9 perguntas que as mulheres devem fazer ao ginecologista

O ginecologista é um dos profissionais de saúde mais importantes para a saúde da mulher. Mas não basta visitá-lo rapidamente. Em nome da saúde, é fundamental sair do consultório com pelo menos nove perguntas respondidas. Confira:

1. Qual o contraceptivo ideal?

Evitar a gravidez sempre foi uma atribuição exclusiva da mulher. Mas a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) quer mudar essa visão com a campanha #VamosDecidirJuntos. “A escolha do contraceptivo tem de ser compartilhada pelo casal, não só pela parceira, com o ginecologista”, defende o médico César Fernandes, presidente da entidade.

Como existem várias opções, a seleção deve pesar prós e contras. “Ela depende de uma tríade: o perfil da mulher, o perfil do método e o contexto”, resume o ginecologista Silvio Franceschini, da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. Questões como dor pélvica, histórico familiar de trombose e câncer de mama, vontade de engravidar mais tarde, hábitos e até personalidade precisam ser levadas em conta. “Há mulheres mais esquecidas que não conseguem aderir à pílula”, cita Franceschini.

– Ilustrações: Mayla Tanferri/SAÚDE é Vital

2. Dor no sexo é normal?

Um levantamento britânico, em cima de 7 mil entrevistas, revela que uma em cada dez mulheres sente desconfortos durante a relação. A chateação afeta todas as idades e ainda é tabu no consultório. “Há muita vergonha e desconhecimento do próprio corpo”, observa a ginecologista Mariana Maldonado, do Rio de Janeiro.

Segundo ela, parte dos perrengues por trás das dores é identificada na consulta mesmo. “Os mais comuns são as alergias a sabonetes ou protetores de calcinha”, diz. As dores na relação podem ser do tipo profunda ou superficial. Endometriose, pólipos, DSTs e até condições como prisão de ventre e bexiga cheia levam ao incômodo durante a penetração. Já alergias, infecções urinárias, vaginismo e vulvodínia são as principais razões da aflição logo na entrada da vagina.

Três problemas comuns que causam dor durante as relações sexuais

Vaginismo: contração involuntária dos músculos da vagina no momento do ato sexual.

Como se trata?
Terapia sexual ou psicoterapia para domar a ansiedade.

Vulvodínia: disfunção que causa muita sensibilidade e sensação de ardência e queimação na vulva.

Como se trata?
Remédios que aplacam o desconforto e zelam pela pele da região.

Endometriose: é o  extravasamento do tecido que reveste o útero. Também pode gerar sangramento e infertilidade.

Como se trata?
Terapia hormonal, como pílula de uso contínuo, e cirurgias.

3. Urgência em ir ao banheiro preocupa?

A bexiga hiperativa atinge 18,9% da população feminina. “Mas é comum a pessoa achar que é natural e não procurar tratamento”, afirma a terapeuta sexual Iane Melotti, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Quem sofre com a disfunção, cuja causa ainda não é conhecida, vai diversas vezes ao banheiro, inclusive na madrugada. Em estudo com 274 mulheres, Iane constatou que os casos mais sérios de bexiga hiperativa estão associados a ansiedade e depressão.

Medicamentos
São a principal estratégia. Remédios específicos reduzem a atividade do músculo que expulsa a urina.

Fisioterapia
São feitos exercícios de contração e relaxamento da musculatura do períneo em sessões de 30 minutos.

Eletroestimulação
Eletrodos emitem impulsos elétricos para diminuir as contrações involuntárias da musculatura da bexiga.

4. Preciso fazer testes para DST?

Hoje os médicos só pedem os exames se há suspeita de doença sexualmente transmissível. “Mas eles deveriam fazer parte da rotina nas consultas”, propõe Valentino Magno, ginecologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

É também a opinião do Conselho Federal de Medicina (CFM), que aprovou uma resolução orientando ginecologistas a prescrever os testes a todas as pacientes. Isso evita constrangimento e atrasos na detecção. Segundo o CFM, 25% das infecções por HIV são descobertas em estágio avançado.

5. O que dizem as secreções?

Para início de papo, toda vagina saudável produz e libera fluidos. Essa secreção é formada por líquidos da mucosa vaginal e do colo do útero e pelas bactérias naturais, que ajudam a umedecer, limpar e lubrificar a região. No entanto, quando algo não vai bem, as secreções mudam de cor, textura e cheiro.

“O equilíbrio é rompido se usamos produtos inadequados, abafamos demais a região, transamos sem camisinha ou estamos com imunidade baixa”, explica Mariana. Para prevenir esses chabus, prefira sabonetes neutros e calcinhas de algodão. No mais, entenda o que as cores entregam:

Transparente ou esbranquiçada
É sinal de que as coisas estão numa boa. Algumas mulheres produzem mais e outras menos. O odor pode variar, mas não é muito forte.

Branca e leitosa
Se estiver acompanhada de coceira e vermelhidão local, é candidíase na certa. Ainda assim, não costuma ter cheiro. É preciso tratar.

Amarelada ou esverdeada
Pode ser vaginose, causada por uma bactéria e marcada por um odor bem ruim, ou tricomoníase, DST que nem sempre muda o cheiro.

6. Está tudo bem com a tireoide?

Embora não seja o expert na glândula, o ginecologista é quem costuma pedir os exames para detectar desequilíbrios ali entre as mulheres. Os hormônios femininos interferem com a tireoide, o que explica por que elas são de cinco a oito vezes mais suscetíveis a seus distúrbios do que os homens.

Falamos de problemas que carecem de diagnóstico e tratamento quanto antes. O hipotireoidismo, por exemplo, pode provocar de irregularidades no ciclo menstrual a infertilidade. Conheça os distúrbios de tireoide mais comuns:

Hipotireoidismo
O déficit na produção do hormônio atinge até 10% da população. O tratamento envolve reposição hormonal.

Hipertireoidismo
A glândula fabrica hormônio demais, acelerando todo o corpo. Combatido com drogas, iodo radioativo ou cirurgia.

Nódulos
Identificados por ultrassom, são inofensivos em 80% dos casos. Nas situações de perigo, são removidos em cirurgia.

7. Como lidar com o ressecamento vaginal?

Eis um problema que afeta ou vai afetar todas as mulheres em algum momento. Apesar disso, 56% das brasileiras com mais de 55 anos acham que apenas as mais velhas penam com ele, de acordo com uma pesquisa encomendada pela Teva Farmacêutica.

Saiba que o ressecamento não é exclusivo dessa fase, não. Pode ocorrer em diversos períodos, especialmente antes da menstruação, no pós-parto e durante e após a menopausa. “Ele está associado à queda ou ao fim da produção de estrogênio”, explica a ginecologista Maria Lúcia Müller, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A solução é hidratar a vagina, com cremes ou via reposição hormonal, se não houver contraindicações.

8. É ou não é hpv?

Na maioria das DSTs, um bom exame físico é meio caminho andado para detectar o problema. Com o HPV, a história é outra. Primeiro porque o papanicolau, método recomendado a partir dos 25 anos, tem uma chance de erro de 20% dependendo da coleta de células. Ou seja, a amostra pode dar um falso negativo.

Na dúvida, o teste de biologia molecular, um exame de sangue mais específico, deveria ser indicado — só que isso nem sempre acontece. A maioria das mulheres infectadas se livra do vírus naturalmente. Mas, em 40% dos casos, ele provoca lesões que, se não tratadas, podem evoluir para o câncer de colo de útero.

Segundo o ginecologista Paulo Naud, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o danado encontra na mucosa da vagina condições propícias para se reproduzir e propagar. Hoje a vacina é a melhor estratégia preventiva.

Um perfil do vírus

Quem é?
O papilomavírus humano (HPV) é um grupo de agentes infecciosos que se instalam na pele e em mucosas.

O que causa?
Alguns tipos provocam verrugas, outros estão por trás de lesões que, se não tratadas, podem virar um tumor.

Como se detecta?
Pelo exame de papanicolau (indicado a todas as mulheres) e, se preciso, pelo teste molecular.

Qual o tratamento?
Dependendo do estágio das lesões, podem entrar em ação cauterizações, remédios ou cirurgias.

9.Para que mexer na aparência?

O rejuvenescimento íntimo está em alta. De acordo com pesquisa da Viveve, empresa especializada em sexualidade feminina, a prioridade entre as brasileiras que optam por uma plástica vaginal é melhorar a vida sexual.

Elas recorrem a esse expediente em situações como aumento de volume dos pequenos lábios e flacidez na região. “O procedimento é indicado quando existe impacto na autoestima ou na funcionalidade”, esclarece a médica Tatiana Turini da Cunha, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Plástica vaginal: as principais técnicas

Cirurgias
As mais procuradas buscam corrigir casos de aumento dos lábios da vagina ou flacidez do períneo.

Laser
É indicado para mulheres que acham sua vulva muito escurecida. Também melhora flacidez e sensibilidade.

Radiofrequência
Estimula a parte sensorial do órgão ao produzir contrações na entrada da vagina. Isso daria mais prazer às relações.

10 cuidados primordiais para a saúde da mulher

“É de grande importância que as mulheres se mostrem vigilantes sobre a própria saúde, identificando precocemente hábitos nocivos, sintomas físicos e psíquicos e aderindo a hábitos saudáveis”, destaca o Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde preparou uma lista especial: Os 10 cuidados primordiais com a saúde da mulher.

 1 – Manter alimentação saudável

Uma alimentação saudável, desde os primeiros dias de vida, como a amamentação e o consumo de alimentos in natura, por exemplo, traz benefícios à saúde. Resulta na redução de fatores de risco para doenças, como o sobrepeso e o aumento do colesterol, além do bem estar físico e mental e da importância do vínculo entre mãe e bebê.

