Uma visão sobre o Coronavírus
Coronavírus. Mais uma pandemia que acometeu o mundo. O que podemos tirar de lição desse novo episódio?
Como qualquer situação nova, por mais que tenhamos conhecimento de doenças antigas, tecnologias, mentes brilhantes, sempre existe o período de aprendizado, que vem sendo cada vez mais rápido.
Entendemos que o vírus se propaga rapidamente, que a grande maioria das pessoas tem um quadro gripal clássico e/ou sintomas mais leves, talvez mesmo sem sintomas, como em outras gripes. Entendemos que o vírus ainda não matou crianças abaixo de 10 anos, que é sempre um grupo preocupante para infecções e que tem uma alta taxa de letalidade nos idosos, principalmente quando existem doenças associadas como hipertensão e diabetes, sobretudo mal controladas.
Também nos serve de aprendizado o fato de que não adiantam discursos de desunião. A evolução da doença só pode ser otimizada, se houver colaboração das pessoas, se houver empatia, se houver união de conhecimentos e compartilhamento.
Porque somos submetidos a eventos como este, onde ocorre de uma hora para outra uma desestabilização mundial? Podemos acreditar em aquecimento global, devastação sem controle, dieta com consumo de animais, falta de conscientização e união das pessoas e até mesmo num aprendizado de teor religioso. Ou talvez a somatória de tudo.
Dentro do que aprendemos até aqui para esta doença, o fundamental é que devemos proteger nossos idosos, evitando ao máximo a exposição deles ao vírus, porque apesar de estarmos todos expostos e neste aspecto somos iguais, os idosos apresentam pior evolução. Conseguimos isso fazendo o vírus circular menos, procurando sair de casa o necessário, evitando aglomerações e aí entram escolas, empresas, reuniões, cultos, cinemas, mesmo que isso represente a nossa fração de sacrifício. Temos exemplos como Singapura, que conteve a disseminação do vírus com essas medidas, mesmo que tenham sido radicais. Aprenderam com eventos pregressos e desenvolveram estratégias para contenção da doença.
Além do trabalho de toda equipe de saúde, estamos diante de uma situação onde a colaboração da população é o fator mais importante.
Para obtermos sucesso nesta empreitada, siga os seguintes passos:
- Higienize as mãos e rosto com frequência, com sabonete e use álcool gel nas mãos.
- O grande objetivo é evitar grande número de infecções simultâneas, como o que aconteceu na China e na Itália. Muitas pessoas doentes demandam muitas internações ao mesmo tempo e sempre existem limitações no sistema de saúde.
- Se estiver com sintomas gripais, evite contato com outras pessoas e use máscara. Em caso de sintomas importantes como febre e principalmente dificuldade para respirar procure um pronto socorro. Não faça teste se você estiver assintomático. Com alta probabilidade o teste pode dar negativo e a pessoa desenvolve a doença mais para frente, tornando-se uma disseminadora e atrasando o diagnóstico de quem precisa.
- Procure seguir atentamente e com rigor as medidas que forem tomadas pela equipe de saúde que está conduzindo o caso. A restrição antecipada é sempre alarmista, mas certamente os efeitos que a doença pode causar vão ser insuficientes se nada for feito e então essa equipe será criticada.
- Seja consciente com os recursos que temos. Não vai acabar a comida e nem estamos diante do apocalipse. Compre comida com consciência e principalmente máscaras e álcool gel. Só deve usar máscara quem tiver suspeita da doença ou quem está cuidando de pessoas doentes. Se não tiver álcool gel para todos, estamos ajudando na disseminação da doença por quem não conseguiu comprar o produto.
- Não deixe de dar amor para sua família desde que tome as precauções de evitar contato direto. Neste momento, a presença vale muito mais que um abraço.
Dr. Ricardo Faure