (como o 180). A Itália, que iniciou o isolamento social mais cedo, registrou um aumento de 161,71% nas denúncias entre os dias 1º e 18 de abril, de acordo com órgãos oficiais. O serviço argentino teve um aumento de 39% na segunda quinzena de março. No Brasil, o aumento foi de 14% no primeiro quadrimestre, com o ápice em abril, registrando aumento de 37,6% em relação ao ano anterior. Isso equivale a 37,5 mil denúncias apenas nos quatro primeiros meses. 

É preciso, ainda, contextualizar que mesmo antes da pandemia, o Brasil já era o 5º país do mundo no índice de feminicídios, há anos figura entre os piores em termos de desigualdade de renda e é considerado o país que mais mata pessoas LGBTQI+.

Atentas a esses desafios, desde o mês de março começamos a nos organizar para um possível auxílio emergencial a mulheres em situação de violência doméstica durante a quarentena. Transformamos as atividades presenciais do então recente projeto “Clínica Feminista na perspectiva da Interseccionalidade” em atividades remotas, e, junto à ONG Themis – Justiça de gênero e Direito Humanos – disponibilizamos canais de escuta sistemática – tanto em grupos como individualmente – às mulheres que trazem marcas desta desigualdade.

Através dos canais no Facebook e Instagram oferecemos espaços de acolhimento e promoção de saúde mental, e também orientações elementares (como o funcionamento dos canais de acesso à justiça e dos serviços da rede pública de atendimentos na área de saúde e justiça), dicas culturais e possibilidades de encontros remotos. É importante que as mulheres em situação de vulnerabilidade por violência doméstica não confundam o isolamento físico com isolamento afetivo e busquem contatos sociais que rompam seus sentimentos de solidão e sofrimento individual.

Tipos de violência doméstica sofrida por mulheres brasileiras durante a pandemia. Fonte: Relatório Pesquisa Sem Parar: o trabalho e a vida das mulheres na pandemia

A dificuldade da mulher na obtenção de reconhecimento, títulos e postos semelhantes aos dos homens é histórica. Essa invisibilidade tem sido atribuída ao preconceito, machismo e poder controlador. Qual o impacto da pandemia na vida da mulher-mãe quanto à produtividade e progressão da carreira?

Simone Paulon: O que temos percebido é a repetição de uma condição histórica, num contexto atípico. Com a pandemia, a tendência é que este quadro se agrave e isto já tem aparecido, por exemplo, na diminuição do número de artigos científicos submetidos por mulheres em relação àqueles submetidos por homens nesse período. Levantamento recente do projeto brasileiro Parent in Science indica que 40% das mulheres sem filhos e 52% das mulheres com filhos não concluíram seus artigos neste período, contra 20% e 38% de homens na mesma situação. A média de manuscritos tendo mulheres como primeira autora foi de 37% entre 2016 e 2020, mas caiu para 13% neste 1º trimestre de 2020.

Vivemos em uma sociedade na qual as mulheres ainda recebem, em média, 30% a menos que os homens para desempenho de uma mesma função de trabalho, e que ocupam menos de 1/4 de cargos de liderança ou chefia, seja no serviço público ou privado.

Outro indicativo da cultura colonial-racista-patriarcal no mundo do trabalho, diz respeito às crescentes desigualdades observadas em carreiras que já foram tradicionalmente masculinas. Um exemplo clássico é a carreira jurídica. Quando se avalia a distribuição de bacharéis de direito na magistratura, os números são assustadoramente desiguais. As mulheres são apenas 35,9% dos membros da magistratura, percentual que diminui nos cargos mais altos do Poder Judiciário: no estágio inicial da carreira (juiz substituto) 42,8%, Juízas Titulares diminui para 36,6%, Desembargadoras 21,5% e Ministras de tribunais superiores somente 18,4%.

Todos esses dados indicam que as desigualdades que já existiam no campo de trabalho se agravaram com a crise econômica resultante da pandemia.

Muitas mulheres abandonaram o trabalho ou os estudos por não terem ajuda no cuidado com filhos ou porque passaram a ser cuidadoras de familiares idosos. Nesse contexto, que marcas a pandemia deixará nessas mulheres?

Marília Jacoby: Este é um ponto muito importante que ratifica a necessidade imperiosa de que nossa leitura e estratégias de intervenção estejam pautadas pelo reconhecimento das desigualdades sociais e das desigualdades de gênero que nos atravessam de forma tão contundente enquanto sociedade. É preciso que exercitemos cotidianamente o reconhecimento de nossa ‘localização’ no social e o modo como se conformam os marcadores de raça, gênero e classe em nossas realidades pessoais e nas realidades das mulheres que escutamos.
Assim como assinalamos anteriormente preocupações com os impactos da sobrecarga nas mulheres em trabalho remoto e circunscritas ao circuito das demandas domésticas e familiares, também não podemos deixar de enxergar os privilégios que se escancaram no contexto da pandemia (privilégios que operam como construção histórica e social de longa data). Para muitas, infelizmente, a proteção do isolamento não foi opção. As urgências do cotidiano e das necessidades básicas imperaram, expondo-as de variadas formas, reiterando para essas mulheres a marca do desamparo, da ausência de proteção social e de políticas públicas efetivas.
O racismo é uma marca histórica pungente no Brasil e temos nas mulheres negras sua face mais atroz, estando elas na condição de maior vulnerabilidade social e psíquica. Construir frentes de trabalho que atuem de modo incisivo no enfrentamento ao racismo deve ser condição primária de uma atuação clínica feminista.

Baseado no trabalho da Clínica Feminista é possível inferir as perspectivas que as mulheres têm sobre a vida e os espaços que elas ocuparão após a pandemia? E o que as mulheres podem fazer coletivamente para enfrentar as dificuldades que o futuro pós-pandêmico reserva?

Simone Paulon: O que mais têm nos impactado desde que iniciamos os grupos com mulheres em situação de vulnerabilidade é a capacidade organizativa e solidária que elas rapidamente desenvolvem para lidar com as inúmeras adversidades. Contrariando a caricatura competitiva, o que vemos são mulheres aprendendo a cuidarem de si para se fortalecerem mutuamente e seguirem cuidando de quem depende delas. Mulheres inventando formas de sobrevivência cotidiana que vão desde a troca de farinha nas janelas até movimentar redes imensas de doações de cestas, confecção de máscaras e busca de conexões com gente do país todo para ampliarem seus limites de cuidar.

Essa generosidade e capacidade de organização podem ser os mais importantes aprendizados que a pandemia nos trará. Mas isso precisa ser potencializado, apoiando coletivos feministas, transformando concretamente os espaços de representação política em espaços de todos, apoiando candidaturas de mulheres negras – as mais atingidas pelas desigualdades do país – e cobrando das instituições públicas o devido investimento nas políticas sociais que vêm sendo violentamente desmontadas.

É uma verdadeira reprodução da violência que o patriarcado já imputa às mulheres, ao longo da história, que segmentos estatais responsáveis pelos direitos da mulher, pela defesa de direitos humanos, de saúde pública e de educação inclusiva, incluindo as políticas afirmativas, venham sendo sistemática e planejadamente desconstituídos no processo de recuo democrático que vivemos no Brasil. O enfrentamento às violências de todas as ordens, marcadamente as violências de gênero, não se dará sem uma ruptura radical com a lógica colonial, racista e machista que estrutura nossa sociedade. Contudo, os pilares dessa sociedade estão tardiamente abalados, pois quando as mulheres vão às ruas é a potência da criação que pede passagem. E como nos ensinou Angela Davis: “Precisamos nos esforçar para erguer-nos enquanto subimos”. Em outras palavras, devemos subir de modo a garantir que todas as nossas irmãs e irmãos subam conosco.

Coronavírus e a sobrecarga física e mental das mulheres

Vamos falar um pouco sobre a sobrecarga de trabalho que temos enfrentado com o isolamento social?

A funcionária precisou ser dispensada, o trabalho da rua executado dentro de casa e os filhos sob cuidados integrais. As mudanças foram muitas para muitas famílias. As atividades domésticas, home office, obrigações com o sustento e o cuidado integral com crianças tem sido uma jornada desafiadora para muitas — e muitas vezes solitária.

Embora a sobrecarga de trabalho seja um desafio para homens e mulheres, são as mulheres que assumem, em sua maioria, os trabalhos domésticos e os cuidados com os filhos, assim como a chefia de muitas famílias. Na grande maioria das vezes, recai sobre a mulher a cobrança externa ou até mesmo a autocobrança para que todos se sintam bem e sejam o mínimo possível afetados por essa situação.

Isso é resultado do modelo cultural que temos, no qual a questão do cuidado, da preocupação e da atenção a todos, além dos detalhes são mais atribuídos à mulher, sem que nenhuma evidência científica confirme isso.

Vamos falar um pouco sobre essa sobrecarga, oferecendo algumas estratégias e reflexões que possam melhorar a vivência desse momento, mas principalmente para que os desafios desses tempos resultem em algum aprendizado positivo que possa ser levado para a vida após a pandemia

Fatores de sobrecarga física e mental 

O confinamento acabou criando o enfrentamento de situações desagradáveis:

  • O medo da doença;
  • Preocupação com a saúde pessoal e de pessoas queridas;
  • Necessidade de lidar com o pânico;
  • Preocupação financeira;
  • Preocupação com o trabalho;
  • Solidão,
  • Etc.

É natural que as urgências resultantes do confinamento gerem desconforto. É possível vermos as pessoas reclamando de tristeza, impaciência, indignadas, inconformadas. Mas também temos vistos todos esses sentimentos surgindo ao mesmo tempo em que se busca manter uma rotina de atividades que não podem ser ignoradas.

Os filhos, a casa, os trabalhos e outras questões continuam precisando de atenção. A alteração da rotina, isso acabou criando uma sobrecarga muito grande, às vezes sob a responsabilidade de uma só pessoa que, na maioria das famílias, tem sido as mulheres. Para entender como isso pode afetar a saúde é preciso dividir os aspectos que geram sobrecarga de trabalho:

A carga física

carga física diz respeito às demandas que conhecemos e realizamos. As atividades domésticas, as questões do trabalho, a educação dos filhos e tudo que precisa ser feito que exige tempo, organização e esforço físico.

Tudo isso pode e deve ser feito sem que cause nenhum problema à nossa saúde. Mas, caso esse trabalho esteja tomando de forma excessiva a rotina, sem pausas necessárias, resultando em efeitos negativos de alguma natureza, podemos falar em uma sobrecarga de trabalho físico que pode gerar doenças físicas e mentais graves.

A carga mental

carga mental se refere às questões cognitivas, emocionais e invisíveis, necessárias à execução de todas as atividades. É preciso programar, prever, fazer planos, adiantar falhas, evitar problemas antecipando-se a eles, dando conta de todos os detalhes de sua vida e da vida familiar.

Então, somadas a mão de obra que realizam, existe um trabalho invisível, mas contínuo que faz com que as cabeças das pessoas não parem de trabalhar um instante e resulte numa carga mental exaustiva. E isso se agrava muito quando são mulheres e ainda mais quando são mães. 

O resultado disso já é sentido por muitos:

  • Sensação de cansaço físico,
  • Frustração,
  • Sentimento de injustiça,
  • Desigualdade,
  • Descontentamento,
  • Angústia,
  • Impactos no humor, na saúde física e mental.

Que podem resultar em condições graves de adoecimentos. Mesmo sendo uma questão que afeta a todos, esses sintomas estão mais presentes nas mulheres, considerando as questões culturais que implicam que as mesmas tenham incorporado às suas atividades toda a carga mental dos problemas resultantes do isolamento social.

Dicas que podem ajudar com a sobrecarga durante o isolamento

Dica 01

Não há problema em precisar e pedir ajuda. Homens e mulheres foram educados para separar as responsabilidades e atividades que executam na sociedade e na família. Com isso, muitas famílias se organizam para que cada um realize sua parte e não pensam sobre a possibilidade de compartilhar ou ajudar o outro em suas obrigações.

Isso tem mudado aos poucos, mas ainda não é a realidade da maioria, e o isolamento acabou fazendo com que mulheres que trabalham fora tivessem que assumir também as tarefas domésticas, os cuidados integrais com os filhos, sem nem perceberem que estavam aumentando a sua demanda de trabalho.

Então, peça ajuda caso seja possível. Dessa forma você pode aliviar uma das cargas que estão sob sua responsabilidade. Caso esteja só e não haja com quem contar, selecione aquilo que não poderá ser feito a contento nesse momento e não se sinta culpada por isso. Situações atípicas exigem soluções atípicas. A comida nem sempre poderá ser feita com primor, as camas nem sempre serão arrumadas e as atividades físicas mantidas, mas tudo isso passará e você poderá retomar velhos hábitos com mais facilidade do que recuperar uma saúde prejudicada.