2 – Cuide de sua saúde mental

Identificar precocemente sintomas psíquicos e buscar acolhimento de saúde pode ser decisivo para que haja abordagem oportuna pelos profissionais de saúde.

Afinal, sabe-se que as mulheres se encontram em uma situação de vulnerabilidade por ganharem menos, por estarem concentradas em profissões menos valorizadas, por terem menor acesso aos espaços de decisão no mundo político e econômico, por sofrerem violência doméstica, física, sexual, psicológica, econômica, além da negligência e abandono. Além disso, elas vivem dupla e tripla jornada de trabalho.

Para as mulheres idosas, há ainda a questão do isolamento social e transtornos emocionais devido à aposentadoria, à viuvez, às alterações fisiológicas, e dos sofrimentos provocados por uma sociedade que supervaloriza a juventude e desvaloriza as marcas do envelhecimento feminino.

Além dos sintomas de depressão, outros transtornos mentais necessitam de atenção e cuidado, como os de ansiedade, insônia, estresse e transtornos alimentares. Fatores psicossociais e ambientais estão relacionados à incidência dessas doenças.

3 – Falando de Sexualidade

A sexualidade engloba um conjunto de aspectos que envolvem o prazer, o desejo, a ternura, o amor, que são o resultado da convergência de natureza psíquica-bio-sócio-histórico-cultural. Portanto conhecer o próprio corpo é fundamental para identificação dos pontos de prazer e exercício da sexualidade, em todas as idades. A mulher vai tendo vivências e experiências da sua sexualidade que vão mudando com o passar dos anos.

Nas adolescentes, por exemplo, o início da puberdade é marcado por muitas mudanças como o aparecimento de espinhas, nascimento do broto mamário, pelos pubianos gerando muitas vezes dúvidas e inseguranças.
Falar da sexualidade das mulheres idosas ainda é um tabu, o que dificulta a busca de informação e a superação de obstáculos para que se alcance uma vida sexual saudável e com qualidade nesta faixa etária.

Após a menopausa, por exemplo, as mulheres podem apresentar algum desconforto nas relações sexuais com penetração vaginal, por causa das condições de hipoestrogenismo e, consequentemente, hipotrofia dos tecidos genitais. Utilizar creme vaginal, nestes casos, pode favorecer as condições genitais para o pleno exercício da sexualidade.

4 – Conhecer seu próprio corpo

Você conhece o seu corpo? Esta pode parecer uma pergunta com resposta óbvia, porém muitas pessoas não conhecem seu próprio corpo. Os motivos são os tabus, valores sociais e questões que envolvem sexualidade e gênero.
Todos sabem que a saúde sexual é essencial para homens e mulheres serem saudáveis física e emocionalmente. Porém, ainda é grande o número de mulheres que sabem pouco ou nada sobre a anatomia e o funcionamento do seu corpo.

5 – Realizar exames de rastreamento

O Sistema Único de Saúde oferta exames para rastreio do câncer de colo de útero e câncer de mama para as mulheres de acordo com diretrizes específicas.

O início da coleta do exame Papanicolau, para rastreio do câncer de colo de útero, deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade sexual. Os exames devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos.

O rastreamento para o câncer de mama, com o exame de mamografia é a estratégia de saúde pública que tem sido adotada em contextos onde a incidência e a mortalidade por câncer de mama são elevadas. A recomendação para as mulheres de 50 a 69 anos é a realização de mamografia a cada dois anos e do exame clínico das mamas a cada ano.

6 – Proteger- se contra IST/HIV

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação.

A Prevenção Combinada é uma estratégia que faz uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção aplicadas em múltiplos níveis (individual, nas parcerias/relacionamentos, comunitário, social) para responder a necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de determinadas formas de transmissão das IST.

O uso de preservativos feminino ou masculino é a forma de vivenciar a sexualidade de forma segura. Vale lembrar que o uso do preservativo não serve somente para evitar gravidez, mas é fundamental utilizá-lo para prevenção das IST, HIV/Aids. Caso ocorra sexo sem preservativo, procure uma unidade básica de saúde para ter orientações e faça os testes rápidos.

7 – Faça escolhas conscientes sobre métodos contraceptivos

O Sistema Único de Saúde disponibiliza diversos métodos contraceptivos para que adolescentes e mulheres possam escolher a maneira mais confortável de planejar quando, como e se vai querer ter filhos. A mulher pode escolher entre os métodos: injetável mensal, injetável trimestral, minipílula, pílula combinada, diafragma, Dispositivo Intrauterino (DIU), além dos preservativos feminino e masculino.

8 – Busque ajuda em caso de violência

A violência contra as mulheres afeta cidadãs de todas as classes sociais, raças, etnias, faixas etárias e orientações sexuais, e se constitui como uma das principais formas de violação dos direitos humanos, pois atinge as mulheres no seu direito à vida, à saúde e à integridade física.

As agredidas vivenciam situações de medo, pânico, baixa autoestima, ansiedade, angústia, humilhação, vergonha e culpa, perda da autonomia e, muitas vezes, fragilidade emocional. Agouros que abrem margem para quadros clínicos como depressão, síndrome do pânico, ansiedade, distúrbios psicossomáticos, entre outros.

Se está passando por alguma situação que lhe incomoda, converse com pessoas de sua confiança e vá até um serviço de saúde mais próximo de casa para pedir ajuda e tirar dúvidas.

9 – Utilize práticas saudáveis para os sintomas comuns durante os ciclos menstruais e no climatério/menopausa

Medicar o corpo das mulheres, em nome da ciência e de um suposto bem-estar, sempre foi uma prática da medicina, que só será modificada quando as mulheres tiverem consciência de seus direitos, das possibilidades preventivas e terapêuticas e das implicações das distintas práticas médicas sobre o seu corpo.

A medicalização do corpo das mulheres com uso de hormônios durante o climatério/menopausa, por exemplo, encontra um campo fértil no imaginário feminino pelas falsas expectativas como a eterna juventude e beleza.

10- Planeje e vivencie uma gestação saudável

O planejamento reprodutivo é um importante recurso para a saúde das mulheres. Ele contribui para uma prática sexual mais saudável, possibilita o espaçamento dos nascimentos e a recuperação do organismo da mulher após o parto, melhorando as condições que ela tem para cuidar dos filhos e para realizar outras atividades.

O acompanhamento pré-natal assegura o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas.

A opção por não ter filhos também deve ser assegurada, e a abordagem nessa situação deve ser livre de preconceitos e crenças por parte dos profissionais de saúde.

Com estas dicas, fica mais fácil cuidar da saúde, em qualquer fase da vida.

Autoexame das mamas.

O Câncer de Mama é a principal causa de óbitos por câncer das mulheres brasileiras. Para prevenir o desenvolvimento e detectar precocemente essa doença, o autoexame das mamas é o primeiro passo.

Cerca de 80% dos tumores de mama são descobertos pelas próprias mulheres.

O ideal é que cada uma conheça detalhadamente as suas mamas, o que facilita a percepção de qualquer alteração.

A realização desse exame é recomendada para todas as mulheres maiores de 20 anos de idade. O autoexame é feito sete dias após o inicio da menstruação. Após a menopausa, deve-se escolher um dia por mês para fazê-lo.

A partir dos 40 anos de idade, as mulheres devem realizar anualmente a mamografia, exame que permite a identificação de lesões não palpáveis. O câncer de mama atinge principalmente mulheres em idade em torno da menopausa (entre 45 e 55 anos). Em todas as faixas etárias podem aparecer nódulos benignos, que também vão precisar de tratamento.

Lembre-se: o autoexame de mamas é apenas a primeira precaução. A consulta ginecológica anual e a atenção aos sinais emitidos pelo corpo, como o aparecimento de secreções e dores, são essenciais para prevenir e tratar qualquer problema.

PREVENÇÃO

O exame de mamas pode ser feito em frente ao espelho, em pé ou deitada.
Siga as seguintes instruções para o autoexame:

Em frente ao espelho:

  • Posicione-se em frente ao espelho;
  • Observe os dois seios, primeiramente com os braços caídos;
  • Coloque as mãos na cintura fazendo força;
  • Coloque-as atrás da cabeça e observe o tamanho, posição e forma do mamilo;
  • Pressione levemente o mamilo e veja se há saída de secreção.

Em pé (pode ser durante o banho)

  • Levante seu braço esquerdo e apoie-o sobre a cabeça;
  • Com a mão direita esticada, examine a mama esquerda;
  • Divida o seio em faixas e analise devagar cada uma dessas faixas. Use a polpa dos dedos e não as pontas ou unhas;
  • Sinta a mama;
  • Faça movimentos circulares, de cima para baixo;
  • Repita os movimentos na outra mama.

Deitada

  • Coloque uma toalha dobrada sob o ombro direito para examinar a mama direita;
  • Sinta a mama com movimentos circulares, fazendo uma leve pressão;
  • Apalpe a metade externa da mama (é mais consistente);
  • Depois apalpe as axilas;
  • Inverta o procedimento para a mama esquerda.

Caso sinta algum nódulo ou mudança na textura ou tamanho, procure um médico ginecologista. Ele realizará o exame clínico de mama e poderá solicitar a mamografia.

Mitos e verdades sobre o uso dos anticoncepcionais

Foi em 1962 que a pílula anticoncepcional chegou ao Brasil. Considerada uma “verdadeira vitória” na área da farmacologia, a sua chegada no país se tornou símbolo da emancipação feminina. Além disso, também transformou a vida e o comportamento social e sexual da mulher. 

