ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL

Apesar da redução importante da mortalidade infantil no Brasil nas últimas décadas, os indicadores de óbitos neonatais apresentaram uma velocidade de queda aquém do desejado. Tais mortes ainda ocorrem por causas evitáveis e por isso é tão importante o acompanhamento pré-natal.
Alguns compromissos fazem parte do dia a dia da mulher assim que se constata uma gravidez. Consultas, exames, e avaliações complementares (nutricionais, psicológicas) preenchem os nove meses da gestação, que é a evolução da vida e deve ser encarada como algo natural e fisiológico.
Existem porém, situações que requerem um acompanhamento mais intensivo. As gestantes podem desenvolver algum tipo de alteração como hipertensão e diabetes ou apresentarem alguma alteração genética ou adquirida como as trombofilias, que requerem intervenção mais rápida e por isso este acompanhamento torna-se tão importante. Um histórico pessoal e familiar bem avaliado associado aos exames laboratoriais e de imagem indicados no momento adequado, são fundamentais para a correta avaliação da gestação.
De acordo com a avaliação da evolução clínica, exames complementares e interação com a paciente, traçamos um planejamento de nascimento para o feto. O ideal é que o parto ocorra de maneira natural, mas sempre devemos avaliar a relação entre a saúde materna e a saúde fetal. Hoje existem recursos para diagnosticar e intervir tentando buscar sempre o melhor momento para a interrupção da gravidez.

BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA

Existe uma associação já bem estabelecida entre a prática de atividade física e a diminuição de doenças cardíacas, assim como a diminuição da mortalidade de maneira geral, mas até o momento não estava muito bem determinada sua associação com o risco de desenvolvimento de câncer.
Em recente publicação da Associação Médica Americana (JAMA – Internal Medicine), ficou comprovado o impacto da atividade física na diminuição de 13 tipos de câncer, entre eles os de maior incidência como pulmão, mama, endométrio e intestino. Em média houve uma redução de 7% no número de casos entre as pessoas que praticavam atividade física. Esta redução ocorreu de maneira similar mesmo nos diferentes grupos de pessoas como, por exemplo, as com sobrepeso e as fumantes.
As atividades às quais o estudo se refere são: caminhar, correr, nadar ou pedalar, em um ritmo que pode ir de leve a intenso, durante 2 horas e meia por semana.
Segundo o estudo “Estes resultados sustentam a promoção da atividade física como um componente fundamental na prevenção e controle do câncer em toda a população”.
Importante lembrar de outros fatores como dieta balanceada, tabagismo e stress que também podem afetar o risco de desenvolvimento de tumores. Devemos procurar sempre manter hábitos de vida saudáveis para minimizar o aparecimento de doenças que podem ser evitadas.

CÂNCER DE COLO UTERINO

Estima-se que em 2016 no Brasil foram diagnosticados 16.340 novos casos de câncer de colo de útero, sendo o terceiro câncer de maior incidência entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama e do câncer colo-retal. Tem uma relação importante com alguns vírus HPV oncogênicos (Papilomavírus). Apresenta normalmente uma progressão lenta e existe uma evolução da alteração das células desde a célula normal até a formação do câncer. Elas passam por alterações que chamamos de atipias leve, moderada e severa e podem ser facilmente detectados pelo exame de prevenção (Papanicolaou). Neste estágio a lesão ainda está localizada no colo (órgão de origem da doença) e sem possibilidade de disseminação, portanto é a fase ideal para tratamento. Conseguimos tratamentos muito mais conservadores e com preservação da fertilidade (preservação de útero).
O exame de Papanicolaou é muito simples e tem boa sensibilidade, principalmente quando feito anualmente. É importante que a mulher faça o exame para detectar as lesões pré-malignas. Nos casos alterados deverão ser realizados exames mais detalhados como a colposcopia e a vulvoscopia com uma biópsia, se houver alguma anormalidade.
O tratamento dependerá do estágio da doença e do desejo de gestação de cada paciente. Muitas vezes temos casos de pacientes jovens que ainda não engravidaram. Nos casos de doenças iniciais podem ser feitas cirurgias menores ou minimamente invasivas (laparoscópica/robótica), visando uma menor “invasão” cirúrgica e minimizando os efeitos de uma cirurgia radical (físicos e emocionais). A quimioterapia e a radioterapia também fazem parte das alternativas terapêuticas e sua sequência é determinada individualmente, dependendo da análise de cada caso.

