Como fazer o autoexame de mama em 3 passos simples

Quando falamos em diagnóstico precoce do câncer de mama, sabemos que a mamografia é o exame que apresenta benefício comprovado para a redução da mortalidade pela doença, permitindo o diagnóstico em uma fase pré-clínica – antes mesmo de que haja qualquer alteração palpável.

Ainda assim, não é exagero dizer que o conhecimento do seu próprio corpo pode salvar a sua vida. Nesse sentido, o autoexame de mama pode ser um grande aliado das mulheres, auxiliando o diagnóstico em fases precoces da doença, sobretudo para os tumores chamados de “intervalo” (aqueles que aparecem no intervalo entre a realização da mamografia) e para aquelas pacientes que não fazem parte dos programas de rastreamento, seja por falta de acesso ao exame (falta de mamógrafos na região, por exemplo) ou por não estarem na faixa etária dos programas.

Embora seja uma prática bastante divulgada, ainda existem muitas mulheres que não sabem como realizar o autoexame de mama corretamente. Esse é o seu caso? Quer saber mais sobre o assunto? Neste post, nós mostramos o passo a passo do procedimento de um modo simples e rápido. Confira!

Qual é o passo a passo do autoexame de mama?

Quando falamos que o autoexame de mama é simples, é porque realmente se trata de um procedimento fácil e que qualquer pessoa pode aprender a realizar. Geralmente, ele pode ser feito de três formas: em frente ao espelho, no chuveiro e, até mesmo, deitada.

O ideal é se autoexaminar uma vez por mês, sete a dez dias após o início da menstruação, para a mulheres que ainda menstruam. Já aquelas que estão na menopausa podem escolher qualquer dia, desde que façam dessa prática um hábito. Veja, a seguir, como realizar o autoexame, na prática.

1. Observação em frente ao espelho

O modo mais comum de fazer o autoexame de mama é em frente ao espelho. Para tanto, você vai precisar de um espelho grande, que permita a visualização do seu tronco. Primeiramente, posicione-se de pé em frente ao espelho, colocando as mãos na cintura.

Depois, observe o tamanho, o formato, bem como o contorno das suas mamas. Analise se existe alguma alteração na pele dos seus seios, principalmente, no mamilo e na aréola. Cheque se o sutiã deixa marcas em apenas uma das mamas, pois isso pode indicar um eventual inchaço.

Na sequência, solte os braços e os deixe ao lado do seu corpo, e visualize as mamas mais uma vez. Por fim, levante os braços e preste atenção se há uma alteração na região dos seios.

2. Palpação em pé no chuveiro

Mais do que um momento para relaxar, o banho também pode ser uma ótima oportunidade para conferir se a sua saúde está em dia. Comece deixando a sua coluna ereta e colocando a sua mão esquerda atrás da nuca, mantendo o seu cotovelo para cima.

Leve a mão direita até a mama esquerda e a palpe, usando a ponta dos dedos. Faça movimentos em círculos e com firmeza, com cuidado para não exagerar na força. Inicie a apalpação na axila e vá movimentando a sua mão até o mamilo.

Enquanto está palpando, é necessário analisar se a área apresenta pontos mais densos ou com caroços. Repita os movimentos circulares nas axilas para verificar se existe algum nódulo que possa ser percebido.

É bastante comum haver muita dificuldade neste processo. As mamas apresentam irregularidades e o fato de serem compostas principalmente por gordura e tecido glandular – que têm diferentes densidades – faz com que a palpação possa simular diversos “pequenos nódulos”. Assim, é importante termos em mente a importância do autoconhecimento.

Se possível, examine suas mamas logo após o exame clínico de um médico. Entenda que aquela é a palpação “normal” da sua mama. Ter esse conhecimento do que é o seu “normal” permitirá a identificação de uma alteração, caso ela venha a aparecer.

Em seguida, pressione o mamilo e observe se sai algum líquido desconhecido. Troque os braços de posição e repita todos os processos para examinar a mama direta.

3. Apalpação deitada

O autoexame também pode ser feito enquanto você está deitada. Deite-se em sua cama e coloque um travesseiro, preferencialmente fino, embaixo do seu ombro esquerdo, depois coloque a mão esquerda atrás da cabeça.