Segundo o Celsam (Comitê Científico do Centro Latinoamericano Salud y Mujer), o Brasil está entre os 3 países que mais consomem pílulas anticoncepcionais na América Latina. Entre os principais benefícios do seu uso estão o controle da natalidade, a regularização do ciclo menstrual feminino e a redução de complicações nos ovários. 

Mas se engana quem pensa que os anticoncepcionais só trazem benefícios para o corpo da mulher. É muito importante ficar atento aos seus efeitos colaterais e esclarecer algumas dúvidas relacionadas ao seu uso. 

Veja abaixo alguns mitos e verdades sobre o uso deste contraceptivo:

Tomar anticoncepcional engorda.

MITO. Não há embasamentos científicos que comprovem a relação do uso de anticoncepcional com o ganho de peso. Apenas em alguns casos, as mulheres podem notar sinais de inchaço pelo corpo, provocados pelo tipo de hormônio ingerido.  

Cigarros e bebidas alcoólicas prejudicam a ação das pílulas.

VERDADE. O uso de anticoncepcional aliado ao consumo de cigarros ou bebidas alcoólicas pode provocar doenças cardiovasculares e até tromboses venosas. Segundo o Ministério da Saúde, o álcool também tende a diminuir o efeito das pílulas. 

O uso de anticoncepcionais durante anos causa infertilidade.

MITO. Mulheres que tomam anticoncepcionais há anos podem demorar um tempo maior para engravidarem em comparação àquelas que não fazem uso do contraceptivo. Isso porque uma parcela dos hormônios fica retida em células de gordura e continua sendo liberada mesmo após o término do seu uso. De acordo com especialistas, essa complicação é resolvida espontaneamente e sem a necessidade de nenhuma medicação. Por isso, fique tranquila. 

A pílula anticoncepcional ajuda na prevenção do câncer de ovário.

VERDADE. Mulheres que tomam anticoncepcional têm 60% a menos de chance de desenvolverem câncer de ovário, segundo o Ministério da Saúde. Este tipo de câncer tem maior incidência em mulheres acima de 60 anos e normalmente tem início no local da cicatriz da ovulação no ovário. Como o uso das pílulas evita a ovulação na mulher, não há a necessidade da sua cicatrização. Logo, a taxa de risco da doença diminui. 

O uso de anticoncepcional melhora o humor da mulher.

VERDADE. Os anticoncepcionais controlam alguns sintomas negativos que aparecem junto com a menstruação e a TPM, melhorando o humor feminino. 

É indicado tomar a pílula em horários diferentes.

MITO. Manter uma rotina regular com os anticoncepcionais é fundamental. Tomá-los em horários distintos prejudica a sua eficácia, facilitando a fertilização. 

É muito importante consultar um ginecologista para entender qual anticoncepcional é o mais saudável para o seu organismo e qual é o mais adequado para sua necessidade. 

Higienização íntima durante a menstruação em 5 passos

Você sabe por que ocorre a menstruação? A menstruação é a descamação das paredes internas do útero quando não ocorre a fecundação. Logo, o fluxo menstrual é composto por sangue e tecido uterino. 

Por ser parte fundamental do ciclo reprodutivo feminino e provocar inúmeras mudanças na flora vaginal, a menstruação favorece a proliferação de bactérias e fungos perigosos para a saúde íntima da mulher. 

Portanto, é imprescindível cuidar da higiene íntima feminina não só durante os outros dias do mês, mas também durante a menstruação. 

Veja abaixo cinco passos para manter a sua saúde íntima em dia: 

 1. Sabonete íntimo

Ideais para aplicação na região do aparelho genital feminino, os sabonetes íntimos podem ser utilizados todos os dias. Basta despejar uma pequena quantidade na palma da mão e depois ensaboar a parte externa da vulva. Importante: não é recomendado utilizar o sabonete na parte interna do órgão. 

É importante enxaguar e secar bem o local com muito cuidado para não ferir a mucosa íntima. 

 2. Absorventes diários

Segundos ginecologistas, cada mulher tem um ciclo menstrual particular, por isso é fundamental se atentar à troca de absorventes diariamente. O certo é não ficar muito tempo com o mesmo absorvente, pois isso desencadeia a reprodução de bactérias e fungos na região íntima. 

Coletor menstrual e calcinhas absorventes também são indicados para o período de menstruação. 

 3. Roupa íntima leve e confortável

Sempre escolha pelas roupas íntimas confortáveis e com tecidos mais leves, como o algodão, para utilizar durante a menstruação. As mais apertadas, com tecidos mais densos, costumam abafar a região íntima e incentivar a proliferação de bactérias e fungos. 

4. Duchas não são indicadas

As duchas internas podem machucar a mucosa íntima da mulher, provocar a reprodução de bactérias e fungos e prejudicar a flora vaginal. Por isso, elas nunca são indicadas. 

5. Consulte seu ginecologista regularmente

Para cuidar da sua saúde íntima, é necessário também realizar consultas com um ginecologista regularmente. Toda mulher tem suas particularidades e isso influencia muito no processo da higienização íntima. 

5 passos para uma melhor qualidade de vida

Oque é qualidade de vida para você? Manter uma rotina de hábitos saudáveis? Viver uma carreira de sucesso? Ter quem ama por perto? Ou a soma de tudo isso? 

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), ter uma boa qualidade de vida está totalmente relacionada ao quão satisfeito você é com a sua. E a saúde tem um papel importantíssimo nesse processo. 

Adotar uma alimentação balanceada, estar de bem com a sua saúde mental e reservar um espaço na sua agenda para o lazer são algumas das práticas mais importantes para o seu bem-estar. 

Que tal conhecer 5 passos para você manter uma boa qualidade de vida no dia a dia? 

1. É preciso adotar hábitos saudáveis

Existem diversas recomendações médicas que você precisa levar em consideração para manter uma rotina saudável. Anote no seu bloco de notas: 

  • Evite o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
  • Durma de 6 a 8 horas por dia. O seu corpo precisa deste tempo para descansar;
  • Administre seu tempo para que o seu dia seja mais eficiente e produtivo;
  • Mantenha uma alimentação balanceada diariamente;
  • Beba cerca de 2 litros de água por dia;
  • Cultive o bom humor;
  • Pratique atividades físicas de 2 a 3 vezes por semana;
  • Realize check-ups com frequência e mantenha a saúde em dia. 

2. Os cuidados necessários no trabalho

Ficar de olho na saúde durante o tempo em que você trabalha é fundamental também. Veja nossas dicas: 

  • Mantenha seu ambiente de trabalho limpo, ventilado e iluminado;
  • Não ignore suas férias. Elas são essenciais para o seu descanso e lazer;
  • Barulho em excesso pode prejudicar sua produtividade, logo, é importante manter um acordo com os seus colegas para evitar esse tipo de poluição;
  • Pratique atividades relaxantes, como ioga, antes ou depois do horário de trabalho.

 3. Momentos de lazer também são importantes

Momentos de entretenimento são super importantes para que você viva feliz e com saúde. Por isso, não deixe de viajar, sair com os seus amigos e familiares e de valorizar momentos a sós.

Não deixe também de incluir atividades físicas na sua rotina de lazer. Elas ajudam a aliviar o estresse e melhoram a sua auto-estima. E aqui não cabe apenas os esportes, como natação e corrida, mas também a prática da dança e passeios ao ar livre, como ir ao parque, por exemplo. 

É importante realizar um check-up antes de iniciar qualquer prática esportiva. Agende o seu

4. Os benefícios e os malefícios do sol

Apesar de ser fonte de vitamina D, é fundamental manter alguns cuidados ao se expor ao sol. Em excesso, a exposição aos raios UV (ultravioleta) pode causar doenças de pele, como a insolação e o próprio câncer. Veja abaixo como se proteger do sol: 

  • Evite se expor ao sol das 10h às 16h;
  • Utilize filtros solares com fatores acima de 30;
  • Reaplique o filtro solar a cada 2 horas;
  • Utilize chapéus, bonés e óculos de sol; 
  • Mantenha-se hidratado. 

5. “Você é o que você come”

Já parou para pensar que a sua alimentação influencia diretamente a sua saúde? Adotar bons hábitos alimentares é parte essencial de manter uma ótima qualidade de vida. Siga nossas recomendações abaixo:

  • Inclua alimentos mais saudáveis nas suas refeições, como frutas, verduras, legumes e grãos;
  • Não ignore nenhuma refeição do dia, principalmente o café da manhã;
  • Evite o consumo exagerado de refrigerantes, doces e fast foods;
  • Sal e açúcar são dois ingredientes que precisam ser dosados na hora de montar o seu cardápio. 

Com alguns cuidados diários, você mantém uma boa qualidade de vida e vive com muito mais saúde e disposição.

Precisamos falar (ainda mais) sobre incontinência urinária

incontinência urinária, caracterizada pela perda involuntária de urina, é um problema que acomete muitos brasileiros e ainda permanece um tabu. Um estudo realizado no país aponta que 45% das mulheres e 15% dos homens acima dos 40 anos apresentam a condição.

Há diversos tipos de incontinência urinária, sendo as mais comuns a de esforço, que acontece ao tossir, espirrar, carregar peso ou levantar-se, e a de urgência, que é uma vontade repentina e incontrolável de urinar tão intensa que não se consegue chegar a tempo ao banheiro.

Os fatores de risco para as mulheres estão ligados a antecedentes de cirurgias ginecológicas, ter muitos filhos ou obesidade e diabetes. Em ambos os sexos, a idade avançada e doenças neurológicas elevam a probabilidade de ter o problema.