CÂNCER DE MAMA

O câncer de mama é o segundo tipo mais comum de câncer entre as mulheres no mundo e no Brasil (em primeiro lugar está o câncer de pele não melanoma). Aproximadamente 58 mil novos casos de câncer de mama são diagnosticados por ano no Brasil.
Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver a doença, entre eles a idade, história reprodutiva, fatores hormonais, comportamentais/ambientais (estilo de vida e interação com o ambiente) e adquiridos (genéticos/hereditários).
Os principais sintomas do câncer de mama são:
• Nódulo (“caroço”): Habitualmente com mobilidade reduzida e indolor. Grande porcentagem dos diagnósticos é feito pela própria paciente num auto-exame.
• Pele da mama avermelhada ou com aspecto de casca de laranja (acentuação dos poros).
• Alterações no bico do peito (papila) ou no formato da mama (abaulamento/retração).
• Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço (linfonodos ou “ínguas”).
• Saída de líquido espontâneo pela papila.
Estes sinais e sintomas não necessariamente representam o diagnóstico de câncer, mas devem sempre ser investigadas por um médico.
Os principais exames para rastreamento da doença são a mamografia e a ultra-sonografia. Além de fazer diagnóstico também são utilizados para guiar biópsias em lesões consideradas suspeitas. A ressonância magnética é utilizada como rastreamento em situações especiais e como complemento em casos selecionados.
O tratamento depende do quadro clínico de cada paciente. Sabe-se que o câncer de mama é uma doença heterogênea com comportamentos distintos. Leva-se em consideração o estágio da doença, idade, biologia do tumor e opinião da paciente para determinar a sequência do tratamento e sua severidade . A cirurgia, a quimioterapia, a radioterapia, a hormonioterapia e as terapias-alvo fazem parte do arsenal terapêutico. Não menos importante é o apoio desta paciente que certamente no momento do diagnóstico está muito fragilizada e precisa de apoio familiar e muitas vezes de acompanhamento psicológico. O tratamento deve ser sempre individualizado e discutido com cada paciente.

CLIMATÉRIO - MENOPAUSA

CLIMATÉRIO – MENOPAUSA

O climatério representa a transição da vida reprodutiva para a não reprodutiva da mulher. Dentro deste período de tempo ocorre a menopausa, que corresponde à última menstruação espontânea. Este período normalmente ocorre por volta dos 48 aos 51 anos e os sintomas dependem do padrão de declínio dos hormônios produzidos pelos ovários. A instalação dos sintomas em muitas mulheres ocorre de forma gradativa ao passo que em outras, pode haver sintomas mais abruptos.

Os principais sintomas decorrentes desta insuficiência de hormônios e que ocorrem em curto prazo são os calores, irritabilidade, pior qualidade de sono, cansaço, dores articulares e sintomas de depressão. Em médio prazo vamos nos deparar com alterações urogenitais, ou seja, a vagina perde a elasticidade, lubrificação e trofismo, o que pode acarretar dor nas relações sexuais; podem também aparecer alguns sintomas de desconforto urinário como mudança no hábito urinário e infecções com mais facilidade, pela mudança de flora bacteriana vaginal que não vai mais ter a proteção dos lactobacilos. Em longo prazo vamos ter uma maior probabilidade de osteoporose nestas mulheres, já que o hormônio feminino é um grande aliado na manutenção da massa óssea.

O tratamento de escolha é a terapia hormonal que repõem justamente os hormônios que pararam de ser produzidos. É muito importante que se faça uma avaliação dos fatores de risco de cada paciente para poder se prescrever um tratamento com o máximo benefício e o mínimo risco. Para as pacientes que não desejam fazer a reposição hormonal ou nos casos onde exista contraindicação, existem alternativas hormonais locais (vaginal) e medicações alternativas que podem amenizar ou resolver os sintomas desencadeados pela menopausa.

CHECK-UP

Os exames subsidiários em medicina estão em constante evolução e permitem diagnósticos cada vez mais precoces e precisos, além de estarem cada vez mais acessíveis.
Uma meta-análise (compilação de vários estudos) da Cochrane (entidade sem fins lucrativos cujo objetivo é promover o acesso a informações de alta qualidade) mostra que o check-up de rotina não reduz a mortalidade e nem a evolução de doenças cardiovasculares e câncer em geral. É um resultado a se considerar por reunir 14 estudos totalizando quase (190.000) cento e noventa mil pacientes.
O check-up leva a procedimentos desnecessários, onera a saúde e estressa o paciente. Muitas vezes tratamos um paciente sem saber se a doença iria prejudica-lo ou mesmo causar sua morte o que pode gerar problemas psicológicos. Por isso é muito importante avaliar os exames que serão pedidos, lembrando sempre que temos que tomar uma atitude em relação a cada exame alterado.
Não podemos nos esquecer da atuação do seu médico de confiança, que é a pessoa que conhece sua história, seus riscos e pode solicitar os exames necessários e realizar tratamentos adequados e necessários para você.
Devemos sempre tranquilizar o paciente, explicar as possibilidades, estimular hábitos de vida saudáveis (dieta, atividade física) e lembrar que a avaliação do seu médico é importante para avaliar sua necessidade. Muito importante também devem ser as recomendações das sociedades de especialidades avaliando cada paciente segundo sua história e seu estado psicológico.