Dica 02

Cuidado com responsabilidades que não eram suas e não poderão ser feitas de uma forma eficiente. Nós temos visto mães querendo assumir a posição de educadoras, psicólogas e animadoras. Elas estão se sentido frustradas por não conseguirem os resultados que imaginavam. Entenda que você só pode oferecer aquilo que tem. Faça o melhor dentro de suas possibilidades, mas não se sinta responsável em alfabetizar seu filho se isso nunca esteve nos seus planos ou você nunca se preparou para isso. Pais devem ser colaboradores dos educadores e da escola, mas não tem a formação adequada, portanto, cumpra com o que é possível.

Dica 03

Evite comparações com outras famílias ou mães. As redes sociais estão cheias de fotos, vídeos e mensagens de famílias e suas intimidades. Nem sempre aquelas fotos correspondem à realidade e, em todos os casos, são apenas recortes selecionados ao gosto do autor da rede social. Então, a visão parcial deixa várias lacunas que você pode estar preenchendo com fantasias de superioridade sobre a grama do vizinho.

Dica 04

Aliás, se as redes sociais já eram fonte de problemas para muitas pessoas em outros períodos, durante o isolamento isso tem se agravado.

A receita é a mesma: só siga quem ou o que te faz bem. Exclua sem pena qualquer pessoa, mesmo próxima, que de alguma forma oferece algum conteúdo que lhe causa mal-estar. Se você percebe que o problema não é com o material, mas como você tem tido um filtro negativo, se afaste e faça uma análise honesta da razão de existir esse filtro.

Saber dizer não e impor limites também é um exercício que você deve exercer na sua rede social. Da mesma forma, cuide do conteúdo que posta evitando desconfortos que não se sente preparada para lidar.

Dica 05

Estabeleça uma rotina realista. Não dá para querer impor uma rotina como ensinaram naquele canal ou por alguém que você admira. Toda rotina é composta basicamente de planejamento e organização. Saber o que precisa fazer, a hora ideal e necessária para fazer e como fazer.

Por isso, toda rotina depende do contexto de cada família e tá tudo bem os ajustes que precisará fazer quando uma coisa outra não der certo. Se existe mais coisa para fazer do que tempo e mãos para executar, execute o que é necessário apenas. 

Dica 06

Reflita sobre como está dividida a sua carga mental e sua carga física. Quanto tempo se dedica planejando, pensando, cobrando-se para que isso ou aquilo seja feito de forma adequada. Quando você identificar o tamanho da sua carga mental, avalie o quanto ela te impacta em termos de energia física.

Depois aprenda a fazer uma lista antecipada das coisas importantes e tente evitar o excesso de tempo pensando sobre o que falta fazer. Substitua parte do tempo que usa durante o dia se preocupando com alguma atividade física ou mental que lhe traga satisfação. Comece se esforçando até que o prazer vire um hábito.

Dica 07

Trabalhe e descanse com a família. Assumir as atividades enquanto os outros se divertem pode gerar sintomas negativos e difíceis de lidar. Por vezes, você nem consegue identificar de onde vem a sua irritação. Envolver todos nas responsabilidades do lar é fundamental para formar pessoas mais colaborativas e empáticas com os outros.

Não sinta vergonha. Não ache que somente mulheres podem fazer isso ou aquilo ou que é tarde demais para mudar o que está estabelecido. Todos são capazes de aprender e devem ser incentivados. Onde for possível ter ajuda, não se negue a pedir. Entenda que ao dividir tarefas e lazer com a família, você estará dando exemplo e criando memórias. São os momentos compartilhados que farão o tempo psicológico e subjetivo formar memórias familiares nesses tempos tão difíceis.

Dica 08

Não tolere ou incentive hábitos que impactam de forma negativa na sua família. Conflitos desnecessários, brigas infundadas, diálogos tensos, bebedeiras, etc.

Há guerras que não precisamos lutar e outras que podemos acabar antes que se estendam demais. Por isso, seja rígida sobre o bem-estar familiar, mas seja flexível sobre questões que não lhe faria bem intervir nesse momento. É bom senso e autocuidado aqui. O diálogo franco, honesto e educado ainda é a melhor forma de expressão.

Assim, se está difícil conseguir a ajuda dos familiares, exponha seus sentimentos, seu cansaço e a responsabilidade de todos sobre a família, sem drama e sem gritos. Mas não exija perfeição usando apenas a sua régua, ou seja, pedir ajuda não quer dizer que todos saberão fazer as coisas como você, mas pelo menos que se esforcem para fazer o melhor possível.

Dica 09

Não alimente hábitos pessoais contraprodutivos. Ou seja, reclamar que as pessoas só fazem as coisas mal feitas, são descuidadas ou egoístas, por exemplo. Ou até mesmo exigir que todos pensem ou ajam como você, é limitante e irritante. Não ter coragem de pedir ajuda, mas passar o dia reclamando só faz mal a você a ao clima familiar.

Achar que as pessoas precisam se compadecer e se oferecer para ajudar só lhe coloca no lugar de vítima e não gera bons resultados. Fale com as pessoas de forma franca e esclareça aquilo que você quer. Um exemplo que é comum são mães arrumarem o quarto dos filhos reclamando da bagunça ao invés de entrar e mandar eles arrumarem o que bagunçou até a hora tal.

Se afaste e só pense nisso na hora de verificar a tarefa. Não adiante pedir e ficar em cima se estressando, cobrando o tempo todo ou achando que só você fará da melhor forma. Eles terão que arrumar o quarto bagunçado, mais cedo ou mais tarde. Se não foi feito, cobre novamente e negocie novos termos. Se foi feito, agradeça por eles terem sido tão responsáveis. Agradecer é importante, pois nos ajuda a reconhecer a participação do outro e alimenta um clima agradável de troca.

Dica 10

Reserve um tempo para autocuidado. Busque realizar algo que você gosta, mas não por obrigação e sim por prazer. Busque algo que lhe seja agradável, que faça você sentir bem-estar e dedique-se a isso. As tecnologias de informação têm ofertado um mundo de possibilidades para que as relações sociais sejam mantidas em algum termo.

Encontro online de amigos, lives de artistas, aulas de atividades físicas, meditação, palestras de profissionais, uma gama de possibilidades. E caso precise de um tempo para sentir um pouco do mal-estar que essa situação carrega e desabafar, também vivencie isso de forma reflexiva e saudável, pois não dá para ficar bem o tempo todo. Só não pode deixar que isso seja a regra.

Caso esteja em sofrimento emocional, busque ajuda. Existem redes de profissionais em atendimento social, tanto através de órgãos governamentais como organizações e associações privadas, assim como psicólogos ofertando o atendimento online. Busque profissionais capacitados, com formação e cadastro no Conselho Federal de Psicologia, assim como cadastro na plataforma do E-Psi.

Se estiver enfrentando situações abusivas, vulnerabilidade social e/ou violentas, procure uma rede de assistência em seu município, como o Centro de Assistência Psicossocial (CRAS) ou denuncie através de telefones como o 180 (violência doméstica) ou 100 (violação dos direitos humanos).

E lembre-se, tudo isso vai passar.  

9 perguntas que as mulheres devem fazer ao ginecologista

O ginecologista é um dos profissionais de saúde mais importantes para a saúde da mulher. Mas não basta visitá-lo rapidamente. Em nome da saúde, é fundamental sair do consultório com pelo menos nove perguntas respondidas. Confira:

1. Qual o contraceptivo ideal?

Evitar a gravidez sempre foi uma atribuição exclusiva da mulher. Mas a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) quer mudar essa visão com a campanha #VamosDecidirJuntos. “A escolha do contraceptivo tem de ser compartilhada pelo casal, não só pela parceira, com o ginecologista”, defende o médico César Fernandes, presidente da entidade.

Como existem várias opções, a seleção deve pesar prós e contras. “Ela depende de uma tríade: o perfil da mulher, o perfil do método e o contexto”, resume o ginecologista Silvio Franceschini, da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. Questões como dor pélvica, histórico familiar de trombose e câncer de mama, vontade de engravidar mais tarde, hábitos e até personalidade precisam ser levadas em conta. “Há mulheres mais esquecidas que não conseguem aderir à pílula”, cita Franceschini.

– Ilustrações: Mayla Tanferri/SAÚDE é Vital

2. Dor no sexo é normal?

Um levantamento britânico, em cima de 7 mil entrevistas, revela que uma em cada dez mulheres sente desconfortos durante a relação. A chateação afeta todas as idades e ainda é tabu no consultório. “Há muita vergonha e desconhecimento do próprio corpo”, observa a ginecologista Mariana Maldonado, do Rio de Janeiro.

Segundo ela, parte dos perrengues por trás das dores é identificada na consulta mesmo. “Os mais comuns são as alergias a sabonetes ou protetores de calcinha”, diz. As dores na relação podem ser do tipo profunda ou superficial. Endometriose, pólipos, DSTs e até condições como prisão de ventre e bexiga cheia levam ao incômodo durante a penetração. Já alergias, infecções urinárias, vaginismo e vulvodínia são as principais razões da aflição logo na entrada da vagina.

Três problemas comuns que causam dor durante as relações sexuais

Vaginismo: contração involuntária dos músculos da vagina no momento do ato sexual.

Como se trata?
Terapia sexual ou psicoterapia para domar a ansiedade.

Vulvodínia: disfunção que causa muita sensibilidade e sensação de ardência e queimação na vulva.

Como se trata?
Remédios que aplacam o desconforto e zelam pela pele da região.

Endometriose: é o extravasamento do tecido que reveste o útero. Também pode gerar sangramento e infertilidade.

Como se trata?
Terapia hormonal, como pílula de uso contínuo, e cirurgias.

3. Urgência em ir ao banheiro preocupa?

A bexiga hiperativa atinge 18,9% da população feminina. “Mas é comum a pessoa achar que é natural e não procurar tratamento”, afirma a terapeuta sexual Iane Melotti, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Quem sofre com a disfunção, cuja causa ainda não é conhecida, vai diversas vezes ao banheiro, inclusive na madrugada. Em estudo com 274 mulheres, Iane constatou que os casos mais sérios de bexiga hiperativa estão associados a ansiedade e depressão.

Medicamentos
São a principal estratégia. Remédios específicos reduzem a atividade do músculo que expulsa a urina.

Fisioterapia
São feitos exercícios de contração e relaxamento da musculatura do períneo em sessões de 30 minutos.

Eletroestimulação
Eletrodos emitem impulsos elétricos para diminuir as contrações involuntárias da musculatura da bexiga.

4. Preciso fazer testes para DST?

Hoje os médicos só pedem os exames se há suspeita de doença sexualmente transmissível. “Mas eles deveriam fazer parte da rotina nas consultas”, propõe Valentino Magno, ginecologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

É também a opinião do Conselho Federal de Medicina (CFM), que aprovou uma resolução orientando ginecologistas a prescrever os testes a todas as pacientes. Isso evita constrangimento e atrasos na detecção. Segundo o CFM, 25% das infecções por HIV são descobertas em estágio avançado.

5. O que dizem as secreções?

Para início de papo, toda vagina saudável produz e libera fluidos. Essa secreção é formada por líquidos da mucosa vaginal e do colo do útero e pelas bactérias naturais, que ajudam a umedecer, limpar e lubrificar a região. No entanto, quando algo não vai bem, as secreções mudam de cor, textura e cheiro.

“O equilíbrio é rompido se usamos produtos inadequados, abafamos demais a região, transamos sem camisinha ou estamos com imunidade baixa”, explica Mariana. Para prevenir esses chabus, prefira sabonetes neutros e calcinhas de algodão. No mais, entenda o que as cores entregam:

Transparente ou esbranquiçada
É sinal de que as coisas estão numa boa. Algumas mulheres produzem mais e outras menos. O odor pode variar, mas não é muito forte.Continua após a publicidade

Branca e leitosa
Se estiver acompanhada de coceira e vermelhidão local, é candidíase na certa. Ainda assim, não costuma ter cheiro. É preciso tratar.

Amarelada ou esverdeada
Pode ser vaginose, causada por uma bactéria e marcada por um odor bem ruim, ou tricomoníase, DST que nem sempre muda o cheiro.

6. Está tudo bem com a tireoide?

Embora não seja o expert na glândula, o ginecologista é quem costuma pedir os exames para detectar desequilíbrios ali entre as mulheres. Os hormônios femininos interferem com a tireoide, o que explica por que elas são de cinco a oito vezes mais suscetíveis a seus distúrbios do que os homens.