A incontinência pode ter várias repercussões negativas no dia a dia e na qualidade de vida. Pessoas com a doença costumam sofrer de maiores níveis de ansiedade e depressão, enfrentar uma redução da produtividade no trabalho e se afastar do convívio social e da intimidade com o parceiro. Além disso, o uso de absorventes e fraldas representa para muitos um incômodo e um gasto adicional, além de aumentar o risco de dermatites.


O acompanhamento médico é essencial inclusive porque, em alguns casos, a incontinência pode ser manifestação de problemas de saúde mais graves, como infecções, pedra na bexiga, distúrbios neurológicos ou até tumores de bexiga ou próstata.

Felizmente, tem tratamento para a incontinência urinária, e ela pode ser até curada. A escolha do plano terapêutico depende da causa e da gravidade do problema. Geralmente são priorizadas medidas como prescrição de medicamentos — com ótima eficácia e poucos efeitos colaterais, notadamente para casos de incontinência de urgência e homens com problemas na próstata — e sessões de fisioterapia para a bexiga e o assoalho pélvico. Em casos mais complexos se recorre a cirurgias.

Além dessas intervenções, o tratamento também passa por mudanças comportamentais, como evitar tomar líquidos em excesso, realizar micções mais frequentes e periódicas, tratar a constipação intestinal e controlar outras condições como diabetes e obesidade.

A prevenção da incontinência urinária consiste na adoção ou na manutenção de um estilo de vida saudável, com a prática regular de atividades físicas, boa alimentação e, se necessário, perda de peso.

É fundamental ter a consciência de que esse é um problema que afeta muitas pessoas, mas pode ser controlado. Portanto, reconhecer a incontinência e procurar o tratamento correto junto ao urologista ou ginecologista especializado é o primeiro passo para que ela não comprometa a qualidade de vida. Em pleno século 21, esperamos que a incontinência não leve mais ninguém à depressão ou ao isolamento social.

O segundo tipo mais comum de câncer nas mulheres é o ginecológico

É fundamental aproveitar o Dia Internacional da Mulher para falar sobre saúde feminina. E principalmente sobre doenças comuns e sérias, a exemplo dos tumores ginecológicos. Entram nesse grupo: câncer de colo uterino, endométrio, ovário, vulva e vagina.

Recentemente, o “EVA – Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos” lançou a campanha “Nós seremos a primeira geração sem câncer do colo do útero”, que representa tanto um desejo dos especialistas quanto uma possibilidade real. Hoje, ele é o terceiro câncer mais incidente entre as brasileiras, com mais de 16 mil novos casos por ano e alta mortalidade (cerca de 30%). No entanto, é passível de prevenção. Isso porque mais de 90% dos casos são relacionados com a infecção por HPV, que pode ser praticamente extinta com vacinação, conforme foi explicado no último artigo do blog Câncer em Pauta pela oncologista Karime Kalil.

O câncer de corpo do útero (ou endométrio), por sua vez, ocupa a oitava posição entre os mais comuns no sexo feminino. O sintoma mais encontrado é o sangramento vaginal anormal. Isso envolve sangramentos mais intensos que o habitual, fora do período menstrual, entre os ciclos menstruais ou quando a mulher havia parado de menstruar.

Nos últimos anos, houve um aumento significativo na incidência do tumor de corpo do útero, que, na maioria dos casos, pode ser prevenido. Como? Adotando hábitos saudáveis, como a prática regular de atividade física, alimentação balanceada e controle do peso (mulheres com obesidade são mais propensas à doença). Um estilo de vida balanceado, aliás, diminui o risco de vários tipos de câncer e de outras doenças.

Já o câncer no ovário, sétimo no ranking feminino geral, se difere mais dos tumores na região do útero (colo e corpo). A doença ainda não possui fatores de risco estabelecidos em muitos casos — por isso a prevenção é tão difícil. Os especialistas sabem que há relação com a idade (acima de 50 anos) e aspectos hormonais, ambientais e hereditários. Porém, cerca de 90% dos casos ocorrem sem causa conhecida.

Além disso, não existem sintomas específicos e o diagnóstico é bem difícil. Também não possuímos exames de rastreamento — a exemplo da mamografia para câncer de mama. Resultado: 75% dos casos são descobertos em estágio avançado.

Essa conjuntura resulta em alta mortalidade. Aproximadamente 6 em cada 10 pacientes falecem em decorrência do tumor no ovário.

Como aumentar as chances de gravidez

Um estudo divulgado pela American Society for Reproductive Medicine mostra que a probabilidade de engravidar aumenta nos dias anteriores à ovulação, considerado o 14º dia do ciclo.

O mesmo estudo também mostra que mulheres que têm relações sexuais diárias ou a cada dois dias nos dias que antecedem a menstruação tem maior probabilidade maior de engravidar, em comparação com aquelas que tem apenas uma relação na época fértil.

A observação do muco cervical no período da ovulação pode, também, aumentar as chances de gravidez. O muco claro, elástico e cristalino na época da ovulação é um bom sinal de fertilidade.

Estima-se que dois em cada dez casais enfrentam dificuldade para engravidar. Em média, 30% das ocorrências estão relacionadas a fatores dependentes da mulher, 30% do homem, 30% de ambos os sexos e 10% por motivos indeterminados. Vários fatores podem determinar tal diagnóstico – que somente será confirmado depois de um ano de tentativas. Até lá, manter a boa saúde e ter tranquilidade são medidas que valem ouro.

Tanto para a mulher quanto para o homem, a idade é fator preponderante. No primeiro caso, as chances de reprodução diminuem a partir dos 35 anos. “Aos 40, a mulher tem 8% da capacidade reprodutiva; aos 43, 1%”, diz o ginecologista e obstetra Emerson Cordts, especialista em reprodução humana do Hospital São Luiz, em São Paulo. Já no caso do homem, a alteração na qualidade do sêmen começa aos 40 anos.

Distúrbios de ovulação (como a síndrome dos ovários policísticos), obstruções na trompa (ocorre na endometriose), doenças sexualmente transmissíveis (como gonorreia), genética (falência ovariana, por exemplo), doenças imunológicas (como inflamação da tireoide) e outras causas menos comuns (como inflamação no colo do útero) são algumas das razões que levam ou podem levar à infertilidade feminina. “A endometriose, como doença isolada, atinge 50% das pacientes inférteis”, afirma Dr. Cordts.

O que também se tem observado nos últimos dez anos é uma relação entre obesidade e infertilidade, aponta o médico do São Luiz. Nas mulheres, a obesidade interfere na ovulação e ainda pode levar ao desenvolvimento de hipotiroidismo, diabetes e síndrome dos ovários policísticos, entre outros distúrbios. “Todas as causas endócrinas que levam à infertilidade acontecem com mais frequência na paciente obesa”, comenta Cordts. Para os homens, os quilos a mais alteram negativamente a produção de espermatozoide.

O anticoncepcional não é causa de infertilidade. Cordts conta que, atualmente, algumas mulheres deixam para engravidar depois dos 35 anos. Enquanto isso, elas usam contraceptivo. Quando decidem ter o bebê, os óvulos já não tem a mesma “eficiência”. Então, culpam a pílula. O problema está relacionado à idade e não à pílula.

Outra confusão que os leigos às vezes fazem é entre esterilidade e infertilidade. Na verdade, o primeiro termo é considerado antigo pela classe médica. Ele define a pessoa que não vai conseguir ter filhos, seja em razão da idade ou de outros fatores. Na infertilidade, considera-se o casal que está tendo dificuldade para engravidar, mas pode atingir o objetivo com o devido tratamento.

Como tratar os sintomas da menopausa?

 idade média da instalação da menopausa é por volta dos 45 anos. Este é o período em que a mulher deixa de produzir hormônios e poderá ter sintomas muito fortes, o que interfere no dia a dia e na qualidade de vida. Continue a leitura e conheça os principais sintomas da menopausa e como tratá-los.

Sintomas da menopausa

A interrupção na produção de estrogênio, hormônio responsável pelo controle da ovulação, é a principal responsável pelos sintomas da menopausa. Saiba quais são as principais alterações que a ausência desse hormônio pode causar:

  • Sintomas vasomotores (SVM) – são as ondas de calor no pescoço, face e peitos que atingem até 80% das mulheres;
  • Síndrome geniturinária (SGM) – alterações na vulva, vagina, uretra e bexiga. A mulher pode apresentar desconforto vaginal, dificultando manter relações sexuais.
  • Irritabilidade e depressão – o estrogênio está associado a sentimentos de bem-estar e autoestima elevada, a falta dele pode causar depressão;
  • Osteoporose – por causa da ausência de estrogênio, após a menopausa a mulher pode ter osteoporose, doença que causa enfraquecimento ósseo, o que pode levar à fraturas;
  • Alterações no corpo – é possível que a falta do hormônio cause a diminuição do brilho da pele e favoreça a concentração de gordura na barriga; Alterações no corpo – é possível que a falta do hormônio cause a diminuição do brilho da pele e favoreça a concentração de gordura na barriga;
  • Descontrole do colesterol – o estrogênio também está relacionado ao equilíbrio entre colesterol bom (HDL) e colesterol ruim (LDL) no sangue.

Tratamento para a menopausa

A terapia hormonal (TH), que é a reposição dos hormônios estrogênio e progesterona por meio de medicamentos, alivia efetivamente os sintomas da menopausa e tem como objetivo melhorar a qualidade de vida da mulher nessa nova fase.

Entretanto, é preciso manejar os riscos. A terapia hormonal aumenta as chances do desenvolvimento de algumas doenças, como tromboembolia pulmonar, câncer de mama, câncer de endométrio e doença hepática, além de apresentar sangramento vaginal não diagnosticado ou porfiria (distúrbio provocado por deficiências de enzimas).