Utilize a mão direita para palpar a mama esquerda, sempre fazendo movimentos circulares com a ponta dos seus dedos, e observe se existe alguma alteração. Feito isso, posicione o travesseiro embaixo do seu ombro direito e refaça o processo para examinar a mama direita.

Como identificar problemas?

Na maioria das vezes, o câncer de mama pode ser identificado pelo autoexame a partir do desenvolvimento de um nódulo rígido e irregular no interior da mama, que raramente causa dor. Porém, esse não é o único sintoma da doença ao qual você deve dar atenção. Saiba, abaixo, quais sinais também devem ser observados:

  • pequenas lesões ou feridas nas mamas;
  • irritação com ardência, coceira ou vermelhidão ao redor do mamilo, que não melhora com tratamento antialérgico;
  • inchaço que altera o tamanho ou o formato da mama;
  • secreção que sai espontaneamente pelo mamilo, sobretudo quando sai somente de uma mama e não da outra;
  • caroço na axila ou na mama, que pode ser percebido com o toque;
  • veia em estado dilatado e que aumenta de tamanho na mama fora do período de gestação/amamentação;
  • área retraída ou afundada, que afeta o contorno da mama;
  • alteração na textura da mama que se assemelha a rugas ou “casca de laranja”;
  • alterações novas no mamilo, que fica invertido (virado para dentro) ou desviado para um dos lados.

Quais são os fatores de risco?

O desenvolvimento do câncer de mama não tem uma única causa. Porém, sabe-se que ter familiares com histórico da doença significa um fator de risco. Diante disso, é recomendado procurar saber se as mulheres da sua família já tiveram câncer de mama, o que contribui para a sua detecção.

Outros fatores de risco para o câncer de mama são:

  • idade a partir de 50 anos;
  • gênero feminino;
  • mamas densas (com muito tecido glandular) nas mulheres na menopausa;
  • menopausa tardia, depois dos 55 anos;
  • histórico pessoal de lesões de alto risco para desenvolvimento de câncer;
  • obesidade;
  • ingesta de álcool mais do que duas vezes por semana;
  • sedentarismo;
  • tabagismo.

É importante ressaltar que alguns hábitos do estilo de vida da pessoa também podem contribuir para o desenvolvimento da patologia. Entre eles, não ter filhos ou ter a primeira gestação após os 35 anos, não amamentar, uso prolongado de pílulas anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal.

Quando procurar um profissional especializado?

Como o risco de câncer de mama aumenta progressivamente com a idade, as sociedades médicas de mastologia, ginecologia, oncologia e radiografia preconizam que a mamografia seja realizada anualmente a partir dos 40 anos a fim de identificar qualquer lesão suspeita e permitir a investigação de maneira pouco invasiva.

Importante ressaltar que a ultrassonografia e a ressonância magnética podem eventualmente ser solicitadas por seu médico como método complementar à mamografia, mas nenhum desses outros métodos a substitui.

Caso a pessoa identifique algum sinal da doença durante o autoexame de mama, é fundamental buscar ajuda médica imediatamente. Caso seja realmente alguma alteração suspeita, o médico vai solicitar a realização de exames adicionais para fazer um diagnóstico mais preciso. Afinal, como colocamos acima, o autoexame pode encontrar alterações que “simulam” nódulos ou mesmo identificar nódulos tipicamente benignos. A avaliação do especialista, bem como a realização de exames adequados serão fundamentais para a elucidação diagnóstica.

Havendo o diagnóstico de câncer de mama, o acompanhamento com um mastologista, médico especializado em câncer de mama, é de extrema importância para a manutenção da sua saúde. Isso porque o profissional pode identificar a doença, bem como o estágio em que ela se encontra e, a partir daí, determinar qual é a o tratamento mais apropriado para o quadro da paciente.

Todo mês de outubro, as mulheres são impactadas pelas campanhas do ‘’Outubro Rosa’’, que alertam sobre a conscientização sobre o câncer de mama e a importância da realização da mamografia e do autoexame da mama, permitindo o diagnóstico precoce.

Contudo, não deixe para se cuidar apenas nessa época. Ao tocar os seus seios uma vez por mês, você pode cuidar do seu corpo e manter a sua qualidade de vida.