Falamos de problemas que carecem de diagnóstico e tratamento quanto antes. O hipotireoidismo, por exemplo, pode provocar de irregularidades no ciclo menstrual a infertilidade. Conheça os distúrbios de tireoide mais comuns:

Hipotireoidismo
O déficit na produção do hormônio atinge até 10% da população. O tratamento envolve reposição hormonal.

Hipertireoidismo
A glândula fabrica hormônio demais, acelerando todo o corpo. Combatido com drogas, iodo radioativo ou cirurgia.

Nódulos
Identificados por ultrassom, são inofensivos em 80% dos casos. Nas situações de perigo, são removidos em cirurgia.

7. Como lidar com o ressecamento vaginal?

Eis um problema que afeta ou vai afetar todas as mulheres em algum momento. Apesar disso, 56% das brasileiras com mais de 55 anos acham que apenas as mais velhas penam com ele, de acordo com uma pesquisa encomendada pela Teva Farmacêutica.

Saiba que o ressecamento não é exclusivo dessa fase, não. Pode ocorrer em diversos períodos, especialmente antes da menstruação, no pós-parto e durante e após a menopausa. “Ele está associado à queda ou ao fim da produção de estrogênio”, explica a ginecologista Maria Lúcia Müller, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A solução é hidratar a vagina, com cremes ou via reposição hormonal, se não houver contraindicações.

8. É ou não é hpv?

Na maioria das DSTs, um bom exame físico é meio caminho andado para detectar o problema. Com o HPV, a história é outra. Primeiro porque o papanicolau, método recomendado a partir dos 25 anos, tem uma chance de erro de 20% dependendo da coleta de células. Ou seja, a amostra pode dar um falso negativo.

Na dúvida, o teste de biologia molecular, um exame de sangue mais específico, deveria ser indicado — só que isso nem sempre acontece. A maioria das mulheres infectadas se livra do vírus naturalmente. Mas, em 40% dos casos, ele provoca lesões que, se não tratadas, podem evoluir para o câncer de colo de útero.

Segundo o ginecologista Paulo Naud, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o danado encontra na mucosa da vagina condições propícias para se reproduzir e propagar. Hoje a vacina é a melhor estratégia preventiva.

Um perfil do vírus

Quem é?
O papilomavírus humano (HPV) é um grupo de agentes infecciosos que se instalam na pele e em mucosas.

O que causa?
Alguns tipos provocam verrugas, outros estão por trás de lesões que, se não tratadas, podem virar um tumor.

Como se detecta?
Pelo exame de papanicolau (indicado a todas as mulheres) e, se preciso, pelo teste molecular.

Qual o tratamento?
Dependendo do estágio das lesões, podem entrar em ação cauterizações, remédios ou cirurgias.

9.Para que mexer na aparência?

O rejuvenescimento íntimo está em alta. De acordo com pesquisa da Viveve, empresa especializada em sexualidade feminina, a prioridade entre as brasileiras que optam por uma plástica vaginal é melhorar a vida sexual.

Elas recorrem a esse expediente em situações como aumento de volume dos pequenos lábios e flacidez na região. “O procedimento é indicado quando existe impacto na autoestima ou na funcionalidade”, esclarece a médica Tatiana Turini da Cunha, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Plástica vaginal: as principais técnicas

Cirurgias
As mais procuradas buscam corrigir casos de aumento dos lábios da vagina ou flacidez do períneo.

Laser
É indicado para mulheres que acham sua vulva muito escurecida. Também melhora flacidez e sensibilidade.

Radiofrequência
Estimula a parte sensorial do órgão ao produzir contrações na entrada da vagina. Isso daria mais prazer às relações.

10 cuidados que a mãe precisa ter nos primeiros mil dias do bebê

Cada vez mais, especialistas do mundo todo vêm falando sobre a importância dos primeiros mil dias de vida do bebê – que incluem os nove meses de gestação e os dois anos após o nascimento. Tomar os devidos cuidados nessa fase é fundamental para que a criança cresça de forma saudável durante a infância, a adolescência e até a vida adulta. Pensando nisso, a Pastoral da Criança, em parceria com a Rede Globo, lançou a campanha Toda gestação dura mil dias, que contará, entre outras coisas, com um aplicativo que permitirá a gestantes e mamães acompanhar, semana a semana, o desenvolvimento da gravidez e dos filhotes.

A seguir, elencamos dez momentos importantes do desenvolvimento infantil durante esses mil dias e como as mães devem ficar atentas.

1. Planejar a gravidez

Embora essa fase não contabilize nos primeiros mil dias de vida de um bebê, ela é imprescindível para que a criança se desenvolva, na barriga e depois de nascer, cheia de saúde. Ao planejar uma gravidez, a mulher deve fazer uma série de mudanças em seu estilo de vida. Isso inclui abandonar certos hábitos – como fumar, ingerir bebidas alcoólicas e comer alimentos industrializados, gordurosos e cheios de açúcar – e adotar outros, a exemplo de uma alimentação balanceada (rica em frutas, verduras, cereais e carnes magras) e a prática de atividade física. Vale lembrar, é claro, que tudo isso deve ser feito sob a orientação de um médico.

Outra medida importante é a suplementação de nutrientes que estejam em falta no organismo da futura mamãe. Nesse caso, o principal é o ácido fólico, vitamina do complexo B que participa, já nas primeiras semanas de gravidez, da formação do tubo neural do feto – e que a maioria das mulheres não apresenta em doses adequadas. “O consumo desse nutriente deve começar no mínimo 30 dias antes de engravidar”, orienta a nutricionista Caroline Dalabona, da Pastoral da Criança. No entanto, a recomendação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que isso aconteça entre 60 e 90 dias antes da gestação, para que dê tempo de atingir os níveis recomendados.

E não pense que é só o físico que precisa de cuidados. Fortalecer o lado emocional da mãe, do pai e do casal é fundamental para que a gravidez e a criação do bebê ocorra com tranquilidade.

2. Alimentar-se bem durante a gestação

Ter uma alimentação equilibrada se torna ainda mais importante durante os nove meses em que o bebê está na barriga. Entre os nutrientes que não podem faltar no prato da gestante estão ferro, vitamina C, cálcio, ômega-3 e fibras.

Comer de forma correta também é a melhor maneira de garantir que a futura mamãe ganhe peso de forma adequada – isto é, nem muito nem pouco. “Mulheres que comem demais estão propensas a desenvolver diabetes, por exemplo, o que oferece riscos ao bebê”, alerta a pediatra Luciana Herrero, autora dos livros O diário de bordo da família grávida e O diário de bordo do parto. “Por outro lado, aquelas que fazem dietas excessivas na gestação podem deixar de oferecer nutrientes importantes ao pequeno”, pondera.

3. Vacinar-se

Manter a carteira de vacinação em dia é outra atitude que não pode faltar na lista de uma mãe que se preocupa com o seu filhote. Isso porque, ao se imunizar, a grávida passa os anticorpos para o bebê, protegendo-o por tabela. As vacinas recomendadas na gestação são: influenza, hepatite B e a tríplice bacteriana acelular do tipo adulto, que combate difteria, tétano e coqueluche. Após o nascimento do pequeno, granta que ele siga o calendário de vacinação.

4. Preparar-se para o parto

shironosov/Thinkstock/Getty Images

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Isso mesmo: a preocupação com o nascimento da criança não deve existir apenas na reta final da gravidez. E o primeiro passo é buscar informação. “É essencial estudar a fundo os tipos de parto para eliminar mitos e preconceitos que envolvem esse momento”, indica Luciana Herrero. Segundo a médica, o ideal é que se evite o agendamento do parto, pois o risco de o pequeno nascer antes do tempo e desenvolver complicações é alto. “No Brasil, 35% dos bebês nascem entre 37 e 38 semanas e com menos de 2,5 quilos”, calcula.

Outra maneira de se preparar para a chegada do filhote é por meio de exercícios que trabalham o períneo – região localizada entre a vagina e o ânus, que sustenta todos os órgãos pélvicos. Essa musculatura é muito exigida durante a gravidez, devido ao peso da barriga, e também na hora do parto, já que é por ali que o bebê passa. Exercitá-la ao longo dos nove meses facilita (e muito!) esse processo.Continua após a publicidade

5. Amamentar

O aleitamento materno protege o bebê contra infecções, diarreia, obesidade… É benefício que não acaba mais! A recomendação da OMS é que a amamentação seja exclusiva até os 6 meses de vida e que permaneça até, no mínimo, os 2 anos – mesmo com a alimentação complementar. “Quanto mais a criança mama no peito, melhor será o desenvolvimento cognitivo e a imunidade dela”, conta Luciana Herrero.

No entanto, boa parte das mães não tem o suporte necessário (do parceiro ou da família) ou conhecimento suficiente para que a amamentação ocorra de forma correta. “A mulher deve saber como o leite é produzido, como se faz a pega, a maneira de ordenhar…”, exemplifica a especialista, que também é consultora internacional em aleitamento materno. Portanto, fazer cursos e buscar ajuda de pessoas que já passaram por isso são ótimas escolhas.

6. Cuidar do sono do pequeno

Dormir bem é algo muito positivo para os bebês. Afinal, é por meio do sono que hormônios e células responsáveis pela manutenção do organismo são produzidos e que a memória é consolidada. Estudos já demonstraram que crianças que dormem pouco estão mais sujeitas a males como ansiedade, depressão e agressividade no futuro. Para isso, é importante que os pequenos descansem a quantidade de tempo necessária para a sua faixa etária. “É impossível estabelecer uma rotina antes dos 6 meses de vida, porque o cérebro do bebê ainda está muito imaturo”, esclarece Luciana Herrero. Para ter ideia, até os 4 meses, ainda não há produção de melatonina, hormônio que induz o sono. “A criança ainda não sabe o que é dia e o que é noite”, pontua a médica.

Daí porque tentar controlar os horários que o bebê dorme nessa fase é difícil, além de ser prejudicial ao desenvolvimento do pequeno. A recomendação é que, somente após os 6 meses, os pais comecem a aplicar técnicas para que o filho durma em horários específicos. O pediatra pode indicar a melhor forma de fazer isso.

7. Estimular os vínculos

Carinho, afeto e contato físico são alguns dos ingredientes essenciais para estabelecer e fortalecer os vínculos com o filhote. “Receber amor e atenção contribui para o desenvolvimento neurológico e também para a imunidade do bebê”, afirma Herrero. Além disso, uma criança com uma base emocional sólida tende a ser mais segura no futuro.

8. Brincar com o bebê

Purestock/Thinkstock/Getty Images
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Sentar no chão e brincar com o seu bebê é mais importante do que você imagina. Além de estimular a criatividade e o desenvolvimento cognitivo, as brincadeiras promovem a interação da família, de modo que a criança se sinta mais segura e amada. E não pense que isso inclui colocar o pequeno em frente a uma televisão – esse tipo de atividade apenas distrai. Brinquedos e atividades simples já dão conta do recado – e são muito mais divertidos!

9. Desenvolver o paladar

Durante a introdução de alimentos diferentes do leite materno, é importante variar, ao máximo, a oferta de sabores aos bebês – sempre respeitando, é claro, os itens indicados para crianças menores de 1 ano. Por isso, ofereça frutas, verduras, legumes, temperos naturais em diferentes preparações. E nem é preciso dizer que itens cheios de açúcar, gordura e sódio devem passar longe do prato do pequeno.

Além disso, não se esqueça de que a família deve ser exemplo. “Se você quer que o seu filho coma frutas, então consuma esses alimentos na frente dele”, orienta Caroline Dalabona.

10. Incentivar a fala correta

É normal que os pais falem de um modo diferente com bebês. A fala pausada é até benéfica para aqueles que ainda não estão na fase de pronunciar as primeiras palavras. No entanto, conforme os pequenos vão crescendo, estimular a fala correta é importante. Isso pode ser feito, por exemplo, evitando adivinhar o que a criança quer dizer. “Se ela apontar para um objeto, tente fazê-la repetir o nome”, indica a pediatra Luciana Herrero. Conversar com o pequeno, cantar músicas e ensinar palavras novas também são boas dicas.

Tudo começa na gestação

No Brasil, toda gestante tem direito ao atendimento pré-natal. Esse acompanhamento é importante para prevenir, identificar e tratar qualquer problema que possa afetar a saúde da mãe e o desenvolvimento do bebê. O pré-natal ainda ajudará a mulher a entender as transformações que ocorrem em seu corpo e o impacto emocional da gravidez. Afinal, a gestante precisa estar bem para que o bebê se desenvolva saudável.