O tratamento deve ser individualizado e é preciso acompanhar a manutenção dos benefícios, a melhora da qualidade de vida e o aparecimento de efeitos adversos nas mulheres que optarem por este tratamento. Converse com um médico de confiança para entender o que é melhor para o seu caso.

Quais são as complicações da dengue na gravidez?

Devido a alterações no sistema imune, as gestantes precisam tomar um cuidado extra com a dengue. Veja as complicações e os sintomas que a doença causa

Caracterizada por febre alta e dores no corpo, a dengue preocupa especialmente quando atinge alguém com o sistema imunológico fragilizado, o que acontece durante a gravidez. Mas qual o tamanho do risco que esse vírus representa para as gestantes e quais complicações pode provocar?

Para responder esta pergunta, recorremos a um documento da Organização Pan-Americana da Saúde (Paho) que contém orientações específicas sobre a doença para a população das Américas. Um dos capítulos é dedicado exclusivamente às chamadas condições especiais, que incluem problemas crônicos (diabetes, câncer etc), velhice, infância e, claro, a gestação.

Os autores relatam que engravidar não é um fator de risco para contrair a dengue. Por outro lado, essa fase da vida demanda cuidados específicos em caso de contato com o vírus. Toda grávida infectada, por exemplo, precisa permanecer em observação até a hora do parto, independentemente do momento em que foi picada pelo Aedes aegypti ao longo dos nove meses e da gravidade dos sintomas.

Um dos grandes problemas nesse grupo é a possibilidade de hemorragia, uma complicação conhecida da enfermidade. Ao tentar conter a invasão, nosso próprio sistema de defesa pode destruir as plaquetas, que são as células responsáveis por coagular o sangue (e, portanto, estancar ferimentos).

Aí que está: se os sangramentos provocados pela ausência de plaquetas já são perigosos em uma pessoa saudável, em uma gestante ainda podem causar aborto ou nascimento prematuro.

Até a escolha do tipo de parto também é influenciada pela dengue. Ora, como toda cirurgia, uma cesárea envolve perda de sangue. Só que isso, somado a eventuais hemorragias ocasionadas pela infecção, às vezes põe a vida da mulher em risco.

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado em 2018 no periódico científico Scientific Reports, indica um risco três vezes maior de grávidas atingidas por esse vírus falecerem ao longo dos nove meses e no puerpério.

Os autores não encontraram uma razão para esse dado na pesquisa, mas sugerem que as mudanças no organismo típicas dessa fase e possíveis contratempos — a eclâmpsia, por exemplo — acelerariam o avanço da dengue e esconderiam seus sinais iniciais, dificultando o diagnóstico precoce.

De resto, tanto sintomas, tratamentos e métodos de prevenção são os mesmos do resto da população. E uma boa notícia: quando detectada nos primeiros passos e tratada, a dengue dificilmente vai dificultar o curso normal da gestação.

O recado que fica é procurar um serviço médico ao sinal de qualquer anormalidade e seguir as boas e velhas orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti e se proteger das suas picadas.

Dengue passa da mãe para o bebê?

Não, a dengue não é transmitida para o feto durante o parto e os casos de malformação são raros. Ah, e mesmo se a mulher for infectada após o nascimento, a amamentação deve acontecer normalmente.

Já ouviu falar em Biofeedback?

O Biofeedback tem como objetivo aumentar a percepção corporal pelas técnicas de respiração e relaxamento auxiliando no alcance do equilíbrio emocional por meio de exercícios. É uma ferramenta para o desenvolvimento de relaxamento profundo e gestão do stress. A meta do treinamento em biofeedback é a auto-regulação, isto é, a aprendizagem de como controlar tanto os processos físicos quanto os mentais, para um funcionamento melhor e mais saudável.

Para um melhor resultado nos processos de mudança e desenvolvimento, utilizamos também o Points of You®. Esta ferramenta permite a integração entre emoção e razão, ou lados direito e esquerdo do cérebro. Esta integração é conseguida por meio da visualização de fotografias que tocam o nosso lado criativo, ativando o lado analítico do cérebro.

Ao final do processo, somos expostos a novas opções e as internalizamos de uma forma que a nossa rotina diária normalmente não nos teria permitido. Isto faz com que mais alternativas de passos que podemos tomar se revelem para nós, o que acaba por servir como um empurrão que nos move para fora do nosso lugar comum ou zona de conforto.

Sua aplicação é ideal para pessoas que buscam um aperfeiçoamento nos resultados a diminuição do estresse e da ansiedade no dia a dia.
Venha conhecer essa nova metodologia. Esperamos você!

Clitóris pode ser importante para a fertilidade, sugere novo artigo

clitóris, conhecido por seu papel no prazer feminino durante o sexo, pode servir também para aumentar as chances de engravidar. É o que sugere uma revisão de pesquisas publicada em novembro no periódico Clinical Anatomy pelo biomédico Roy Levin, que repercutiu bastante na imprensa internacional.

Levin, que trabalha na Universidade de Sheffield, no Reino Unido, destrinchou dados de 15 estudos. Eles indicam que a estimulação do clitóris leva a alterações fisiológicas que tornam o sistema reprodutor feminino um ambiente mais propício para a concepção.

“O mantra de que o clitóris só dá prazer ficou obsoleto”, declarou Levin, em comunicado à imprensa. “As evidências agora são óbvias”, complementa.

A função dessa estrutura é debatida há séculos — geralmente por cientistas do sexo masculino. No passado, ela foi considerada uma anomalia a ser removida, responsável por casos de “loucura feminina”.

O que o clitóris tem a ver com fertilidade?

Com a estimulação bem-sucedida, o clitóris envia sinais ao cérebro, que comanda uma mudança no aparelho sexual feminino. O fluxo sanguíneo para a vagina aumenta, assim como a lubrificação, a oxigenação e a temperatura.

Em primeiro lugar, tal rearranjo facilita a ejaculação do homem. Acima disso, essas alterações ajudariam o espermatozoide a se deslocar pelo canal vaginal e fertilizar o óvulo.

Tem polêmica na história

Algumas pesquisadoras questionam se encontrar uma explicação reprodutiva para o clitóris não seria uma maneira de minimizar a satisfação feminina. Em um artigo para o British Journal of Psychotherapy, a psicoterapeuta Joanna Ryan escreveu: “Estamos de novo na situação em que a experiência sexual e o prazer das mulheres são subordinados a sua função como reprodutora”.

Outro ponto discutido é que mudanças fisiológicas importantes para a fecundação ocorrem quando a mulher fica excitada, e não necessariamente por causa do clitóris. Sim, há muitas outras maneiras de fazer isso.

“A lubrificação decorrente do orgasmo, não importa de onde ele vem, já promove alterações benéficas à fertilidade”, comenta Thais Domingues, ginecologista da Huntington Medicina Reprodutiva.

Michelle Moscova, professora de anatomia da Universidade de South Wales, Austrália, escreveu ao site The Conversation que a conclusão de Levin é controversa, e requer maior investigação: “Talvez o aspecto mais importante dessa revisão seja trazer a discussão sobre a função do clitóris de volta à ciência, porque ela tem sido fortemente influenciada por aspectos culturais”.

Ganhando mais atenção nas pesquisas, quem sabe ele também não passe a ser mais ativado entre quatro paredes?

Falta conhecimento sobre causas e diagnóstico do câncer de mama no Brasil

Apesar dos avanços desde as primeiras ações do Outubro Rosa no Brasil, em 2002, há muita desinformação sobre as causas e o diagnóstico precoce do câncer de mama. Foi o que concluiu uma pesquisa encomendada pelo Coletivo Pink, do laboratório Pfizer.

O levantamento “Câncer de mama hoje: como o Brasil enxerga a paciente e sua doença?” foi conduzido pelo Ibope Inteligência. Foram entrevistadas 1 040 mulheres e 960 homens da cidade de São Paulo e das regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Curitiba através de uma plataforma online.

“O resultado vai ser útil para direcionar as próximas campanhas. Mesmo após mais de 15 anos de Outubro Rosa, tem muita coisa que os brasileiros não sabem”, comenta a oncologista Marina Sahade, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

A importância da mamografia

Uma das mensagens propagadas pela ação anual é a de realizar o autoexame. Qualquer alteração (caroço, corrimento, deformação, coceira) pode ser indício da doença.

No entanto, a maneira mais eficaz de diagnosticá-la precocemente é a mamografia. Isso torna preocupante o achado da pesquisa de que 77% das mulheres confiam mais na própria avaliação em casa.

“O autoexame é importante e tem que ser feito. Mas a mamografia detecta tumores menores, quando eles ainda têm milímetros. A chance de cura nesse momento é muito maior”, alerta Marina.

E mais: 53% das entrevistadas acreditam que, quando a mamografia não encontra alterações, é desnecessário repetir o procedimento no futuro. “O Ministério da Saúde recomenda que toda mulher acima dos 50 anos faça esse exame a cada dois anos. Já a maioria das sociedades médicas orienta que ele seja realizado anualmente a partir dos 40 anos”, ensina a oncologista.

Os fatores de risco do câncer de mama

A pesquisa também revela uma falta de entendimento sobre o que provoca essa enfermidade: 73% das participantes acreditam que a grande causa é a herança genética.

“Na verdade, ela corresponde a menos de 10% dos casos”, esclarece Marina. “O estilo de vida que é preponderante. Obesidade e sedentarismo são os fatores mais importantes”, informa Marina. Porém, apenas 23% do público feminino sabe disso.