CORRIMENTO VAGINAL

Todas as mulheres em idade reprodutiva tem uma quantidade de secreção vaginal considerada fisiológica ou normal (transparente ou branca). Essa secreção é variável de uma mulher para outra, e o que para uma pode ser normal, para outra representa um corrimento. Sua função é umedecer, lubrificar e manter a vagina limpa, dificultando o surgimento de infecções. Ela pode estar aumentada em casos onde exista maior estímulo hormonal (gravidez, uso de anticoncepcionais e no meio do ciclo menstrual). Existem ainda situações onde ocorre um aumento da exposição do epitélio glandular do colo do útero que não é uma alteração grave, mas pode também aumentar a quantidade de secreção.

O corrimento é então caracterizado quando ocorre uma mudança nas características da secreção vaginal (cor, intensidade, odor, prurido, desconforto para urinar).

O exame clínico com o ginecologista é muito importante, pois caracteriza o tipo de corrimento na grande maioria das vezes. Em casos de dúvida ou de uma queixa persistente, mas muitas vezes sem quadro clínico exuberante, podemos abrir mão de exames mais específicos que vão caracterizar o tipo certo da infecção e direcionar o tratamento.

Existem alguns tipos mais frequentes de corrimento que são a candidíase, a vaginose bacteriana normalmente causada pela gardnerella e a tricomoníase. Estes são processos infecciosos localizados na vagina. Existem infecções mais específicas e que podem comprometer o útero e trompas como a clamídia e a gonorreia que requerem tratamento e atenção especial para evitar danos ao sistema reprodutor e possível dificuldade para engravidar posteriormente.

ESPIRITUALIDADE E CÂNCER

A maneira como cada pessoa enfrenta o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e como ela lida com a possibilidade de morrer depende de características pessoais como personalidade, história de vida, núcleo familiar e nível sócio econômico cultural, além da espiritualidade. O ser humano é um ser biopsicossocial e espiritual.
Uma doença crônica e incerta como o câncer faz a pessoa tentar encontrar um significado para a vida: – Quanto tempo ainda me resta? Fiz o que deveria e poderia até hoje? O que ainda deve ser resolvido? Tenho a vida que gostaria?
Como é um assunto atual, existe pouca evidência científica e muita polêmica em relação ao enfrentamento do câncer com auxílio espiritual. Estudos antropológicos atuais mostram que a visão religiosa está envolvida com o processo saúde-doença. Alguns estudos tem demonstrado associação positiva entre espiritualidade e enfrentamento da doença, diminuindo depressão, favorecendo maior adesão ao tratamento e consequentemente melhorando a qualidade de vida. A visão cartesiana que trata a pessoa com intervenções físicas e químicas deve ser reavaliada. O bem estar espiritual é uma das dimensões de avaliação do estado de saúde junto com as características corporais, psíquicas e sociais. O efeito da espiritualidade é relatado como fator de redução de stress psicológico durante todo o processo da doença e o bem estar espiritual oferece proteção contra o desespero do fim da vida, trazendo paz e significado para este momento.
Vale lembrar que a espiritualidade independe de denominações religiosas. É a busca pelo sagrado independente de ligação com instituições religiosas. Deve favorecer o amadurecimento pessoal e mostrar significado pela situação de vida. É universal e disponível para qualquer ser humano.
Vivemos numa sociedade que presta pouca atenção à alma. A espiritualidade faz a alma despertar colocando-nos diante do sagrado da existência humana, fazendo-nos seguir com dignidade e coragem o nosso destino. É um dos pilares que devemos considerar na condução do tratamento do paciente.