Entre os brasileiros, 69% [24] apontam o exame pré-natal como uma das três coisas mais importantes para o desenvolvimento do bebê. É a resposta com maior índice de concordância, e o reconhecimento de sua importância é uma boa notícia. Mas, de forma geral, o período de gestação é considerado apenas do ponto de vista médico e biológico, como indica a quantidade de práticas desse tipo citadas entre as três mais importantes: não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas (32%, a terceira mais citada), ter cuidado com o uso de remédios (14%), controlar a pressão (13%), cuidar da alimentação (12%) e controlar o peso (10%).

De acordo com a pesquisa, os aspectos psicossociais ficam em segundo plano: embora seja a segunda resposta mais votada, apenas metade da população (48%) aponta a necessidade de o bebê receber carinho dos pais e familiares entre as três ações mais importantes para o desenvolvimento do bebê durante a gestação. Itens correlatos também têm votações menos expressivas, como a necessidade de conversar com o bebê (marcada por apenas 24% dos entrevistados), a importância de a mãe receber apoio da família (16%) e a aceitação da gravidez pela mãe (14%).

Apesar de reconhecer que o ambiente afeta a criança durante a gravidez, o público tem pouco conhecimento sobre essa influência, o processo de desenvolvimento intrauterino e a importância do momento do parto.[25]


Informações que valem ser divulgadas

  • O desenvolvimento da criança começa de fato no momento da concepção. Os cuidados durante a gestação, portanto, são determinantes para o processo de desenvolvimento, já que diversas estruturas do corpo estão em fase de formação e maturação. Assim, a ausência de atenção à fase intrauterina pode dificultar o bom desenvolvimento na primeira infânciahelp_outline.
  • O acompanhamento médico é essencial tanto para a mãe quanto para o bebê, mas a comunicação desse período deve ir além do ponto de vista médico e biológico.
  • Atividades estimulantes, como ler ou cantar para o bebê durante a gravidez, podem ajudar na construção do vínculo entre mãe e bebê mesmo antes do nascimento. Por volta da 25ª semana de gestação, o bebê já é capaz de ouvir os ruídos do organismo da mãe, bem como sua voz e outros sons do ambiente externo, e tem potencial para estabelecer comunicação e reter memórias afetivas.


Informação sem complicação

  • Aborde, sempre que possível, por meio de depoimentos ou exemplos, como é importante ter uma rotina agradável na gestação, com apoio emocional, exercícios físicos e momentos de descanso e lazer.
  • A comunicação deve valorizar ainda a rede de apoio. Procure reforçar com exemplos práticos de sua experiência pessoal ou profissional, ou mesmo com menções a estudos e pesquisas sobre o assunto, que a gestação deve ser amparada tanto pela família quanto pela comunidade.[26]
  • Procure reconhecer em suas comunicações que outras emoções acompanham esse período, como a angústia, a ansiedade e a depressão. A abordagem mais humanizada e menos idealizada da gestação é sempre melhor para a mãe e, em especial, para o bebê.
  • Ressalte a importância de serem feitas, no mínimo, oito consultas pré-natais.
  • Mencione, sempre que possível, que o Marco Legal da Primeira Infância garantiu uma série de direitos para as gestantes e as famílias com criançashelp_outline na primeira infância, como orientação sobre aleitamento materno, crescimento e desenvolvimento infantil integral (art. 14, § 3º).
  • O cuidado na gestação e nos primeiros meses também pode ser visto pelo prisma do ODS 3 (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU), que promove a saúde e o bem-estar e traz uma mensagem clara: quanto antes se investe na criança – ou, no caso, no bebê – e na família que a protege, mais se reduz a chance de ela desenvolver doenças cardiovasculares e não transmissíveis ao longo da vida adulta.

Ferramentas de comunicação e outras inspirações

Sugestões de imagens

  • Para mostrar a importância de uma rotina agradável na gravidez, procure usar imagens de gestantes em momentos de descanso e lazer, realizando exercícios físicos indicados para esse período, em situações que destacam o apoio da família à gestação e que exemplificam como elas podem ser atendidas e apoiadas em suas atividades pela comunidade.
Crédito: Fernando Martins
  • Um jeito de ilustrar como se forma o vínculo com o bebê durante a gravidez é usar imagens de gestantes lendo, cantando ou colocando músicas para o filho ainda na barriga.
Crédito: Thinkstock

11 alertas sobre o câncer de mama que ninguém faz.

Sobrepeso, sedentarismo, consumo de álcool e de cigarro, maternidade depois dos 30 anos… O crescimento de casos de câncer de mama – o segundo mais comum no Brasil, perdendo apenas para o de pele – tem tudo a ver com o nosso estilo de vida. Claro que a herança genética também tem culpa no cartório. Sozinha, porém, ela representa a minoria dos casos, como explica Giselle Mello, gerente médica do Fleury Medicina e Saúde, especializada em saúde da mulher e mamografia. Ela faz alertas importantes sobre a doença que irá ser diagnosticada em 60 mil brasileiras apenas este ano, segundo dados do Ministério da Saúde. Confira!

Somente em 10% dos casos o câncer de mama é hereditário. 

O câncer de mama é resultado de mutação genética, que pode ser herdada (ocorre em famílias com muitos casos da doença) ou espontânea (relacionada a alterações químicas no organismo e ao estilo de vida). Cerca de 90% das mulheres que desenvolvem esse tumor não têm parentes próximos com o mesmo problema. Por isso, todas nós temos que ficar atentas! Por meio do diagnóstico precoce, as chances de cura chegam a 95% dos casos.

Basta estar alguns quilos acima do peso para entrar no grupo de risco.
A cada aumento de cinco pontos no IMC (Índice de Massa Corporal), por exemplo, cresce em 33% o risco da doença. A explicação para isso é que a gordura também metaboliza o estrógeno, hormônio intimamente ligado à doença (ele intensifica a velocidade da multiplicação das células mamárias, e, nesse processo, podem surgir células anormais). Um estudo feito nos Estados Unidos com mulheres que engordaram de 10 a 20 quilos na fase adulta descobriu que elas tinham 60% mais risco de câncer de mama após a menopausa do que as que ganharam pouco ou nenhum peso durante esse período. Mas dá para reverter: quando a mulher emagrece e consegue permanecer magra, mesmo depois menopausa, o risco caí. O melhor, porém, é evitar o efeito sanfona e se manter sequinha, sempre!

Mamas densas inspiram mais cuidados.
Seios mais firmes ganham na estética, mas ficam em desvantagem na hora do diagnóstico. A densidade do tecido mamário pode atrapalhar a identificação das imagens: ele é esbranquiçado, assim como os nódulos. Já a gordura se caracteriza pelas áreas escuras. A boa notícia: surgiu uma nova tecnologia, chamada tomossíntese, capaz de elucidar um diagnóstico impreciso mesmo em mulheres jovens e com mamas densas.

Silicone não provoca câncer, mas pode dificultar o diagnóstico.
Por isso, a recomendação é que, na mamografia, sejam feitas oito radiografias — e não quatro, como é o habitual –, o que deixa o processo mais longo e, verdade seja dita, dolorido. Exames complementares, como o ultrassom e a ressonância magnética, também podem ser solicitados.

O exame clínico deve ser feito regularmente pelo médico.
Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, a mamografia deve ser anual a partir dos 40 anos (para quem não tem histórico familiar). A data não é aleatória, claro – apenas 5% dos casos acontecem antes dessa idade. Isso não significa que está livre de exames periódico. Você deve solicitar ao ginecologista ou ao mastologista a realização do exame clínico das mamas. Importante: o autoexame não substitui o feito no consultório — serve apenas para o autoconhecimento. E também para que procure rapidamente um especialista, caso identifique alguma alteração.

Caroços nas axilas também são suspeitos.
Não é apenas na mama que aparecem sinais clínicos, a região das axilas deve estar no radar e qualquer alteração pode servir como alerta. Mas, assim como nos casos da mama, um caroço não necessariamente significa câncer. Grande parte dos nódulos mamários são benignos. De qualquer forma, qualquer alteração é motivo suficiente para que você procure seu médico rapidamente. Quanto mais cedo é descoberto um tumor maligno, menos agressivo será o tratamento e maior a chance de cura.

Menstruação precoce e maternidade tardia são fatores de risco.
Quem menstrua antes dos 12 anos ou é mãe depois dos 30 anos tem maior probabilidade de desenvolver a doença. O mesmo vale para mulheres que não têm filhos ou entraram na menopausa tardiamente. Em todos esses casos, a explicação é a mesma: a maior exposição ao estrógeno, intimamente ligado ao câncer de mama. Por outro lado, ser mãe antes dos 30 e amamentar são fatores de proteção.

Cuidado na balada: álcool, aqui, é 100% vilão.
Ainda que tenham sido encontrados albenefícios da bebida em doses módicas para algumas doenças (as do coração, por exemplo), para o câncer de mama, não existe nada de bom. Apenas um drinque por dia aumenta o risco entre 15 e 20%. Beber é ainda pior até os 20, 20 e poucos anos, quando o tecido mamário em desenvolvimento é mais suscetível aos efeitos nocivos do álcool. Quem está mais vulnerável à doença – casos na família, histórico de sobrepeso, menstruou muito cedo – deve considerar não beber. Simples assim.

Mantenha o stress sob controle.
Nosso organismo tem o poder de detectar e combater as células anormais. O soldado em questão é a proteína P53. Mas o excesso de stress e a falta de sono prejudicam a ação dela. Resultado: as células defeituosas se multiplicam, gerando o câncer. A prática de atividades físicas é um poderoso antídoto contra o stress e ajuda a regular o sono. Malhe!

Aposte nas vitaminas in natura.
As vitaminas antioxidantes (A, C e E), o ácido fólico e o selênio estão entre os micronutrientes mais investigados na atuação preventiva contra tumores na mama. Mas vale ressaltar a importância em consumi-los frescos. Isso porque as vitaminas dos suplementos nem sempre são completamente absorvidas pelo organismo. Algumas boas fontes: frutas vermelhas e cítricas (antioxidantes); espinafre, lentilhas e feijões (ácido fólico); castanha do Para, salmão e semente de abóbora (selênio).

O câncer de mama é bem mais comum a partir dos 50, mas os estragos começam muito antes.
Os maus hábitos que estão ligados à doença – excesso à mesa, sedentarismo, stress, bebida, cigarro – afetam a saúde a partir do momento que são iniciados. O organismo “acumula” essas agressões e um dia, cobra o conta. No caso do cigarro, por exemplo, um estudo norueguês recente feito com 300 mil mulheres conclui que as que fumavam na juventude, 10 anos antes da primeira gestação, tinham risco 60% maior de câncer de mama em comparação com aqueles que nunca fumaram. É importante você saber que as medidas preventivas, apesar de fundamentais não afastam totalmente o risco da doença. Mesmo assim, vale a pena adotá-las. 

Saúde da Mulher | Verão exige cuidados especiais

Em época de verão e férias são comuns queixas relacionadas a doenças transmitidas em praias e piscinas. A pele costuma ser a principal afetada por micoses e por excesso de exposição ao sol, além de diarreias, desidratação e outros, que podem acometer homens e mulheres e crianças.

Para prevenir-se, a Coordenação Geral de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde recomenda sempre certificar-se de que a praia é própria para o banho, estar atento aos alimentos consumidos nestes ambientes, bem como a procedência da água, e não deixar de ingerir bastante líquido e fazer uso de protetor solar.

Uma das doenças mais comuns que afetam as mulheres neste período do ano é a candidíase, que se prolifera mais facilmente em meios quentes e úmidos, proporcionados pelos biquínis e roupas molhadas. Desta forma, de acordo com a Coordenação Geral de Saúde da Mulher, sua prevenção passa por evitar permanecer com as roupas úmidas por muito tempo, além de lavar roupas íntimas e de banho com sabão neutro, enxaguar abundantemente e deixar secar em local arejado. O tratamento para candidíase é um antifúngico oral ou vaginal, que deve ser prescrito pelo médico.

herpes também pode se manifestar nestes períodos. A infecção é causada por vírus e sua reativação pode ocorrer devido a fatores como exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre ou outras infecções que diminuam a resistência orgânica. Algumas pessoas têm maior possibilidade de apresentar os sintomas da doença.

Outras dicas podem proporcionar mais conforto para as mulheres durante o verão, como evitar usar calças apertadas e optar por vestidos ou saias e calcinhas de algodão. Manter a higiene íntima e optar por sabonete neutro, higiene das roupas íntimas e não compartilhar objetos de uso pessoal, como sabonetes e toalhas.

Verão prejudica a visão da mulher sobre si mesma, afirma pesquisa

O verão chegou junto às altas temperaturas e aos fins de semana na piscina. No entanto, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Ilumeo, a estação também gera grande constrangimento nos quesitos beleza e autoestima femininas. O estudo foi realizado com 1.179 mulheres de todas as classes sociais e com faixa etária entre 25 e 32 anos e procurou entender a relação da mulher com a estação mais quente do ano.