Outras questões aumentam a probabilidade de desenvolver o câncer de mama. “Ter uma menopausa tardia ou uma primeira menstruação mais cedo, não ter filhos, não amamentar, abusar de álcool e consumir alimentos processados”, lista a doutora.

Quando se trata desses fatores, também há desinformação entre mulheres e homens:

  • Apenas 10% dos brasileiros conhecem a relação desse tumor com bebidas alcoólicas
  • 54% não sabem ou não creem que comer carne processada e embutidos está associado à doença
  • 53% acham que quem começa a menstruar antes dos 12 anos não corre um risco maior
  • Somente 13% pensam que a menopausa tardia eleva o perigo

Além disso, mitos antigos persistem. Há quem ache que esquentar alimentos no micro-ondas está ligado à enfermidade (31%) e quem desconfie de que usar sutiã com bojo aumenta a possibilidade de câncer de mama (39%). Isso simplesmente não é verdade.

“Existe muita notícia falsa e explicações incorretas na internet. É necessário disseminar informação de qualidade”, conclui a oncologista.

5 causas frequentes de infertilidade

Dificuldades para engravidar atingem até 15% dos casais. Conheça algumas causas frequentes de infertilidade.

Muita gente adota medidas para evitar uma gravidez indesejada durante anos. Porém, é possível que na hora em que o casal decida gerar um bebê, não seja tão fácil assim. Estima-se que de 10% a 15% dos casais enfrentem alguma dificuldade para engravidar, o que é definido quando não se consegue uma gestação após 1 ano de tentativas.

Existem muitas causas de infertilidade, que podem atingir tanto mulheres quanto homens. Separamos cinco causas frequentes:

OBSTRUÇÃO TUBÁRIA

As tubas uterinas são o local onde ocorre a fecundação, ou seja, o espermatozoide encontra o óvulo. Alguns problemas podem bloquear ou dificultar a passagem dos espermatozoides ou do óvulo pelas tubas, impedindo o encontro dos gametas ou a migração do óvulo fertilizado para o útero. Dessa forma, não ocorre a gestação. “Bactérias como a clamídia e o gonococo são responsáveis por um processo infeccioso e inflamatório que causa uma espécie de fibrose em várias regiões da tuba, o que leva à obstrução”, explica o dr. Pedro Monteleone, fundador do Centro de Reprodução Humana Monteleone e coordenador técnico do Centro de Reprodução Humana do Hospital das Clínicas da FMUSP. Há muitas outras causas para a obstrução tubária, como sequelas após apendicite ou focos de endometriose. O diagnóstico é realizado, geralmente, por exame de histerossalpingografia, um exame de raios X da pelve feito com o uso de contraste. Esse exame pode ou não ser guiado por ressonância magnética da pelve.

ENDOMETRIOSE

endometriose ocorre quando tecido endometrial, que reveste o útero, migra para outras regiões, como ovários e intestinos. O problema atinge cerca de 10% das mulheres e está presente em aproximadamente 50% dos casos de infertilidade. A endometriose pode impossibilitar a gravidez por diversos motivos, incluindo a obstrução tubária e a alteração do peristaltismo tubário, ou seja, o movimento dos cílios da tuba que levam o embrião para o útero a partir do quarto dia de fecundação. “A endometriose pode alterar a função tubária, a qualidade dos óvulos e da reserva ovariana, além de modificar negativamente a receptividade endometrial, ou seja, a capacidade de o endométrio receber e acomodar o embrião adequadamente”, esclarece Monteleone. O diagnóstico é feito com avaliação de histórico de dor pélvica crônica e realização de exames como ultrassom transvaginal e ressonância magnética de pelve.

 

BAIXA QUALIDADE DO SÊMEN

 

Várias características do sêmen contribuem para a infertilidade. Ele pode ter baixa quantidade de espermatozoides, ou esses gametas podem ter sua forma e capacidade de movimentação alteradas de modo que a fertilização se torne difícil ou mesmo impossível. “Em alguns casos, pode haver a chamada azoospermia, que é a ausência total de espermatozoides no sêmen ejaculado. Isso pode ocorrer em virtude de alguma obstrução dos canais deferentes, como acontece, por exemplo, na cirurgia de vasectomia ou após infecções genitais”, explica o especialista. Muitas causas, incluindo genéticas, podem levar a condições como essas. O diagnóstico depende de exames físicos e espermograma.

SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO

CAUSAS IMUNOLÓGICAS

Às vezes, alterações do sistema imune que não provocam nenhum sintoma aparente podem comprometer o sucesso de uma gestação. Como metade do embrião é constituído por materiais provenientes do pai, ele pode ser entendido como um corpo estranho pelo organismo da mulher. “Dessa forma, o funcionamento harmônico do sistema imune da mãe é fundamental, pois ele deverá reconhecer o embrião e, ao mesmo tempo, aceitar e permitir seu desenvolvimento até o momento do nascimento. Embora essas sejam origens menos precisas, a relação com os eventos de falha de implantação do embrião e, principalmente, com o abortamento, parecem ser evidentes. Por isso, essa possibilidade deve ser levantada quando outras condições foram descartadas. Até o momento, tem sido um grande desafio estabelecer o diagnóstico de causas imunológicas e, além disso, suas abordagens terapêuticas não são consagradas pela literatura médica de qualidade, com exceção das mulheres portadoras de síndrome antifosfolípide”, explica o especialista.

Educação sexual ajuda a diminuir vulnerabilidades das mulheres.

Mulheres que recebem educação sexual estão menos vulneráveis a IST, gravidez precoce e indesejada e violência.

 

Uma das melhores lembranças que tenho da época da escola fundamental envolvem a professora de Ciências Laura. Foi ela quem me ensinou as belezas do funcionamento do corpo humano, em especial do sistema reprodutor. Ela também foi responsável por desfazer, com informações científicas, as ideias preconceituosas e erradas sobre sexo e reprodução que eu ouvira de colegas mais velhos.

Hoje atribuo à Laura e aos demais professores que, juntamente com meus pais, me instruíram a respeito de questões relacionadas à sexualidade e ao funcionamento biológico do organismo, o fato de não ter engravidado na adolescência, de ter conhecimento sobre meu próprio corpo e sobre infecções sexualmente transmissíveis (IST). Fiquei, sem dúvida nenhuma, menos vulnerável durante o início da minha vida sexual.

Essa não é, no entanto, a realidade da maioria das brasileiras. Dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) mostram que dos quase 3 milhões de nascidos em 2016, 480 mil eram filhos de mães entre 15 e 19 anos, o que representa 16% de todos os nascimentos do país. Apesar de o índice de gravidez na adolescência ter caído nos últimos dez anos, ainda temos 68 bebês de mães adolescentes para cada mil meninas entre 15 e 19 anos, enquanto a taxa mundial de gravidez nessa faixa etária é estimada em 46 para cada mil meninas.

Não são apenas as mulheres jovens que carecem de informações sobre o funcionamento do próprio corpo e da sua sexualidade. É comum recebermos neste Portal dúvidas a respeito das mudanças físicas que interferem no sexo depois da menopausa.

Luísa*, que passou por terapia hormonal quando teve câncer de mama aos 42 anos, demorou para compreender o impacto que a tratamento teve em sua vida sexual. A secretária diz que se tivesse aprendido sobre como seu corpo funcionava e sido orientada a respeito dos efeitos adversos dos medicamentos, não teria demorado tanto tempo para entender que as alterações que sentia eram hormonais. “Eu me culpei por não conseguir corresponder ao que meu marido esperava, achava que estava sem interesse por causa de tudo pelo que tinha passado. Só depois de me consultar com dois médicos soube que minha falta de libido era fruto dos remédios que tomei.”

Nesse sentido, são preocupantes as sinalizações do governo federal sobre a relevância da educação sexual nas escolas. No dia 9/2/19, o ministro da Educação Ricardo Vélez Rodrigues afirmou que o programa “Saúde nas Escolas” poderá ser alterado para não ofender famílias conservadoras, sem, no entanto, explicar quais mudanças pretende realizar.

Já no dia de ontem (07/03/2019), o presidente Jair Bolsonaro revelou em sua rede social que pretende alterar a “Caderneta Saúde do Adolescente”, do Ministério da Saúde, cujo público-alvo são jovens de 10 a 19 anos e que contém informações sobre saúde, incluindo a sexual. No trecho citado por Bolsonaro, há informações sobre anatomia e fisiologia e sobre como colocar o preservativo masculino, comuns em materiais instrutivos e didáticos.

Para o infectologista da Universidade de São Paulo (USP) Rico Vasconcelos, “sexo e sexualidade fazem parte da humanidade e da vida das pessoas, e negá-las ou ignorá-las traz consequências para a saúde pública. Esses são temas de saúde, como a amamentação e a alimentação saudável.”

O médico lembra que deixar populações fora do discurso de saúde pública as torna mais vulneráveis. No caso das mulheres, isso significa dizer que não ensiná-las a usar preservativos, a conhecer as IST a que estão expostas e não tratar da sexualidade como tema de saúde e educação as deixa mais suscetíveis a gravidez indesejada, infecções como HIV e sífilis e até violências.

De fato, essa não é uma tarefa que possa ficar restrita a pais e familiares, principalmente se considerarmos que a maioria dos estupros e abusos de crianças e adolescentes ocorre dentro de casa.  Segundo levantamento de 2014 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base em dados do Sistema de Informações de Agravo de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan), há pelo menos 527 mil estupros por ano no Brasil, sendo 70% das vítimas crianças e adolescentes. Em 24,1% dos casos, o agressor é o próprio pai ou padrasto, e 32,2% são amigos ou conhecidos da vítima.

