Educação em tempos de pandemia

A educação é a formação de um novo ser humano. Aliada às características genéticas e para algumas pessoas, às experiências de vidas passadas, constitui provavelmente a maior fatia no equilíbrio que cada pessoa vai desenvolver até a vida adulta para tomada de decisões.

A grande parcela da educação vem de casa. Somos estimulados desde o dia do nascimento, quando a mãe recebe o recém-nascido e o coloca no “peito” para amamentar.  A partir daí aprendemos conceitos de amor, costumes e moral. O núcleo familiar é uma constante observação de exemplos. Lógico que muitas vezes vivenciamos mudanças nesta rotina e num novo desenho, o núcleo familiar deve ser adaptado, mas continua sendo igualmente importante. Toda pessoa deve poder buscar conforto na sua própria família. Os amigos são importantes, mas possuem conceitos diferentes, o que também pode ser positivo.

 A escola funciona como uma “oficina” para colocarmos em prática, as orientações dadas em casa, através da socialização e complementa a base que precisamos para entender o que escolheremos fazer. A autonomia das pessoas e a capacidade de trabalhar é uma das prerrogativas para “sermos felizes” segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).

         Ainda que possam existir “falhas” no meio do caminho, sempre existe a possibilidade de reparamos nossa trajetória e isso deve ser feito com tudo que aprendemos e desejamos e em alguns casos com ajuda profissional. Corrigir ou melhorar nossas deficiências contribui sempre para nosso aperfeiçoamento.

  Hoje, em tempos de pandemia, lidamos com uma nova realidade em relação aos nossos filhos e uma nova adaptação nos solicita. As aulas virtuais (“on-line”) são um desafio para quem estava até a pouco tempo convivendo com amigos na escola. Um longo tempo demandado das crianças que precisam assistir aulas curriculares e extracurriculares, numa rotina que muitas vezes chega a 8 horas diárias na frente de um computador.

Hoje, já é descrita uma nova realidade chamada de fadiga de videoconferências – uma sucessão de encontros não presenciais. As “crianças” estão muito “presentes” virtualmente e tendo que se adaptar a essa nova realidade que se soma às consequências do confinamento. Como se concentrar e prestar atenção às aulas? Como se comportar diante de uma câmera? Quais as regras que devem ser respeitadas? Certamente o comportamento diante desta nova realidade vai ser avaliado e pesar na avaliação final dos alunos. Movimentos do corpo, olhares e até a frequência respiratória estão sendo observados.

   Estamos, portanto, diante de mais um desafio em relação à educação das crianças e devemos orientá-las e confortá-las diante desta nova realidade.

Dr. Ricardo Faure                                                                  Fonte: abril.com.br