Mesmo sendo um momento de curtir o calor e aproveitar o mar, o grupo de mulheres entrevistadas não se mostram muito animadas para a chegada do verão. Segundo o resultado da pesquisa, 62% afirmam se sentir feias, 34% mais cansadas e 42% mais indispostas. Quanto aos cuidados com o corpo, a estação também traz encanações.

Depilação
Os pelos no corpo parecem mesmo ser um assunto polêmico no Brasil. O próprio cirurgião de Hollywood, Dr. Rey já afirmou que o ideal seria deixa-los apenas para os macacos em entrevista ao R7. E o processo estético é visto como essencial por 54% das entrevistadas. Os motivos variam entre o menor comprimento das roupas (35%) e porque se sentem mais felizes consigo mesmas (27%).

Os métodos escolhidos também são os mais variados possíveis. A lâmina ainda é a mais utilizada (62%) com as justificativas de não doer (17%), ser mais prática (27%) e até mesmo pelo baixo custo (8%). Já o local mais depilado é a axila (79%), seguida pelas pernas (60%) e virilha (58%).

Cabelos
O cabelo também é foco dos cuidados femininos no verão e chega a ganhar uma atenção de até uma hora por semana (38%). Os produtos para os fios são os segundos mais lembrados pelas mulheres (63%) em termos de necessidade. Os mais usados são: shampoo (82%), condicionador (74%), máscara de cabelo (42%), creme de pentear (41%) e reparador/selador de pontas duplas (38%).

Os maiores medos femininos em relação aos fios são: ter fios quebradiços (42%), ficar com caspa (13%) ou com os fios ressecados (11%). Para isso, elas costumam mudar a rotina de cuidados lavando todos os dias (26%), usando cremes hidratantes uma vez por semana (26%), usando o secador de cabelos sempre que lavam (15%) ou a chapinha (11%).

Para Gabriela Onofre, diretora de Comunicação e Marketing da P&G, que encomendou a pesquisa, os resultados confirmam o interesse das mulheres em ter uma imagem bonita aos olhos dos outros, mas, sobretudo diante do espelho. Estar bem consigo mesma é o fator mais importante para elas. Para arrasar nesse verão, as mulheres esperam ter pernas poderosas (33%), cabelos saudáveis (24%), bumbum sem celulite (17%) e a barriga sarada (14%).

DOENÇAS GINECOLÓGICAS DE VERÃO

A chegada da temporada mais quente do ano é motivo de alegria para as mulheres: muito sol, praia e piscina. O bronzeado é uma realidade, e a disposição para se divertir aumenta. Agora, é preciso ter cuidado porque as temperaturas mais quentes e as atividades que costumamos fazer nessa época propiciam o surgimento de doenças ginecológicas que podem significar um balde de água fria na sua curtição.

Todo o problema ocorre pela mudança do ambiente ginecológico causada pelos hábitos adotados durante as atividades típicas da estação. Em primeiro lugar, o uso de calcinhas de tecido sintético, bem como de trajes apertados, pode ser mais prejudicial em dias quentes. Como essas roupas acabam “abafando” demais a área genital, a temperatura ali fica mais alta e a umidade também aumenta. Além disso, nos passeios que incluem piscina e praia, é muito comum ficar com o maiô molhado nas horas após o mergulho. Essa atitude também contribui para alterar as condições físicas da região, abrindo o caminho para a proliferação de micro-organismos prejudiciais à saúde.

Essa mudança de hábitos no verão causa um desequilíbrio na flora vaginal, aumentando a chance do desenvolvimento de doenças como a candidíase, a tricomoníase e a vaginose bacteriana.

A candidíase ocorre pela multiplicação de um fungo do gênero cândida, e pode ser transmitida sexualmente, embora não seja considerada uma doença sexualmente transmissível. Já a tricomoníase é uma DST causada pelo parasita Trichomonas vaginales. Por fim, a vaginose bacteriana é causada por uma bactéria chamada Gardnerella vaginalis, e não é considerada DST.

A dica para evitar essas doenças é optar por tecidos naturais e roupas com caimento mais leve no verão. Além disso, quando for à piscina ou praia, leve um biquíni reserva para trocar depois do banho – para evitar a umidade excessiva do local. Se você notar alguma alteração, como corrimento ou coceira local, procure um ginecologista.

Cuidados no verão: o que uma grávida deve fazer durante essa temporada?

A gravidez no verão exige cuidados extras para manter o bem-estar da mulher. Afinal, a gestação é um período em que as mulheres sentem naturalmente mais calor devido à aceleração do metabolismo — que trabalha mais para levar nutrientes ao bebê que está se formando.

cansaço típico da gravidez também aumenta com as altas temperaturas, enquanto a pressão arterial — que já costuma ser mais baixa nas grávidas — tende a cair ainda mais, provocando tonturas e até mesmo desmaios.

A boa notícia, contudo, é que é possível aproveitar os dias mais longos e calorosos com muita disposição. Neste post nós reunimos algumas dicas de cuidados no verão que toda gestante deve ter para aproveitar a estação mais quente do ano com conforto e saúde.

Acompanhe!

Beba muita água

Esse é o principal cuidado que a gestante deve ter nos dias mais quentes. Com o calor, há um aumento da transpiração e, consequentemente, maior perda de líquidos. Além de repor o que foi perdido no suor, a grávida deve ingerir mais água para manter os níveis adequados do líquido amniótico, essencial para a vida intrauterina do bebê.

Veja abaixo outros benefícios que o maior consumo de água traz para a gestante.

Água para evitar tonteiras e desmaios

Com o aumento do volume de líquidos no organismo, a pressão arterial também sobe. O maior consumo de água, portanto, evita as consequências do mal-estar causado pela queda de pressão — como tonteiras, desmaios e cansaço excessivo.

Água para tratar a dor de cabeça e a enxaqueca

calor e a exposição ao sol costumam dar aquela dorzinha de cabeça, geralmente causada por desidratação. Por isso, manter-se hidratada é o melhor remédio para evitar esse desconforto. Sair do sol e descansar à sombra também ajuda.

Dica: Você sabe quando uma gravidez é considerada de risco?

Durante a gestação também é comum que as mulheres tenham algum episódio de enxaqueca devido às mudanças hormonais. Com o aumento da temperatura e a dilatação dos vasos sanguíneos, essas dores podem ser mais frequentes.

Como esse é um período em que os medicamentos estão contraindicados, a recomendação, mais uma vez, é aumentar o consumo de água para elevar o volume de líquido no organismo e reduzir a pressão sanguínea, aliviando as dores.

Água para reduzir o inchaço das pernas e dos pés

Os inchaços durante a gestação são causados pela retenção de líquidos. Parece irônico, mas a melhor forma de tratar o problema é beber mais água. Ao aumentar o volume de líquido no corpo, você melhora a circulação sanguínea, diluindo mais o sangue e favorecendo os processos diuréticos.

Como se manter hidratada

Além da água pura, é possível manter a hidratação com sucos naturais, água de coco, sopas frias e frutas. Evite refrigerantes, sucos industrializados e chás escuros. Os dois primeiros são ricos em sódio e açúcar e o último contém cafeína — substâncias que devem ser consumidas com moderação na gravidez.

Alguns hábitos e atitudes podem proporcionar uma experiência mais gostosa e segura tanto para você quanto para o seu bebê. Confira no banner abaixo o guia de saúde completo!

Mantenha a alimentação leve e balanceada

Durante a gravidez, é preciso ter um cuidado redobrado na hora de montar o cardápio do dia a dia. Afinal, tudo o que você comer refletirá diretamente na saúde do bebê. Na estação mais quente do ano, por sua vez, a atenção deve ser ainda maior.

Além de beber muita água, é necessário evitar pratos pesados e gordurosos. Os legumes, as verduras e as frutas são sempre as melhores opções. Desse modo, dê preferência às saladas, às carnes magras (como o peixe grelhado e o frango, por exemplo) e às frutas com grande concentração de líquido, como a melancia.

Vale destacar, ainda, que as grávidas devem montar um cardápio levando em consideração os nutrientes essenciais para a formação do bebê. O ideal é seguir sempre a orientação do seu médico. Só ele poderá adequar a dieta à sua realidade e prescrever, quando for o caso, suplementos alimentares.

No entanto, existem certas substâncias que não podem faltar na dieta de qualquer futura mamãe. A seguir, veja alguns exemplos:

Cálcio

  • quantidade diária: cerca de 1000 mg;
  • benefícios para o bebê: além de auxiliar na formação dos ossos, dentes, nervos e coração, o cálcio ajuda a controlar a frequência cardíaca;
  • o que comer: leite, queijo, iogurte, sardinha, caruru, espinafre.

Ácido fólico

  • quantidade diária: no mínimo 600 mcg;
  • benefícios para o bebê: o ácido fólico é fundamental para o desenvolvimento da função cerebral do feto. Além disso, ele auxilia na síntese do DNA e ajuda a fechar o tubo no sistema nervoso central;
  • o que comer: fígado (galinha, boi e peru), feijão-preto, quiabo, espinafre, lentilhas, soja verde, abacate, laranja, aipo, beterraba, aspargos.

Magnésio

  • quantidade diária: cerca de 350 mcg;
  • benefícios para o bebê: ajuda na construção de ossos e dentes fortes, regula os níveis de insulina e açúcar no sangue e constrói tecidos;
  • o que comer: espinafre, sementes de abóbora, grãos de soja, arroz integral, abacate, banana, figo, chocolate amargo, couve, acelga.

Ferro

  • quantidade diária: cerca de 27 mcg;
  • benefícios para o bebê: além de ser um dos responsáveis por desenvolver os glóbulos vermelhos, o ferro repassa oxigênio às células;
  • o que comer: vegetais verdes-escuros (como brócolis, espinafre e couve), tofu, algas, aveia, quinoa, coentro, castanha de caju, melaço de cana.

Outros nutrientes

  • cromo: frango, pão integral, ovos, linhaça, chia;
  • cobre: lentilha, feijão, manga, frutos do mar, nozes;
  • iodo: peixes, algas, leites e derivados;
  • manganês: arroz integral, feijão-preto, gérmen de trigo, aveia;
  • vitamina B5: ovo, abacate, leite, sementes de girassol;
  • fósforo: sardinha, feijão-preto, leite, sementes e frutas secas;
  • potássio: batata, uva-passa, damascos;
  • zinco: carne, atum, semente de girassol;
  • vitaminas (A, C, complexo B): cenoura, melão, batata, limão, laranja, salmão, nozes, cereais integrais, entre outros.

Dica: A importância da alimentação saudável durante a gravidez

Hidrate a pele

Mesmo com o aumento da oleosidade durante o verão, é muito importante que a gestante hidrate a pele. Com o crescimento da barriga, a pele se estica, o que favorece o aparecimento de estrias nessa região, nas pernas e no bumbum.

Para evitar a sensação de pele pegajosa devido ao suor, use hidratantes livres de óleo, que tenham o toque seco.

Use protetor solar e proteja-se do sol

Fique atenta ao uso e à reaplicação do protetor solar ao longo do dia. A recomendação é passar o produto a cada duas horas. O aumento hormonal na gravidez potencializa a produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele e aos cabelos, aumentando a chance do aparecimento de manchas, principalmente no rosto.

Algumas dessas manchas, conhecidas como melasma, são de difícil remoção após a gestação, mesmo com os tratamentos dermatológicos. Por isso, o melhor é prevenir.

Além do protetor solar, nos dias mais quentes é recomendável usar chapéus e viseiras para ajudar na proteção da pele contra os raios ultravioletas. Fique atenta também aos horários de exposição: especialmente no verão, evite tomar sol entre as 10 horas e as 16 horas. Se estiver na praia, fique embaixo dos sombreiros ou nos quiosques.

Dica: Cuidados essenciais que você deve ter nos últimos dias de gravidez

Tire alguns minutos para repousar ao longo do dia

Dependendo do estágio da gestação, é comum que as grávidas sintam uma sensação de exaustão. Devido às altas temperaturas, o verão pode agravar esse quadro.

Por esse motivo, é muito importante que as futuras mamães tirem alguns momentos do dia para repousar. Mesmo durante uma viagem, é essencial parar, deitar, colocar os pés para cima e fazer alguma atividade relaxante (como escutar música, por exemplo).

Faça atividades físicas

Não é só de descanso que vivem as gestantes. Desde que haja um aval médico, as atividades físicas são extremamente benéficas para a saúde da mamãe e do bebê.