Os estabelecimentos educacionais e de saúde devem estar preparados para atuar na prevenção e no acolhimento de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Assim, um ambiente escolar em que a sexualidade seja discutida com seriedade e informações de saúde ajuda nesses objetivos.

Para que as mulheres tenham acesso pleno a direitos sexuais e reprodutivos, é preciso que recebam educação sexual e sobre saúde. Só assim terão mais autonomia para desempenharem sua sexualidade de forma segura e satisfatória.

* a entrevistada pediu para não revelar seu nome

Se quiser engravidar, é importante avaliar sua reserva ovariana

Você já ouviu falar em reserva ovariana? Ao contrário dos homens, nós, mulheres, não produzimos novos gametas ao longo da vida. Ao nascer, temos um número limitado de óvulos, estimado em 300 mil. Eles começam a amadurecer em levas e aguardam com paciência a hora certa de serem liberados durante o ciclo menstrual.

A cada menstruação vamos perdendo um pouquinho do nosso estoque. Quando entramos na adolescência já perdemos aproximadamente um terço dos óvulos, ficando com cerca de 180 mil. Aos 25 anos, sobram cerca de 65 mil.

Mas você deve estar imaginando: para que tantos óvulos assim, se não chegamos a menstruar 300 mil vezes ao longo da vida? O que ocorre é que a cada ciclo menstrual gastamos até mil óvulos. É um número relativamente alto, mas lembre que somente um deles vai amadurecer e ser liberado para — possivelmente — ser fertilizado.

A diminuição da quantidade de óvulos é um processo natural e que não pode ser impedido. É por esse motivo, entre outros, que com o passar dos anos fica um pouco mais difícil para a mulher engravidar. O dr. Domingos Mantelli, médico ginecologista e obstetra, explica que quando a mulher atinge os 40 anos, seu estoque está praticamente vazio. “Outra questão importante a se considerar é que os últimos óvulos a serem liberados têm mais defeitos genéticos. Há um risco maior, portanto, de síndromes, má-formações e abortos espontâneos”, explica.

Por isso, se você deseja encarar uma gravidez no futuro, é importante certo planejamento, e aí entra a importância de avaliar a quantas anda sua reserva ovariana, ou seja, quantos óvulos você possui. Para tal avaliação, são realizados exames de sangue específicos e também de imagem. É importante estar atenta a essa questão porque nem sempre os ginecologistas costumam pedi-los. Geralmente cabe à paciente, que planeja uma gravidez, de puxar o assunto e pedir informações sobre o assunto.

Um dos principais exames de sangue para avaliar a reserva ovariana se chama hormônio antimülleriano (HAM ou AMH, do inglês). Essa substância é produzida pelas células dos ovários responsáveis por controlar o desenvolvimento dos folículos. “É um dos melhores marcadores de reserva ovariana que temos. Se a mulher está tentando engravidar há algum tempo e não consegue, com ele também é possível verificar a suspeita de que pode ser um caso de menopausa precoce.”  Esse é um exame simples, que pode ser feito em qualquer período do ciclo menstrual da mulher, mas infelizmente não é coberto pelo SUS e seu valor varia entre R$400 e R$800.

É necessário ressaltar que esse exame não é um marcador de infertilidade. Ele tem a função de mostrar a urgência ou não de realizar um tratamento específico para engravidar, como abrir mão do uso de contraceptivos, se deseja ter uma gestação nos próximos meses, ou congelar óvulos, se quiser postergar os planos mais um pouco.

Outro exame bastante utilizado pelos médicos para verificar a reserva ovariana é o ultrassom transvaginal, um exame de imagem que deve ser feito nos primeiros dias do ciclo menstrual e permite saber quantos folículos a mulher ainda possui. Menos de dez indica baixa reserva; mais de 20, alta. O exame é coberto pelo SUS e por convênios médicos.

Pílula do dia seguinte: conquista que não deve ser banalizada

Os métodos anticoncepcionais evoluíram muito nos últimos tempos. Já contamos inclusive com medicamentos que previnem uma gravidez indesejada ou forçada mesmo quando a mulher não utiliza nenhum contraceptivo no dia a dia.

Apesar de o uso de anticoncepcionais ser realizado há décadas, a anticoncepção de emergência, comumente chamada de pílula do dia seguinte, é algo relativamente recente e passou a despertar maior interesse, ganhando difusão entre o público em geral, principalmente entre mulheres que não se valem dos métodos preventivos de longa duração ou se encontram em situação de risco de uma gestação inoportuna.

A maioria dos anticonceptivos atua de forma a evitar a gravidez antes ou durante a relação sexual. Já a pílula do dia seguinte dispõe de compostos hormonais concentrados e por curto período de tempo, agindo nos dias posteriores à relação sexual.

Diferentemente de outros métodos, sua indicação é reservada a situações especiais ou de exceção, com o objetivo de prevenir gravidez indesejada. Seu mecanismo de ação impede o encontro do espermatozoide com o óvulo. Portanto, não pode ser encarada como tática abortiva.

O uso correto

Essa forma de prevenção emergencial é facilmente encontrada em farmácias, e sua venda é feita sem prescrição. Nos serviços públicos de saúde, tanto na atenção básica quanto no atendimento à vítima de violência sexual, é oferecido gratuitamente o levonorgestrel de 0,75 mg.

A medicação deve ser administrada pela mulher tão rápido quanto possível e, preferencialmente, em dose única dentro dos cinco dias que sucedem a relação sexual. As pessoas têm muitas dúvidas sobre os riscos e os benefícios do comprimido. Existem, de fato, alguns efeitos colaterais, tais como náuseas e vômitos, vertigem, dor de cabeça e nas mamas. Mas a pílula não provoca sangramento vaginal nem altera significativamente o ciclo menstrual.

O principal alerta é que o uso repetitivo ou frequente pode comprometer sua eficácia. É importante lembrar que os contraceptivos orais, sejam os de uso contínuo, seja o emergencial, não protegem o organismo de infecções sexualmente transmissíveis (HIV, sífilis etc.) — esse papel é desempenhado somente pelos preservativos masculino e feminino.

A pílula do dia seguinte é, sem dúvida, uma conquista das mulheres, mas não deve ser vista como opção de contracepção rotineira. Ter fácil acesso a um método de emergência não significa que seu uso deve ser banalizado.

10 cuidados primordiais para a saúde da mulher

“É de grande importância que as mulheres se mostrem vigilantes sobre a própria saúde, identificando precocemente hábitos nocivos, sintomas físicos e psíquicos e aderindo a hábitos saudáveis”, destaca o Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde.

Fatores sociais, como moradia, alimentação, escolaridade, o acesso à renda, ao emprego, fatores culturais, étnicos, raciais, psicológicos e comportamentais podem levar a mulher ao adoecimento. Por isso, neste dia 8 de março, data internacional destinada à celebração da figura feminina, o Ministério da Saúde preparou uma lista especial: Os 10 cuidados primordiais com a saúde da mulher.

1 – Manter alimentação saudável

Uma alimentação saudável, desde os primeiros dias de vida, como a amamentação e o consumo de alimentos in natura, por exemplo, traz benefícios à saúde. Resulta na redução de fatores de risco para doenças, como o sobrepeso e o aumento do colesterol, além do bem estar físico e mental e da importância do vínculo entre mãe e bebê.

2 – Cuide de sua saúde mental

Identificar precocemente sintomas psíquicos e buscar acolhimento de saúde pode ser decisivo para que haja abordagem oportuna pelos profissionais de saúde.
Afinal, sabe-se que as mulheres se encontram em uma situação de vulnerabilidade por ganharem menos, por estarem concentradas em profissões menos valorizadas, por terem menor acesso aos espaços de decisão no mundo político e econômico, por sofrerem violência doméstica, física, sexual, psicológica, econômica, além da negligência e abandono. Além disso, elas vivem dupla e tripla jornada de trabalho.

Para as mulheres idosas, há ainda a questão do isolamento social e transtornos emocionais devido à aposentadoria, à viuvez, às alterações fisiológicas, e dos sofrimentos provocados por uma sociedade que supervaloriza a juventude e desvaloriza as marcas do envelhecimento feminino.

Além dos sintomas de depressão, outros transtornos mentais necessitam de atenção e cuidado, como os de ansiedade, insônia, estresse e transtornos alimentares. Fatores psicossociais e ambientais estão relacionados à incidência dessas doenças.

3 – Falando de Sexualidade

A sexualidade engloba um conjunto de aspectos que envolvem o prazer, o desejo, a ternura, o amor, que são o resultado da convergência de natureza psíquica-bio-sócio-histórico-cultural. Portanto conhecer o próprio corpo é fundamental para identificação dos pontos de prazer e exercício da sexualidade, em todas as idades. A mulher vai tendo vivências e experiências da sua sexualidade que vão mudando com o passar dos anos.

Nas adolescentes, por exemplo, o início da puberdade é marcado por muitas mudanças como o aparecimento de espinhas, nascimento do broto mamário, pelos pubianos gerando muitas vezes dúvidas e inseguranças.

Falar da sexualidade das mulheres idosas ainda é um tabu, o que dificulta a busca de informação e a superação de obstáculos para que se alcance uma vida sexual saudável e com qualidade nesta faixa etária.

Após a menopausa, por exemplo, as mulheres podem apresentar algum desconforto nas relações sexuais com penetração vaginal, por causa das condições de hipoestrogenismo e, consequentemente, hipotrofia dos tecidos genitais. Utilizar creme vaginal, nestes casos, pode favorecer as condições genitais para o pleno exercício da sexualidade.