GESTAÇÃO APÓS OS 40 ANOS

Cada vez mais mulheres optam por ter filhos em idade mais avançada. Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos 20 anos, aumentou em 50% o número de mulheres que foram mães após os 40 anos (77138 mulheres em 2015). A entrada no mercado de trabalho, a busca por uma melhor colocação antes da gestação e até uma gestação de um segundo casamento são fatores que contribuem para esta situação, além da crença de que a evolução da medicina possa solucionar a maioria dos problemas; mas nem sempre é assim.
Apesar da evolução dos diagnósticos, exames de imagem e bioquímicos e até intervenções intrauterinas, a dificuldade para engravidar e os riscos para o bebê e a mãe existem e são maiores. Existe um risco aumentado de abortamento e de malformações fetais. As gestantes tem um risco aumentado de desenvolver pressão alta ou diabetes, o que requer acompanhamento mais rigoroso. O risco é progressivo e vai aumentando gradativamente, dependendo também de hábitos de vida como dieta, atividade física e acompanhamento médico. Uma gravidez em boas condições de saúde pode não apresentar nenhuma intercorrência. A participação do casal é importante em relação a ganho de peso, realização de exames e manutenção de hábitos saudáveis.
O parto pode ser normal desde que não existam condições desfavoráveis para o mesmo.
Não podemos colocar limites para a maternidade, mas é importante que saibamos avaliar os riscos e contribuir com todo empenho para que a gestação seja um momento tranquilo e favorável para o desenvolvimento da nova vida.

MIOMA UTERINO

Os miomas são tumores benignos da camada intermediária (muscular) do útero e aparecem durante a fase reprodutiva da mulher, com maior frequência entre 40 e 50 anos. Dependem de hormônios para crescer por isso na menopausa é comum haver regressão dos mesmos.

Os miomas geralmente não apresentam sintomas (70% a 80% das mulheres). Os mais comuns são: sangramento menstrual aumentado podendo causar anemia, cólicas, aumento do volume abdominal em casos de nódulos grandes, aumento da frequência urinária por compressão da bexiga e dor em peso na região do baixo ventre. A dor nas relações (dispareunia) pode estar presente nos casos de miomas maiores.

O exame clínico (toque vaginal) confirma as características do útero. O exame de ultra-sonografia transvaginal ou pélvica confirma o diagnóstico e traz muitas informações para o diagnóstico.

A Ressonância magnética é um ótimo exame para identificar o número de lesões, tamanho e localização e é muito útil na tomada de decisão em cirurgias onde se pretende preservar o útero.

O tratamento do mioma uterino é individualizado para cada caso. A idade, número de filhos, desejo de gestação, número de miomas, o tamanho e a localização interferem na tomada de decisão. A conduta cirúrgica pode ser conservadora, quando apenas o mioma é retirado (miomectomia) ou radical quando é feita a histerectomia (retirada total do útero). Existem técnicas de tratamento utilizando embolização de artérias que nutrem o mioma e tratamentos clínicos que podem “controlar” o crescimento dos nódulos.

PARTO NORMAL OU CESÁREA?

Decidir a maneira como o bebê virá ao mundo não é tarefa simples e nem sempre depende de você. É indiscutível que sempre que existirem condições favoráveis e a gestante não optar por cesárea, o parto normal é a via preferencial. A maioria dos especialistas concorda com um ponto: se tudo vai bem, o parto ideal é o que a mulher escolhe por se sentir mais confortável. Se houver complicações, porém, a opção certa é a que traz mais segurança e benefícios ao bebê e à mãe. Doenças associadas como diabetes gestacional, hipertensão, trombofilias entre outras, muitas vezes determinam a interrupção da gestação precocemente.

A medicina evoluiu nos aspectos de conhecimento, diagnóstico e tratamento. Hoje existem diagnósticos feitos na gestação que requerem um acompanhamento mais rigoroso e com possível interrupção da gestação pouco antes da data final. Existe o momento adequado de interrupção da gravidez sempre dando o máximo de condição para que o recém-nascido tenha a melhor evolução e evitando danos à saúde materna. As sequelas causadas por uma operação (no caso a cesárea) também melhoraram muito. Hoje temos fios de sutura melhores, bisturi elétrico de melhor qualidade, técnicas minimamente invasivas de cesárea que aliadas com boa tática operatória proporcionam um pós–operatório menos traumático e menos doloroso.

Não é conveniente nenhum tipo de radicalismo em relação a via de parto e temos que nos adequar à realidade atual. É importante que você confie no seu médico e converse, avaliando as possibilidades dentro da segurança da sua gravidez.

PSICO-ONCOLOGIA

Existem algumas doenças como a AIDS e o câncer que ainda hoje são consideradas tabus, mas muitas são curáveis e quando não são, podem ser acompanhadas por muito tempo, o que caracteriza uma doença crônica como o diabetes e a hipertensão, que são muito menos temidas e estigmatizadas. Hoje o câncer de mama, assim como outros tipos de câncer, apesar de ser uma doença heterogênea e com prognósticos diversos, tem uma relação importante com o estilo de vida, tanto no aparecimento da doença como na sua evolução. O impacto do diagnóstico para a paciente é uma situação muito difícil e requer amplo apoio familiar e muitas vezes acompanhamento psicológico.

