Antes tarde do que nunca

Engravidar ou não é uma decisão 100% da mulher, independente da idade. Não há nenhuma lei que defina o momento certo para isso, mas é necessário estar consciente dos riscos quando a gravidez é considerada tardia pelos médicos.

E o que seria uma gravidez tardia? Bom, nos anos 60, quando a expectativa de vida era por volta dos 45 anos e o principal objetivo de uma mulher era ser mãe, a idade máxima para engravidar era de 25 anos. O aumento da expectativa de vida e a conquista de outras prioridades além da maternidade, a gravidez passou a ser considerada tardia após os 35 anos.

De longe é impossível engravidar após essa idade, mas é preciso ter mais cuidados associados a um acompanhamento médico mais presente, pois é fato que a fertilidade se estreita e os riscos se expandem. Para mãe, as chances de desenvolver hipertensão e diabetes são maiores, assim como as chances de conceber o bebê com Síndrome de Down.

Sobre fertilidade

A chance de uma mulher de 25 anos engravidar é de 25%, mas de uma mulher de 40 anos é de 8%. Mulheres que pretendem engravidar mais tarde, tem a possibilidade de congelar seus óvulos, para deixá-los guardados até o momento certo chegar. De acordo com profissionais especializados no assunto, a idade máxima realizar o procedimento é até os 32 anos.

Para evitar o risco de doenças cromossômicas fetais, o importante é a idade do óvulo. Portanto se a mulher retirou seus óvulos. por exemplo, aos 30 anos, e implantou o bebê aos 45 anos,  do ponto de vista do bebê a gestação vai ser funcional como se ela tivesse 30 anos.

Cuidados antes da gravidez

A mulher deve procurar o médico antes de engravidar para uma avaliação clínica complementada por exames laboratoriais de rotina. Se tudo estiver bem, é muito provável que a gravidez ganhe a partida, mas será preciso seguir os cuidados estabelecidos pelo profissional.

Acho que estou grávida! E agora?

O primeiro passo é procurar o médico assim que a menstruação atrasar, pois as chances de abortos espontâneos após os 35 é maior.

O segundo passo consiste em um exame de ultrassom para verificar se o embrião está dentro do útero e se a gestação é única ou múltipla  e também para descartar uma possível gestação anembrionada – desenvolvimento do saco gestacional sem a formação do embrião.

Após a confirmação da gravidez, serão marcados retornos mensais para o acompanhamento pré-natal e a realização de exames para acompanhar o desenvolvimento do feto, como a translucência nucal e biópsia de vila corial, que detectam a presença de doenças cromossômicas, como a Síndrome de Down.

Até os sete meses de gestação, as consultas devem ser mensais. No sétimo e oitavo mês, elas passam a ser quinzenais e daí em diante, até a hora do parto, semanais. Isso vale para a gestação sem problemas. Se a gestante apresentar diabetes ou hipertensão, por exemplo, as consultas precisam ser ainda mais frequentes.

Combatendo a diabetes e a hipertensão

Para reduzir os riscos de diabetes a gestante deverá fazer um exame de glicemia em jejum para dosar o nível de açúcar no sangue e, por volta de 26 semanas de gestação (sete meses), um teste de tolerância à glicose. Além disso será preciso controlar a pressão arterial e, se necessário, entrar com medicação, evitando a hipertensão.

Desacelerar é o segredo

Se a mãe tem uma rotina corrida, ela vai precisar relaxar. A agitação da correria pode reduzir a quantidade de líquido em volta do bebê e prejudicar o bebê. De resto, é só manter os cuidados de uma gravidez como qualquer outra.

Chegou a hora!

As estatísticas indicam que o número de cesáreas é maior do que o de partos normais, por ansiedade materna e do médico também. No entanto, não há nenhuma contraindicação para parto normal.