Aliás, os inchaços são reclamações comuns na gestação, especialmente nas pernas e pés — como os vasos sanguíneos se dilatam no calor, as queixas tendem a aumentar. Nesse sentido, a prática de uma atividade física auxilia na drenagem dos líquidos que se acumulam no organismo, favorecendo o sistema circulatório e melhorando os inchaços.

Desde que tenha a liberação do obstetra, portanto, a gestante pode fazer a atividade que mais lhe agradar. As mais recomendadas na gravidez são: caminhadapilatesioga e hidroginástica.

Elas causam baixo impacto nas articulações e grandes benefícios para o fortalecimento dos músculos da coluna, melhora da respiração e controle da pressão arterial e do ganho de peso.

Saiba escolher as roupas certas

No verão, não basta colocar qualquer roupa e pronto. A escolha das vestimentas deve ser feita com cuidado, levando em consideração a ocasião e a temperatura do local.

Se você vai à praia e depois pretende almoçar em um restaurante, por exemplo, o ideal é colocar uma saída fresquinha e levar uma peça de roupa mais quente junto com você. Afinal, o local onde você vai comer pode ter ar-condicionado. Pense sempre nisso!

Em todo o caso, as roupas folgadas são as mais indicadas para as gestantes que estão enfrentando o calor do verão. Além disso, certos tecidos são mais leves e, como consequência, proporcionam mais conforto às futuras mamães. Veja alguns exemplos:

  • algodão;
  • seda;
  • linho;
  • tencel;
  • viscose;
  • cambraia;
  • tricoline;
  • laise;
  • renda;
  • crepe;
  • musseline de seda.

Leve mais de um biquíni para a praia ou piscina

A baixa imunidade e o pH mais ácido da vagina na gravidez deixam as mulheres mais propensas a desenvolver infecções urinárias e ginecológicas provocadas por fungos e bactérias.

Por isso, grávidas não devem ficar mais de duas horas com a calcinha do biquíni molhada. A recomendação é ter na bolsa mais de uma peça para que a calcinha usada no banho de mar ou piscina possa ser trocada.

Após o banho de piscina, também é importante tomar uma ducha de água natural. O cloro e as demais substâncias químicas utilizadas para tratar a água podem alterar o pH vaginal, além de causar alergias.

Dica: 13 tratamentos estéticos contraindicados para grávidas

Mantenha-se sempre fresquinha

No verão, as artérias e veias do nosso corpo se dilatam. Com o objetivo de regular a temperatura corporal, o organismo transfere uma maior quantidade de sangue para essa região. Além de diminuir a pressão, esse processo aumenta o suor e a fadiga.

Para garantir o seu bem-estar, invista em estratégias para se manter sempre fresquinha. Uma boa dica é carregar um spray com água gelada na bolsa. Os ventiladores à base de pilhas e os tradicionais leques também são boas opções para amenizar o calorão. Assim, sempre que se sentir mal, você tem ao que recorrer!

Não tome banhos quentes

Sabemos que, mesmo no verão, há quem não abra mão de um banho sempre quentinho. Entretanto, a água em temperatura elevada oferece riscos à saúde da mulher, que pode até desmaiar dentro do box.

Isso ocorre porque a ducha quente aumenta o processo de dilatação dos vasos sanguíneos, diminuindo ainda mais a pressão arterial — o que já é comum nessa época do ano. Portanto, prefira banhos frios ou mornos.

Invista em uma boa noite de sono

Dormir bem nos dias quentes pode parecer um grande desafio. No entanto, existem algumas estratégias para abrandar o calor fazê-la descansar melhor.

Em primeiro lugar, é importante posicionar os ventiladores e circuladores de ar voltados para a parede. Isso evita que poeiras e outros agentes sejam “despejados” em você durante a noite. Além disso, é necessário investir em roupas leves (como as camisolas de seda e algodão, por exemplo) e manter um copo de água fresca perto da cama.

Também é interessante deixar uma toalha molhada em cima do criado-mudo. Assim, se você acordar suando, por exemplo, basta passá-la na nuca e na testa pra aliviar o calor.

Dica: Entenda os impactos do verão nas gestantes

Entre no mar somente quando estiver acompanhada

banho de mar costuma ser liberado pelos médicos até o nono mês de gravidez, período em que há a dilatação do colo uterino. No entanto, é fundamental ter cautela na hora do mergulho, já que as ondas intensas podem fazer com que a futura mamãe caia.

É normal que as gestantes sintam um certo desequilíbrio durante a gravidez. Isso ocorre devido ao peso do bebê, ao aumento do útero e a outros fatores comuns dessa época da vida. Nesse sentido, tenha cuidado redobrado na praia. Entre no mar somente quando estiver acompanhada e quando as ondas ficarem brandas.

Tenha cuidado com a alimentação fora de casa

Se você for aproveitar alguns dias do verão na praia, redobre o cuidado com a higiene dos alimentos. O conselho vale para toda refeição feita fora de casa.

Mesmo que dê vontade, não coma preparações vendidas por ambulantes e em barracas. Você não sabe como esses alimentos foram preparados e a exposição prolongada ao calor do sol favorece a proliferação de bactérias que podem causar infecções intestinais.

gravidez também não é o melhor momento para experimentar comidas diferentes e frutos do mar — como camarão e ostras. Eles têm grande potencial de provocar alergias e, com a baixa imunidade, você está ainda mais propensa a ter uma reação desagradável.

Fique atenta às mudanças bruscas de temperatura

Um ambiente com ar-condicionado é um oásis para as gestantes nos dias mais quentes. No entanto, é preciso ter cuidado com mudanças bruscas e constantes de temperatura. Sair de um lugar muito frio e receber rajadas quentes de calor pode causar choque térmico e resfriados.

O ideal é que o ar-condicionado fique em uma temperatura agradável, entre 23 e 24 graus. Além de evitar choques térmicos, isso protege as vias aéreas — que podem ficar ressecadas e mais propensas a alergiasrinites e outras doenças respiratórias.

Check-up feminino: 8 exames para acompanhar a saúde da mulher

A velha máxima que diz que prevenir é sempre melhor do que remediar faz todo o sentido quando o assunto é saúde. Consultar o médico regularmente e adotar medidas preventivas contra doenças em diferentes fases da vida é a melhor forma de garantir o bem-estar ao longo dos anos. Por isso, o check-up feminino é algo que não pode ficar de fora da agenda de mulheres de todas as idades.

Neste artigo, você vai conferir exames indispensáveis para acompanhar a saúde da mulher e garantir um check-up completo em todas as fases da vida!

Saiba a importância do check-up feminino

Quais exames são indispensáveis para a saúde da mulher?

Entre os exames que devem ficar no radar estão papanicolau, mamografia, ultrassom transvaginal, testes de análise hormonal, densitometria óssea e vulvoscopia. Veja mais detalhes sobre esses e outros exames importantes para incluir no seu próximo check-up.

1. Papanicolau

Um dos exames que deve fazer parte do check-up feminino de idades variadas é o papanicolau, também conhecido como o famoso preventivo ou pelo nome técnico, Colpocitologia Oncótica.

Por meio do exame, que costuma ser feito no próprio consultório do médico ginecologista, é possível diagnosticar doenças como infecções vaginais diversas e, até mesmo, câncer de colo de útero, enfermidade que pode ser causada pelo Papiloma Vírus Humano (HPV).

É importante que mulheres de 25 a 65 anos façam o preventivo, pelo menos, uma vez ao ano. É importante que não estejam menstruadas ao fazer o exame, que é relativamente simples: o médico coleta o material vaginal por meio da raspagem do colo uterino e da mucosa vaginal e o envia para o laboratório.

2. Mamografia

Recomendada para mulheres acima de 40 anos ou com histórico de câncer de mama na família, a mamografia é, basicamente, uma radiografia das mamas sem utilização de contraste. Ele é apontado como um dos exames mais importantes para prevenção ao câncer.

Por meio da mamografia (acompanhada de alguns exames clínicos), é possível identificar um possível câncer de mama logo no início, passo essencial para sua cura.

Para mulheres com menos de 40 anos e/ou que não fazem parte do grupo de risco, os médicos ginecologistas costumam substituir a mamografia pela ultrassonografia das mamas no check-up anual.

3. Ultrassom transvaginal

Assim como o ultrassom de mama, o transvaginal também faz parte da lista de exames que toda mulher deve fazer, pelo menos, anualmente. Não é à toa.

Por meio dessa ultra, que gera imagens de órgãos como vagina, colo do útero, trompas e ovários, é possível identificar problemas como pólipos no endométrio, cistos e, até mesmo, câncer. É um exame simples que tem como principal recomendação que a mulher não esteja menstruada.

Em alguns casos, como endometriose, é possível que o ginecologista peça exames complementares, como uma ressonância magnética, para identificar possíveis focos da doença. Ela é caracterizada pela presença do endométrio fora do útero.

4. Testes de análise hormonal

Além da mamografia, outros exames indicados para mulheres a partir dos 40 anos (ou em situações específicas) são os de perfil hormonal.

Ele é voltado principalmente para quem está no início do climatério, um período que antecede a menopausa, e é marcado por sintomas como menstruações irregulares. O exame que analisa os hormônios femininos deve ser feito anualmente ou segundo periodicidade definida pelo médico.

5. Colesterol total e frações

check up feminino e saúde da mulher

Indicado para mulheres de todas as idades, o exame de sangue para avaliar o colesterol total e frações é usado para medição dos níveis de HDL, o chamado colesterol bom, e LDL, o colesterol ruim.

Por meio da coleta, é possível, ainda, verificar o percentual de gordura presente no sangue.

Exames de sangue regulares, aliás, devem fazer parte do check-up feminino desde cedo, a partir da primeira menstruação, para manter a saúde em dia.

Além do colesterol, é preciso verificar níveis de glicose e hormônios da tireoide para descartar doenças como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos.

6. Densitometria óssea

Mulheres com mais de 40 anos também não podem abrir mão de fazer, a cada dois anos, a densitometria óssea, exame que detecta a osteoporose.

A doença, que está ligada à menopausa e aos desequilíbrios hormonais, atinge grande parte da parcela feminina no mundo. Por isso, é importante ficar atenta para prevenir a enfermidade.

Por mais que a osteoporose seja mais comum em mulheres a partir dos 50 anos, a prevenção é o melhor remédio; então, inclua, a partir dos 40, o exame no check-up feminino. A boa notícia é que o exame é relativamente simples de fazer e elimina a necessidade de raios X.

7. Colposcopia

Exame que costuma ser pedido pelo ginecologista quando há algum tipo de alteração no papanicolau ou há a identificação de lesões ocasionadas pelo HPV, como verrugas genitais, a colposcopia avalia mais detalhadamente regiões como vagina, vulva e colo uterino.

É feito no consultório pelo próprio médico e pode detectar, entre outros problemas, feridas no colo do útero, pólipos e cervicite.

8. Vulvoscopia

Outro exame importante para a saúde da mulher, a vulvoscopia avalia não só a vulva como outras regiões próximas: pele, estruturas e mucosa. Geralmente, o médico indica a vulvoscopia quando as pacientes reclamam de sintomas como irritações e coceiras na área.

Por meio do exame, é possível detectar doenças comuns nas mulheres, como HPV e outras ISTs, além de infecções e, até mesmo, doenças autoimunes.

Qual é a relação entre seguro de vida e check-up feminino?

Contratar um seguro de vida é um passo importante para manter em dia os cuidados rotineiros com a saúde e ter acesso a serviços que fazem a diferença para o bem-estar. Muitos seguros de vida oferecem também descontos em medicamentos, o que pode fazer toda a diferença durante um tratamento.

Alguns modelos de seguro oferecem, ainda, assistência nutricional, serviço essencial para quem busca tornar a alimentação uma aliada na prevenção e cura de doenças.

Outro dos grandes benefícios é contar com indenização caso tenha alguma doença grave prevista na apólice durante o período do contrato. Dessa forma, você e sua família poderão focar o que realmente importa: a recuperação da saúde.

Como você viu, inúmeros exames fazem parte do check-up feminino. Trata-se de um cuidado que deve estar sempre em pauta, que pode ir de uma simples coleta de sangue a exames mais complexos.

Fique atenta à idade recomendada para realizar cada exame, bem como a frequência. Além disso, conte com um seguro de vida para garantir ainda mais tranquilidade e vantagens nesse momento.

Check-up na mulher

A avaliação periódica da saúde, também conhecida como check-up, é uma oportunidade para avaliar pacientes assintomáticos com a finalidade de:

• Identificar fatores de risco e realizar diagnóstico com base na história clínica pessoal e familiar;

• Realizar medidas preventivas baseadas em evidências, que incluem exames para o rastreamento de doenças;

• Aconselhar o paciente sobre questões de estilo de vida.