Cada pessoa deve tentar entender o significado do diagnóstico e se relacionar da melhor maneira possível com a nova situação. Nestes momentos vale uma pausa para reavaliar a vida. É preciso entender que o corpo adoeceu e não apenas um órgão. E quais os motivos para isso ter ocorrido? O que pode ter saído do controle? Podem ocorrer sintomas diversos como dor, baixa auto-estima, incertezas, medos, depressão, ansiedade, alterações de conduta e relacionamento. Todas estas variáveis podem fazer parte dos sintomas e deve-se buscar equilíbrio para lidar com a situação. Quanto mais rápido e melhor resolvermos as dúvidas e fantasmas que estão na cabeça, melhor será a recuperação. Segundo alguns autores o sofrimento emocional associado a essas doenças, se ignorado, pode acarretar redução significativa na qualidade de vida do paciente e de seus familiares e afetar de forma negativa a adesão aos tratamentos e reabilitações.

A psico-oncologia é uma especialidade que vem facilitar a identificação dos medos, dúvidas e expectativas do paciente frente a um diagnóstico não esperado, melhorando todo processo de cura e facilitando também o entendimento do paciente com o médico.

PSICO-ONCOLOGIA: O PAPEL DO PSICÓLOGO NA DOENÇA

O papel do psicólogo em oncologia propõe o apoio psicossocial e psicoterapêutico ao paciente e aos integrantes da família diante do impacto do diagnóstico e mostra a possibilidade de entender e enfrentar a doença de maneira adequada e personalizada. O impacto desta “orientação psicológica” é proporcionar maior adesão ao tratamento e consequentemente melhor qualidade de vida ao paciente e seus familiares.
São abordadas questões psicossociais que envolvem o adoecimento acarretado pelo câncer. Utilizam-se estratégias que possam ajudar o paciente e seus familiares no enfrentamento e na aceitação da nova realidade, promovendo, assim, melhorias na qualidade de vida (Vianna et al., 2011).

No atendimento de indivíduos com alguma enfermidade crônica, tal como câncer, as funções do psicólogo devem: favorecer a adaptação dos limites e mudanças impostos pela doença, da adesão ao tratamento; auxiliar no manejo da dor e do estresse; promover melhoria da qualidade de vida; auxiliar a aquisição de novas habilidades ou retomada de habilidades preexistentes; e revisão de valores para o retorno à vida profissional, familiar e social ou para o final da vida.

O acompanhamento psicológico é um facilitador na aceitação do paciente e familiares, do diagnóstico, e uma forma de fortalecer e orientar sobre como lidar com a nova situação.
É muito difícil estabelecer uma relação causal ou mesmo tentar quantificar uma reação emocional pela característica abstrata e variável do tema, mas existem relatos que indicam que a intervenção psicológica auxilia o equilíbrio emocional e o enfrentamento da doença.

SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS

A SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos) é um distúrbio que interfere no processo normal de ovulação em virtude de desequilíbrio hormonal.

Os cistos que aparecem durante a ovulação e fazem parte do funcionamento normal dos ovários, desaparecem a cada ciclo menstrual. Em portadoras da Síndrome de Ovários Policísticos (SOP), esses cistos permanecem e alteram o volume dos ovários. A síndrome pode levar a um aumento relativo de níveis de hormônio masculino mesmo que todas as dosagens laboratoriais estejam dentro da normalidade. Os ciclos menstruais são irregulares e normalmente prolongados e o número de ovulações é menor. Calcula-se que a SOP afeta 20% das mulheres durante a fase de vida reprodutiva.

Existe uma associação da síndrome dos ovários policísticos com hiperinsulinemia que pode estar relacionada com a irregularidade hormonal. Algumas pacientes se beneficiam com o uso de substâncias hipoglicemiantes que protegem o pâncreas a longo prazo, evitando ou retardando o aparecimento de Diabetes.
Clinicamente estas pacientes apresentam em diferentes intensidades sobrepeso, pilificação aumentada, queda de cabelos e aumento da oleosidade e acne na pele.

O tratamento depende da análise do quadro clínico, hormonal e de imagem e principalmente do objetivo e momento de cada paciente. Podemos utilizar desde medicações anticoncepcionais com o objetivo de amenizar sintomas, até indutores de ovulação para aumentar as chances de gravidez.

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