O segundo tipo mais comum de câncer nas mulheres é o ginecológico

É fundamental aproveitar o Dia Internacional da Mulher para falar sobre saúde feminina. E principalmente sobre doenças comuns e sérias, a exemplo dos tumores ginecológicos. Entram nesse grupo: câncer de colo uterino, endométrio, ovário, vulva e vagina.

Recentemente, o “EVA – Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos” lançou a campanha “Nós seremos a primeira geração sem câncer do colo do útero”, que representa tanto um desejo dos especialistas quanto uma possibilidade real. Hoje, ele é o terceiro câncer mais incidente entre as brasileiras, com mais de 16 mil novos casos por ano e alta mortalidade (cerca de 30%). No entanto, é passível de prevenção. Isso porque mais de 90% dos casos são relacionados com a infecção por HPV, que pode ser praticamente extinta com vacinação, conforme foi explicado no último artigo do blog Câncer em Pauta pela oncologista Karime Kalil.

O câncer de corpo do útero (ou endométrio), por sua vez, ocupa a oitava posição entre os mais comuns no sexo feminino. O sintoma mais encontrado é o sangramento vaginal anormal. Isso envolve sangramentos mais intensos que o habitual, fora do período menstrual, entre os ciclos menstruais ou quando a mulher havia parado de menstruar.

Nos últimos anos, houve um aumento significativo na incidência do tumor de corpo do útero, que, na maioria dos casos, pode ser prevenido. Como? Adotando hábitos saudáveis, como a prática regular de atividade física, alimentação balanceada e controle do peso (mulheres com obesidade são mais propensas à doença). Um estilo de vida balanceado, aliás, diminui o risco de vários tipos de câncer e de outras doenças.

Já o câncer no ovário, sétimo no ranking feminino geral, se difere mais dos tumores na região do útero (colo e corpo). A doença ainda não possui fatores de risco estabelecidos em muitos casos — por isso a prevenção é tão difícil. Os especialistas sabem que há relação com a idade (acima de 50 anos) e aspectos hormonais, ambientais e hereditários. Porém, cerca de 90% dos casos ocorrem sem causa conhecida.

Além disso, não existem sintomas específicos e o diagnóstico é bem difícil. Também não possuímos exames de rastreamento — a exemplo da mamografia para câncer de mama. Resultado: 75% dos casos são descobertos em estágio avançado.

Essa conjuntura resulta em alta mortalidade. Aproximadamente 6 em cada 10 pacientes falecem em decorrência do tumor no ovário.