Câncer de Colo Uterino

          O câncer de colo uterino (ou cervical) é o terceiro em incidência entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama e do câncer colorretal. Tem uma relação importante com doenças sexualmente transmissíveis, principalmente alguns vírus HPV oncogênicos (Papilomavírus). Apesar disso, a infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes.

         Apresenta normalmente uma progressão lenta e existe uma evolução da alteração das células, desde a célula normal até a formação do câncer. Elas passam por alterações que chamamos de atipias leve, moderada e severa e na grande maioria das vezes podem ser detectados pelo exame de prevenção (Papanicolaou). Neste estágio a lesão ainda está localizada no colo (órgão de origem da doença) e sem possibilidade de disseminação, portanto é a fase ideal para tratamento.

         O exame de Papanicolaou é muito simples e tem alta sensibilidade, principalmente quando feito anualmente. É importante que a mulher faça o exame para detectar as lesões pré-malignas. Nos casos alterados deverão ser realizados exames mais detalhados como a colposcopia e a vulvoscopia com uma biópsia, se houver alguma anormalidade.

         O tratamento dependerá do estágio da doença e do desejo de gestação de cada pessoa. Muitas vezes temos casos de pacientes jovens que ainda não engravidaram. Nos casos de doenças iniciais podem ser feitas cirurgias menores ou menos invasivas, visando uma menor “agressão” cirúrgica e minimizando os efeitos de uma cirurgia radical (físicos e emocionais). A quimioterapia e a radioterapia também fazem parte das alternativas terapêuticas e sua sequência é determinada individualmente, dependendo da análise de cada caso.

         O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. A partir de 2017, o Ministério estendeu a vacina para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Essa vacina evita 70% dos casos de câncer de colo de útero.

         Nas relações sexuais use sempre preservativo. O início precoce da atividade sexual e o contato com múltiplos parceiros aumenta o risco de infecção por HPV e consequentemente de câncer de colo.

         Vacine-se e faça exame ginecológico periodicamente.

Escrito por: Dr. Ricardo Faure

Fonte: INCA