4 – Conhecer seu próprio corpo

Você conhece o seu corpo? Esta pode parecer uma pergunta com resposta óbvia, porém muitas pessoas não conhecem seu próprio corpo. Os motivos são os tabus, valores sociais e questões que envolvem sexualidade e gênero.

Todos sabem que a saúde sexual é essencial para homens e mulheres serem saudáveis física e emocionalmente. Porém, ainda é grande o número de mulheres que sabem pouco ou nada sobre a anatomia e o funcionamento do seu corpo.

5 – Realizar exames de rastreamento

O Sistema Único de Saúde oferta exames para rastreio do câncer de colo de útero e câncer de mama para as mulheres de acordo com diretrizes específicas.

O início da coleta do exame Papanicolau, para rastreio do câncer de colo de útero, deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade sexual. Os exames devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos.

O rastreamento para o câncer de mama, com o exame de mamografia é a estratégia de saúde pública que tem sido adotada em contextos onde a incidência e a mortalidade por câncer de mama são elevadas. A recomendação para as mulheres de 50 a 69 anos é a realização de mamografia a cada dois anos e do exame clínico das mamas a cada ano.

6 – Proteger- se contra IST/HIV

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação.
A Prevenção Combinada é uma estratégia que faz uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção aplicadas em múltiplos níveis (individual, nas parcerias/relacionamentos, comunitário, social) para responder a necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de determinadas formas de transmissão das IST.

O uso de preservativos feminino ou masculino é a forma de vivenciar a sexualidade de forma segura. Vale lembrar que o uso do preservativo não serve somente para evitar gravidez, mas é fundamental utilizá-lo para prevenção das IST, HIV/Aids. Caso ocorra sexo sem preservativo, procure uma unidade básica de saúde para ter orientações e faça os testes rápidos.

7 – Faça escolhas conscientes sobre métodos contraceptivos

O Sistema Único de Saúde disponibiliza diversos métodos contraceptivos para que adolescentes e mulheres possam escolher a maneira mais confortável de planejar quando, como e se vai querer ter filhos. A mulher pode escolher entre os métodos: injetável mensal, injetável trimestral, minipílula, pílula combinada, diafragma, Dispositivo Intrauterino (DIU), além dos preservativos feminino e masculino.

8 – Busque ajuda em caso de violência

A violência contra as mulheres afeta cidadãs de todas as classes sociais, raças, etnias, faixas etárias e orientações sexuais, e se constitui como uma das principais formas de violação dos direitos humanos, pois atinge as mulheres no seu direito à vida, à saúde e à integridade física.

As agredidas vivenciam situações de medo, pânico, baixa autoestima, ansiedade, angústia, humilhação, vergonha e culpa, perda da autonomia e, muitas vezes, fragilidade emocional. Agouros que abrem margem para quadros clínicos como depressão, síndrome do pânico, ansiedade, distúrbios psicossomáticos, entre outros.

Se está passando por alguma situação que lhe incomoda, converse com pessoas de sua confiança e vá até um serviço de saúde mais próximo de casa para pedir ajuda e tirar dúvidas.

9 – Utilize práticas saudáveis para os sintomas comuns durante os ciclos menstruais e no climatério/menopausa

Medicar o corpo das mulheres, em nome da ciência e de um suposto bem-estar, sempre foi uma prática da medicina, que só será modificada quando as mulheres tiverem consciência de seus direitos, das possibilidades preventivas e terapêuticas e das implicações das distintas práticas médicas sobre o seu corpo.

A medicalização do corpo das mulheres com uso de hormônios durante o climatério/menopausa, por exemplo, encontra um campo fértil no imaginário feminino pelas falsas expectativas como a eterna juventude e beleza.

10- Planeje e vivencie uma gestação saudável

O planejamento reprodutivo é um importante recurso para a saúde das mulheres. Ele contribui para uma prática sexual mais saudável, possibilita o espaçamento dos nascimentos e a recuperação do organismo da mulher após o parto, melhorando as condições que ela tem para cuidar dos filhos e para realizar outras atividades.

O acompanhamento pré-natal assegura o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas.

A opção por não ter filhos também deve ser assegurada, e a abordagem nessa situação deve ser livre de preconceitos e crenças por parte dos profissionais de saúde.

Com estas dicas, fica mais fácil cuidar da saúde, em qualquer fase da vida.

Por que as mulheres tem sonhos estranhos durante a gravidez?

Sim,  sonhos  estranhos.  Muitas  mulheres  relatam  ter pesadelos  mais  frequentes  onde  algo acontece com o seu bebê, ou até discussões acaloradas com o seu parceiro e pai da criança. Além de ligeiramente mais assustadores, a frequência dos sonhos também tende a aumentar ao  longo  da  gestação.  Além  dos  temas  serem  bastante  variados,  os  sonhos  da  gestante costumam ser mais lúcidos e vívidos do que em qualquer outra fase da vida. Em geral, eles se relacionam com sua condição e trimestre de gravidez e com o que está acontecendo com o corpo.

De acordo com a American Pregnancy Association3, as mudanças no padrão de sonhos durante a gestação incluem:

  • Sonhos vívidos
  • Pesadelos
  • Sonhos provocados por ansiedade
  • Sonhos mais intensos
  • Habilidade de lembrar dos sonhos com maior clareza
  • Sonhar com mais frequência

Uma pesquisa feita na Universidade de Lisboa em 2009 concluiu que mulheres grávidas costumam ter sonhos frequentes com o bebê e outros integrantes da família4. Então prepare-se para sonhar com o seu companheiro(a), seus pais, irmãos, avós e amigos próximos em situações… peculiares. Para a autora do estudo, de modo geral, tais sonhos podem estar relacionados com as transformações físicas (que não são poucas nem sutis) no corpo da mulher, com preocupações sobre o parto e com a sua própria competência materna para cuidar do bebê. A incerteza sobre como o pequeno irá afetar sua vida amorosa também pode ter impacto na qualidade do seu sono. Afinal, tudo muda, não é o que dizem?

Outra publicação, feita em 2003 pela Université Paris X Nanterre, afirma que a mulher grávida também pode sonhar com mais frequência consigo mesma, com sua infância e com seu relacionamento com os próprios pais –especialmente sua mãe5.

Conforme a gravidez avança, a gestante pode enfrentar mais pesadelos, principalmente relacionados ao medo do parto e à saúde do bebê. Um estudo publicado em 2016 pelo BioMed Central Pregnancy & Childbirthconcluiu, inclusive, que tais sonhos podem estar relacionados ao maior estresse no último trimestre.

Por que os sonhos estranhos acontecem?

O corpo passa por mudanças intensas durante a gravidez, e seu estado físico está conectado ao mental e ao emocional. Não dá para separar uma coisa da outra. Por isso, há diversos possíveis motivos para os sonhos estranhos. Um deles é o aumento da produção de hormônios, que podem afetar suas emoções, ansiedade e forma como processa informações.

Outra possível causa são as alterações no seu padrão normal de sono, que podem ocorrer pela necessidade frequente de fazer xixi ou próprio desconforto causado pelo crescimento do bebê, o que dificulta encontrar a posição perfeita para dormir horas a fio. De acordo com a American Pregnancy Association, isso impacta o seu sono REM (“Rapid Eye Movement”, ou “movimento rápido dos olhos em português). É durante esse estágio do sono que ocorrem os sonhos vívidos. Quando sua frequência é interrompida ou modificada, a forma como você sonha poderá mudar também.

Os sonhos estranhos na gravidez?

Segundo uma pesquisa publicada em 1993 pelo Journal of the American Board of Family Medicine, 67% das mulheres grávidas relataram sonhos relacionados à gravidez. Além disso, 60% relataram ter tais sonhos uma vez por semana.7 Portanto, se for o seu caso, o primeiro a pensar é: você não está sozinha (e isso sempre dá um certo alívio). Se ver em situações estranhas e sem explicações durante o seu sono poderá fazer parte dasua rotina de futura mãe.

Se os sonhos estiverem incomodando, pode ser preciso mudar seu padrão de sono. Tente estabelecer uma nova rotina ou mudar de posição para dormir com mais qualidade.1

 

REFERÊNCIAS

1.Lara-Carrasco J e. Disturbed dreaming during the third trimester of pregnancy. -PubMed -NCBI [Internet]. Ncbi.nlm.nih.gov. 2018 [cited 13 August 2018]. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24780135

2. J B. The pregnancy-related dreams of pregnant women. -PubMed -NCBI [Internet]. Ncbi.nlm.nih.gov. 2018 [cited 13 August 2018]. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8452063

3 American Pregnancy Association -Pregnancy Dreams. Disponível em:

http://americanpregnancy.org/your-pregnancy/pregnancy-dreams/

4. LIMA, ALICE. Os conteúdos dos sonhos durante a gravidez. Secção de Psicologia Clínica e da Saúde Núcleo de Psicologia Clínica Dinâmica -Universidade de Lisboa. 2009.

5. RIAZUELO, HÉLÈNE. (URL: https://www.cairn.info/revue-champ-psychosomatique-2003-3-page-99.htm) Les rêves, le somma et le corps. – L’Esprit du temps, 2003. Pages 99-115. Université Paris X Nanterre, Laboratoire de psychopathologie psychanalytique des Atteintes Somatiques et Identitaires.

6. SCHREDEL, MICHAEL. GILLES, MARIA. WOLF, ISABELT e tal. Nightmare frequency in last trimester of pregnancy. BMC Pregnancy Childbirth. 2016; 16: 346.

7 L. BLAKE, ROBERT. REIMANN, JANNA. The Pregnancy-Related Dreams Of Pregnant Women. J Am Board Fam Med March1, 1993 vol. 6 no. 2 117-122.