O presente material de atualização selecionou as recomendações sobre check-up de várias instituições nacionais e internacionais para auxiliar o médico com informação de qualidade.

Tradicionalmente, o check-up compreendia uma consulta médica anual nos pacientes assintomáticos. Contudo, recomenda-se que a periodicidade seja determinada de forma individual, de acordo com a avaliação de risco de cada indivíduo.

Feita em todas as consultas, a avaliação de risco baseia-se na história clínica e no exame físico. A realização de testes complementares de análises clínicas e de imagem é estabelecida individualmente, conforme as recomendações de rastreamento de doenças propostas pelas diferentes diretrizes.

Nas mulheres em idade reprodutiva, dá-se destaque para o rastreamento de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e início do rastreamento do câncer de colo do útero.

Após a perda da proteção hormonal, com a entrada na menopausa, o risco de doença cardiovascular aumenta bastante no sexo feminino, quando, portanto, se indica a pesquisa de aterosclerose subclínica, já que esta é a primeira causa de morte na mulher.

Rastreamento de infecções genitais

 Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae: recomenda-se o rastreamento anual desses patógenos com PCR em tempo real em mulheres sexualmente ativas com idade ≤25 anos ou acima dessa faixa etária, desde que haja fatores de risco (novo parceiro sexual, múltiplos parceiros sexuais, parceiro sexual com IST, etc.). A pesquisa da infecção pela C. trachomatis é de suma importância devido às graves consequências associadas à condição, principalmente em longo prazo, como dor pélvica crônica, infertilidade e maior risco de abortamento, de rotura prematura de membranas, de trabalho de parto prematuro e de infecção neonatal, além da possível associação com o HPV.

• HIV: o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, preconiza que todas as pessoas de 13 a 64 anos de idade devem realizar o teste para HIV pelo menos uma vez e que aquelas de alto risco para a infecção (usuários de drogas injetáveis e seus parceiros, trabalhadores do sexo, parceiros sexuais de pessoas vivendo com HIV, homens que fazem sexo com homens e pessoas — ou seus parceiros — que tiveram mais de um parceiro sexual desde o último teste de HIV) precisam ser rastreadas pelo menos uma vez ao ano. Se o risco não for alto, a repetição do teste deve ser avaliada individualmente.

• Treponema pallidum: o rastreamento é feito em pacientes com parceiro com diagnóstico de sífilis recente, pessoas vivendo com HIV, pacientes expostos a relações sexuais desprotegidas, trabalhadores do sexo e homens que fazem sexo com homens. O CDC também comenta que a testagem mais frequente pode ser influenciada pela epidemiologia local. É importante destacar o aumento do número de casos de sífilis observado no Brasil. Em novembro de 2018, a taxa de detecção cresceu 31,8% para sífilis adquirida, 28,5% para sífilis na gestação e 16,4% para sífilis congênita, em comparação a 2016. A população mais afetada pela doença são as mulheres, principalmente jovens e negras, na faixa etária de 20 a 29 anos.

• Trichomonas vaginalis: o agente deve ser rastreado em mulheres de alto risco para a infecção e, anualmente, em pessoas vivendo com HIV.

• Herpes: a pesquisa é recomendada em mulheres de risco para a infecção (principalmente na presença de múltiplos parceiros sexuais) e nas que vivem com HIV.

• Hepatites B e C: o rastreamento é indicado em mulheres com risco aumentado.

– Os fatores de risco primários associados com a infecção pelo vírus da hepatite B incluem: relação sexual desprotegida com parceiro infectado, múltiplos parceiros sexuais, homens que fazem sexo com homens, pessoas vivendo com HIV, história de outras IST e uso de drogas injetáveis, além da falta de vacinação na infância. O CDC também recomenda o rastreamento em pacientes que recebem hemodiálise ou terapia citotóxica ou imunossupressora. Os testes sorológicos são HBsAg, anti-HBc total, anti-HBc IgM e anti-HBs.

– Para hepatite C, o CDC e a Força-Tarefa de Saúde Preventiva dos Estados Unidos preconizam o rastreamento na presença de risco para infecção ou em exposição reconhecida, o que abrange uso atual ou prévio de drogas injetáveis, hemodiálise de longo prazo, filhos de mãe com hepatite C, uso de drogas intranasais, realização de tatuagem em locais sem regulação e outras exposições percutâneas.

Rastreamento de câncer de colo de útero (Inca, 2016)

• Iniciar a coleta de citologia oncótica aos 25 anos, em pacientes que já tiveram ou têm atividade sexual, incluindo gestantes e mulheres na pós-menopausa.

• Periodicidade da citologia: inicialmente, uma vez por ano e, após dois resultados consecutivos negativos, a cada três anos.

• Mulheres que receberam a vacina contra o HPV não estão dispensadas do rastreamento.

• Mulheres submetidas à histerectomia total por doença benigna podem ser excluídas da pesquisa desse câncer se não tiverem história de diagnóstico ou tratamento de lesão de alto grau no colo do útero e apresentarem exames anteriores normais.

• Na população geral, o rastreamento deve ser interrompido aos 64 anos se houver dois exames citopatológicos consecutivos negativos nos últimos cinco anos.

• Mulheres com mais de 64 anos que nunca fizeram a citologia devem realizar esse exame duas vezes, num intervalo de um a três anos.

• Pacientes imunossuprimidas: o rastreamento deve começar após o início da atividade sexual, sendo semestral, no primeiro ano, e anual, se ambos os resultados forem negativos, enquanto se mantiver o fator de imunossupressão. Mulheres HIV-positivas com CD4+ <200 céls/mm3 têm de realizar citologia e colposcopia a cada seis meses. Se fizerem apenas a citologia e o resultado mostrar qualquer tipo de alteração citológica, a colposcopia torna-se indispensável.

Quando pedir a colposcopia?

A colposcopia está indicada para rastrear lesões precursoras de câncer de colo do útero na presença de alterações citológicas ou teste de HPV positivo. Segundo as diretrizes do Instituto Nacional de Câncer (Inca), de 2016, pacientes com citologia com células escamosas atípicas (não podendo afastar lesão de alto grau), atipias glandulares, lesão de alto grau ou suspeita de microinvasão, invasão ou adenocarcinoma devem ser encaminhadas para investigação com colposcopia. Em portadoras de células escamosas atípicas de significado indeterminado ou lesão de baixo grau, a colposcopia precisa ser feita se esse resultado se repetir no segundo exame citológico.

Outras indicações da colposcopia envolvem processos inflamatórios acentuados, sinusiorragia, ulcerações, tumores, pólipos e grandes ectopias friáveis.

Quando realizar o teste de DNA de HPV?

O teste de DNA de HPV está indicado para mulheres com idade igual ou superior a 30 anos, em conjunto ou não com a colpocitologia. Na atualidade, a pesquisa molecular do DNA do HPV é feita principalmente pela PCR em tempo real.

O exame utilizado pelo Fleury (Cobas® 4800 Human papillomavirus, Roche) detecta individualmente os tipos 16 e 18, além de informar, de modo agrupado, a presença de outros 12 tipos de HPV de alto risco oncogênico (31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 66 e 68).

Dosagens hormonais

Em mulheres em idade reprodutiva, algumas dosagens hormonais podem ser úteis na avaliação de quadros específicos. Em pacientes com menos de 40 anos e amenorreia com mais de 12 meses, as dosagens de FSH, estradiol e hormônio antimülleriano, além da ultrassonografia (US) transvaginal, auxiliam a investigação de insuficiência ovariana prematura. Ademais, a medida de FSH é importante nas mulheres com idade ≥45 anos e com sintomas vasomotores para a investigação de menopausa.

Rastreamento do câncer de mama (Comissão Nacional de Mamografia)

A partir dos 40 anos, torna-se importante o rastreamento do câncer de mama, o primeiro mais incidente em mulheres. A pesquisa de lesões mamárias deve ser feita da seguinte forma:

• Em mulheres sem fatores de risco, está indicado o rastreamento anual com mamografia, de preferência digital, na faixa etária de 40 a 74 anos. A US pode ser considerada como estudo complementar, depois da mamografia, em mulheres com tecido mamário denso no estudo radiológico ou com fator de risco para o câncer de mama.

• Em mulheres com 75 anos de idade ou mais, a triagem anual com mamografia, de preferência digital, é recomendada quando a sobrevida esperada supera sete anos, dependendo das comorbidades.

• Em mulheres de alto risco para neoplasia mamária, o rastreamento é iniciado mais cedo, em geral aos 30 anos, e deve ser feito anualmente com mamografia e ressonância magnética das mamas.

Rastreamento do câncer colorretal

Segunda neoplasia mais comum no sexo feminino, o câncer colorretal deve ser rastreado a partir de 45 anos em adultos com risco médio para a doença, seja por meio da realização de exames de fezes de alta sensibilidade, seja por exame estrutural do cólon, dependendo da preferência do paciente, do médico solicitante e da disponibilidade do teste:

– Pesquisa anual de sangue oculto nas fezes pelo teste imunoquímico;

– Colonoscopia a cada cinco a dez anos;

– Colonoscopia virtual (colonografia por tomografia computadorizada) a cada cinco anos;

– Retossigmoidoscopia a cada cinco anos (podendo ser associada à pesquisa anual de sangue oculto nas fezes).

Após os 75 anos de idade, a continuação do rastreamento baseia-se em preferências pessoais, expectativa de vida, estado geral e histórico dos resultados. Acima dos 85 anos, a pesquisa desse câncer não é mais indicada.

Outras neoplasias

Não há recomendações para o rastreamento de outras neoplasias ginecológicas, como o câncer de endométrio e o câncer de ovário, na população geral assintomática.

Deve-se apenas buscar o diagnóstico precoce dessas neoplasias em mulheres com risco elevado. Na presença de sangramento uterino anormal na menacme ou nas mulheres com sangramento uterino após a menopausa, está indicada a realização de US transvaginal como exame de primeira linha. Em pacientes virgens, que não podem realizar a US transvaginal, a investigação deve ser feita pela ressonância magnética.

A US transvaginal e a dosagem sérica de CA-125 podem ser consideradas na avaliação de pacientes com alto risco para câncer de ovário. O índice ROMA (Risk for Ovarian Malignancy Algorithm), calculado a partir das dosagens de CA-125 e HE4, é uma ferramenta que auxilia a estratificar o risco de câncer de ovário: um resultado >7,4% na pré-menopausa ou >25,3% na pós-menopausa configura alto risco para câncer epitelial de ovário.

A PARTIR DO CLIMATÉRIO E DA MENOPAUSA

O período do climatério caracteriza-se por alterações hormonais, metabólicas, psíquicas e somáticas que podem comprometer a qualidade de vida. Durante essa fase e a pós-menopausa, recomenda-se adotar medidas preventivas, que incluem a realização de propedêutica mínima de exames, a fim de propiciar o rastreamento de doenças crônicas e o diagnóstico precoce de diferentes condições. Além da mamografia e do rastreamento de câncer de colo do útero, já mencionados, sugere-se a densitometria óssea, a US pélvica, a avaliação tiroidiana e a pesquisa de diabetes e dislipidemia.

Avaliação de osteoporose

A medida da densidade mineral óssea (DMO) pela densitometria é o exame de escolha para o diagnóstico de osteoporose, determinado por um valor de 2,5 ou mais desvios-padrão (DP) abaixo da média da DMO de adultos jovens (T-score). Os sítios de avaliação recomendados são a coluna lombar (de L1 a L4) e o fêmur proximal (colo e fêmur total). A osteopenia caracteriza-se pela presença de valor de 1,1 a 2,4 DP abaixo da média de adultos jovens.

Segundo a International Society for Clinical Densitometry, a densitometria óssea está indicada para mulheres ≥65 anos. Antes disso, deve ser realizada em qualquer mulher adulta que apresente fatores de risco para osteoporose, como antecedente de fratura femoral nos pais, tabagismo, antecedente pessoal de fratura por fragilidade, imobilidade, baixo peso e uso de medicações ou doenças crônicas que afetam a massa óssea.

Adicionalmente, é importante fazer uma triagem inicial mínima para identificar causas secundárias de osteoporose, o que inclui hemograma, cálcio total, fósforo e fosfatase alcalina, TSH, 25-OH-vitamina D, calciúria de 24 horas e creatinina, conforme recomendação das Diretrizes Brasileiras para o Diagnóstico e Tratamento da Osteoporose em Mulheres na Pós-Menopausa.

Rastreamento de diabetes

• Para o rastreamento, podem ser utilizadas as dosagens de glicose em jejum, de glicose duas horas após a sobrecarga com 75 g de glicose ou de HbA1c.

• Devem ser testadas mulheres com sobrepeso ou obesidade e a presença de um ou mais dos seguintes fatores de risco: parente de primeiro grau com diabetes, história de doença cardiovascular, hipertensão (com pressão arterial ≥140/90 mmHg ou em tratamento anti-hipertensivo), HDL <35 mg/dL e/ou triglicérides >250 mg/dL, síndrome dos ovários policísticos, inatividade física e condições clínicas associadas com resistência à insulina.

• Em mulheres assintomáticas e sem sobrepeso/obesidade, o rastreamento deve começar aos 45 anos de idade. Se o resultado for normal, repetir com intervalo mínimo de três anos. Considerar intervalo menor, dependendo do resultado inicial ou da presença de fatores de risco.

• Diante de pré-diabetes (glicose em jejum ≥100 e <126 mg/dL, glicose após sobrecarga ≥140 e <200 mg/dL, HbA1c ≥5,7 e <6,5%), o teste deve ser feito anualmente.

• Resultados de glicose em jejum ≥126 mg/dL, glicose após sobrecarga ≥200 mg/dL, glicose ao acaso ≥200 mg/dL com sintomas inequívocos de hiperglicemia ou HbA1c ≥6,5% configuram diagnóstico de diabetes mellitus.

Rastreamento de dislipidemias (N LA 2015, AHA/ACC 2018)*

• Em geral, as diretrizes recomendam que adultos com idade ≥20 anos tenham seu perfil lipídico checado pelo menos a cada 4-6 anos.

• Níveis lipídicos devem ser considerados em conjunção com outros fatores de risco para a adequada avaliação de risco cardiovascular e a definição de metas e estratégias de tratamento.

• Caso o perfil lipídico esteja na faixa desejável, as dosagens e a avaliação dos fatores de risco devem ser realizadas a cada cinco anos ou antes, com base no julgamento clínico.

• Em crianças e adolescentes com história familiar de doença cardiovascular aterosclerótica prematura ou de hipercolesterolemia significativa, é preciso levar em conta a dosagem do perfil lipídico a partir dos 2 anos de idade para a detecção de hipercolesterolemia familiar ou outras formas raras de elevação de colesterol.

• Em pacientes com diabetes tipo 1 ou tipo 2, a dosagem do perfil lipídico deve ser feita anualmente (AACE/ACE 2018)*.

Rastreamento de hipertensão arterial (AHA/ACOG)*

• A pressão arterial deve ser verificada regularmente em todas as visitas médicas, pelo menos uma vez a cada dois anos, em adultos com idade ≥20 anos.

• Adultos com idade ≥40 anos e indivíduos com risco aumentado para hipertensão arterial precisam ter sua pressão arterial verificada anualmente.

• Mulheres sem doença cardiovascular ou com risco alto para doença cardiovascular devem receber terapia medicamentosa mediante medidas de pressão arterial >140/90 mmHg. Em mulheres com doença cardiovascular estabelecida ou risco cardiovascular elevado, o tratamento precisa ser iniciado se pressão arterial >130/80 mmHg.

• As causas de hipertensão têm ser sempre pesquisadas, incluindo obesidade, ingesta excessiva de sódio, dietas com baixo teor em fibras, inatividade física, ingesta excessiva de álcool e apneia do sono.

Avaliação tiroidiana

• Em pacientes sem sintomas, os exames básicos para avaliação tiroidiana incluem a mensuração de TSH e de T4 livre.

• A dosagem de TSH está recomendada a cada cinco anos a partir de 35 anos e naquelas mulheres com fatores de risco para disfunção tiroidiana, como história prévia de alteração da função da tiroide, cirurgia tiroidiana pregressa, tratamento com radioterapia na região do pescoço, bócio, presença de outras doenças autoimunes, uso de medicações que interferem na função tiroidiana, história familiar de doença tiroidiana ou autoimune, presença de alterações laboratoriais que sugiram hipotiroidismo (hipercolesterolemia, hiponatremia, anemia, elevações de creatinofosfoquinase e lactato desidrogenase e hiperprolactinemia) e comorbidades como apneia do sono, depressão e demência.

Avaliação cardiovascular

Já é conhecido que a doença isquêmica cardíaca é a principal causa de morte na mulher e, apesar de todos os avanços na área diagnóstica e terapêutica, a queda da mortalidade tem sido menor em relação à dos homens.

Mulheres têm artérias coronárias mais finas e frágeis e menor prevalência de doença arterial coronariana obstrutiva significativa, apresentando, ainda assim, um mau prognóstico cardiovascular. Dessa forma, é muito importante que, mesmo em mulheres assintomáticas, a investigação de aterosclerose seja realizada na fase subclínica. Para tanto, deve-se estratificar o risco por meio da avaliação dos fatores de risco para doença cardiovascular, que envolvem antecedentes familiares, diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, tabagismo, sedentarismo e obesidade.

Em mulheres consideradas de maior risco, há indicação de realizar escore de cálcio das artérias coronárias. O exame, ao lado da identificação dos fatores de risco, é de grande auxílio à abordagem médica mais agressiva em relação à mudança dos hábitos de vida (dieta alimentar, prática de atividade física) e à adesão ao tratamento medicamentoso para normalizar dosagens sanguíneas que não estejam adequadas.

Para pacientes que forem iniciar programa de atividade física, recomenda-se a realização de teste ergométrico.

Estilo de vida

Mulheres devem ser encorajadas a realizar, no mínimo, 150 minutos de atividade física aeróbica por semana, com intensidade moderada, ou, pelo menos, 75 minutos com intensidade vigorosa. Entre as atividades aeróbicas se incluem a caminhada, a corrida, a natação, a dança e a bicicleta. Se possível, adicionar exercícios de fortalecimento muscular, envolvendo grandes grupos musculares, em dois ou mais dias por semana. O exercício físico regular tem efeito positivo na prevenção das principais doenças crônico-degenerativas. Tabagismo e excesso de álcool também devem ser evitados.

Recomenda-se alimentação adequada, respeitando alergias e preferências dietéticas. Nesse sentido, sempre que possível, reforçar a ingesta de boas fontes de proteína (ovo, peixe, frango, leguminosas, castanhas) e alimentos com efeito positivo sobre a remodelação óssea (iogurte, folhas verdes, gergelim, sardinha), além de grãos integrais, ricos em fibras e nutrientes.

*AACE: American Association of Clinical Endocrinologists; ACC: American College of Cardiology; ACE: American College of Endocrinology; ACOG: The American College of Obstetricians and Gynecologists; AHA: American Heart Association; NLA: National Lipid Association.

Como ter uma vida mais feliz e saudável!

É possível viver com mais saúde, Mulher! 

Todo mundo sonha em ter uma vida saudável e com muita qualidade para viver os bons momentos da vida. E como estamos no mês em que é comemorado o dia internacional da mulher, nós reunimos algumas dicas de como elas podem melhorar ainda mais a sua saúde e se prevenir de problemas. 

Além de mudanças nos hábitos de vida, alguns cuidados a mais são essenciais para que a mulher tenha uma saúde mais forte. Precisamos estar sempre bem alimentados e hidratados para que o nosso corpo reaja bem aos inúmeros ataques de doenças do dia a dia e também outras mais graves. 

E esses cuidados são necessários no decorrer da vida já que grande parte dos problemas de saúde tem mais tendência de aparecer no avançar da idade. Um ponto positivo é que na maioria dos casos você não precisa se restringir de comer ou beber algo de que gosta, tudo é uma questão de equilíbrio.  

O que você pode fazer! 

Vamos lá para algumas dicas de ouro para você manter a sua saúde mais forte e os seus dias mais cheios de energias? Confere só: 

– A velha, mas infalível dica de fazer uma atividade física. Essa é uma das dicas mais antigas, mas que tem resultados comprovados. A saúde física e mental é diretamente afetada pela prática de atividades físicas de forma positiva, por isso, vale a pena adotar uma delas para o seu dia a dia. 

– Procure regularmente fazer um check-up médico, isso pode ajudar você a detectar de forma precoce problemas de saúde mais graves. Por exemplo, o câncer de mama, que ainda é um dos mais comuns entre as mulheres, pode ser mais facilmente detectado com a ajuda médica e também através do autoexame. Inclusive, é importante visitar o ginecologista regularmente! 

– Não espere os 60 anos para visitar o geriatra. Na verdade, esse médico pode ajudar você a ter um processo de envelhecimento saudável e também a indicar qual melhor período para fazer a reposição hormonal no seu caso específico. 

– Faça um planejamento alimentar. Escolha consumir alimentos mais saudáveis e que lhe proporcionem mais energia. Alimentos ricos em açúcar, sódio, gorduras podem prejudicar a saúde baixando a imunidade. 

– Procure ter uma vida com mais calma e tranquilidade. Controlar o estresse, meditar, fazer exercícios de respiração podem ajudar nesse sentido.  

Mulher, a sua saúde vale muito. Cuide bem dela! 

Saiba quais as doenças que mais afetam as mulheres

Aproveitando a celebração do Dia Internacional da Mulher, nesta sexta, dia 8 de março, vale a pena falar sobre saúde, ainda mais com a rotina estressante e agitada que temos atualmente. Neste cenário, muitas mulheres deixam de cuidar de si mesmas e podem ser vítimas de algum problema, especialmente o câncer de mama.

Para a ginecologista Márcia Araújo, do aplicativo Docway, as múltiplas funções da mulher e a falta de tempo para cuidar da saúde acabam por aumentar o número de casos de doenças como câncer de mama e de colo de útero e a temida depressão. Por isso, a especialista alerta sobre a importância dos cuidados mesmo com a rotina agitada.

“Após muita luta, nosso papel na sociedade está evoluindo muito. Hoje, nós mulheres desempenhamos várias funções e acabamos descuidando da saúde. O que não pode acontecer é a negligência com os cuidados pessoais. Com os avanços tecnológicos e as facilidades que eles nos trouxeram, podemos manter nossa rotina e o acompanhamento médicos em dia, evitando vários problemas”, comenta a médica.

Câncer de mama
Esse tipo de tumor é o mais comum entre mulheres no Brasil e no Mundo, correspondendo a 29% de novos casos de câncer que surgem anualmente. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de que em 2018 os casos de câncer de mama tenham chegado a 59,7 mil no Brasil. Existem vários tipos da doença. A maioria, quando diagnosticada na fase inicial, é passível de tratamento, com boas perspectivas de cura. “Nós mulheres devemos estar atentas, pois fazer os exames preventivos é fundamental. A maioria dos casos não têm sintomas em estágios iniciais. Por esse motivo, a mamografia tem grande importância. Dentre os sinais de alerta, um dos mais comuns é o nódulo no seio, que pode vir acompanhado ou não de dor. Porém, existem outros sintomas que devem chamar a atenção como secreção no mamilo, alterações na pele que recobre a mama e nódulo na axila. Vale lembrar que o autoexame não substitui a mamografia e o exame clínico cuidadoso feito por um profissional qualificado”, afirma Márcia Araújo.

Depressão
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até o ano de 2020 a depressão será a doença com maior impacto no mundo. No Brasil, a Associação Brasileira de Psiquiatria estima que cerca de 20% dos brasileiros teve, têm ou terá um episódio de transtorno depressivo em algum momento da vida. Falta de interesse, concentração, perda da autoestima e mudanças bruscas de humor são alguns dos sintomas da depressão. Estatisticamente, a doença afeta mais as mulheres do que os homens. “Quadros depressivos devem ser diagnósticos e tratados com muita cautela e por profissionais capacitados. Mas podemos ajudar a melhorar esse quadro com, por exemplo, a prática regular de atividade física e a vinculação da pessoa a atividades coletivas, entre eles cursos e voluntariados. Essas ações ajudam a reduzir a ansiedade, melhora o humor e a interação com o meio social”, comenta a especialista.

Câncer de colo de útero
Dados do Inca apontam que esse tipo de tumor é considerado um dos mais principais problemas de saúde pública. Só no ano de 2016 foram estimados mais de 16 mil casos novos de câncer do colo do útero no Brasil, o que significa 15 novas pacientes a cada 100 mil brasileiras. As principais causas da doença são o início precoce da atividade sexual; a variedade de parceiros sexuais; a higiene íntima inadequada; e a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). “O câncer do colo do útero tem um grande potencial de prevenção e cura se diagnosticado a tempo. Sintomas podem servir de alerta, entre eles sangramento vaginal após a relação sexual, corrimento vaginal de cor escura e com mau cheiro, e em estágios mais avançados, hemorragias, dores lombares e abdominais, perda de apetite e de peso. Uma ótima opção para a prevenção da doença é a vacina [contra HPV], que se destina a jovens, principalmente antes inicias as atividades sexuais. Para todas, o papanicolau e o exame clínico anual são fundamentais”, diz a ginecologista.